A Minha Vida em Mystic Falls escrita por AnaTheresaC


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Today on A minha vida em Mystic Falls...
O jogo vai começar...
-Uau! O Stefan é mesmo bom jogador
E há muitos jogadores em jogo...
-Oi Caroline!
-Oi Demi!
-Oi Elena!
Por isso, há que eliminar alguns...
-Jeremy, não!
***
-Eu não controlo o meu irmão, Riley, mas eu não sou como ele.
-Tu és um monstro como ele!



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Capítulo 19

POV Damon Salvatore

Quando ela acordou, olhou para mim e sorriu.

-Bom dia – falou ela.

-Bom dia – respondi e depositei um beijo na sua testa. – Dormiste bem?

-Nem por isso.

-Pensei que sim. Sonhaste comigo e com um rapaz…

Ela gargalhou e falou:

-O meu irmão!

-Ai sim? Mas ele não está aqui!

O sorriso dela falhou e baixou os olhos. Lembrei-me rapidamente do dia em que Caroline tinha sido desagradável com ela em casa da Elena. Fantástico, obriguei-a a começar o dia a recordar um irmão morto.

-Ele morreu no acidente de carro.

-Lamento. Mas então, é quarta feira. O que vais fazer? – perguntei, tentando desviar o assunto.

-Primeiro tenho escola e depois temos jogo de râguebi. O teu irmão vai jogar.

-A sério? Ele não me contou nada! – exclamei, fingindo-me ofendido e rolando os olhos. Há séculos que ele não me conta nada…

-Vais comigo assistir?

-Não sei. Depois vejo.

Se calhar ia com Caroline, sendo que já não me alimentava à muito tempo.

-Por falar nisso, tenho mesmo que tocar no teu assunto. Ontem estive a ver algumas fotografias tuas. A tua mãe parecia uma… maravilhosa mãe.

-E era! – disse ela e entrou na casa de banho, acabando com a minha hipótese de puxar o assunto.

-Demi, vou embora! – falei.

-OK. Até logo! – exclamou ela do outro lado da porta.

POV Demi Adams

Tomei um banho rápido e também me arranjei rapidamente. Quando ia a pegar nas coisas da escola, reparei no álbum de fotografias aberto. Devia de ser onde o Damon deve de ter visto a minha mãe. Tinha lá quatro fotos: eu e o meu pai, eu e o meu irmão com a Estátua da Liberdade como fundo, eu, a minha mãe e o meu irmão juntos, na 5ºAvenida e eu deitada no Central Park a ouvir música (pelo menos tinha os phones nos ouvidos, porque aquela foto tinha sido o meu irmão a tirá-la quando eu tinha adormecido). Sorri com as recordações deles. Se ele soubessem a quantidade de saudades que eu tinha deles...! Será que a minha vida em Nova Iorque manter-se-ia a mesma ou mudaria completamente? Todos os anos foram diferentes, mas este foi em especial, porque eu nunca tinha necessitado de mudar da cidade. Eu nunca tinha necessitado de viver longe deles. Nunca.

Buddy entrou no meu quarto e cheirou a minha cama, acabando por se deitar aos pés dela. É impressão minha ou aquele cão só dormia quando não estava a comer ou a brincar? Ai, quem me dera ter a vida dele!

Fechei o álbum de fotográficas e abri o meu guarda-jóias, onde estava o medalhão com verbena. O Riley queria que eu o usasse e o Damon também, mas mesmo assim estava indecisa. Deveria usá-lo ou não? Talvez sim, por isso, coloquei-o e desci as escadas.

-Bom dia, tia! – cumprimentei-a, dando-lhe um beijo na face.

-Bom dia, Demi – disse ela sorrindo, mas depois falou seriamente: - Por favor, hoje tem cuidado. Não te aproximes muito do cemitério.

-Porquê? – perguntei preocupada.

-Acabei de receber uma ligação da xerife Forbes, a dizer que tinha encontrado dois corpos no cemitério.

-Oh meu Deus – falei rapidamente, parando tudo. – Sabe-se quem é que foi?

