Think Twice escrita por Nuvenzinha


Capítulo 7
C7. Bother


Notas iniciais do capítulo

AEAEAEAEEEEEEEEEEEEEEE
Demorou mas chegou essa porra aí.
Viajei nas férias, o PC formatou, as aulas já voltaram... tá complicado.
Já estamos no sétimo capítulo, o que é um bom começo pra uma das fics que eu achava que não ia ter futuro algum!
Esse capítulo ficou drugs e não ficou tão longo quanto eu gostaria que tivesse ficado, mas ele, ao menos, aborda um pouco o irmão da Tsugumi, Kyouya, e de algumas chateações de escola, dentre outras coisas que uma hora ou outra iam ter que aparecer - inclusive alguns dos meus maiores delírios fangirls irá acontecer nos próximos capítulos.
Pois é gente, eu vou ter que encher linguiça com minhas ideias nonsense até que eu consiga chegar no ponto em que eu realmente quero chegar. ._. Maldição.
E apartir desse capítulo a história estará escrita de acordo com a nova ortografia, porque agora que atualizou o pc pra Windows 7 ( eu tinha o Vista ) atualizou o Word também.
Enfim, enjoy ~~



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Alguma coisa estava errada naquela cidade. Na verdade, não há um dia em que não esteja, porém essa energia suspeita e negativa circulava ao seu redor com mais intensidade que em todos os outros dias; mas essa energia não podia ser decifrada, apenas sentida pelas pessoas em Ikebukuro.


Shizuo podia senti-la em seus ossos enquanto se arrastava pelas ruas com um semblante calmo - que, assim como seus óculos escuros ocultavam as olheiras cavadas abaixo de seus olhos castanhos, escondia a frustração que a falta de sono lhe causara- rumo ao ao próximo local onde ele e Tom tinham de comparecer para o trabalho.


Mas não era apenas a luz do Sol que o estava incomodando; entretanto, o que mais estava tirando-o do sério eram as noticias que ouvia pelas ruas a respeito do Retalhador, que havia feito mais vítimas, e muitas notícias também ligadas às gangues locais, que estavam acabando com sua paz.


– Que saco. - resmungava, rangendo os dentes - Não aguento mais essas merdas de notícias. Nada de bom acontece aqui!


– Deve até acontecer algo de bom, mas a notícia que mais se espalha é a ruim. - Tom permanecia calmo como de costume - Nada mais normal que ouvir as pessoas falando disso.


Ele sabia muito bem disso - tanto que não teve nenhuma chance de rebater tal argumento - mas ter de ouvir aquilo de seu colega de trabalho irritou-o ainda mais do que já estava; mas permaneceu calado. Estes adolescentes idiotas que mergulhavam nesse mundo de gangues sem saber as consequências disso e, sem se darem conta, se tornarem bandidinhos de rua dignos de pena. Se não fosse seu ódio à violência, ele já teria dado uma boa lição em todas aquelas "crianças babacas" (sem falar em sua completa falta de vontade de fazer alguma coisa naquele dia).


–Na minha época, não tinha nada disso. -repetia mentalmente, com uma ponta de nostalgia naquilo - A vida era bem mais segura para todo mundo.


Aquilo estava incomodando-o tanto naquele dia que nem cumprimentar os conhecidos na rua ele se dava ao trabalho.




As coisas só ficavam mais estranhas para ela quando se tratava de seus amigos da Raira, como Tsugumi pôde facilmente perceber naquele dia. Isso se ela ainda podia chamá-los de amigos.


Kida estava mais sério que nunca. Apesar de estar sempre escapando de perguntas com uma piada em sua manga, rumava cada vez mais a se tornar um ser completamente estoico; Misaki estava no mesmo caminho que o loiro; enquanto Mikado não desgrudava do celular em momento nenhum, mesmo enquanto falava com Sonohara Anri. Apesar de já ter aprendido a lidar com os segredos que haviam entre eles – mesmo porque ela tinha muitos de que fugia desde o primeiro dia de convivência – o silêncio pesava demais em seu coração.


Passara o horário de almoço sozinha pela primeira vez. Não que não tivesse sofrido, mas a solidão teria sido muito mais dolorida se não fossem as mensagens acolhedoras que ficava a trocar com uma amiga da terra natal, Nanoha, aquele ser adorável que tanto a ajudara – e continuava a ajudar – em momentos complicados ou difíceis, mesmo com a distância que as separava.


