À Beira do Abismo escrita por Yue Chan, L-chan_C-chan


Capítulo 22
22- Redenção.


Notas iniciais do capítulo

YOO MINNA! Quantas saudades de vocês!
Sei que demorei muito e que devem ter esquecido quase toda a trama com as andanças pelo Nyah, mas gostaria que soubessem que a partir de hoje eu estou de volta a ativa e que não fiquei vadiando esse tempo todo em que estive fora.
O capitulo está pequeno eu sei... Mas o próximo já etá escrito pela metade e promete sair em dois ou três dias.
Boa leitura!



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“Quando ergueu os olhos, ainda temeroso do que veria, vislumbrou o olhar assustado da irmã que pedia perdão repetidas vezes, derramando lágrimas sobre a sua cabeça.

Daito não conseguia desviar os olhos da irmã.

As cenas começaram a se embaralhar na sua cabeça, como se fizessem parte de um filme que havia visto. Foi tudo tão rápido, em questão de minutos havia lidado com três pessoas diferentes. Mas por quê?O que era aquilo? O que estava acontecendo com Yukie?

Debruçada sobre seu corpo, ainda chorando amargamente, parecia uma criança que havia acabado de perder a mãe. Os olhos azuis, antes tão confiantes e cheios de energia, agora estavam opacos e cobertos de lágrimas, uma imagem chocante para alguém que enxerga a irmã como um modelo de perfeição a ser seguido.

O coração começou a apertar com a cena, como se a tristeza dela estivesse contaminando-o, e aos poucos as lágrimas brotaram e desceram pesadas dos seus olhos. Era sua irmã que estava sofrendo, a pessoa que sempre tinha um sorriso, uma palavra de conforto, um carinho reconfortante. Era nela que ele buscava refúgio dos problemas que faziam a sua cabeça girar e doer, havia sido ela quem por diversas vezes se levantou a sua frente para protegê-lo de alguma ameaça, ela quem sempre prometia um futuro cheio de alegrias e o fazia sonhar com uma nova vida... E agora ela estava sofrendo, precisando da sua ajuda, implorando perdão.

O corpo dela pesou ameaçadoramente, fazendo o menino acordar dos seus devaneios, os olhos semicerraram-se como se estivessem sonolentos, mas ele soube instintivamente que não era sono que ela estava sentindo. Um frio perpassou-lhe a espinha causando calafrios que fizeram os pêlos se arrepiarem em uma assombrosa sensação.

_ Yukie. – disse baixo enquanto a deitava no chão e virava seu rosto para fitar-lhe os olhos. O semblante dela estava calmo, porém contraí-se em desgosto.

O que deveria fazer?Daito não sabia a resposta, nunca fora o seu forte pensar em soluções rápidas, era sempre a irmã quem tomava essa posição, mas agora ele teria que assumir a responsabilidade e pensar rápido.

O rosto da irmã estava ficava cada vez mais pálido devido a perda insistente de sangue, que minava pelas feridas abertas.

Sentindo o tempo correr contra ele, o jovem com dificuldade colocou a irmã sobre os ombros acomodando-a da melhor maneira possível e se pôs a caminhar em direção a saída do quarto. O peso era demasiado para a sua força e ele praguejava por não possuir a mesma habilidade de concentração de chakra que a irmã, se o tivesse seria capaz de concentrar certa quantidade nos pés e assim ser capaz de caminhar com mais facilidade e agilidade.

Os pés vacilaram e ele caiu de joelhos no chão. Levantando-se, tentou novamente, mas a cada novo passo surgia um novo obstáculo. Uma queda. Um desequilíbrio temporário. Isso estava começando a fazer o desespero e o sentimento de impotência crescerem a níveis alarmantes.

Estava chegando próximo a porta quando sentiu as pernas vacilarem novamente. O joelho resmungou pelo peso como se exigisse que a carga fosse abandonada, e os ossos raspavam como se ameaçassem se partir se ele continuasse a teimar.

Reuniu o máximo de força possível e continuou valente. As pernas bambeavam. A mente estava embaralhada e imagens de possíveis desfechos tristes da situação assombravam seus pensamentos. Se a o menos fosse forte...

Abriu a porta e se lançou no corredor. O caminho parecia mais longo do que o normal, e os pulmões arfavam ruidosamente, queria poder salvar a irmã, mas no passo que estava tinha medo de não conseguir.

Descer as escadas foi o maior dos desafios. Era preciso muita concentração e um passo em falso poderia resultar em uma queda, algo muito perigoso para ambos, porque se ele perdesse a consciência quem poderia salvá-la.

Deitou-a sobre o sofá enquanto procurava a chave de casa. Precisava ser rápido, mas o desespero que punha seu coração a palpitar cada vez mais rápido fazia suas tentativas de concentração ser em vão.