-Não – respondeu ela. – Por favor, toma cuidado! Não se sabe se o animal poderá vir até à cidade. Ele está a aproximar-se.

-Está bem, eu tenho.

-OK. Não precisas de ir para as aulas?

Olhei para o relógio automaticamente.

-Oh, bolas, preciso mesmo! – exclamei e dei-lhe um beijo. – Não te preocupes, eu como qualquer coisa no bar da escola.

-OK, está bem.

Saí de casa a correr e fui para a escola rapidamente. Quando cheguei lá, já estava a tocar, mas Bonnie esperou por mim, sendo que íamos ter aulas juntas agora no primeiro tempo: Geografia. A matéria até foi bem gira, começámos a dar as depressões demográficas ao longo do Hemisfério Norte. Quando acabámos a aula, fui até a uma das máquinas que estavam mesmo ao lado da sala e tirei um chocolate, coberto de calorias; tenho que admitir: eu estava esfomeada! Fomos lá para fora e encontrámos a Elena a falar com Stefan e de repente uma bola de râguebi vai directamente à cabeça dele, mas ele virou-se super depressa e agarrou-a. Ele arremessou-a para quem a tinha atirado e percebi que era Tyler Lockwood. Todo o pátio parou para assistir àquilo e parece que ficámos parados no tempo.

-Uau! O Stefan é mesmo bom jogador – observou Bonnie com os olhos arregalados. – E muito parvo ao mesmo tempo para desafiar o Tyler daquela maneira.

Ri com o que ela disse e acenei com a cabeça. Comi o meu chocolate enquanto íamos ter com eles e Elena sorria.

-Ei! Vocês vão ao jogo logo?

-Claro que sim! – exclamei para ela e depois virei-me para Stefan. – Vais jogar?

-Sim, vou – respondeu ele sorrindo.

Entretanto, tocou e agora iríamos ter História. O professor começou a falar sobre a 2º Guerra Mundial, mas ninguém estava a prestar atenção. Há minha frente Stefan e Elena cochichavam algo, até que o Sr. Tanner falou:

-Menina Gilbert?

-Sim? – falou Elena, virando-se para o professor.

-Pearl Harbor.

Elena encolheu os ombros e Stefan respondeu:

-7 de Dezembro de 1941.

-Obrigada, menina Gilbert! – falou o professor irónico e todos nós rimos.

-Ás ordens – respondeu Stefan.

O professor não gostou nada que Stefan lhe respondesse. Olhou para ele com raiva e começou:

-Muito bem. A queda do muro de Berlim.

-1989 – falou Stefan. – Sou bom com datas, professor.

-Mesmo? Quão bom? – disse o Sr. Tanner, parecendo irritado com aquela afronta. – Então só os anos.

Stefan assentiu.

-Acto dos Direitos Civis – falou o professor Tanner.

-1964.

-Assassinato de John F. Kennedy.

-1963.

-Martin Luther King.

-1968.

-Lincon.

-1965.

-Roe contra Wade.

-1973.

O professor começou a aproximar-se de Stefan, parecendo cada vez mais furioso por Stefan estar a acertar tudo. A classe inteira estava a olhar atentamente aquele confronto.

-Brown contra Board.

-1954.

-A batalha de Gettysburg.

-1863.

-A Guerra da Coreia.

-De 1950 a 1953.

-Ah! – gritou o professor e parecia que eu tinha acabado de acordar de um transe, assim como toda a turma. – Acabou em 1952!

Ele virou-se e foi rumando para a sua secretária.

-Na verdade, professor, acabou em 1953 – disse Stefan, acenando de seguida com a cabeça, confirmando que tinha a certeza daquilo que tinha dito.

-Alguém olhe para o livro – falou o professor, olhando desafiador para Stefan. - Rápido!

Abri o meu livro de História e fui ao índice. Procurei alguma coisa sobre a guerra da Coreia e quando vi, fui até quase ao fim do livro e olhei. A negrito e no primeiro parágrafo, dizia “…esta guerra foi de 1950 a 1953…”.

-Na verdade, - comecei e olhei para o professor. – acabou em 1953.

