POV BELLA

Tem aqueles dias que o que eu mais queria era dormir para sempre.

Forcei-me a permanecer de olhos fechados, mesmo sem abri-los eu sentia o peso que foi o dia de ontem.

Terrível.

Permanecer de olhos fechados. Permanecer de olhos fechados.

Repetia inutilmente, quem sabe meu cérebro resolvesse me obedecer. Sinceramente eu seria grata.

Mas como sempre nada é como eu quero e meu querido cérebro tende a viver me sacaneando ele me trás imagens do Jake, até minha vontade de nunca mais abrir os olhos passa.

Isso é sacanagem.

A quem eu quero enganar? Eu sou fraca de mais. Basta pensar nos outros que pouco importa a minha dor, eu vivo pra eles, e no fundo sou feliz assim.

Abro os olhos de vagar e vejo meu quarto. Sorriu só de imaginar como fui parar aqui.

A última coisa que me lembro foi de ter dormido nos braços do Jake.

Suspiro.

Com certeza hoje vou ter muitas coisas pra fazer, como por exemplo cuidar da Rose, pra mim o baque foi forte, mas sempre lidei melhor com isso do que a Rose, não que ela seja fraca, ela é incrivelmente forte pra várias coisas...

Tomo um banho pra relaxar, penteio meus cabelos e desce esperando encontrar a bagunça de ontem, mas por incrível que pareça a sala esta perfeitamente arrumada.

Sinto um cheiro delicioso vindo da cozinha e parto pra lá.

Sue estava sentada na mesa de cabeça baixa enquanto meu pai estava encostado em sua cadeira mexendo em seus cabelos. Sue ainda estava com as roupas de ontem, será que dormiu aqui?

– Bom dia, o que aconteceu com a bagunça da sala? – Perguntei sorrindo.

– Ah eu e Sue arrumamos tudo ontem mesmo meu bem, como você esta? – Meu pai perguntou enquanto me abraçava.

– Estou bem pai, nada de diferente – suspirei – A Rose já acordou?

– Não, mas o Emmett está lá com ela, desde que você ligou pro garoto ele não sai daí, vai ser bom pra ela. – Ele terminou olhando para o nada.

É certo que ainda vai demorar um tempo para que tudo volte a ser o que era antes – antes da volta de Renée pelo menos.

– Fiz chocolate quente Bella. – Sue sorria para mim não pude conter o sorriso involuntário em meus lábios.

Talvez, só talvez a gente consiga voltar a ser o que era mais cedo do que eu esperava.

Meu pai começou a me olhar e não sei porque não gostei nada desse olhar.

Ele se sentou de frente para mim e continuou a me olhar, olhei pra Sue e interrogativa, mas ela olhava pro meu pai sorrindo.

Eu juro que me preocupei, aquele olhar nunca era dirigido a mim, geralmente quem o ganhava era a Rose, ela que gostava de fazer coisas que intimidava meu pai a lhe lançar aquele olhar.

Não sabia se continuava o joguinho de meu pai ou o interrompia.

Vou interromper é claro. Esse olhar já esta me dando nos nervos!

– Chega! – Falei olhando para ele.

Ele levantou uma sobrancelha só, já disse que isso me irrita ao extremo?

– Da pra falar o que te deixou assim? – Perguntei revirando os olhos.

– Tem andado muito com o Jacob não é Bella?

Meu pai e ironia? Não combinam! Totalmente incompatível.

Sue começou a gargalhar, fechei meus olhos sorrindo.

– Isso tudo é ciúmes chefe Swan? – Perguntei sorrindo.

– Ciúmes? Não sei o que é isso mocinha, só que você não comentou nada de estar namorando o filho do meu melhor amigo e pelo que vi ontem vocês estão muito íntimos. – Seu tom tinha um “Q” de irritação que me fez rir.

