A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Today on A minha vida em Mystic Falls...
Há verdades que devem ser ditas...
-Eu amo o Damon, tia. Não vou desistir dele e não vou deixar ninguém intrometer-se entre nós.
Com sentimento...
-Tive saudades tuas.
Mas Mystic Falls é um mundo pequeno...
- Não conseguimos estar sozinhos um dia inteiro, pois não?
E quando alguém desaparece, torna-se notícia de última hora...
-Achas que pode ter-lhe acontecido alguma coisa?
-Não. Deve de estar a tentar escolher um coelhinho rechonchudo e fofinho. Sabes, daqueles cheios de pêlo, com os olhos muito abertos e os dentinhos de fora.



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Capítulo 36

POV Demi Adams

-Katherine! – exclamou Damon.

Olhei para trás e lá estava a cópia de Elena com o cabelo encaracolado, com um sorriso de escárnio e os olhos luxuriantes.

-Damon, não! – exclamei.

Acordei ensopada em suor. Olhei para a janela e ainda era madrugada. Estava um temporal enorme lá fora. Hoje não era definitivamente um dia para sair de casa. Levantei-me, sabendo que tão cedo não iria adormecer. Entrei na casa de banho e tomei um banho, tentando dissipar o horrível pesadelo da minha mente.

Imagens de Katherine com Damon em 1864 voltaram à minha mente e fiquei com medo. Katherine já tinha voltado a Mystic Falls, era possível ela voltar outra vez? E porque estava eu a pensar nela?

Saí do banho e olhei-me ao espelho. Não me reconhecia. Estava diferente. Aquela não era eu, a destemida e alegre Demi que vivia em Nova Iorque com os pais. Não, aquela era outra Demi, que tinha o rosto cansado e sério, que demonstrava frustração pelo olhar e que estava mais pálida que nunca.

Saí e vesti uma roupa confortável: umas jeans e uma camisola de flanela castanha com um decote em V.

Voltei a olhar para a janela. A chuva continuava e um relâmpago acendeu a escuridão que havia por causa das nuvens. Suspirei. Havia uma pessoa a quem eu precisava de falar: Damon.

Peguei no meu telemóvel e telefonei-lhe.

-Espero que haja um motivo muito bom para me querer acordar, Miss Adams.

Sorri com a sua voz ensonada.

-Sim, há – falei, mordendo o lábio, tentando conter-me no tom de voz.

-E posso saber qual é?

-Podes vir a minha casa?

-E porque não tu à minha?

-Não gosto de conduzir quando há um temporal.

Ele suspirou.

-OK. Vou a caminho.

Desliguei o telemóvel e fui à casa de banho pentear o meu cabelo, que estava a começar a ficar todos embaraçado e frisado.

Desci as escadas e comecei a preparar o pequeno almoço para a tia Melinda e para mim. Fiz café, torradas e barrei-as com manteiga e doce. Ela desceu as escadas.

-Bom dia, Demi – cumprimentou ela e eu entreguei-lhe uma chávena com café.

-Bom dia, tia.

-Como correu a noite ontem?

-Bem – respondi, vagamente e sentei-me ao lado dela. – Tia, há algo que eu preciso de dizer.

-Diz – falou ela, olhando-me com um ar sério.

-Eu amo o Damon, tia. Não vou desistir dele e não vou deixar ninguém intrometer-se entre nós.

Ela baixou os olhos para o café.

-Eu já tinha percebido isso. Quando ele… me atacou, eu percebi que ele gosta mesmo muito de ti. E tu dele.

Olhou-me com os olhos brilhantes e passou uma mão pelo meu rosto.

-Nunca deixes isso ir embora.

-Não vou – falei e tocaram à campainha. – Deve ser ele.

Saltei e corri para a porta, desejosa de o ver. Abri a porta, e lá estava ele, com o seu casaco de cabedal, com o cabelo molhado por ter apanhado chuva enquanto saía do carro e ia até à porta.

-Olá.

Puxei-o para dentro e beijei-o.

-Bom dia – falei sorridente e ele também sorriu.

-Vou lembrar-te mais vezes daquilo que eu sou, para depois me dares os bons dias assim.

Suspirei. Não, eu não me tinha esquecido que ele era um vampiro sanguinário, mas ele ontem correu risco de vida, e não posso deixá-lo morrer sem saber primeiro que eu amo-o.

-Não precisas – falei, séria. – Precisamos de conversar.

-Queres andar?

-E que tal dar uma volta de carro?

-Onde?

-Não és tu que conheces Mystic Falls desde 1864? Surpreende-me – desafiei-o e ele riu. Olhou para trás de mim, muito sério.

-Bom dia, Miss Courtney.

Olhei para trás, e fiquei entre Damon e a minha tia.