Eu e Stefan ficámos na linha do olhar do professor e senti-me sufocar. O olhar que nos deitava, dava para nos matar. Falo a sério!

Todos começaram a aplaudir Stefan, mas eu não consegui, apenas fiquei a olhar para o professor que olhava para mim e Stefan. Este, parecia que nem notava o olhar do Sr. Tanner. Tocou e saímos da sala.

-Menina Adams? – chamou o professor quando eu estava prestes a sair da sala. Bonnie e Elena olharam para mim, um pouco assustador mas eu falei:

-Já vou lá ter.

Sorri amarelo e fui até ao professor. Ele tinha uma pasta nas mãos dele, e folheava-a.

-Demi. Adams – disse ele, parecendo maléfico. Só me lembrei da cara do Damon com as presas de fora a olhar para mim com os olhos raiados de sangue. – Aluna com média de 13 a História. Não muito boa aluna, devo acrescentar, para o meu ensino.

Olhei para ele, fitando-o sem medo nenhum.

-Tenha cuidado. É tudo o que lhe digo. Pode sair.

Saí da sala, com a cabeça erguida. Eu já tinha tido problemas com os professores, por isso, este só seria mais um, e eu saberia lidar com a situação.

-Demi! O que foi que ele disse? – perguntou Elena, pegando nas minhas mãos e olhando-me preocupada.

-Nada de especial. Apenas intimidar-me.

-Foi muito mau? – perguntou Bonnie.

-Não, só uma frase com uma ameaça explícita. Não se preocupem, a sério!

-Se precisares de alguma Demi, podes contar comigo – falou Stefan acenando com a cabeça.

-Connosco – corrigiu Bonnie.

A campainha tocou e continuei com as minhas aulas, até ás três horas. Fui para casa e comecei a preparar-me para o jogo. Vesti umas calças de ganga desbotadas, um top preto com alguns brilhantes no decote umas botas de salto pequenas, peguei num casaco preto que tinha, coloquei um colar com uma caveira e umas pulseiras. Coloquei algum dinheiro e as chaves de casa num dos bolsos das calças e saí de casa (look: http://www.bymk.com.br/looks/782687). Quando cheguei ao campo, estacionei o carro no parque de estacionamento e saí para a confusão que se estava a instalar. A primeira pessoa que vi era Caroline e vinha acompanhada com o… Damon. Mal me viu, sorriu para mim, mas também parecia preocupado. Fui até eles e sorri para Caroline.

-Oi Caroline!

-Oi Demi! Vieste!

-Sim – assenti. – Já viste a Elena, ou isso?

-Na verdade não. Elas estão atrasadas, quer dizer, a Bonnie vem com a Elena e com o Stefan, por isso, estão todos atrasados. Foste uma querida em vires, mas agora tenho que ir tratar de um assunto. Até já! – falou ela sorrindo e saindo com Damon atrás.

O meu rosto começou a ficar vermelho e respirei muitas vezes fundo, numa tentativa de me acalmar. Com que então, eu era a “outra”, a traidora. Quando a Caroline souber, não irá ficar nada feliz.

-Oi! – exclamou Riley atrás de mim. Virei-me para ele e sorri.

-Olá! – exclamei. Ele olhou para o meu pescoço e afirmou:

-É um bonito colar, mas devias de estar a usar verbena.

-Eu usei durante todo o dia – afirmei e continuei. – E de qualquer das formas, está muita confusão, quem é que me iria querer hipnotizar?

-Mesmo assim toma atenção.

-OK, prometo – falei e desviei o assunto: - Não vais jogar?

-Não, só vou assistir.

-Então, queres ver comigo?

Ele olhou para mim intrigado. Então percebi que aquilo para um ex-namorado era capaz de ser considerada como uma pergunta com segunda intenção.

-Quero dizer, não vou estar sozinha, vou estar com a Elena.

-Ah, sim, claro. O Stefan vai jogar, não é?

-Sim – respondi.