– Não disse que estava namorando com o filho do teu melhor amigo porque realmente não estava, a gente ta junto, mas sem rótulos entende? Eu gosto dele e ele de mim, isso é o que importa, mas o que você viu ontem que comprovou nossa intimidade? – Perguntei curiosa.

Porque até onde eu sei nunca rolou nada de mais ente mim e o Jake, não que eu não queira, só não tive a oportunidade, ainda.

O rosto de Charlie suavizou.

– Não vi nada físico Bella, mas o que eu vi um mais que um carinho, foi amor, só que o amor nem sempre da certo, só amar não basta.

Eu realmente me impressionei com isso, o que diabos meu pai viu? E porque meu estômago deu um tranco? Ah sim porque esse é o meu maior medo, eu amo o Jacob e sei que isso vai durar pra sempre dentro de mim, porque quando eu amo, eu amo de verdade e é para sempre, mas não sei se Jacob é assim, evito pensar nisso porque isso me faz sofrer, eu estou nas mãos dele, sou completamente dependente, por mais que eu não demonstre.

E o que meu pai falou me deu um choque, que merda, eu sei que só amar não basta. Eu nem conheço o Jacob direito, passei minha vida inteira ao lado dele, mas nunca entrei no quarto dele, nem ao menos sei qual é sua cor preferida – o pior é saber que eu não sei coisas simples.

Respirei fundo, meu pai e Sue não precisam saber de minhas duvidas e medos.

– Eu sei disso pai, mas vou me cuidar, eu prometo. – Respondi com um sorriso doce.

Charlie sorriu e desviou seus olhos do meu.

– Eu sei minha filha, eu sei só me preocupo, mas não tenho o porquê, é que... Eu quero que você seja feliz Bella, e pelo que vejo o garoto te faz feliz, eu aprovo.

Sue bateu palmas e abraçou meu pai.

Eu estava feliz por eles, talvez meu pai pudesse voltar a ser tão feliz quanto eu, tomara que Renée não estrague isso.

Não de novo.

– Conta para ela o que foi que você viu ontem Charlie.

Levantei minha sobrancelha pra Sue, estava louca pra perguntar o que foi.

– O Jacob te levou no colo pro seu quarto, quando ele apareceu aqui eu me assustei, mas seu pai me tranqüilizou dizendo que você só tinha pegado no sono, ele te levou pro seu quarto, seu pai me olhou com uma cara de: “Esse garota vai aprontar alguma com minha filhinha dormindo”. Foi tão engraçado Bella.

Eu realmente ri, isso era bem a cara do chefe Swan, ele resmungou dizendo que não poderíamos culpá-lo por me amar e querer me proteger.

– Pode deixar que eu assumo daqui Sue, você esta muito engraçadinha hoje! Bom eu subi atrás, só pra me certificar que você estava bem, só que quando cheguei não ousei falar nada, ele estava cuidando de você. Ele te colocou na cama com um cuidado minha filha, era como se você fosse de porcelana ou algo valioso de mais pra ser quebrado, ele tirou suas sapatilhas, pegou sua coberta e te cobriu com cuidado, ele ficou algum tempo olhando pro teu rosto, ora ou outra abria um sorriso, por fim acariciou teu rosto e beijou sua testa, eu não parava de sorrir, não conte para ele, mas eu realmente gostei da atitude dele, foi espontânea, ele não fez aquilo pra me impressionar, ele nem sabia que eu estava vendo aquilo, até se assustou ao se virar e ver que eu vi aquilo tudo, posso até arriscar dizer que foi a primeira vez que eu vi um Black com vergonha.

Ele ria, mas não fazia idéia do que acontecia dentro de mim, meu Deus, eu posso amar ainda mais Jacob Black?

Sei que vou ficar louca se pensar nesse amor, e eu realmente acho que não é hora pra me afundar nesse abismo.

Tinha que desviar o foco.

– E como vocês vão ficar? – Perguntei tomando um pouco do meu chocolate quente.

