Garota Americana escrita por Natii_C


Capítulo 21
Capítulo 21 - Declarações




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-Bom dia, querida!- alguém falou, batendo na porta e, logo em seguida, entrando. Eu não reconheci a voz, de primeira.

-Quem é?

-Sou eu, Charlie.

-Ah, pai. Entra.

-O que foi que disse? Não, espera! Eu ouvi direito? Você me chamou de pai , Bella? Ai, ai, ai. Realmente a pancada na sua cabeça foi bem forte.

Nós dois começamos a rir sozinhos. Não me lembro da última vez que eu e Charlie, ou melhor, meu pai, tínhamos rido a toa assim. É, eu tenho a memória fraca mesmo, como já deu pra perceber. Ou então, a explicação para a nossa reação tenha sido o fato de que nós nunca nos divertimos por coisas bobas.

-É, seu bobo. Sim, eu te chamei de pai.

-Minha filha! - Charlie me envolveu em seus braços fortes e longos, num abraço tão gostoso como eu nunca havia provado - Sabe, acho que isso é um sinal?

-Sinal? Como assim?

-É, um sinal. Sabe, Bella, ontem, quando fui até o local do acidente e me deparei com você, daquele jeito, toda ensanguentada, tão machucada... Meu coração falou mais alto. Eu sei que perdi todo esse tempo sem você ao meu lado, me preocupando mais com diversão, mulheres, drogas e... Ah! Você sabe do que eu estou falando! E, olhe - Charlie segurou firme em minhas mãos. Senti uma dor no pulso, mas não tão ruim ao ponto de eu recolher ao seu toque -, eu estou muito afim de recuperar esse tempo. Eu sei que você é revoltada, mas eu quero que me aceite, me aceite denovo. Eu prometo a você, querida, que vou ser um novo homem, um novo pai.

-Promete? - perguntei, olhando no fundo dos seus olhos.

-Sim.

Ficamos abraçados por um bom tempo, apenas eu e meu pai. O resto do mundo parecia não ter importância para nós, até que um outro alguém bateu.

-Posso entrar? 

Ok. Essa voz era impossível de não ser reconhecida: Edward. Naquele mesmo instante, me lembrei imediatamente do que Jacob havia me falado no acidente. E por falar no Jacob, onde é que ele estava? Como ele estava?

-Já entrou, fazer o que, né? - Charlie falou por mim, fuzilando Edward com seu olhar. Poxa! O que é que todos tinham contra Edward?

-Onde está o Jacob? - nem liguei pra presença de Edward. No momento, Jacob era o mais importante. 

-Ele está na ... na... - Charlie não deu conta de terminar a frase. Se coloque no meu lugar e imagine o que se passou pela minha cabeça naquele momento... Sim, isso mesmo. Infelizmente, a primeira ideia que me veio foi a de que Jacob havia morrido. - Bem, ele está na UTI. 

-É grave? - perguntei, me levantando do nada da cama, deixando Edward e meu pai assustados.

-Ei, antes se acalme, Bella. Olhe, é, sim. Os médicos disseram que ele fraturou duas costelas, está cheio de cortes por todo corpo, ainda respira com dificuldade. Jacob acabou de sair de uma cirurgia agora mesmo.

Uou! As ideias estavam completamente desconcertadas em minha mente. 

-Pai, será que ... hã...? - eu mal terminei de falar e Charlie estava saindo do quarto. Ele tinha entendido o recado. 

-Cuidado. Qualquer coisa, me grita bem alto. Vou estar aqui sempre que precisar de mim. - Charlie sussurrou em meu ouvido, logo depois dando um beijo calmo em minha testa. 

Esperei Charlie sair completamente do quarto. Não sei bem se aquele momento era o mais adequado, mas era minha obrigação conversar com Edward, passar todo aquele mistério a limpo. 

-O que veio fazer aqui? - fui logo perguntando, tentando bancar a nervosa da história. E pareceu que deu certo.

-Quer que eu vá embora? - Edward perguntou, indo na direção da porta e se virando de costas pra mim. 

-Não. Antes você tem que esclarecer umas coisas. 

Edward pareceu um tanto atordoado com meu tom de voz. Parecia intimidado e isso só me dava mais segurança para seguir em frente com aquilo. Naquele momento, eu me senti uma verdadeira investigadora daqueles filmes e séries americanas. 

-Diga. Pergunte o que quiser - Edward se sentou ao meu lado, na cama.

-Por que ninguém de Forks sabe algo sobre você? Por um acaso você é algum fugitivo da polícia, um bandio, um sequestrador? E aquela história que você me contou, sobre a morta da sua mulher, é mesmo verdade?

-Mais alguma coisa? - Edward tinha a voz séria, mas a expressão em seu rosto mostrava o contrário.

-Não. Acho que é só. Agora, será que dá pra me responder?

-Sim. Vamos lá. Primeiro, as pessoas não sabem nada sobre mim simplesmente porque eu sou novo aqui, e eu sei que em cidade pequena as coisas são assim. Eu não tenho nada a te esconder. Segundo, eu não sou criminoso. E terceiro, sim , toda aquela história é verdade. Mas, Bella, por que tantas perguntas agora?

-Não sei. Alguma coisa, e algumas pessoas também, me dizem que não é seguro ficar do seu lado. Eu também sinto isso. É que toda vez que eu chego perto de você, eu não me sinto bem, eu... eu ... é, eu tenho medo de você. Pronto, falei!

-Medo?! Medo de mim, Bella?! - Edward começou a rir, sem mais nem menos. Eu não tinha falado nada engraçado para ele ter aquela reação. Falei apenas a verdade. Porque, realmente, era verdade que eu tinha medo dele, medo da presença dele. E, mesmo tendo respondido às minhas perguntas, eu ainda não se sentia apta a acreditar nas palavras de Edward. No fundo, bem no fundo, ele era perigoso.

-Vai saber. - respondi. A resposta foi curta, mas forte o bastante para que Edward se calasse. Pelo menos por alguns minutos.

-Olhe, Bella, eu não sei quem são essas pessoas - sim, você sabe, ou pelo menos desconfia , falei comigo mesma em pensamento -, e também não sei o que elas falam de mim e isso pouco me importa, se quer saber. A única coisa que eu quero é que acredite em mim. Eu lhe quero tão bem ...

Ao ouvir essas últimas palavras, meu corpo se arrepiou todo. Não era a primeira vez que isso aconteceu. Além de medo, essa era a minha reação diante de certas atitudes de Edward.

Edward se aproximava cada vez mais de mim, até o momento em que eu era capaz de sentir o ar quente de sua respiração, as batidas de seu coração em verdadeiro descompasse, acompanhando o meu. Minhas mãos tremiam, eu não tinha controle da situação e o rosto de Edward a centímetros do meu, nossos lábios quase encostando. Fechei os olhos, essa foi a única ideia que me veio a mente. Nem mesmo sob os meus pensamentos eu tinha controle.

Senti algo quente encostar nos meus lábios. Podia imaginar o que era: o beijo.


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