Naquele momento, o que eu mais queria era sair daquele colégio. Não queria mais olhar no rosto de ninguém. Já estava mais do qeu cansada de olhar para aquelas mesmas pessoas todos os dias. Seria até mais fácil dizer que estava cansada de tudo, da vida.

Quando sai na direção do estacionamento, as pessoas continuavam a me olhar com desconfiança, como se eu tivesse alguma doença mortal. Alguns apenas me encaravam, enquanto outros ainda não tinha vergonha na cara e ficavam fazendo comentários idiotas.

-O que foi? Nunca me viram, é? - eu gritei, parando no meio do pátio, com os braços abertos.

De repente,todos começaram a abrir espaço como se abrissem um corredor. Eu estava de costas, começando a andar quando ouvi uma voz me chamando.

-Bella! Ei, Bella!

Advinha quem era? Sim, Jacob. Sinceramente, eu não entendia porque ele ainda insistia em fala comigo. Era fácil perceber que havia um certo desespero na sua voz. Se Jacob acha que ia me fazer derreter toda por ele, ah!, estava muito, mas muito enganado mesmo!

Continuei andando, como se nem o tivesse escutado.

Jacob não desistiu. Pude ouvir seus passos a correr atrás de mim, isso sem falar no calor que emanava dele, coisa que, talvez, eu ainda demoraria a esquecer.

-Bella, p-por f-favor ... - ele mal dava conta de falar, sua respiração cansada. Jacob colocou sua mão em meu ombro, procovando um arrepio no meu corpo todo - Me ouça, só dessa vez. Eu te peço. Por favor, por favor.

-Jacob, não adianta fazer essa cara de cachorrinho abandonado e ficar com o rabinho entre as pernas. Não vai me convencer com esse seus discurso ensaiado. Eu não sou dessas que você pega, usa e joga de lado, não, Jacob! - comecei a gritar. Quem sabe assim ele não entendia de uma vez por todas que eu não queria nem sequer ouvir seu nome se fosse possível.

-Só me deixa explicar o que aconteceu.

-É o que todos dizem - falei bufando. Cruzei os braços.

-Sim. Mas, olhe, Bella, eu posso te provar que comigo é diferente. - Jacob segurou firme em minhas mãos.

-Não falei? Continue com essse seus discurso ensaiado, Jacob, quero ver até onde vai chegar com isso - eu respondi, tirando as minhas mãos das dele com violência.

-Aqui não - ele falou.

-E porque não? Vai ser melhor. Se me virem com você, eu já até sei no que vai dar: eu vou virar motivo de piadinha na cidade, denovo.Quando é que você vai para com esse seus egoísmo? Poxa!

Jacob olhou de um lado para o outro. As pessoas continuavam a nos observar. Se quisesse, podia até imaginar no que elas estavam pensando.

-Está bem. - Jake finalmente concordou- Eu não vou falar aqui. Vamos para a lanchonete do Mike. Lá também vai ter muita gente, já que é isso que você quer. Mas vai ter que me prometer uma coisa.

Jacob olhou bem no fundo dos meus olhos. Ele parecia aflito. Seu rosto tinha uma expressaão que eu não era capaz de decifrar, numa mistura de medo e apreensão, como se ele soubesse de algum muito importante e que tivesse que me contar com urgência. Enfim, parecia um caso de vida ou morte.

-Ok. Entra aí - respondi.

Jacob entrou. Coloquei a chave na ingnição e acelerei o máximo que podia.

-Isso não corre não, é? - Jake perguntou, sorrindo para mim. Se a sua intenção era de fazer piada com meu carro, não deu muito certo. Fiquei furiosa. Tá, tudo bem que aquela caminhonete não era bem um carro e sim uma lata-velha, mas, mesmo assim.

-Você está achando ruim? Se estiver, é só abrir a porta e dar o fora. - contra-ataquei, dando em troca do seu sorriso, um sorriso malicioso. Jacob se encolhei no canto da cabine.

-Foi mal. 

-É, realmente foi ruim. 

Resolvi ficar em silêncio também. A viagem me parecia longa demais e, pela fisionomia de Jacob,  ele parecia pensar o memso que eu.