Subiu nas cadeiras, procurou nos armários, correu ao quarto da mãe, olhou em todos os possíveis esconderijos, mas não conseguia encontrar a cópia da chave. Passou a mão pelos cabelos lisos nervosamente sujando os fios loiros com o sangue que estava em suas mãos. Em todo espelho que encontrava podia vislumbrar a sua triste imagem.

Sua roupa emplastada de sangue, bem como seus cabelos e mãos.

Ainda segurando os cabelos, Daito zigue zagueava pela sala sem conseguir centrar os pensamentos e descobrir o possível paradeiro da chave. Quando os olhos pousaram na imagem de Yukie ainda mais pálida, contrastando ameaçadoramente com a pequena poça de sangue que se formou no chão, não pensou duas vezes. Acrescentou o máximo de chakra possível no punho, lembrando das instruções da irmã sobre como fazer isso, e lançou um ataque contra a porta. O resultado foi um estalo na madeira seguido de algumas rachaduras e uma dor latejante nas juntas dos dedos.

Daito se concentrou e voltou a desferir mais um golpe, e as rachaduras aumentaram consideravelmente, bem como os ferimentos na mão que agora faziam seu sangue se misturar ao de Yukie.

Ele golpeou mais algumas vezes e conseguiu fazer um rombo na madeira, que apesar de generoso, era insuficiente. Ele olhou para a mão deformada de tantos hematomas e voltou a concentrar chakra no punho. Dessa vez, nem que perdesse a mão, iria por aquela porta abaixo.

Golpeou com tanta força que teve que por a mão na frente do rosto para se defender dos estilhaços que voaram e se espalharam pelo jardim. A mão latejava e ele não conseguia acreditar que havia conseguido estourá-la sozinho, mas não havia tempo para divagações. Caminhou até a irmã e jogou um dos seus braços em torno do ombro que tombou em apoio, devido ao peso extra e se pôs a caminhar na direção do hospital.

-*-*--*-*--*-*--*-*--*-*--*-*-

­_ Aí está você! – Olhava matreira. –Diga sua pestinha! Por onde andou?

Yue abaixou os olhos para não ter que fitar o olhar zangado da mestra de sua mãe que a encarava com tanto desgosto quanto punha na voz.

_ Sabe que não pode sair andando por aí como se fosse a dona do seu próprio nariz. – estava tão próxima do seu rosto que ela podia sentir o cheiro característico do sake impregnado em seu hálito.

Shizune apenas observava em silêncio, trazendo Tonton, sua porquinha de estimação, mais próxima ao corpo. Sabia que a pequena tinha um espírito rebelde como o do pai, mas não era corajosa o suficiente para responder Tsunade, que parecia ter um dom único para brigar e segurar Uzumaki’s sob a sua guarda.

_ Mas...

_ Sem mais!- ela interrompeu. – Quando a sua mãe chegar, nós vamos conversar melhor. Por hora, esse assunto está encerrado.

A loira tornou a sentar e lançou um olhar gélido a menina indicando que ela deveria fazer o mesmo.

_ Era só o que me faltava!- resmungou enchendo o copo de sake. – Eu nunca tive problemas de indisciplina com a sua mãe. - bufou irritada. - Porque não herdou a personalidade dela?Tinha que sair igual ao seu pai?

Yue se imaginou como a mãe. O sorriso cativante que escondia o pavio curto, a inteligência e a capacidade de dominar jutsus médicos. Colocou em uma balança e acabou concluindo que por mais que admirasse a mãe, não podia negar a vontade que tinha de ser igual ao pai. O ninja mais poderoso de todos os tempos que com a sua coragem e persistência conseguiu por um fim a quarta guerra ninja.

_ Pelo visto o Naruto não vai deixar de lhe dar problemas tão cedo não é mesmo Tsunade?

Elas voltaram o olhar em direção a voz, e encontraram o copy ninja com as mãos no bolso e o sorriso discreto de sempre.

_ Acho que ele sente prazer em me pentelhar. Como não tem mais idade para fazer isso sozinho, resolveu mandar a secretária.

Yue já tinha se jogado nos braços no ninja.

_Ero Kakashi!- disse alto dando-lhe um beijo estalado no rosto.

Kakashi corou ao ver que as pessoas em volta davam pequenas gargalhadas baixas enquanto observavam a cena.

_ Posso garantir que não é a única que sofre com isso. – olhou para a pequena. –Hime, eu já pedi para não me chamar assim.

_ Mas eu gosto tio!- fez manha.

_ Infelizmente eu não, e gostaria muito se parasse com esse mal costume.

_E como vou chamá-lo então?

_ De Kakashi como todos os outros!

_ Ah NÃO!Não quero! O papai disse que tinha um sensei pervertido e chamava ele de ero senin!Eu também quero ter um.

O copy ninja se sentiu desolado.