-Vão sair?

-Sim, vamos – respondi.

-Cuidado com o temporal. Isto ainda vai ficar pior.

-Não se preocupe. Eu tomo conta dela – garantiu Damon, muito sério. Tia Melinda levantou o queixo.

-Eu sei que vais.

Houve uma onda que passou dela para nós os dois, bastante visível, verde claro. Eu não senti nada, mas Damon deu um passo atrás e engasgou-se.

-Não voltes tarde.

Olhei para Damon, que parecia estar em agonia com algo. Fiquei preocupada e olhei para a tia, mas ela apenas me fitava.

-O que fizeste? – perguntei, acusadoramente.

-Estou a colocá-lo sob uma profecia. Ele prometeu tomar conta de ti, e é isso que ele vai fazer. Vai buscar um casaco.

Um relâmpago soou ao longe e eu saltei assustada. Corri escadas acima e tirei a primeira gabardine que apanhei. Corri para baixo e eu e Damon saímos para a chuva. Ele abriu a porta do carro para mim e eu entrei. Em menos de um segundo, ele já estava ao meu lado.

-Tu estás bem? – inquiri, pegando no seu queixo e virando-o para mim.

-Estou bem. Vamos sair daqui primeiro.

Ligou o carro e começámos a andar. Passámos pelo Grill e vi Caroline sair para o carro dela.

-Onde é que vamos?

-Não disseste que querias que eu te surpreendesse? – inquiriu ele, dando aquele sorriso de lado que eu tanto amava. – Agora, esperas.

-Aqueles vampiros não voltaram lá a casa, pois não? – inquiri. Só de pensar deles a centímetros de Damon dava-se arrepios pela espinha acima.

-Não. Por falar nisso, - tirou o telemóvel dele do bolso das calças. – tenta telefonar ao meu irmãozinho. Ele saiu bem de manhã e quero saber se ele se encontrou com algum deles.

-Está bem – falei e procurei na lista de contactos o de Stefan e liguei. O telemóvel dele tocou, mas ninguém atendeu. – Não atende.

-É estranho.

-Achas que pode ter-lhe acontecido alguma coisa? – perguntei, preocupada. Stefan era um bom amigo, era irmão de Damon e namorado de Elena, a minha melhor amiga.

-Não. Deve de estar a tentar escolher um coelhinho rechonchudo e fofinho. Sabes, daqueles cheios de pêlo, com os olhos muito abertos e os dentinhos de fora.

Comecei a ficar enjoada à medida que ele ia falando.

-Não preciso de pormenores.

-Relaxa. Para que saibas, nunca mais cacei humanos.

-Então andas a seguir a dieta de Stefan?

-Credo, não sou extremista a esse ponto! – exclamou ele, rindo. – Tenho um banco de sangue na cave.

-Tu o quê?

-Sim, é isso mesmo. Porquê, preferes que eu ande por aí a tirar as jugulares a alguém?

POV Damon Salvatore

Ela fez uma careta e fitou a estrada.

-Claro que não.

-É o melhor que eu consigo – falei e era verdade. Eu não andava a abrir as jugulares a ninguém, tinha o meu próprio banco de sangue, e apesar de não ser tão bom como aquele que está a 37ºC, era muito melhor do que andar caçar coelhinhos com o Stef.

-Como é que aconteceu?

-Aconteceu o quê? – inquiri, não percebendo onde é que ela queria chegar.

-Como é que tu e o Stefan se transformaram em… tu sabes… naquilo que são hoje.

-Katherine – resumi tudo, naquela palavra.

-Estou a falar a sério, Damon! – exclamou ela, irritada.

-Eu estou a falar a sério! – falei no mesmo tom. – Katherine transformou-me a mim e ao meu irmão.

-Como é que ocorre a transformação? – perguntei.

-Quando tu morres, tens que ter sangue de vampiro no teu sistema – respondi. Eu não gostava muito de lhe dar estas informações, na minha opinião, quando menos ela soubesse sobre mim, melhor, menos riscos corria. Ignorância às vezes é uma bênção.

-A Katherine foi muito má, não foi? – falou ela, num tom mais brando e caloroso.

Acenei com a cabeça e olhei para o retrovisor.

-Foi.

-O que aconteceu a seguir?

-Eu e Stefan tomámos sangue humano e ficámos completos.

-E depois?

-Queres saber o que eu fiz nos últimos 145 anos?

-Quero.

-Queres mesmo? – perguntei-lhe, olhando bem fundo nos seus olhos. Se ela ficava tão impressionada com o meu regime de alimentação, então não aguentaria saber o que eu fiz no último século e meio.

-Talvez não – falou ela finalmente e eu voltei os olhos para a estrada.

-Bem me parecia – disse sorrindo. Tínhamos chegado ao lugar. – Tenta ligar ao Stefan outra vez.

