O Julgamento dos Dourados escrita por Danda


Capítulo 4
1ª Seção




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Já despertos, e com uma vaga consciência do que se passava, fixaram os olhos em uma mulher altiva, com uma venda nos olhos, imóvel a sua frente. Logo perceberam que não conseguiam se mexer. Aquilo parecia um sonho…algo su-real.

A primeira a se levantar e, se pronunciar, foi uma mulher loira, de cabelos frisados, olhos grandes azuis, vestida com um vestido branco que lhe definia bem os contornos do corpo.

- Por razão que desconhecemos, Zeus Grande, trás para recinto sagrado, figuras não merecedoras de tal bem. – Começou Arthemis – Não vejo o porque, Zeus Crônida se compadece desses mortais, visto que explícita é a lei. Argumentos não deveriam ser gastos a tentar explicar o inexplicável. Pois a verdade é só uma: Ousaram usar do poder que os Eternos os dotamos, contra muitos dos Olímpicos. – Dizendo isso sentou-se calmamente em seu trono.

Zeus, apenas a observava com olhar fulminante. Já não havia dito que não queria que se pronunciassem a respeito de sua decisão? Será que não tinha sido claro?...

Antes de poder completar o raciocínio, aquele que a terra sacode, levantou-se e dirigiu-se a Zeus.

- Pela voz da ambição, é tomada a Grande Caçadora. – Disse isso olhando em seguida para Arthemis. Esta, indignada, levantou-se em um salto, junto com os de mais, que não aprovavam o modo como Poseidon conduzia sua defesa.

Zeus fez soar um trovão, que estremeceu o recinto, acalmando os ânimos dos exaltados. De modo que Poseidon continuou:

- Digo à vos, Zeus, nascido dos filhos de Urano, que no momento em que, dos cavaleiros de ouro, desprover Athena, aquela que se pronuncia ante os Eternos pedirá ao Pai Poderoso que a Terra fique aos seus cuidados. Não é de motivos pessoais que estamos a julgar e sim o destino de 12 mortais, que à filha dileta, deram a vida para proteger. – Disse isso em voz altiva e imponente, Poseidon, que a terra sacode.

Zeus apontou para Hera Cândida, percebendo que ao peito desta, as palavras do Deus dos Mares atingiram como flecha.

Levanta-se Hera de porte Grandioso e diz:

- Tu ó traidor do Olimpo. Já foste, pela Deusa da Sabedoria aprisionado de forma humilhante e, te pões contra os teus, pois dos mortais tomas parte. Achas que de bom grado me ponho contra Athena?!, Pois digo que aqueles a que agora defende, com o poder que lhes foi concedido, assim como destruíram Hades, o Deus do Submundo, aos Olímpicos podem se virar. Pois mui revoltos andam, ao perceber que um pouco de poder têm nas mãos. – Virou-se para Zeus – Poderoso Zeus, não ouvis o que a deusa da justiça pronuncia ante Eternos e mortais?! Aqueles a quem dás segunda chance, ergueram punho contra irmão tão querido. Diversas vezes se colocaram contra os Deuses…deveis sobre sua decisão refletir, mostrando mais respeito com os teus. – Replica Hera com olhar supliciado.

Athena rapidamente se ergue.

- Se aqueles que gozam da vida eterna, não tivessem se erguido para a destruição da humanidade, nada disso estaria acontecendo. Tanto o Deus dos Mares, que ao meu lado encontra-se e, do que eu digo neste momento, não o pode negar, como Hades, Imperador do Submundo, tinham vista em aos mortais por fim.– Disse isso e sentou-se ao lado do tio, que lhe sorria discretamente.

- Dizes que ao sofrimento dos mortais se convalescem?! – Ergueu a voz aquele que os golpes, nunca erra, Febo Apollo, vestido por uma túnica azul, com detalhes em fio de ouro, que se alongava até os pés, que até o momento observava a irmã se pronunciar. – Pois digo que atentes mais no que dizes, pois a humanidade não diz nada a alguns dos que aqui estão. – Virou-se para Zeus que o escutava atentamente. – Se Zeus Grande me permite, relato o que aos olhos de muitos dos Eternos não passou despercebido.

Zeus assentiu com a cabeça. Não disfarçava o profundo interesse pelo o que o filho diléto lhe dizia.

- Aquele, que dotado de grande poder pelos deuses e, que os homens têm como o mais próximo de Deus, mandou discípulos para Ilha da Rainha da Morte para dar fim ao Cavaleiro de Fénix, e desta arte, dois discípulos, ao seu comando, atacaram um velho e uma criança. – Disse imperioso e, sem emoção, Febo.

