Na sala reservada para reuniões do hotel podia-se ver uma senhora pequena com cabelos pretos amarrados altamente seria juntamente com um grupo de americanos entediados e raivosos por esperar o herdeiro do império Doumyouji há uma hora. Kaede chamou o pai de Ken, seu marido e seguiram ate a recepção pegar a chave de seu quarto para chamá-lo. O que encontraram ao abrir a porta não foi nada do que esperavam. Seu filho estava totalmente sem roupa abraçado a uma moça.

-Ken o que é isto? – gritou na porta do quarto de seu filho.

Ken não conseguia assimilar o que tinha acontecido na noite passada, a única coisa que se lembrava era de ter ido ao bar. Ao acordar se deparou com a sua mãe gritando com ele e uma moça desconhecida ao seu lado.

-QUEM É ELA?

-Mãe? Eu não sei – falou confuso tentando se lembrar o que tinha acontecido.

A moça que estava ao seu lado começou a se mexer e ao abrir os olhos a única reação que ela teve foi gritar.

-Ei não grito no meu ouvido logo pela manha. –Ken reclamou olhando para ela.

-QUEM É VOCE?- Ao olhar para porta viu mais duas pessoas – Quem são vocês? – perguntou assustada tentando se cobrir.

-A única pergunta certa a se fazer é o que você esta fazendo em meu quarto e nua na minha cama. – Ken tornou frio se levantando.

-Eu...esse é o meu quarto e você que esta sem roupa nele e porque eu estou sem roupa? – perguntou e ficou rubra ao perceber que ela tinha tido relações com o desconhecido a sua frente. – Oh meu deus você não pode ter feito isso comigo – falou chorando – eu era...eu era... – e chorou copiosamente.

-Você era o que? Alguma promiscua a procura de dinheiro?

-Virgem – disse entre soluços.

Kaede estava perplexa pela cena que presenciava, seu único filho tinha deflorado uma virgem desconhecida, o que seria de seu nome agora? Pensou lamentosa.

-Minha querida qual o seu nome? – perguntou o pai de Ken que se encontrava calado enquanto se aproximava dela.

-Meu nome é..Victoria Vasconcelos.

-Meu nome é Tsukasa e o que aconteceu aqui? – perguntou docemente.

-Eu só me lembro de ter ido dormir e ter um sonho estranho – disse lembrando-se que no sonho ela estava na cama, nos braços de seu amor Marcelo.

-É melhor sairmos para deixá-la se arrumar – virando-se para o seu filho – e você se arrume e espere no saguão do hotel. Depois nos falamos Victoria – disse saindo do quarto e levando todos consigo deixando-a sozinha sem saber o que tinha acontecido.

Victoria se arrumou rapidamente e desceu para o saguão para saber o que tinha acontecido realmente. Não demorou em encontrá-los o homem que tinha acordado ao seu lado era lindo, ele possui cabelos negros cheios, um olhar duro e altura de dar medo a qualquer pessoa, mas o que mais impressionava nele era a imponência que ele demonstrava mesmo vestindo um roupão. Ao se aproximar escutou parte da conversa do Tsukasa com o gerente do hotel.

-Senhor pelo que consta em meu registro houve um erro e as recepcionistas não se deram conta, o quarto 302 foi reservado duas vezes por pessoas diferentes, sinto muito pelo inconveniente iremos providenciar outra suíte para o seu filho pode ficar sossegado. – o gerente disse tentando ser agradável, mas no fundo estava com medo, pois se encontrava falando com um dos homens mais bem sucedido do Japão.

-Você quer reparar o erro? Então sugiro que traga algum medico para este hotel em menos de cinco minutos quero que a senhorita Victoria Vasconcelos seja examinada. – disse serio.

-Sim..sim senhor, ele já estará aqui – falou enquanto discava um numero.

Tsukasa se virou e se deparou com uma mulher assustada olhando para ele.

-Fique tranqüila meu bem, eu só quero ter certeza que vocês dormiram juntos, venha vamos tomar um café enquanto isso – falou a puxando contra si.

Ken ficou parado olhando perplexo para o seu pai, ele estava sendo gentil com uma desconhecida que provavelmente queria aplicar algum golpe neles.

 O medico saiu do quarto de Victoria e olhou para os dois homens e a mulher a sua frente sem entender o que estava se passando.

-Pelo que pude examinar ela perdeu a virgindade recentemente, diria que há menos de um dia. Mais alguma coisa?

-Não nenhuma, obrigado por vir doutor – Tsukasa disse dando por encerrada a consulta assim que o medico deu as costas ele se virou para o seu filho com cara seria – Muito bem, você acabou de ganhar uma esposa meu filho.

-COMO?

-Isso mesmo, se você não quiser perder a sua herança sugiro que se case com ela.

-Mas eu nem a conheço.

-Imagine ser um casamento de conveniência. Iremos acertar os detalhes com a família dela amanha enquanto isso eu irei investigá-la para ter certeza que não é algum golpe. Não se esqueça que eu sou de família tradicional japonesa e você é descendente e pelo que me consta ela também pelo seu sobrenome então se comporte como homem e repare seus erros.

-Isso É UM GOLPE pai.

