À Beira do Abismo escrita por Yue Chan, L-chan_C-chan
Notas iniciais do capítulo
Pouco tempo... muitas coisas a resolver, fic's para terminar e falta de imaginação e motivação para tal. Essa tem sido a minha adorável vida.
Tomei minha decisão, e esse será o penúltimo capitulo. Não tem como arrastar mais essa história.
Aos que leram até aqui meu sinceros agradecimentos pela paciência e disposição. Sei que será um final estranho para muitos, eu mesma não o imaginei assim, mas nem tudo acaba como imaginamos ou esperamos que acabe.
Muito obrigada e boa leitura.
Por mais que tentasse Yukie não conseguia se livrar das amarras que restringiam seus movimentos. Estava totalmente imobilizada e a mercê das personalidades que se aproximavam a passos lentos.
A que vinha na frente possuía um sorriso vitorioso enquanto a outra parecia querer se esconder de trás da primeira e segurava os dedos com tanta força que era possível ver os nós brancos que se formavam pela pressão.
O desespero tomou conta da mente da jovem Uzumaki. Ela teve o rosto levantado com violência. A pele reclamava pelo contato brusco e selvagem.
_Ora, mas o que é isso?Está com medo?
Ela ficou em silêncio enquanto observava as feições retorcidas em um esgar prazeroso. Durante alguns segundos foi coagida a se entregar. Os sentimentos e abarrotando violentamente. Os olhares lhe davam repulsa. Um comichão começou a incomodar sua garganta como se estivesse pedindo para que ela tomasse alguma posição.
_ Desista. – repetiu pela vigésima vez.
_Não!- Yukie se esforçava para se ver livre. Os braços e pernas reclamando pela força a que eram submetidos começaram a se encher de cortes a medida que ela se mexia.
Era como uma tortura mental. Ela tinha seu orgulho ninja, e sua hereditariedade não permitia desistência. Era um ato covarde.
Os olhos azuis faiscaram de ódio. Não era obrigada a ouvir aquilo, queria se libertar e destruir as personalidades que a pressionavam.
_ Percebe como somos iguais? Aposto que quer nos destruir. Os seus olhos contam isso.
Yukie sentiu o que havia de sanidade se esvair com a comparação e começou a lutar com mais violência contra as amarras. Ela urrava de ódio enquanto a outra apenas gargalhava apontando as semelhanças e continuava a dizer que se desprendesse dos falsos propósitos que a seguravam.
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Daito estava ao lado da mãe que cochilava no sofá do hospital por ter se recusado a deitar em uma das camas vazias que havia na ala, por mais que Shizune insistisse. Ele segurava carinhosamente a sua mão enquanto acariciava seus dedos ternamente.
Ainda abalado pelos últimos acontecimentos não era capaz de expressar o que sentia e tudo o que passava em sua mente era o maldito sentimento de impotência que o subjugava. Tinha raiva de si mesmo e de sua fraqueza.
_Você foi muito corajoso hoje filho. Estou orgulhoso.
Não se deu ao trabalho de virar ao ouvir as palavras do pai que aparecera sorrateiramente sem ser percebido.
_ Não fiz isso para ser reconhecido. - disse ríspido.
Naruto soube na hora que a raiva que ele queria demonstrar era para encobrir o sentimento de vulnerabilidade de tristeza sentia. Poderia ter falado palavras de incentivo, mas não acreditou ser o melhor momento possível.
_ Sei que não, mas não vou deixar de me orgulhar por isso.
As palavras faziam o coração do jovem se confundir em ódio e alegria. Sempre sonhou com o dia em que poderia ser como o pai e ouvir os mesmos elogios que ele fazia para a Yukie, mas o tempo fez o favor de abrandar a necessidade urgente que o consumia ao ponto de não esperar mais por coisas assim.
_ Como está a Aneuê?
_ Ino me garantiu que está segura. Já fizeram uma transfusão e aguardam apenas a chegada dos exames.
Um silêncio aterrador se formou entre eles.
_ O que aconteceu para a Yukie estar machucada daquele jeito?
Daito apertou as mãos com força.
_ Eu não sei. Ela estava assim quando entrei no quarto. – evitava olhar para ele.
_Entendo. Deve estar tão confuso quanto nós. – ele balançou a cabeça confirmando.
Um mal estar se apossou do estômago de Daito que sentiu o nervosismo revirar seus sentimentos. Lembrou-se das palavras escritas na parede, do olhar frio e fixo da irmã, da súbita mudança de comportamento. Um aperto se formou em seu coração como se uma mão invisível o apertasse com força.
_ Se eu tivesse sido mais atento. – sussurrou. O sentimento de impotência gritou e ele quis que alguém o arrancasse do peito.
_ A culpa não é sua. Não se preocupe.
Ele voltou o rosto para fitar o pai totalmente surpreso pelas palavras dele. A mente confusa ao ver o mesmo olhar calmo e tranqüilizador de anos atrás, brilhando sem egoísmo ou raiva. Era como se estivesse de volta no tempo. Havia algo de estranho e diferente no Hokage. De repente sentiu vontade de se atirar no colo dele e chorar, como fazia quando era criança e precisava de conforto, mas se manteve firme.
_ Vou deixá-lo descansar por hora.-disse antes de se retirar.