– Vamos tentar, é claro que não vai ser fácil, tecnicamente acabei de me separar, e tem a Leah e o Seth, sem contar que eu tenho certeza que Renée vai tentar fazer de nossa vida um inferno, mas nós vamos tentar.

Charlie disse segurando a mão de Sue. O aperto era forte, me pergunto como alguém pode pensar em não deixar os dois juntos? Eles se amam, já sofreram tanto, me causa uma dor enorme penar em ver os dois separados.

– Pra mim o pior vai ser a reação da Leah, mas eu decidi Bella, dessa vez vou ser feliz, a Lee vai entender, eu sei que ela quer me ver feliz.

– Não se preocupe com a Leah Sue, todos vêem o quanto vocês são melhores juntos.

Nesse momento ouvimos Rose e Emmett descendo as escadas.

Rose estava horrível, com cara de quem não dormiu e tinha chorado a noite inteira.

– Bom dia. – Sua voz estava baixa e sem um pingo de emoção, eu sabia onde isso ia dar, senti meu coração apertar, olhei pra Emmett que deu de ombros, mas em seus olhos eu vi o quanto ele estava sofrendo com isso.

No fundo todos nós sabíamos onde isso ia dar.

Ainda me lembro das inúmeras noites em que Rosálie chegou bêbada em casa, chorando, gritando e dizendo que odeia minha mãe, isso quando voltava, por vezes tínhamos que sair desesperados atrás dela.

Esse é a pior parte e a culpa como sempre é de Renée.

O resto do café seguiu em um silêncio desconfortável, mas ninguém queria falar, sabíamos que a Rose precisava de tempo e muito silêncio.

– Com vai ficar o divórcio pai? – Rose quebrou o silêncio só pra deixar o clima ainda mais tenso.

– Não sei minha filha, mas meu advogado já esta cuidando disso.

– Eu só te peço pra não ver mais aquela mulher, quero ela no mínimo a cem metros de distância de mim.

Meus olhos se arregalaram.

A situação é pior do que eu imaginei.

– Tem certeza disso filha? – Meu pai perguntou receoso.

– Sim, eu tenho. – Ela solta um longo suspiro. – Vou ficar no meu quarto.

Emmett fez um gesto que deu a entender de que iria acompanhá-la, mas o que ela fez foi horrível.

– Sozinha. – Sentenciou com veneno.

Emmett abaixou a cabeça, mas segundos depois chorava.

Todos nos levantamos, mas eu me agarrei a ele com força.

– Não fica assim Emm, eu sei que ela foi estúpida e que você não merece isso, mas você sabe como ela é, a perdoe. – Eu implorava, sabia que a Rose iria se arrepender depois, mas ela nunca pensava na hora, só depois se dava conta da merda que fez.

– O que ela disse doeu Bella, mas não é sopor isso que eu choro. Dessa vez é pior, a Rose não vai agüentar e o pior e que eu não sei se eu vou agüentar, não sei Bella...

E nós choramos, sentimos Sue e Charlie se juntar ao nosso abraço e naquele momento pedimos a Deus que fizesse a dor passar logo.

POV JACOB

Não consegui dormir.

Bella estava em todos os meus pensamentos, ver que ela estava nessa situação e que eu não podia fazer nada por ela era doloroso de mais.

Odeio não ter o controle da situação.

Noite mal dormida, lençóis revirados, suspiros de indignação, de suspiros de irritação, suspiros de impotência, mas quem sofreu mais foram os pobres travesseiros, não consegui controlar, quando vi já tinha socado.

Não sei quando Bella começou a virar realidade em minha vida, ela sempre habitou meus sonhos, minhas fantasias, e agora que eu a tinha de verdade me sinto um idiota por ver que a garota que eu amo desde sempre esta nessa situação.

Ela é tão pequena, se encaixa perfeitamente em meus braços, me parece tão frágil, mas sei que ela não é, ela é forte, é guerreira, enfrentaria o mundo por aqueles que ela ama, mas não posso deixar de abraçar o sentimento de proteção.

