Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 7
Flávia vidente, e Mateus, o isqueiro


Notas iniciais do capítulo

Hahaha!
Espero que vocês gostem!



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Flávia estava abraçada ao Zoiúdo Segundo enquanto andava até o seu chalé. Ela estava morrendo de sono. Seus olhos estavam levemente cerrados, e em seu rosto um sorriso fraco acompanhava os chalés que ela via passar.

- O chalé do Poseidon... O chalé da mamãe do Rhamon... O chalé do titio Ares... O chalé da corujinha... – Flávia contava-os a medida que os passava, até que por fim chegou ao de Apolo – O chalé do meu papai lindão.

Flávia abriu a porta com cuidado para não acordar os seus irmãos ou irmãs que poderiam estar dormindo.

- Ei! Tem alguém aqui? – Perguntou ela em um sussurro, mas logo viu que o lugar estava vazio.

O chalé de Apolo era um ótimo lugar, pensava ela. Era bem espaçoso, mas o detalhe que mais lhe chamava a atenção era que a acústica era perfeita para cantar ou tocar algum instrumento. Ou os dois.

Todos os 20 beliches eram arrumados no lado direito do quarto, enquanto que no lado esquerdo ficavam liras, harpas, violões, pianos, castanholas, e milhares de outros instrumentos musicais que faziam os olhos dela brilharem.

Seus irmãos tocavam os instrumentos perfeitamente. Flávia sorriu só de lembrar do som doce que era produzido deles.

Nem todas as camas eram ocupadas por campistas, o que deu a ela a chance de escolher onde ficar. Ela tinha escolhido uma cama encostada á parede, bem longe da porta, na parte superior do beliche. Lá um cobertor de esquilos marcava o lugar de Flávia.

Ela parou na frente de um espelho que tinha na parede e olhou para seu próprio reflexo. Sua armadura dourada e seu elmo com plumas amarelas eram tão lindos!

- Aaaaw! Você não acha isso fofo, papai? – Perguntou ela olhando para o teto, sabendo que Apolo a estaria observando de algum lugar do Olimpo.

Já era noite, logo Apolo deveria estar descansando, pensou ela.

- Mas... Espera. Enquanto é noite aqui, é dia no Japão. – Pensou Flávia franzindo levemente o cenho – Será que ele nunca tem descanso?

Flávia tirou o seu elmo e o pôs em uma mesinha de cabiceira. Pegou o seu pijama e foi direto para o banheiro trocar de roupa. Depois de colocar o pijama, resolveu pentear o cabelo, por isso foi para a frente da pia, mas foi surpreendida por uma forte dor de cabeça.

A dor foi tão repentina que Flávia deu alguns passos cambaleantes para trás, e pôs as mãos sobre a cabeça. A escova de cabelo caiu de suas mãos e bateu no chão do banheiro.

- A-Ah! – Exclamou ela com a voz falhada.

Sua mente ficou em branco. Não se lembrava do seu nome, nem de quantos anos tinha, o que comeu no café da manhã, e muito menos onde estava. Não que naquele momento ela precisasse saber alguma dessas informações, mas... Ela simplesmente não conseguia lembrar. Naquela hora só existia a dor e nada mais.

Fechou os olhos com força, e respirou fundo tentando amenizar a situação, mas isso não ajudou muito.

Em um rápido flash a imagem de todos os seus amigos passou na sua cabeça, e ela foi lembrando de tudo aos poucos. Os nomes deles... O seu nome... A sua idade..

Em seguida uma seqüência de números apareceu, e ficou se repetindo e repetindo, sem que ela pudesse tirá-la de sua mente.

Assim que a dor cedeu um pouco ela correu para o quarto e começou a procurar a sua mochila. Quando achou, abriu e pegou seu caderno. Arrancou uma página e anotou a numeração.

- 12... 6... 3... – Murmurou ela enquanto anotava os números no pedaço de papel.

Ela piscou os olhos para os números que havia escrito. Eles não tinham nenhuma ligação, nenhum sentido... Nada. Flávia sentiu medo. Em parte por causa da estranha dor de cabeça e das coisas que ela provocara, mas também de si mesma.

Era estranho, ela tinha que admitir.

Como se tivesse acabado de ter um calafrio, ela se abraçou. Tinha acabado de ter um mal pressentimento de que algo ruim estava esperando pelos doze meio-sangues.

- Flávia? – Perguntou Michael Yew parado na porta do chalé. Ele olhava para a meia-irmã com um olhar preocupado, e ela tentava imaginar se estava parecendo tão mal assim – Flávia, o que houve?

Ela abriu a boca para falar, mas se interrompeu ao sentir seus olhos se encheram de água.

- Ah, Michael...! – Exclamou ela, mas não terminou a frase, pois começou a chorar. Michael não soube o que fazer de começo, mas logo se tocou.

Ele fechou a porta do chalé e correu até ela. Michael abraçou Flávia e tentou reconfortá-la, e ela por sua vez afundou o rosto contra o peito dele ainda chorando.