Damon passou mesmo por trás de Riley e olhou para mim ofendido. Fingi que não o vi, só para evitar confusões mas depois lembrei-me que não tinha verbena, e então, muito provavelmente, ele devia de estar a ver o que estava a pensar. Pouco me importava, porque quando eu cheguei cá, vi-o com a minha amiga Caroline, fazendo-me sentir a “outra”.

Voltei a atenção para o Riley, que estava a falar qualquer coisa sobre o Tyler.

-Demi? Viste ou não o lançamento que o Tyler fez?

-Que lançamento? – perguntei não percebendo. O jogo ainda não tinha começado, por isso, como era possível o Tyler já ter feito algum lançamento?

-Demi, tu estavas a ouvir-me?

-Desculpa, fiquei a pensar numa coisa.

-Posso saber o quê? – perguntou ele, olhando-me atentamente. Com ele podia abrir-me, certo?

-Quando cheguei cá o Damon e a Caroline estavam juntos, e eu não percebi bem porquê. Só isso.

-Vocês namoram, não é?

-Como é que sabes?

-Intuição. Eu sabia que havia mais alguma coisa para além daquele teu discurso de termos confundido as coisas. Tu ama-lo.

-Ainda não sei, Riley, fiquei muito confusa. Sinto como se estivesse a trair a minha amiga.

-Oh, vá lá! Quando a Caroline se fartar dele, larga-o, se é que não to oferece de bandeja. Ela só está com ele porque ele é mais velho, só isso.

-Não sei, Riley.

-Acredita em mim. Isso aconteceu comigo, falo por experiência própria – assegurou ele e depois sorriu. – Estão a queimar o boneco da equipa adversária. Queres vir ver? O professor Tanner vai fazer um discurso.

-OK, está bem.

Fomos andando e ficámos ao pé da claque. Olhei em redor e não vi Damon em lugar nenhum.

-Oi! Finalmente vejo-te Demi! – exclamou Elena.

-Oi Elena! – falei e dei um beijo na sua bochecha. – O Stefan?

-Lá ao fundo – falou ela e apontou para onde ele estava. Ele acenou para mim e eu retribuí.

Todos se reuniram numa enorme roda e houve uma fogueira, ao pé do palco que tinha um microfone, acendeu-se. O professor Tanner apareceu e todos aplaudimos. Ele era o treinador e estava com um ar feroz, mesmo à treinador.

-Esperem, esperem! – falou ele ao microfone. Todos se calaram e ficaram a vê-lo. – Vamos ser honestos, no passado, deixámos as outras equipas virem à nossa cidade, e arruinarem-nos – houve um coro enorme de reprovação. – Mas isso está prestes a mudar!

Houve um grande grito de vitória, pessoas a aplaudirem e Caroline abanou os pompons dela no ar.

-Temos óptimas notícias, a começar pelo nosso ataque, e vou dizer-vos agora mesmo, que há muito tempo que já não via um rapaz como este, com mãos como estas.

Houve outra vez um grito de histeria e aplausos.

-E esse chama-se Stefan Salvatore! – exclamou o professor e eu aplaudi. – Os que querem ver um troféu nosso, só tenho uma coisa para voz dizer: os Timberwolfes estão famintos!

Houve mais aplausos e gritos e do nada, esses foram-se dissipando, e eu olhei para trás. Estava a haver luta e Elena foi andando para lá. Eu fiquei a olhar para Riley, indecisa. Quando ele deu um passo em frente, com a cabeça erguida e o olhar muito atento, eu também avancei. Quando cheguei lá mais perto, percebi que o Jeremy estava a lutar com Tyler. Depois o Stefan foi lá e tirou o Tyler de cima do Jeremy e ele tentou dar um murro ao Stefan, mas este nem se mexeu. Elena começou a avançar para eles e o Jeremy levantou-se e preparou-se para desferir um golpe no Tyler com um vidro partido.

-Jeremy, não! – gritou Elena, mas era tarde demais. Tyler foi desviado por Stefan, e ele é que levou com o corte na mão. A minha respiração prendeu-se, quando vi aquilo.

Matt correu para Tyler e tirou-o dali. Elena avançou para Jeremy e zangou-se com ele. Eu não me conseguia mexer para qualquer lado, estava estática.