Quem diria, Jacob Black fazendo algo de bom pra outra pessoa sem querer nada em troca – por mais que isso não seja verdade. – Minha mãe certamente diria que realmente aprendi o que significa o amor.

Porque a única coisa que eu desejo em troca, no fundo do meu íntimo e ver um sorriso no rosto da Bella.

O relógio marcava 06:37 da manhã, nem rolava mais ficar deitado.

Tomei um banho demorado, mal via a hora de estar de novo com a Bella.

Foi observado a água cair que tive uma idéia.

Meu pai vai ter que me ajudar nisso, nem que para isso eu vire escravo.

Sai do banho sorrindo, com certeza a Bella vai gostar disso.

Me troquei rápido e fui até o escritório do meu pai, todos os dias antes do café ele se trancava lá pra resolver negócios inacabados.

Entrei sem bater, sabia que isso iria irritá-lo, mas realmente não poderia perder essa oportunidade.

– Não vou nem me dar o trabalho de gritar com você Jacob, mas estou curioso, o que faz acordado uma hora dessas?

– Eu preciso de um favorzinho seu. – disse controlando o tom.

Depois que disse o que era ele riu da minha cara.

– Acha mesmo que faria isso para você? Não estou ficando louco Jacob.

Realmente fiquei com raiva.

– Me escuta pelo menos uma vez pai.

Contei o que sentia, o porque e o para que de meu pedido.

Ele realmente me olhava abismado, tenho certeza que o motivo real nunca passou por sua mente.

– Eu estou surpreso, muito surpreso pra falar a verdade. Faça isso, tem minha permissão.

Terminou de dizer com um sorriso contido.

– Obrigado pai, você não sabe o bem que me fez.

E surpreendendo os dois eu o abracei.

Não me lembrava qual foi a última vez que senti isso, foi bom.

Mas soltei meu pai rápido de mais.

1° Regra: Nunca demonstre emoções. – Elas te ferram.

Sai do escritório feliz.

Comi alguma coisa na cozinha e corri pra casa do Quill, eu sabia que a Bia ia me matar, mas era por uma boa causa.

Ao bater na porta da casa do Quill o velho Ateara me atendeu – a casa do Quill não tinha nada de luxo, ele era um adolescente que tem que trabalhar pra se sustentar e sustentar seu avó. – Sua mãe morreu ao dar a luz e dizem que o Pai de Quill era um ordinário, seu avó cuidou dele com todo carinho, mas já estava velho de mais pra trabalhar, então sobrava pro Quill fazer isso, e o que me faz ser amigo do Quill e saber que ele faz isso de bom grado, ele ama poder ajudar o avó que já fez tanto por ele.

– Bom dia Jacob, em que posso ajuda-lo meu filho? – O Velho me perguntou sorrindo.

– Bom dia senhor Ateara, a Bia esta por ai.

Ele riu.

– Ela esta dormindo, você quer acordá-la? – Me perguntou em um tom de desafio.

– Vou aceitar esse desafio, preciso realmente falar com ela. – disse sorrindo.

Ele deu espaço para que eu entrasse na casa.

– Boa sorte, mas te digo uma coisa, se ela te matar a culpa não é minha.

Eu ri bastante.

– Eu assumo os riscos, pode deixar, ninguém vai saber que foi o senhor que me deixou entrar no matadouro.

Ele gargalhou e me disse que a Bia estava no quarto de frente pro do Quill.

Suspirei fundo antes de entrar, seja o que Deus quiser.

Não me lembrava o quanto a Bia era linda enquanto dormia.

Vou aproveitar mais um pouco, porque quando acordá-la eu tenho certeza que vou ser um cara morto.

Bom, vou tentar fazer isso da melhor forma possível, me sentei ao seu lado e comecei a balançá-la de vagar.

– Bia, acorda.

Perdi a conta de quantas vezes sussurrei isso, oh mulher difícil, eu não queria que fosse assim, mas vai ter que ser pelo pior jeito, vi uma jarra de água em cima do criado mudo.