-Quem irá decidir isso sou eu – disse saindo deixando Ken com a sua mãe parados no corredor.

-O que aconteceu exatamente Ken? – Kaede perguntou olhando para seu filho seriamente.

-Eu acho que..dormir com ela realmente – afirmou suspirando.

-Então você sabe que terá que se casar com ela não é? Ainda mais que seu pai é conservador.

-Não tem outro jeito? Ela deve ser uma criança.

-Uma criança que pode estar esperando outra criança, lembre-se disso e falando nisso cadê a sua namorada Sakurako?

-Ela..me largou. – disse com pesar.

-Entendo, talvez seja melhor assim porque explicar que vai se casar com uma desconhecida deve ser bem pior que terminar um relacionamento. Vou indo converse com essa tal de Victoria Vasconcelos e traga-a para nos conhecermos oficialmente no restaurante do hotel para um almoço – falou saindo deixando o filho parado no corredor do hotel apenas de roupão.

Ken não sabia se batia na porta do quarto ou se apenas entrava afinal o quarto também era dele. Ele entrou e encontrou Victoria sentada na cama chorando. Sem saber o que fazer se aproximou lentamente e sentou-se ao seu lado.

-Porque esta chorando? – perguntou friamente.

-Por quê? Você ainda pergunta o motivo? Eu perdi a minha virgindade com alguém que nem conheço e nem lembro como foi, sem falar que fui humilhada, sendo examinada para verem se eu estava falando a verdade e tenho a sensação que não irei ficar livre de vocês tão cedo para completar e a única coisa que eu queria quando vim pra cá era apenas me despedi.

-E você acha que eu estou feliz? Sendo me obrigado a..- e  se calou quando estava prestes a falar antes de saber quem ela era – me desculpe pelo exame, isso foi exagero admito- mentiu- mas você veio se despedir de que?

Victoria olhou para o homem sentado ao seu lado e percebeu que estava se abrindo com alguém que nem conhecia.

-Eu não sei quem você para falar da minha vida, admito que cometi um erro esta noite, mas isso não faz de mim uma pessoa tão expansiva. Agora se você me da licença eu vou me arrumar para ir embora – disse levantando-se da cama, mas foi interrompida por uma mão que lhe segurava o braço.

-Sinto, mas não pode ir embora pelo menos não agora. A minha mãe quer conversar com você e antes que eu me esqueça meu nome é Ken Doumyouji.

-O que ela quer comigo?

-Conversar apenas.

-Eu não posso tenho um vôo marcado – falou tentando se soltar dele.- Olhe eu só quero ir embora esta bem? Me solte.

-Não posso fazer isso e alem do mais já esta na hora do almoço, seja uma boa menina se arrume e venha comigo ate o restaurante do hotel para a minha mãe conhecê-la. – olhando bem nos olhos dela – aonde quer que você vá eu irei encontrá-la então não dificulte as coisas sim?

-Esta certo. – concordou com ele.

-Irei me arrumar primeiro então não pense em sair do quarto, mas so para garantir – foi ate a porta e a trancou pegando as duas chaves – levarei as chaves comigo para o banho – disse sorrindo.

Victoria ficou olhando perplexa ele pegar as chaves e ir em direção ao banheiro, mas o que a deixou alarmada foi ele não ter trancado a porta, ele acha que eu iria querer algo com ele estando sóbria? Pensou irritada somente na minha morte tornou decidida.

Kaede estava sentada em uma das mesas do restaurante do hotel esperando o seu filho e a garota com quem ele tinha passado a noite não demorou muito e ela os viu andando em sua direção. Tinha que admitir que formavam um belo par a estatura baixa se contrastava com a altura dele o que deixava os dois harmoniosos. O jeito de andar era ate compatível. Victoria a cumprimentou e sentou ao lado de Ken na mesa, o almoço transcorreu agradável ate que Kaede começou a fazer perguntas a ela.

-Seu nome é Victoria Vasconcelos não é?

-Sim senhora.

-Quantos anos tem?

-Dezoito.

-Você é muito nova – falou desanimada nunca imaginou que seu filho fosse se envolver com uma criança – o que seus pais fazem da vida?

-Minha mãe trabalha como professora e meu pai é gerente em um hotel.

-Entendo – disse desanimada.

-Você ainda esta no colegial?

-Não estou fazendo faculdade.

-Isso é bom, porque veio ate Seul e se deixou envolver por um homem que não conhecia?

-Os motivos que me trouxeram a Seul creio que não lhe interessa e sobre me envolver com um homem somente tenho como minha defesa o fato de que bebi na noite anterior e por isso confundi o sonho com a realidade e não me dei conta do que estava acontecendo. – falou firmemente.

-Pelo que vejo tem uma língua afiada para uma jovem.

-Sim senhora.

-É melhor a senhora deixá-la quieta mãe, ela já esta estressada o bastante com a situação – Ken disse defendendo Victoria –e alem do mais os motivos que a trouxe aqui não nos interessa.

-Pelo contrario meu filho, se você vai se casar com ela nada mais justo que ela nos contar o motivo que a trouxe aqui não acha?

-Casar? Com seu filho? – Victoria falou sem se dar conta que estava entrando em uma grande confusão.