_ Pervertido... Eu?Porque não escolhe outra pessoa?

_ Porque eu gosto de você!

Nessa altura Tsunade já estava rindo alto e Shizune se esforçava para não deixar transparecer o sorriso solto que escapava de seus lábios em sons estrangulados.

_ Por acaso quer ser igual ao seu pai Yue Chan?

_ Sim!Ele é o melhor ninja do mundo!

_Menos no quesito inteligência. - Tsunade soltou. – Aquele lá é o rei dos “cabeça-oca”.

-Tsunade sama!- Shizune repreendeu.

_ O que eu fiz de errado?1- perguntou rindo.

_Não devia falar assim do pai dela!

_Mas é verdade!E eu também não discordei do fato dele ser o mais forte.

_ Oba-chan!- Yue olhava brava. – Não pode falar assim do meu papai.

_ E porque não?

_ Porque a senhora é a vovó dele.

Shizune e trocaram olhares temerosos para as duas figuras que se encaravam em uma disputa silenciosa. Ambos sabiam as conseqüências de insinuar algo assim e se colocaram em posição para uma eventual explosão de raiva.

­ _O que disse Yue?- ela fitou a menina com um olhar ameaçador enquanto segurava o copo de saquê com a mão direita. Algumas rachaduras já eram visíveis.

O clima estava pesado e os dois ninjas estavam em estado de alerta. Sabiam como Tsunade poderia ser temperamental quando o assunto tratado é a idade. O suor escorria pela face de ambos e eles rezavam para que Yue não repetisse o que havia falado o que era quase um milagre, porque assim como o pai, ela possuía atitudes ingênuas e despreocupadas e não se dava conta da gravidade da situação. Kakashi apertava a pequena contra o corpo para protegê-la e enviava mensagens silenciosas a Shizune para que segurasse a Godaime enquanto ele correria com a pequena se preciso fosse.

_ Tsunade. – uma voz doce chamou-a e os dois puderam respirar aliviados.

_Mamãe!- Disse animada.

De um pulo a menina de desvencilhou dos braços de Kakashi e correu de encontro a mãe que a enlaçou em um gostoso abraço.

_ Nossa! Quanta saudade!- disse surpresa pela força do abraço. – Parece que não me vê há dias.

_ A senhora demorou muito mamãe.

_ Sabe que conversar com o seu pai e demorado.

_ E então mamãe? Ele aceitou? Ele vai me levar na escola?- perguntava eufórica.

_ Sim. Ele prometeu que não vai deixar de estar no dia.

Yue começou a pular e rir histericamente fazendo com que os outros também se contagiassem. Todos sabiam que Naruto tinha problemas de relacionamento com os filhos mais velhos e que fazia o que estava ao alcance para não deixar que o relacionamento com a mais nova afundasse também.

_ Muito obrigada por cuidar dela Shishou. – disse com um abraço. – A propósito, como ela se comportou?

Yue parou a dança da chuva que estava fazendo ao ouvir a pergunta da mãe. Seus olhos se encheram de pavor e começou a se distanciar da mesa pé ante pé sabendo quais seriam as conseqüências daquela pergunta. Podia ser pequena, mas não era burra e podia prever e imaginar o tamanho da zanga da mãe.

Tsunade encheu o copo mais uma vez e lançou-lhe um olhar maldoso que prometia vingança pelo insulto de pouco atrás.

_ Bem... Por onde devo começar?- um sorriso maroto enfeitou-lhe os lábios ao ver o olhar assustado da menina.

-*-*--*-*--*-*--*-*--*-*--*-*-

Hinata andava apressada. Um sentimento ruim pegou-lhe a poucos instantes e ela sentia que algo definitivamente não estava bem. Pensou em correr até o prédio ANBU e pedir que enviassem uma mensagem a Sasuke para saber se estava tudo bem com ele, mas acreditou ser melhor se acalmar e ir para casa primeiro. Sabia que os filhos estariam a salvo já que Yukie mesmo estando estranhamente fria e solitária não deixava de ser uma das melhores kunoiches da vila.

As bolsas representavam um fardo que a atrasavam e por mais de uma vez pensou seriamente em abandoná-las no chão e rumar livremente, mas depois de pensar melhor concluiu que isso iria beirar ao desespero e não faria bem á sua saúde nem a do bebê. A melhor coisa era mesmo se acalmar.

Quando estava a poucos metros de casa, viu uma cena que fez seu coração gelar e os pensamentos nublarem. Instintivamente largou as bolsas que estava carregando no chão e se pôs a correr desesperadamente.


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Notas finais do capítulo

Reviews... Mereço? Aposto que muita gente está apostando que será a Hinata a encontrar os dois, estou certa?
Surpresas....
Reviws... estou precisando de incentivo para prosseguir com a fic. Tem ideias me passem ou eu vou lançar um rasengan em vocês!