Mas ela só permaneceu na sala enquanto comia. Quando terminou de comer, decidiu caminha um pouco pela escola, matar os minutos de intervalo que ainda lhe restavam. Talvez uma das piores decisões que tomou desde que chegara, uma vez que as coisas que ouviu nos corredores lhe doeram ainda mais.


–Olha, é a menina de Osaka. – disse uma garota a outra no corredor, encostadas numa parede próximo à segunda sala do ano que Tsugumi cursava – Ouvi dizerem que ela não tem amigos por ser antissocial.


–Nossa, ainda bem que ela acabou sentando-se atrás do Ryuugamine-kun. – a outra garota mirava a mais baixa com desdém – Ninguém ia aguentar essa chata por perto.


–É! Nem mesmo a Misaki, que atura o Kida-kun desde a infância, conseguiu engolir essa aí. Tenho até pena da miúda.


Onde quer que fosse, esses comentários eram ouvidos quando ela passava pelos corredores. Claro que houve aqueles que mantiveram o silêncio, mas olhares desdenhosos eram constantes e sufocantes. Àquela altura, nada traria de volta a pouca felicidade que tinha naquele dia, nem mesmo as mensagens serenas da amiga em Osaka. Nada conseguia segurar suas lágrimas, que escorriam por seu rosto austero, nem impedir suas pernas de fraquejarem cada vez mais a cada passo. Estava para desabar por um fio quando uma funcionária da escola encontrou-a aos prantos num corredor vazia e fez questão de levá-la até a diretoria, onde ela sabia que algo poderia ser feito por aquela frágil menina entristecida.


Passou um tempo ouvindo os conselhos de uma professora que estava por lá, que, apesar de fingir que a entendia, fez o máximo que pôde para acalmar Tsugumi e conseguiu uma dispensa para ela. Pois isso, simplesmente deixou a escola com suas coisas e um olhar vazio. Instruíram-na a ir para casa, mas ela não queria ter de ir pra casa apenas para enfrentar mais solidão. Porém, se ela não iria para casa, para onde mais ela poderia ir se ela mal conhecia a cidade?


Caminhou alguns quarteirões em busca de algum lugar que pudesse lhe servir de abrigo, até que resolveu parar numa praça qualquer por onde passou, onde ela poderia apreciar a vista de uma interessante fonte d’água ao centro e vários pequenos animais que por ali passavam. Colocou sua mala escolar num banco qualquer e sentou-se ao lado dela; com o queixo apoiado na palma das mãos e os cotovelos nos joelhos, assistia o movimento ao seu redor com o coração ainda chateado. Ela não era antissocial! Quem será que disse isso? Por que estavam falando coisas tão cruéis sobre ela se ela nunca fez nenhum mal a ninguém? Por que lhe faziam tanto mal? Por que as pessoas da escola estavam agindo daquele jeito? Quando deu por si, estava a chorar mais uma vez.


Fraca, fraca, fraca. Tanto esforço empenhado nos treinamentos duros de seu mestre e bastou os comentários no corredor vindos de duas garotas que nem a conheciam para fazê-la desmoronar daquele jeito. Como ela esperava ficar forte se ela se despedaçava por pouco? Era vergonhoso pensar desse jeito e saber que aquela era a maior das verdades.


Tsugumi castigava-se com todas aquelas palavras fortes, se estapeava, socava-se, quando sentiu uma mão roçar carinhosamente por sua cabeça, afagando seus cabelos castanhos com certo afeto.


Aquela mão...


–K-Kyou-chan! – sua respiração falhou ao erguer o olhar e lá dar-se com seu irmão mais velho sorrindo manso para ela, como ela não via sorrir há tanto tempo.


–Konnichiwa, Tsugumi-chan. Quanto tempo, não? Imaginei que viesse pra cá.


Seus frágeis braços de menininha estavam a meio caminho de abraçar Kyouya quando este completou sua frase, com um tom de voz seco que não era de seu comum. Tinha algo errado ali. Tsugumi, ao perceber isso, afastou-se o quanto pôde. Pôs-se a observar o rapaz diante dela com cautela; tinha amarelo demais naquele traja que ele usava para ser uma mera questão de gosto. Chegava a ofuscar.


Mas Kyouya não pareceu incomodar-se com a postura da irmã, tanto que sentou-se ao lado da mesma e começou a puxar assunto – mesmo que sua primeira tentativa tivesse falhado. Perguntou sobre as notas, se a saúde andava boa... Mas nenhuma das perguntas chegavam a um lugar na cabeça de Tsugumi. Não que ela não quisesse reencontrar o irmão (aquele era seu primeiro grande objetivo em Ikebukuro), mas ele estava agindo de uma maneira muito suspeita para apenas levar numa boa. Tinha alguma coisa muito errada ali. Ele continuou a perguntar, mesmo recebendo respostas muito vagas como resposta (muitas vezes meros murmúrios), mas as suspeitas da menina a respeito do irmão só aumentaram quando ele perguntou:


–Como andam as coisas com Heiwajima-san?