- Calma! Não precisa chorar. Vai ficar tudo bem... – Michael queria parecer confiante, mas no fundo não estava assim tão seguro. Seus olhos encontraram o pedaço de papel que ela tinha usado para escrever os números, e a pouca confiança que tentava transmitir sumiu – O que é isso? O que está acontecendo com você, Flávia?

Ela respirou fundo e se afastou dele. Enxugou os olhos e pegou o papel.

- Michael... Eu ando sentindo... Uhm... – Ela não sabia como explicar – Eu ando vendo algumas coisas. Acho... Que fazem parte do futuro.

- E esses números...? – Michael não terminou a frase, pois ela assentiu afirmando.

- Eu vi esses números. Não sei o que eles querem dizer, mas... Acho que tem algo a ver com nós doze. O que você acha? – Disse Flávia – Isso acontece porque eu sou filha de Apolo?

Ele parou e olhou para ela.

- Você não tem idéia do quanto é raro achar um filho de Apolo que consiga fazer isso. – Murmurou ele analisando a situação – Apolo é o Deus das profecias. Raramente, muito raramente mesmo, alguns filhos têm poderes extremamente desenvolvidos. Vocês 12 são casos raríssimos. Todos são os filhos especiais dos deuses.

- Você não vê o futuro... – Murmurou tentando entender – Mas eu estou cert, Michael? Algo de ruim vai acontecer?

Michael hesitou ao ouvir a pergunta.

- Eu... Não posso conta para vocês nada sobre isso. – Falou ele bem devagar, porém queria acalmá-la de algum modo – Mas não se preocupe com isso por enquanto. Nós já passamos por coisas piores antes. Vamos nos dar bem dessa vez também.

- Que coisas piores? – Perguntou Flávia – Isso tem algo a ver com os titãs?

Michael Yew olhou para os lados como se só de ouvir a pronuncia daquilo, alguma cratera fosse abrir no chão e sugar todo o Acampamento Meio-Sangue para o Mundo Inferior, mas nada aconteceu.

- Sim. Cronos. – Respondeu ele em um tom mais baixo – Ele usou formou um exército, liderado por Luke Castellman, filho de Hermes. Houve uma grande guerra... Muitos meio-sangues morreram. Mas nós vencemos pouco antes dele destruir o Olimpo. Graças ao Per... Ahm... Esforços. Aos nossos esforços.

- Per... Cy? Percy Jackson, o campista machucado! – Exclamou Flávia – Ele é um herói, então? Ele salvou todo o Olimpo? E... Aquelas duas garotas ajudaram?

- Todos... Ajudaram. – Respondeu Michael, mas logo viu que não poderia dizer mais do que aquilo – Flávia... Deite e durma. Você deve estar cansada, ainda mais depois dessa dor de cabeça.

- Mas você ia...! – Flávia queria perguntar muitas outras coisas, mas ele a impediu.

- Não, eu não ia. Não ainda. – Interrompeu ele – Não posso te contar mais do que isso. Não mesmo. Nada contra você e seus amigos, mas... Nós ainda temos que discutir como contar tudo para vocês.

- Tudo o que Michael? – Perguntou Flávia incomodada – Por que ninguém nunca nos conta nada?

- Olha... Tem uma coisa que você precisa entender. – Disse ele tentando explicar o melhor possível – Vocês 12 sempre serão muito influentes. Nós realmente estamos com problemas, como pode ter notado. Mas nós não podemos contar isso assim tão de repente para vocês. Temos que... Discutir um melhor jeito para isso. Mas esqueça por enquanto. Deite e durma.

Michael pôs Flávia na cama como se ela fosse uma criança. Era engraçado, porque ele era bem baixinho. Do tamanho da Amanda. Talvez 1,57 metros. 1,60 no máximo...

Depois que ele saiu, apagou a luz. Flávia fechou os olhos para descansar, mas ainda perguntava a si mesma...

- Por que esses números? 12... 6... 3... – Pensava enquanto caia no sono.

Mateus foi direto para o seu chalé.

Ele estava extremamente desapontado. Por causa do Percy? Por causa dos monstros? Por causa do segredo que todos insistiam de guardar deles?

Não. Porque ele não conseguiu machucar ninguém com as suas 9mms.

Mateus abriu a porta do chalé e suspirou triste. Era um lugar amplo com várias camas. Não que fossem beliches. Na verdade... Se você parasse para prestar atenção no chalé número 9, notaria que nada era o que parecia ser.

As camas não eram beliches ali, e sim um tipo de... Bem... Elas eram pendura na parede por estruturas de ferro e aço. E não era só isso.

Elas tinham um tipo de senha. Só o dono da cama é que sabia, e deveria digitar toda vez que fosse dormir, senão a cama entraria no modo “auto destruição”. O que não era nada legal...

Se bem que ele sempre quis ver uma daquelas explodindo. Deveria voar vigas de metal para todos os cantos do chalé. Mas isso nunca aconteceu. Os filhos de Hefesto sempre sabiam as próprias senhas.