-Oh meu Deus, a tua mão! – exclamou Elena virando-se para Stefan e olhando para a sua mão.

-Não, não é nada – falou ele e fechou a mão.

Aproximei-me dele, olhando para a sua mão, também querendo confirmar. Stefan limpou a mão ás calças.

-É profundo? Está muito mau? – indagou Elena abrindo a mão de Stefan e não vendo nada, assim como eu. Ela olhou para ele, surpreendida.

-Mas, eu vi…

-Ele não me acertou. Não era o meu sangue.

-Não, não, não, eu vi o vidro cortar a tua mão…

-Não. Eu estou bem – falou Stefan e sorriu para ela.

-Estás mesmo bem? – perguntei e ele olhou para mim.

-Sim, está, não foi nada. Está quase na hora do jogo, preciso de me equipar. Vemo-nos depois?

-OK – falei e sorri.

-OK. Boa sorte – desejou Elena.

-Obrigado – falou ele e depois foi embora para o balneário.

-Eu preciso de ir falar com a Bonnie – falou Elena. – Queres vir?

-Não, obrigada, eu fico com o Riley.

-OK. Até já.

-Até já.

Ela foi andando e eu fui ter com o Riley.

-Ele não se cortou, pois não? – perguntou Riley.

-Não. Mas parecia!

-Eu sei, também pensei o mesmo. E sabendo bem como ele é, até pensei que se fosse descontrolar.

Respirei fundo.

-Vamos beber algo e depois desejar boa sorte ao Stefan?

-Sim, poder ser – falei e fomos até à zona das bebidas. Enchemos os copos de coca-cola e depois fomos andando até ao balneário, ver se víamos o Stefan.

-Então, como é que estás?

-Bem – respondi.

-Isso eu sei, mas eu estava a falar sobre o Damon.

-Ah, isso – falei e o meu sorriso desapareceu. – Eu ainda não sei. Muita coisa mudou.

-Olha, se precisares de desabafar, mesmo que seja sobre o Damon, conta comigo, OK?

-OK, obrigada – disse e abracei-o e então senti que ele me abraçava de uma maneira diferente, de uma maneira protectora. Tentei desfazer o abraço, mas não consegui porque ele me apertava com muita força.

-Riley? – disse, preocupada e então ele empurrou-me contra uma parede, prensando-me ali. Fiquei assustada, pensei que ele me ia fazer alguma coisa, mas vi pela minha visão periférica, Damon a matar o professor Tanner.

-Não! – gritei e então ele olhou para mim, com aqueles olhos maquiavélicos. E então, ele desapareceu. Stefan estava a olhar para o professor Tanner e olhou-me, preocupado. Riley apertou-me mais contra si e sussurrando no meu ouvido que tudo ia ficar bem.

Stefan veio andando até nós e eu quis-me libertar de Riley assustada, e com as lágrimas a escorrerem-me nos olhos.

-Demi… - falou Stefan olhando para o chão. – Lamento teres visto isto.

Riley enrijeceu e desfez o abraço, colocando-se à minha frente, entre mim e Stefan.

-Eu não controlo o meu irmão, Riley, mas eu não sou como ele.

-Tu és um monstro como ele! – gritou Riley, colocando-se face a face com Stefan. Stefan engoliu em seco e afastou-se.

-Até posso ser, mas somos completamente diferentes de personalidade.

Comecei a afastar-me da parede, esperando que nenhum deles me visse, mas Damon apareceu à minha frente e eu gritei de susto.

-Oh, por favor, eu assusto-te sempre!

Riley chegou ao pé de mim e por trás, colocou alguma coisa no meu braço.

-Olha-me nos olhos, Demi – pediu Damon e eu baixei-os logo.

-Tu és um monstro.

-Demi, por favor – disse ele e levantou o meu queixo com uma das suas mãos. – Tu vais esquecer o que viste. Vais para as bancadas ver o jogo.

Eu sabia que ele me estava a tentar hipnotizar, mas eu lembrava-me de tudo. Porque não estava a funcionar?