Aquilo incomodou-a. Ela não havia contado à ninguém sobre estar treinando diariamente com Shizuo, tampouco que se conheciam. Como ele poderia saber de uma coisa que era tão recente se eles não se viam havia meses? Aquilo parecia cada vez mais suspeito e, de certa forma, errado. Sim, tinha algo extremamente errado nas intenções de Kyouya. Finalmente dava para ela ver nos olhos roxeados que a miravam. Sua expressão deu algumas boas respostas ao rapaz.


–Depois que nos encontramos na rua, Tsugumi-chan, passei a observá-la um pouco mais... de perto.


–E...?


–E eu e meus amigos ouvimos vocês dois, você e Shizuo, falando algumas coisas realmente desagradáveis a nosso respeito. – Kyouya foi aproximando-se cada vez mais de sua irmãzinha, de um jeito tão ameaçador que ela mal poderia reconhecê-lo se o botassem do lado de um dos valentões que a azucrinavam no fundamental; Tsugumi, por sua vez, afastava-se cada vez mais no banco, chegando ao ponto de que sua bolsa caíra no chão de tanto ser empurrada – E realmente não gostamos de ouvir essas coisas vindas de parentes dos membros do grupo.


–Você não vai me fazer mudar de idéia nem me impedir de falar o que penso... Kyouya.


Seu irmão não era mais o mesmo, em nenhum aspecto. Encarava-a com a frieza de um assassino prestes a matar sua vítima, com uma ponta de amargura misturado ao ameaçador violeta de suas íris. Tais olhos pareciam mais o fundo do cano de uma arma, que podemos ver quando nos apontam uma pistola diretamente no rosto, que lhe atiravam palavras mudas, mas audíveis apenas o suficiente para que a mais nova, assustada, captasse a mensagem. Ela sabia muito bem que andava reclamando demais do grupo do qual seu irmão pertencia. Mal se sabe como ela conseguiu revidar, estando tão amedrontada de ver seu amado Kyouya em pé a sua frente, ameaçadoramente perto, segurando seu pulso com certa força. Depois de um tempo, ele simplesmente soltou do pulso de Tsugumi.


–Eu não vou fazer nada a respeito disso. Mas eu não posso garantir que meus amigos não farão nada. – Tal frase devastou-a internamente com uma onda enorme de medo, como um enorme tsunami – Então, cuidado. Foi só isso que eu vim dizer. – virou-se de costas para ela e se foi, acenando de costas como se aquela houvesse sido uma conversa normal.


O vento pareceu mais gelado. O banco pareceu mais duro. Um único piscar de olhos parecia levar horas, enquanto Tsugumi observava aquela figura quase sombria ir-se; Respirar exigia ainda mais esforço. Aquelas palavras, mesmo que tão poucas e tão singelamente expressivas, não lhe entravam na cabeça quando o detalhe de que Kyouya havia lhe dito aquelas coisas aparecia em seus pensamentos. Aquela tonalidade assustadora de voz não saia de sua cabeça, mesmo depois que a fonte de tal som já houvesse sumido no meio da multidão que estava na rua naquele final de tarde. Com as mãos apreensivas juntas ao seio esquerdo, Tsugumi tentava se acalmar da maneira que mais lhe pareceu viável.


Ela precisava mesmo era ficar no conforto e segurança fornecidos por braços amigos.




Aquela era a última coisa que Shizuo esperava de seu dia.


Ele estava em meio ao banho, massageando seus cabelos com o shampoo, quando seu celular começou a tocar estridentemente. Não dava pra ser depois?! Ele não poderia atendê-lo naquele momento, então ignorou ao chamado e continuou o processo de eliminar o ma cheiro que adquirira quando estava perseguindo Izaya e acabou coberto de lixo, mas a música era persistente e não parou. Irritado, ele desligou o chuveiro, enrolou a toalha de banho na cintura e atravessou o corredor de sua casa deixando uma trilha de gotas d’água e pegadas molhadas até o seu quarto, onde ele havia deixado o celular para carregar. Estúpida idéia deixar o celular carregando enquanto ele tomava banho.