Sorri. Ela vai me matar.

Peguei a jarra e me encaminhei para porta, comecei a assoviar.

Quando estava em um lugar estratégico joguei a água em sua direção. Eu tive dó dela, o pulo que ela deu, se olhou e viu que estava encharcada, não agüentei, comecei a gargalhar, então ela me focalizou.

Jacob gargalhando. Jarra na mão e Bia encharcada? Corre que vai dar morte.

Tirei isso pelo grito que ela deu, eu que estava ao lado da porta me mandei pra sala.

Assim que cheguei a sala o velho Ateara me olhava assustado pelos gritas da neta.

– Bom, eu não vou ficar aqui pra ver no que isso vai dar, até mais meu filho – disse se encaminhando para a porta, mas parou e olhou pra mim sorrindo. – Ou não.

Esse velho é uma comédia, amo ele.

Mas ao olhar pra trás eu percebi, esta ferrado, Bia estava com um cabo de vassoura na mão.

– Não adianta correr! – ela gritou, o velho me distraiu, merda, só me dei conta quando estava sendo atingido por uma vassoura assassina.

– Merda Bia. Calma mulher!

– Só depois de te matar! Onde estava com a cabeça ao fazer uma merda dessas Jacob Black?

E sei que se não parar a garota ela vai me matar! Então esperei o momento certo, tomei a vassoura de sua mão e a segurei. Único jeito dela me escutar.

– Ok, ok, chega, agora me escuta, só fiz isso porque você não acordava por nada, e eu realmente preciso da sua ajuda.

– E quem disse que vou te ajudar depois disso? – Ela estava bem mais calma, também quase quebrou a vassoura em minhas pernas.

– Porque você me ama, e eu preciso fazer isso pela Bella.

Ela se soltou e se sentou no sofá.

– Ok, mas pela Bella viu? Você não merece seu cretino! – Ela já estava rindo.

Ela nunca consegue ficar muito tempo irritada comigo.

– Pois bem o plano é o seguinte...

Contei-lhe tudo, ela só sabia rir e me perguntar de onde tirei essa idéia, ela disse que eu não tinha capacidade pra pensar em uma coisa dessas sozinho. Engraçadinha!

– Então ficamos combinados assim, você vai buscar ela e eu arrumo tudo, antes de ir passa aqui em casa pro toque final.

– Por isso que eu te amo Bia.

A abracei apertado.

– É eu sei, eu sei, mas agora vai logo, tenho que arrumar tudo ainda.

– Antes de ir eu quero conversar uma coisa com você. – Disse sério.

Ela revirou os olhos.

– Diz. – Me incentivou enquanto olhava pra suas unhas.

– Não fica assim por causa do Paul Bia, se não vou ter que quebrar a cara dele.

Ela suspirou derrotada.

– Não seja estúpido Jake. Não tem como eu não ficar assim, você sabe, sabe o quanto eu sofri, sabe o quanto ele sofreu, tem magoa de mais nessa história, um dia eu vou ficar, mas não tente cobrar isso de mim agora.

Suspirei fundo.

– Eu sei como se sente Bia, mas você também tem que me entender, e esperar que eu fique quieto sabendo como você se sente é pedir de mais de mim.

– Então vamos combinar assim, eu finge que esqueço e você finge que não vê o quanto eu sofro. E vamos mudar de assunto, essa história é dolorosa de mais pra todos nós.

Eu sabia que não tinha como argumentar com a Bia, quando ela coloca uma coisa na cabeça não há quem tire, ainda mais se tratando dessa história.

Fui em casa, peguei o jipe e fui encontrar a Bella.

O caminho não era tão longo, coloquei uma música pra me distrair, não estava a fim de pensar no lance da Bia.

Ao chegar na casa da Bella, notei que Rosálie estava na janela me olhando, não gostei nada desse olhar, algo dentro de mim dizia que ela ia fazer merda!