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Tsunade analisava com atenção as fotos sobre a mesa. Um copo de saque repousava ao lado estranhamente intocado e era possível ver as gotículas que se formavam na superfície lisa refletindo parcamente a imagem das pessoas presentes na sala.
_ Devemos ser fieis aos fatos. Mesmo que pareça absurdo, todas as provas apontam para o suicídio – Ino deu seu diagnóstico.
_Mas porque ela faria algo assim? –Shizune perguntou. – Quais motivos teria?
_Todos sabemos que ela tem problemas de relacionamento com o pai. Pode ter sido isso.
_Acho que não. Depois que a Hinata e o Sasuke se casaram esses problemas amenizaram. Agora o mais problemático dos dois é o Daito.
_Sim, mas ela não deixou de ter recaídas estranhas, apenas diminuiu o ritmo.
_Não acredito que seja isso.
Tsunade ouvia o pequeno debate em silêncio, a situação era estranha e complicada, mas não se encaixava nas perspectivas de ambas as médicas.
_Ela não tentou cometer suicídio. – Tsunade disse séria. As duas a olharam com o esgar de dúvida.
_ Como?- Ino levantou levemente a sobrancelha. – Todas as evidências apontam para isso.
_Você acha que ela foi atacada por outra pessoa Tsunade sama?
_Não. Acredito que foi ela mesma quem se feriu, mas não com o propósito de se matar.
_ Porque pensa assim?
_Os cortes. – mostrou as fotos. – Não tem uma regularidade. Normalmente os suicidas miram os pulsos devido a circulação de sangue. Fazem os cortes de maneira horizontal e próximos. Os dela chegam ao antebraço. É como se estivesse experimentando novas e bizarras combinações - disse frustrada. – A única coisa que sei é que eles não se parecem com os de uma tentativa de suicídio.
Ino pegou as fotos e se pôs a analisar. Realmente os cortes haviam sido feitos de maneira aleatória.
_ Talvez fosse autoflagelo. – disse ainda com os olhos nas fotos.
_ Realmente não sei. Parece que vamos ter que esperar que o doutor Suijiro analise o caso para dar algum diagnostico mais preciso. Falando nisso, ele enviou alguma resposta?
_ Sim. Disse que está tratando de um caso em Suna e que virá o mais depressa possível.
_ Assim espero. – deu a primeira golada da bebida morna ainda fitando as imagens. – Mesmo com toda a nossa capacidade médica somos inúteis nesse assunto, é melhor deixarmos um especialista cuidando do caso e dar o apoio que ele necessitar. Quero que me informe se ele voltar a se comunicar e Ino, como vão os exames que pediu?
_ Estarão prontos em poucas horas, mas infelizmente serão incompletos. Com toda a agitação que ela proporcionou com seus ataques não foi possível realizar os mais detalhados.
Tsunade suspirou.
_ Parece que teremos que lidar com a máxima cautela possível. Analise-os como disse que faria e anexe os resultados a ficha dela. Quanto ao Naruto....
Como um temporal que chega sem avisar, uma das enfermeiras rompeu as portas da sala de reuniões de Tsunade e foi fuzilada com olhares assustados e indagativo. O rosto vermelho e a respiração arfante como se tivesse acabado de correr uma maratona inteira antes de se apresentar, mas o seu olhar era estarrecido e apressado e denunciava a sua urgência.
_TSUNADE SAMA! PROBLEMAS! A paciente do 302 está descontrolada e não para de gritar e se bater. Todos que tentaram acalmá-la se machucaram e não sabemos como Pará-la!
Tsunade largou seu saque e levantou apressada sendo seguida pelas duas ninjas que mantinham o ritmo do passo tão apressado quanto o seu e da enfermeira que tinha um olhar de pânico. Só havia uma paciente no quarto 302, e essa era Yukie.
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O quarto tinha vários tipos de estragos. Janelas haviam sido quebradas e os cacos jaziam no chão tristemente. Os móveis, tecidos, objetos decorativos e de uso hospitalar não escapavam a cólera incontrolada e insana da menina que se debatia violentamente como se enfrentasse um inimigo invisível que parecia estar preso ao seu corpo tamanha fúria dos movimentos. Os enfermeiros olhavam assustados sem saber o que fazer, mesmo estando fora de si, Yukie não parava de lançar técnicas e jutsus de um lado para o outro do quarto como se estivesse possuída e consciente ao mesmo tempo. As feridas reabertas escorriam novamente, os olhos azuis ardiam raivosos e as palavras escapavam em forma de gritos incompreensíveis.
Nem mesmo Tsunade foi capaz de ter uma reação rápida ao observar a cena pela porta da sala e discutia ansiosamente com os outros em uma tentativa de encontrar uma idéia que ajudasse a controlá-la.
Estavam muito concentrados em planejar uma estratégia e não foram capazes de notar a presença de mais uma pessoa no corredor. Os pacientes olhavam assustados a agitação em volta do quarto e os gritos de Yukie que pareciam cortar o ar. Quando se virou para fitar a menina mais uma vez já não era possível parar os passos de quem entrava no quarto e se mantinha entre o fogo cruzado que Yukie travava consigo mesma. O máximo que pode fazer ao ver o corpo da pessoa ser alvejado por vários golpes e técnicas lançados quase que simultaneamente foi gritar tardiamente para que não se arriscasse.
Mas já não havia mais tempo para isso.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O próximo será o último. Pretendo postá-lo no máximo até quarta-feira. Joinha?
Ja ne.