O rapaz loiro, de súbito, arregalou os olhos azuis, tentando se pronunciar, mas estava fraco e viu que a voz não lhe saia. Poucas coisas faziam com que se arrependesse de suas acções e esta era uma delas. Podia ter evitado que Shiva atacasse a menina, mas preferiu ficar em silêncio e fixando sua atenção e poder no Fénix.

Sem objecções Apollo continuou:

- Aconselhou, sempre, aquele a quem suspeitou desde o princípio, ter traído Athena. Tentou barrar os cavaleiros de Bronze, quando estes, tentavam salvar a deusa, da Morte Funesta, pela flecha dourada. Ousou comparar-se a um dos Eternos, quando, humilhantemente, fez os Ciclopes se ajoelharem diante de si. E de faltas mais graves, para alem de em conjunto com os seus, derrubar o muro das lamentações, foi ter ameaçado pessoalmente o Deus dos Mortos, mostrando assim, sua falta de respeito para com aqueles que do Olimpo regem a Terra.

Neste momento Athena fez menção de se levantar, mas foi intimidada pelo olhar frio e penetrante de Zeus, que não queria que Apollo fosse interrompido.

- Aquele que da Casa de Leão era encarregado – Continuou o Flecheiro – Ergueu o punho diversas vezes contra os Titãs. De forma que, o que lhe impede voltar-se contra vos, Zeus Potente?! Pois rebeldia sempre mostrou perante os superiores. Lutou contra seu filho, juiz no submundo, na companhia daquele que esteve sempre afastado do Santuário, abdicando dos dever de Cavaleiro de Áries, pois das intenções do falso mestre sabia, e assim, não defendendo os que era injustamente condenados. Outro que o punho ergueu contra Radamanthys, foi Miro de Escorpião. Que contra os seus ergue os punhos e destrói a Ilha de Andromeda, juntamente com todos que nela habitavam. Mostra imposição os Cavaleiros de Bronze, pelas doze casas, colocando em risco aquela a quem deveria proteger. Não menos faltoso que Mu de Áries foi Dohko o Cavaleiro de Libra, que sabia da troca de identidade do mestre e nada fez para impedir que o mal reinasse no santuário. Sem falar que não foi a primeira vez que, os punhos levantou contra aquele que rege o mundo dos Mortos. E aquele que dentre eles, é o que tem um coração puro e dotado de grande força física, Aldebaran é seu nome. Oferece resistência perante Pegasus para a passagem desse pelas doze casas. Luta contra os titãs, na qual Themis, a Justiça Divina, esteve implicada. Apesar de sua morte digna de um herói, teve a infelicidade de compartilhar ao ataque ao muro das lamentações e assim, ter o direito ao mesmo fim que os de mais.

Zeus, com a testa franzida, balançava calmamente a cabeça, assentindo ao que o homem ruivo lhe dizia. Fitando-o intensamente, viu-o com um porte imponente, que o fazia lembrar a si mesmo, sentar calmamente em seu trono.

- De tudo que pronuncias, Flecheiro Infalível, não é de se contestar. – Começou Poseidon, chamando a atenção de Zeus, que reflectia sobre o que fora dito por Apollo – Mas é certo que de livre arbítrio, foram dotados por nós mesmos, pois entendemos que assim menos preocupações nos causariam. E desde o princípio dos tempos os temos como crianças rebeldes, que em algumas ocasiões temos que intervir. Mas sempre achando graça em seus actos irresponsáveis. Havemos agora de interferir ao que já esta feito?! Porque não o fizeram quando puderam, já que tal ato, repulsa ao peito ilustre os tomam?!

Percebendo que não obteria resposta, voltou a se sentar, mas sempre de olhos postos no irmão, que acompanhava seus movimentos atentamente. Olhando-lhe nos olhos, Zeus pisca lentamente, afirmando que compreendia o que o irmão queria dizer. Serenando a face que a pouco se encontrava com visível expressão de ódio profundo, aos acusados.

Vendo que ninguém se pronunciaria mais, lançou um olhar para Isis, que compreendeu logo o que deveria fazer. Abriu a porta, e segundos depois, a Deusa de véu negro entrou acompanhada, exactamente como os seis primeiros, aqueles que Athena reconheceu como: Shion, Saga, Afrodite, Camus, Shura e Mascara da Morte.

Um frio lhe correu a espinha, percebendo que aquele inferno estava longe do fim.

Continua...


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