-Não – falei determinada e olhei-o com desafio.

-O quê? – falou ele confuso, com os olhos muito abertos e com rugas a formarem-se na sua testa. – Demi, olha outra vez para mim.

-Não vais conseguir – falei e pedi: - Podes soltar-me, por favor?

-Vem aí alguém. Depressa, temos que ir – falou Stefan, e Riley pegou no meu braço bruscamente e começámos a correr até chegarmos ao grupo que estava a começar a subir para as bancadas.

-O que vai acontecer a seguir? – perguntei ao ouvido do Riley.

-Não sei – respondeu ele. – Esperamos.

-Tu injectaste-me verbena, não foi?

-Foi. Não se deve apagar a memória de alguém, por muito má que seja. E também serve para perceberes que ele é um monstro, como todos eles são.

Apenas acenei e a fila andou.

-Pessoal, o professor Tanner! – gritou um jogador, acho que foi o John. – Ele foi atacado!

Olhei para Riley em pânico e ele apenas falou:

-Vamos para casa, é melhor.

Fomos andando para o parque de estacionamento, eu a pensar onde é que o Damon estaria e como é que ficava a nossa relação. Riley seguiu atrás de mim até à minha casa e depois acenei-o quando saí do carro. Entrei em casa sorrateiramente, mas depois percebi que não havia problema, sendo que a tia Melinda devia de ter ido para o sítio onde o Sr. Tanner tinha sido morto para fazer a cobertura da notícia. Subi para o meu quarto e tratei de começar a tirar a minha roupa mesmo antes de chegar à casa de banho, sentindo-me suja por ter assistido àquilo tudo e não ter podido fazer nada. As lágrimas começaram a cair e quando estava a tirar as calças de ganga uns braços abraçaram-se e prenderam-me.

-Por favor, perdoa-me – falou Damon ao meu ouvido.

-Larga-me – pedi.

-Não, enquanto não me perdoares.

-NÃO! – gritei desesperada. – Larga-me, larga-me, larga-me! Eu odeio-te!

Tentei libertar-me, começando bater os pés, e movimentando os braços.

-Não – falou ele determinado e eu parei, assustada. O seu tom era tão frio, calculista. – Hum, bem me parecia que o farias.

Virou-me demasiado depressa e senti que o meu corpo não acompanhou o movimento, porque parecia que não estava em mim e vi a visão toda turva.

-Agora, olha-me bem nos olhos.

Fechei-os e coloquei as minhas mãos no seu peito, fazendo força e entrando de costas na casa de banho. Tranquei a porta e encostei-me nela. Eu não conseguia falar, não me conseguia mover.

-Demi Adams, abre-me a porta já! – gritou Damon fora de si, batendo na porta com extrema força. Será que ele ia arrombá-la?

-Não, vai-te embora – falei num fio de voz. A minha garganta parecia que estava inchada, e não conseguia que nada passasse.

-Não, enquanto não falarmos! Abre a porta ou eu arrombo! – gritou ele.

Meu Deus, se ele arrombasse, o que eu diria à tia Melinda? Que tinha caído e batido com a cabeça na porta e ela se tinha partido? Não, ela não iria acreditar em mim, porque nenhum humano tem força suficiente para arrancar a porta com uma queda. Estava feita!

Destranquei a porta muito devagar e mal eu afastei-me dela, ele abriu-a com extrema violência e ao mesmo tempo empurrou-me contra a parede.

-Por favor, deixa-me explicar!

-Damon, por favor – falei num fio de voz. Eu estava a sentir as minhas forças irem-se embora, mas não ia dar parte fraca. Precisava de arranjar força onde ela não existia, mas iria conseguir.

-Preciso que esqueças o que aconteceu e me deixes explicar!

-Fala – falei soltando o ar que estava a prender nos pulmões.

-Eu tinha discutido com o Stefan, e para lhe mostrar que era mais forte que ele, matei o Tanner. Por favor…

-Vai. Embora – falei ameaçadoramente. A cólera preencheu-me o corpo e deu-me forças.