Ela tentou, mas ninguém atendeu. Desta vez, o telemóvel dele estava desligado.

-Vamos – falei e saí do carro, abrindo o guarda chuva. Fechei a porta e dei a volta. Abri-lhe a porta do carro e ela saiu, já debaixo do guarda chuva.

-Onde é que estamos?

-Num local que teve muita importância para mim.

-É bom saber que consideras o meio do nada como importante.

Sorri.

-Isto não era “meio do nada”. Era a minha casa – disse-lhe. – Estás a usar verbena?

-Apenas no meu colar.

-Ótimo – disse e arranquei-lhe o colar.

-Ei! – exclamou ela. – Devolve!

-Já te devolvo. Calma!

Entrei dentro da sua mente e vi-a travar uma batalha, tentando a todo o custo que eu não entrasse na sua mente, mas lá consegui.

A primeira imagem que lhe mostrei foi a minha casa. E aos poucos, fui-lhe mostrando toda a minha história.

Uma ruga foi crescendo entre as suas sobrancelhas e os seus lábios uniram-se fortemente.

Eu mostrava-lhe tudo muito rapidamente e de maneira muito breve, mas intensa. Ela tinha que perceber que desde o momento que Katherine tinha aparecido, nada tinha sido mais o mesmo. Ficámos ali durante cerca de meia hora e depois eu retirei-me da consciência dela.

Respirei fundo e ela também.

-Lamento – falou ela, chorando e abraçou-me.

Rodeei a sua cintura com um dos meus braços.

-Não lamentes. Estás agora comigo e nada mais importa.

-Damon… falando no passado…

-Sim… - incentivei-a. Eu não lhe queria esconder nada, e responderia a tudo o que ela quisesse, desde que isso não a magoasse ou a afastasse de mim.

-Anna disse uma coisa que me fez confusão na altura.

-O que foi?

Tinha parado de chover e eu fechei o guarda chuva. Ela encostou-se ao carro e ficou a olhar para os pés que remexiam a terra enlameada.

-Ela disse que eu e Elena éramos parecidas com as nossas ancestrais.

-Elena é – falei confuso.

-Damon, ela falou no plural. Ela falou de nós as duas.

Como? Não me lembro de ter visto ninguém como a Demi.

-Não sei – falei, sinceramente. – Mas talvez Stefan se lembre de alguma coisa. Ou outra pessoa. Deixa-me cuidar dessa tarefa por ti, pode ser?

Ela acenou com a cabeça.

-O Riley anda a chatear-me – falou ela e eu aproximei-me.

-Quando é que ele não anda?!

-Ele quer saber o que aconteceu no baile dos anos 50 – afirmou ela, ignorando o que eu disse. – E eu não sei o que dizer.

-E que tal a verdade? – sugeri, tentando a ignorar a dor que as palavras seguintes me provocariam. – O Riley é teu amigo, ele também merece saber a verdade.

Ela acenou com a cabeça e depois olhou-me, com aqueles olhos lindos e maravilhosos que ela tinha.

-Tive saudades tuas.

Segurei o seu rosto com as duas e estava a centímetros dos seus lábios quando o seu telemóvel toca.

-Sim?

Era Elena, reconheci a voz. Ela não sabia onde estava Stefan e estava preocupada.

-Não, é impossível estar com o Damon porque ele está comigo.

Elena mostrava estar desesperada. Não era nada normal o Stefan deixar o telemóvel desligado e demorar tanto tempo a caçar. Os coelhinhos podiam estar na toca, mas não demorava tanto tempo a tirá-los.

-Nós vamos já para aí. Tem calma, Elena – falou Demi e desligou o telemóvel. Olhou para mim e suspirou: - Não conseguimos estar sozinhos um dia inteiro, pois não?

-Não me parece. Vamos.

Eu não queria pensar, mas ao mesmo tempo era impossível. A ideia que me vinha à cabeça, não era lá muito agradável, e eu só esperava que Stefan se aguentasse, porque caso ele tivesse sido raptado por aqueles vampiros, a missão de o tirar de lá seria muito perigosa e iria demorar algum tempo.


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Notas finais do capítulo

Next Tuesday...
Ele foi raptado...
-Stefan foi raptado por uns vampiros.
E há que ter um plano...
-Esperem.
Nós os três virámo-nos.
-Expliquem-me melhor o vosso plano
Não importa a que custo...
-Estás maluca? Eles são vampiros!
-Eu sei, mas é o Stefan que ali está!
-Vamos.
Será que o conseguirão resgatar?
-Quão rápida és? perguntou Damon, enquanto andávamos rapidamente.
-Bastante rápida.
-Ótimo. Começa a correr.
Até terça! XOXO



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