-Jacob ? - eu comecei. Não dava mais para continuar naquele silêncio. O silêncio só me deixava ainda mais irritada. Jacob se virou na minha direção, saindo do canto da cabine para mais perto de mim.

-O que foi?

-Me responde uma coisa: o que você viu na Esme? Sério, ela é velha para você. Ok, tudo bem que ela é super linda, mas, sinceramente... Poxa! O que ela tem que eu não tenho? Sou nova demais? Ou melhor, será que eu não sou madura o suficiente para você me amar? Eu não sou perfeita, eu entendo, só que ninguém, ninguém mesmo é perfeito. Só queria entender isso. - as palavras saíram como um furacão da minha boca, sem controle nenhum. Eu tinha desabafado geral, literalmente. E o pior é que tinha sido bom, eu me sentia mais aliviada. Era como se meu coração estivesse mais leve, como seu eu estivesse mais leve.

-Bella, não foi por isso...

-Ah, então foi por que, Jacob? Será que pelo menos uma vez na vida, você é capaz de me dar uma resposta convincente? Sabe, pode ser que isso que eu esteja sentindo agora seja apenas uma dor de cotovelo. Mas, sabe de outra coisa? Eu estou acostumada a ser trocada. Afinal, você não foi o único nem o primeiro a fazer isso comigo. Minha mãe, meu pai... Tantas pessoas, entende? E o mais engraçado de tudo isso é que eu ainda continuo amando todas elas, apesar delas terem me magoado bastante. Eu não sou de guardar rancor. Eu posso parecer dura por fora, mas, por dentro, eu sou tão frágil. Será que você me entende?

-BEEEEEEEEEEEEEEEELLAAAAAAAAAAAA!

Eu só ouvi o grito desesperado de Jacob e uma luz branca à minha frente. Depois disso, não vi mais nada.

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Eu não me lembrava de nada, a não ser aquele apagão que me cegou completamente.

Olhei para o lado, movendo meu pescoço com dificuldade. Eu sentia o sangue escorrendo pela minha cabeça, que latejava de dor, cada batida do sangue em minhas veias rápidas e fortes demais, e eu pensava que não era forte o bastante para suportar toda aquela dor. Quando finalmente consegui me virar completamente, o cinto de segurança dificultando um pouco meus movimentos, vi o corpo de Jacob todo estirado.

Aquela imagem me assustou. Prendi a respiração por um segundo. Meu corpo doía. Eu fazia todo esforço possível para me lembrar do que havia acontecido, porém, nada vinha claro a minha mente. Tudo era apenas um borrão de luzes, flashes e gritos.

-Bella? Bella? Ei! - Jacob me chamou. Dei um sorriso, talvez um pouco forçado. Ele estava bem. Por sorte

-Ei, estou aqui. Você está bem?

-Sim, sim. E você?

-Também. Jacob, tem mesmo certeza de que está bem?

-Sim, Bella. Mas, o que foi que aconteceu? Eu não consigo me lembrar de nada!

-Eu também não sei, Jacob. Eu te juro. Juro, mesmo. Estou falando a verdade. Acredite em mim. - eu estava desesperada, não conseguia parar de falar.

-Fica calma. Eu sei que você não teve culpa de nada, Bella. Eu acredito em você. Bella, eu não estou muito bem. E, não sei, mas, alguma coisa me diz, que hoje não é meu dia de sorte - Jacob deu um sorriso fraco -, mas, e se hoje for o meu último dia, eu tenho que te contar uma coisa.

-Jacob, que bobeira é essa? Do que é que você está falando? Você não vai morrer. Pelo amor de Deus, que ideia absurda!

-Shii! - ele colocou o dedo indicador em meus lábios - Isso não interessa. Só me faz um favor: não se meta com o Edward, ele é muito perigoso. Eu sei disso porque eu o conheço a tempos. Por favor, por mim, não fica perto dele.

E assim foi. Não sei se aquelas foram mesmo as últimas palavras de Jacob. Ele fechou os olhos, rapidamente. Depois, o barulho de sirenes se aproximando.