Como era possível? Ele tinha matado um humano para provar que era mais forte! A próxima prova poderia ser eu!

-Demi, tu tens que me ouvir.

-Não, tu é que tens que me ouvir! – gritei mesmo na cara dele, desafiadora. – Vais sair da minha casa agora ou então eu enfio uma estaca no teu coração.

-Tu não seria capaz! – falou ele bufando.

-Tenta-me – desafiei e empurrei-o para fora da casa de banho. – Da próxima vez que tentares entrar na minha casa, ou falar comigo, chamo o Riley.

-O que esse caçador de meia tigela tem a mais do que eu? Diz-me! – falou ele, surpreendido, num tom irónico.

-Sinceridade, honestidade, amor-próprio, capacidade de perdoar, não é egoísta. Queres que te diga mais ou isto chega?

A sua face transformou-se em dor, chegava a ser palpável.

-Isso não é verdade – falou ele, começando a tremer.

-O tempo em que estivemos juntos ele nunca me traiu. Tu estás com a Caroline.

-Isso não é verdade. Ela é só… - ele parou e ficou a olhar para mim, com os olhos a lacrimejar. Eu não tinha pena dele, ele já me tinha feito chorar muito por ele, se ele chorasse, iria perceber que dor que me infligiu.

-Não interessa o que ela é para ti: o teu lanche, uma pessoa com quem podes ficar para dar uns beijos e tal. Isso a mim não me interessa! O que realmente me interessa é que tu continuas com ela, apareces com ela nas festas da escola. Imaginas como eu fico? Sabes como eu me senti quando te vi com ela?

-Desculpa eu…

-Não há nada que possas fazer que me vá fazer mudar de ideias. Vai-te embora e nunca mais apareças há minha frente – interrompi-o, mostrando-lhe a minha maneira de pensar.

-Eu não queria que as coisas fossem assim Demi. Eu amo-te.

-As coisas são assim porque tu as fizeste. Não penses que não me esquecerei do professor Tanner e da Vicky. Mas o Tanner… tu mataste-o! E a Caroline? Também a vais matar?

Ele olhou para mim rancoroso, mas eu percebi a resposta: sim. Baixei os olhos, derrotada. Ele não iria mudar.

-Vais-me matar? – perguntei, nem sem bem porquê.

-Nunca – disse ele e aproximou-se de mim rapidamente. – Demi, se eu alguma vez te tentasse matar, aceitaria de bom grado uma estaca no meu coração e ser queimado com fogo ardente.

A porta abriu-se e ouviu-se:

-Demi! Já estás em casa?

-A nossa relação termina aqui e agora. Nunca mais voltes a entrar por aquela janela sem o meu consentimento – falei e apontei para a janela.

Ele foi andando e depois, antes de saltar avisou-me com aquele riso irónico e maquiavélico:

-Sabes Demi, uma das coisas que eu faço é nunca prometer nada. Excepto, talvez, infernizar a eternidade do meu irmão. Vemo-nos por aí.

Mal ele saiu, a tia Melinda entrou no meu quarto. O meu coração ainda estava acelerado e assustei-me quando ela entrou.

-Desculpa, mas a porta estava aberta e…

-Está tudo bem – interrompi.

-Hum, OK. Já sabes o que aconteceu?

-Não sei muito bem, aconteceu qualquer coisa com o Tanner, não foi?

-Infelizmente foi – suspirou ela e sentou-se na beira da minha cama. – Ele foi atacado pelo mesmo animal que andou a atacar as outras vítimas.

Será que ele continuava a matar pessoas?

POV Damon Salvatore

Saí de casa dela furioso e fui andando até ao cemitério. Quem é que eu encontro? Aquela tal Vicky com um grupo de drogados. Não pensei duas vezes e saltei para o pescoço dela, matando todos os outros e fazendo um grande incêndio. Ela não disse que eu iria matar a Caroline? Pois bem, ela seria a minha próxima vítima, na sexta-feira, que seria a festa dos Fundadores.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do trailer?
Desculpem, mas tinha julgado que tinha postado a semana passada, minha culpa.
Bjs



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