Mateus pegou as suas armas e deixou encima da cama.

Perto de onde ficava o travesseiro, tinha um pequeno painel com números de 0 á 9. Ele parou para pensar por uns segundos e digitou.

- 69, 66, 2. – Falou enquanto apertava os botões. O painel piscou verde, o que significava que ele poderia deitar sem que explodisse.

No fundo ele estava desapontado.

Foi até o banheiro e trocou de roupa. Seu pijama era uma camisa enorme, com calça de moletom. Não estava ligando muito para as roupas. Ele sempre quis dormir sem nada, mas com tanta gente ali em volta... Ele tinha medo que o expulsassem do chalé e o colocassem para dormir do lado de fora.

Mateus tinha mais o que fazer. Ele desceu as escadas (sim, tinham escadas naquele chalé), e foi para o subsolo.

O mais incrível do chalé 9, coisa que a maioria das pessoas não sabiam, era que debaixo do chalé tinham túneis secretos que levavam para vários lugares do acampamento.

Lá embaixo tinham várias forjas. Os campistas costumavam trabalhar com elas todos os dias como se fosse a coisa mais divertida do mundo. Mateus gostava mais quando elas explodiam.

Era emocionante!

Um passo em falso e todo o Acampamento Meio-Sangue ia pelos ares. Seria bem engraçado ver a cara do Sr. D quando visse a cena.

- Cabum! – Imitou Mateus rindo sozinho – Ai ai... Ia rir muito da cara do pai do Vinícius! Há há!

Ele olhou em volta.

Lá tinham alguns túneis escuros que ele não tinha a mínima idéia de onde iriam dar, mas outros eram melhores. Iluminados, bem feitos, e o melhor de tudo... Com milhares de armas mortíferas penduradas pelo caminho.

Era tão bom ser um meio-sangue e poder mexer com coisas daquele tipo sem que ninguém ligasse. Ele podia atirar no primeiro alvo que quisesse, que ninguém o repreenderia por isso.

Na verdade... Era até capaz de alguém vir para perto e tentar ajudá-lo a mirar melhor ou coisa do tipo. Uma coisa bem interessante.

Ele coçou o queixo pensativo.

- Para onde eu vou agora? – Murmurou para si mesmo olhando os túneis, mas seu pensamento foi cortado por um pedaço de papel.

O papel voou e bateu no rosto dele. Mateus deu um passo descuidado para trás. Com a mão direita ele tirou o papel do rosto e olhou-o.

Era um mapa.

O engraçado era que ele mostrava, não só o Acampamento Meio-Sangue, mas... Mostrava ele de um outro jeito. Era um mapa dos túneis subterrâneos do chalé de Hefesto.

Tinha um caminho que levava diretamente para o lago, outro levava para o meio da floresta (e provavelmente não devia ser muito usado), e muitos outros. Mas estava escuro demais para Mateus enxergar.

Distraído, ele levou a outra mão para perto do papel. A iluminação melhorou.

- Ah, pronto. Agora dá para ler melhor. – Sorriu ele feliz, mas logo depois franziu o cenho – Mas... Como dá para enxergar melhor se eu não fiz nada?... Ah!

Mateus olhou para sua mão em desespero. Ela estava pegando fogo, e ele não estava nem mesmo sentindo!

Parecia coisa de desenho animado.

Ele começou a balançar a mão desesperadamente de um lado para outro, desejando que o fogo apagasse.

- Apaga! – Berrou ele com medo, e então... Ele apagou.

Mas sozinho. Não porque o Mateus balançou a mão, e nem mesmo porque ele assoprou... Ele simplesmente apagou.

Ele olhou sua mão de perto. Esperava que estivesse cheia de marcas ou queimaduras, mas... Nada. Não tinha nada ali.

Mateus riu nervoso. Como aquilo poderia acontecer?! Não era normal!

Seus olhos encontraram uma espada pendurada na parede. Ele parou na frente dela e leu a escritura com um pouco de dificuldade.

- Hefesto... Deus das forjas, e do fogo. – Leu ele forçando a vista – Fogo!

Será que aquele era um de seus poderes?! Controlar o fogo, e não se queimar com ele? Era tão... Tão... Demais!

- Demais! Eu arraso! – Exclamou Mateus tentando fazer o fogo surgir. Ele se concentrou e conseguiu. Uma chama começou a crescer pela mão esquerda dele.

Mateus teve uma idéia. Ele apagou a chama, e depois estalou os dedos. Ela acendeu novamente.

- Nossa! Se eu fosse fumante, eu poderia usar a minha mão como isqueiro! – Riu ele de si mesmo – Eu sou demais!

Mateus estava orgulhoso de si mesmo. Ele subiu as escadas e foi para a sua cama. Imaginou que ele poderia fazê-la explodir só de brincadeira, pois já que era imune ao fogo não iria morrer.

Mas achou melhor não. Deitou-se e acabou caindo no sono.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Mateus é muito louco, né?

E quanto á Flávia?

Espero reviews!



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