O Julgamento dos Dourados escrita por Danda


Capítulo 2
Suplica de Athena




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A batalha contra Hades, tinha terminado. Depois de muito sofrimento e angustias, Athena havia protegido, mais uma vez, a humanidade. Sabia que fora a duras penas, mas estava convicta que havia valido a pena.

Encontrava-se, agora, no centro de um enorme salão, no qual ao redor, havia muitos acentos, mas apenas um estava ocupado. O lugar mais alto. Ali estava o pai de todos os Deuses. Estava em sua forma original: Cabelos encaracolados, um pouco à cima dos ombros, grisalhos, barba farta, olhos cinzentos e penetrantes.

Aqueles olhos causavam insegurança na Deusa da Sabedoria.

Ele havia mandado todos para fora do recinto, porque queria ficar a sós com aquela que outrora fora sua diléta.

- Ah Athena. Ingrata que sois. – Começou com uma voz troante. – Muita dor de cabeça me causa por amor a esses mortais.

Athena não dizia nada, continuava imóvel perante Zeus.

- A muitos séculos te mando para junto dos mortais, na esperança que estes fiquem bem…em paz. – Dizia Zeus, em um tom de amargura – E o que eles fazem em troca? Destroem, matam, roubam…

Um minuto de silencio. Zeus suspirou.

- Hades tinha o intuito…

- Hades ia destruir a terra em proveito próprio… - Interrompeu Athena.

- NÃO ME INTERROMPA!! – Gritou o pai dos deuses retribuindo a interrupção da deusa, fazendo estremecer os céus. – Chega de insolência de sua parte.

Athena gelara quando ouviu a voz exaltada de seu pai. Sabia que não ia conseguir nada se mantivesse a postura ofensiva.

- O que devo fazer com você? – Olhava-a sem sequer piscar – Talvez te colocar no céu, para fazer companhia aquela que te antecedera.

Athena pasmou. Mas nada disse.

Zeus continuou:

- Muito paciente tenho sido, pois de ti tenho preferência entre os filhos, mas minha paciência acabou. Primeiro Poseidon, depois Hades. Não tarda, se voltara contra aquele que te gerou. Vamos acabar com isso de uma vez…

Não terminara a frase. As portas do recinto se abriram e a imagem imponente de um deus apareceu perante os dois, que tinham voltado sua atenção para a porta.

- Zeus possante, compreendo que a todos que não têm a ver com a história, mandes que não se apresentem na sala. Mas porque eu fui excluído da conversa e, desta forma não me das o direito de me defender perante vós…? - Disse Poseidon, também em sua forma original. Cabelos negros, encaracolados acima dos ombros, forte, barbado e de olhos negros como a noite.

Athena assustou-se, pois não se lembrava de Poseidon com aquela aparência, tão diferente de Julian Solun.

- Cala-te ó ingrato. – Zeus disse isso, colocando-se de pé, com um olhar fulminante. - Que a tua traição foi-me mais penosa do que a de Athena, pois de ti nunca esperei traição contra os teus. Que dos mesmos pais somos filhos, mas não tomaste isso em consideração, quando ajudou os mortais a derrubarem o Muro das Lamentações e, assim, levar a derrota ao nosso irmão.

- Não me tomes dessa maneiro, ó Zeus Cronida, que agora mostro minha consideração por vós, através da defesa de Athena, sua filha. Pois digo que de direitos e forças somos iguais, Assim que vencemos Cronos Impetuoso, a partilha foi feita. Eu os Mares, Hades as profundezas da terra e a ti o Olimpo…o céu infinito. Pois terra em comum nos é. Mas abdicaste desta perante ao Deus dos Mortos, e em breve, este poderia ambicionar o que é meu por direito e, em seguida o que é teu. – Disse Poseidon, caminhando ao encontro do Deus supremo.

Zeus não reagiu. Olhava Poseidon que se aproximava.

Ele tenha razão. Uma vez conquistado a Terra, Hades poderia ficar ambicioso, pretendendo até, arrumar uma guerra contra o Olimpo.

Athena se sentia aliviada com a presença de Poseidon na sala. Ele conseguiria abrandar a fúria do Deus Supremo, e seria mais fácil conseguir o que pretendia.

Passados alguns minutos Zeus sorriu, sentou no trono calmamente e começou:

- Pela razão és tomado, rei dos mares, que por nem um minuto eu havia pensado nisso. – Voltou a sua atenção a moça que estava a sua frente. – Isso não quer dizer que a decepção ficou menor. Volta para o lugar que foi-te dado, e não ouses te por contra mais nenhum Deus do Olimpo, se não sentiras o peso da consequência – Voltou a olhar Poseidon – Isso vale para você também, Poseidon.

- Não me ameaces, poderoso Zeus, que a mim não metes medo. Em nenhum momento pensei em me por contra vós. Assim como a muito, estive do teu lado contra Cronos, nosso pai, se de futuro precisares, não te faltarei. – Disse isso, fez uma breve reverência a Zeus e virou-se para saída.

Athena assistia aquela cena encantada…assim que os dois deuses terminaram e, vendo que a fúria já se dissipara no coração do Grande Deus, virou-lhe uns olhos necessitados, que logo foram percebidos pelo pai.

- O que me queres pedir? – Perguntou em um tom de voz frio, mas calmo.

- Os Cavaleiros de Ouro… - Começou Athena.

- Estes foram condenados pela assembleia dos deuses, nada posso fazer. Pois de falta grave foram acusados. Um Humano não deve se revoltar contra um deus, muito menos atentar contra sua vida. Sofrerão, por toda a eternidade por isso. – Disse Zeus em um tom técnico e sem emoção.

Poseidon que estava a caminho da saída, parou a meio e esperou para ver onde aquela conversa ia dar.

- Peço que reconsidere – Pediu Athena supliciada – Pois sobre minhas ordens eles estavam. E que de todos os humanos são os que tem mais virtudes. Merecem o sofrimento eterno por tentarem proteger sua filha? E as coisas boas que fizeram não contam? Peço-lhe que reconsidere, pois para alem de não serem merecedores de tal castigo, preciso deles para promover a paz novamente.

Houve uns minutos de silêncio, o que fez com que Poseidon fizesse menção de virar novamente para o centro da sala. Pensava, “O que faria o pai dos Deuses e Humanos diante de tal pedido?” Não precisou virar, permaneceu onde estava.

- De certo não posso negar tal pedido – Zeus disse isso e deu um suspiro – Vou convocar uma nova assembleia, um novo julgamento para os humanos, será feito, pois também não posso ir contra as vontades dos restantes deuses.

Athena sorriu ao ouvir as palavras de Zeus. Já era um bom começo. Agora era arrumar bons argumentos para convencer aqueles que se opunham a “liberdade” dos dourados.

Poseidon, ao ouvir a decisão do Deus Supremo continuou andando para a porta, com um pequeno sorriso nos lábios.

Zeus não demonstrou, mas ficou satisfeito com o sorriso nos lábios da Deusa da Sabedoria, o que lhe deu a certeza de que estava fazendo o certo.

- Mandarei Hermes lhe avisar quando os Cavaleiros serão julgados, assim que eu decidir – Disse isso, se levantando do trono e, se dirigindo para a porta que se encontrava a sua direita.

Athena agradeceu mentalmente e saiu pela mesma porta que Poseidon.

Continua...


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