Apertou uma tecla qualquer do celular para acender sua tela e viu o número de quem o chamava. Pensou um pouco consigo... aquele era o número de Tsugumi. Irritou-se um bocado mais; ele já não queria ter passado o número de seu telefone para ela e tinha deixado bem claro que ela só poderia ligar em emergências – e, até então, ela havia sido bastante obediente em qualquer situação.


Foi quando a ficha caiu e ele finalmente atendeu.


–Tsugumi, que foi que aconteceu?!

–Ahh, Shizuo! – aquela voz estranhamente irritantemente conhecida ressoou em seu ouvido – Então esse número misterioso gravado no celular da Amano-chan é mesmo o seu! Minha memória não está tão ruim assim!

–... Shinra, o que você está fazendo com o celular da Tsugumi?


–Bom... –Shinra pareceu estar bastante nervoso ao telefone - ... É difícil de explicar.

– Shinra... – estava ficando mais irritado.


–Calma, eu te explico! – riu aflito mais uma vez – Você tá ocupado agora, não é? Demorou pra responder.


Pediu alguns instantes, colocando o celular em cima do criado mudo de madeira onde o celular estivera carregando há poucos; colocou a camiseta e colocou o aparelho entre a orelha e o ombro outra vez, para ouvir as explicações que o ex-colega de escola tinha para lhe dar. Era evidente que Shinra não estava a par de todos os fatos, isso se soubesse de algum fato, mas era claro que Tsugumi tinha passado por algo que a tirou totalmente do sério, ficando num estado de medo incalculável.


–Celty abriu a porta pra ela e, assim que se viram, Amano-chan não a largou mais. – estava estarrecido – Não sabia o que fazer, então peguei o celular dela, olhei nos contatos, reconheci o seu número e decidi ligar. Não sei o que fazer aqui!


Shizuo ficou perplexo. O que faria com que uma adolescente alcançasse tal nível de desespero que a levasse a correr para os braços de uma mulher sem cabeça e um médico idiota? Não conhecia a aprendiz suficientemente bem para poder fazer alguma dedução que pudesse se enquadrar na ocasião, uma vez que não tiveram tempo para se conhecerem de verdade e a sua primeira tentativa havia falhado.


–Tô indo aí.


–Melhor trazer uma mala. Não dá pra saber quanto tempo a gente vai levar pra acalmar essa menina...


Concordou e logo desligou o celular, um pouco perturbado. Já era começo da noite, o trabalho havia sido exaustivo naquele dia, e ainda tinha que sair de casa para lidar com os problemas de uma adolescente? Esta era a última coisa que ele queria fazer àquela hora; Seu único desejo era sentar-se no sofá da sala de frente para a TV e, quem sabe, acabar dormindo ali mesmo; Pensou em dar um cano, mas imaginar o que teria acontecido com Tsugumi o fez tomar a atitude de realmente ir. Shizuo terminou de vestir-se, pegou uma mala qualquer, enfiou algumas roupas ali dentro, colocou o celular na bolsa da calça jeans que estava usando. Pegou algumas tranqueiras no armário da cozinha antes de sair.


Se era para sair de casa, ficaria na rua o menos possível. Por isso, andava pela calçada com certa pressa, mas sem correr; tinha de ajeitar a calça de minuto em minuto, pois era velha e caía muito; um dos malefícios que vestir-se de qualquer jeito lhe deu. Passou por muitas pessoas conhecidas – inclusive por Simon, que perguntou se ele já havia saído da puberdade, como sempre pergunta – mas não cumprimentou nenhuma; estava tentando lembrar-se do endereço de Shinra quando resolveu apenas seguir sua intuição e a vaga lembrança que tinha do lugar, o que acabou por leva-lo ao seu destino depois de algumas tentativas.


Subiu de escadas até o andar do apartamento correto (uma vez que o elevador estava demorando séculos para chegar) e tocou a campainha, parando diante da porta com um rosto quase inexpressivo. Ouviu alguns barulhos do outro lado da porta que pareciam passos descalços e bem rápidos e, logo depois, o tilintar de um molho de chaves. Tentou espiar pelo olho mágico para ver quem vinha, mas não teve nem tempo de se aproximar da porta para averiguar...


–Shizuo-senpai! – foi a única coisa que ele ouviu antes de Tsugumi lançar seus braços em seu pescoço e as prender as magras pernas em seu tórax.


Se fosse qualquer outra pessoa que não Shizuo, ambos já estariam caídos no chão da salinha do elevador. Shinra, que estava a rir baixinho antes do “convidado” olhá-lo feio, falou para que entrasse. O loiro pediu e insistiu que a aprendiz o largasse, mas ela não lhe deu ouvidos; na verdade, apenas segurou-se mais forte, apoiando o queixo em seu ombro com um ar de teimosia; bufou, mas, por fim, entrou no apartamento com a menina pendurada nele de qualquer jeito, desistindo da ideia de “ter paz”. Sentou-se no sofá ao lado de Celty e pediu mais uma vez para que Tsugumi soltasse-o, desta vez falando em tom mais calmante.


–Me solte e me explique o que aconteceu.


Manhosa, a menina finalmente desgrudou de seu mestre e voltou para os braços da Durahan, com quem esteve desde que chegara. Parecia até uma criança que correra para a mãe por causa de algum trauma qualquer. Engoliu sua saliva; por que sensibilizou-se tanto com aquilo? Ele nunca fora de fraquejar por coisas assim. Mas, naquele momento, eu coração batia de um jeito estranho. Era como se sua seriedade natural – que tinha desde mais novo – nunca tivesse existido.





– Oe, o que aconteceu, Tsugumi?


Respirou surpresa ao sentir as grandes e ásperas mãos de Shizuo pousarem reconfortantemente sobre seu ombro, enquanto ele a olhava com um aqueles olhos cheios de preocupação que ela nunca havia visto antes no rosto de seu mestre. A palpitação de seu coração se agravou e, por um instante, sentiu o sangue subir para suas maçãs do rosto. Ficou mias um pouco em silêncio, meio relutante em contar o que havia ocorrido naquela tarde. Desde pequena ela tinha certo medo de recontar as suas situações de medo, sabe-se lá por que. Era como se ela revivesse a situação enquanto contava. Mas, no final, acabou por contar tudo que Kyouya havia lhe dito aquela tarde.


O que causou certo choque nas pessoas que a ouviram.


–Que... Que péssimo irmão! – Shinra estava estarrecido.


–Coitadinha! – Celty abraçou Tsugumi com força, terminando de escrever em seu palmpad – Que experiência terrível!


–H-Hanashite! – Sentia-se sufocada com toda aquela pena vinda das pessoas que a haviam acolhido – C-Celty-san, Hanashite kudasai!


–Viu no que dá ficar falando demais?! – Shizuo, por sua vez, demonstrava irritação; deu um cascudo na cabeça da aprendiz – Falou tanto desses caras que te mandaram ameaça! – a menina, sentindo a aura tensa de seu mestre, junto da insegurança que sentia, abaixou a cabeça e pediu perdão; não era apático o suficiente para não perceber o que ele acabara de fazer; acabou por amolecer mais uma vez, soltando um suspiro pesado – De agora em diante, vou te ensinar algumas coisas pra você usar de autodefesa, entendeu?


Tsugumi pareceu chocada com tal decisão repentina, mas concordou com obstinação, olhando para o loiro com os olhos trêmulos, porém brilhosos. Já estava bem mais calma. No que ela concordou, Shizuo levantou-se do sofá; seu trabalho de acalmá-la – e de acalmar-se também, diga-se de passagem – estava acabado; A seu ver, não havia motivo para permanecer ali. Tirou sua mala, que provara-se apenas uma acessório sem utilidade, soltando um suspiro de alívio; agora sim, ele poderia ir para casa e lá ficar até o dia seguinte, sem que ninguém o incomodasse mais. Sua única preocupação, agora, era se ainda tinha leite em casa, pois ele estava sem dinheiro para comprar qualquer coisa, uma vez que só tinha algumas moedas no bolso.


Despediu-se de Celty, de Shinra e também de Tsugumi, logo se dirigindo à porta. Queria ir embora o mais rápido possível. Ouviu alguns passos grossos atrás de si antes de sentir um puxão na borda de sua manga; mais um incômodo lhe esperava, ele sabia disso. Não podia olhar, não podia olhar. Tentou soltar-se, mas sua manga voltou a ser puxado com insistência. Não podia olhar. Ele tinha de ir pra casa. Voltaram a puxar. Foi quando ele finalmente olhou.


–Que foi agora, Tsugumi?





–Neh neh, Shizuo-senpai... – encarava-o com orbes trêmulas, travando um pouco no meio da frase– Você... V-Você poderia ir passar a noite na minha casa?


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Notas finais do capítulo

TA TA TAAAAAAAAAAAAAN
Resolvi deixar um pequeeeeno suspense no final! ~~
Como eu já tenho um capítulo a mais inteiro no meu caderno - só porque fui viajar, não significa que não fiquei escrevendo, porque escrever é meu vicio - não vai demorar pra ter a continuação!
Review?



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