Mas depois penso nisso, meu foco agora é a Bella.

Caminhei de vagar até a porta de sua casa.

Toquei a campainha e meu coração acelerou, só de pensar em a vê-la eu estremeço.

Ela que abriu a porta e meu sorriso se alargou simplesmente não me importei com seu pai que se encontrava logo atrás dela, só a puxei pra mim e a abracei forte. Deus, como essa garota é importante pra mim.

Sentir ela me abraçando forte é uma das melhores coisas dessa vida, eu a amo e nada vai mudar isso.

– Bom dia Bells.

Ela sorriu.

– Ótimo dia Jake.

– Bom dia Charlie, Sue. – Me dirigi a eles finalmente.

– Bom dia garoto, quer tomar café conosco? – Respondeu Charlie com um leve sorriso.

– Não, já comi, mas gostaria de raptar sua filha, se importa?

– Isso depende, se prometer me devolve-la até o jantar nós até podemos conversar.

Eu gargalhei.

– Prometo que até o jantar ela esta de volta, sã e salva. – entrei em seu jogo e pra falar a verdade eu estava até gostando.

– Ei, posso saber pra onde quer me levar ao menos? Porque já me negociaram né? – Bella batia o pé ao chão fingindo irritação.

– É surpresa, vá se trocar, coloque algo leve. – Disse sorrindo.

– Acha mesmo que eu confio em você a esse ponto? – Deus, que sorriso lindo essa garota tem.

– Não confia? – Perguntei fazendo bico.

– De olhos fechados. – E me surpreendendo ela me beijou.

Da pra alguém avisar a ela que não tem como me fazer amá-la mais?

Da mesma forma que me beijou saiu correndo para trocar de roupa.

– Ela realmente te Jacob, nunca vi a Bella confiar tanto em alguém. – Disse Sue com um sorriso doce.

– Eu sei Sue e eu prometo, farei de tudo pra ver a Bella sorrindo, ela me disse o que vocês estão passando, e eu quero levar ela pra dar esse passeio pra que ela esqueça um pouco os problemas, mas você e o Charlie, o que precisarem pode contar comigo.

– Te agradeço pelo que está fazendo pela Bella, e pelo apoio, você realmente me impressiona garoto – ele soltou uma risada abafada. – Mas você pode me dizer pra onde vai levar minha filha? Porque ao contrario dela eu não confio em você de olhos fechados.

Sue gargalhou, eu ri, mas fiquei sem graça, eu até ia dizer, mas Bella chegou na hora.

Levantei os ombros pra ele, ele revirou os olhos de nos disse: Divirtam-se, mas cuidado garoto, eu ainda sou o xerife dessa cidade.

Sai da casa da Bella abraçado com ela e rindo.

Assim que estávamos dentro do carro olhei peguei em suas mãos e as beijei, olhei dentro dos olhos dela é perguntei: - Pronta?

– Eu nasci pronta pra você Jacob!

Com o coração a mil acelerei.

Dias atrás, rua deserta, Port Angeles.

Todas as vezes que se aproximava do “beco” seu coração acelerava drasticamente, mas agora estava pior, a coisa toda piorou bastante quando não conseguia desviá-la de seu pensamento, realmente queria ter um ódio mortal por ela, sempre ela, nunca sentia remorso ou culpa pelo que fazia, mas era só seus pensamentos chegarem nela que a merda toda era feita.

Tentava ao Maximo não fazer barulho, qualquer movimento em falso poderia ocasionar uma morte lenta e dolorosa.

Essa é a lei da rua, vacilou? Rodou.

Foi se aproximando do casarão aparentemente abandonado, sentia calafrios ao passar pelas portas quase caindo ao pedaço.

As pessoas começava a se materializar em sua frente, era cada peça que fazia parte daquele lugar, muitas vezes sentiu nojo, mas essa era a única forma de obter o que mais desejava no momento.

Odiava imensamente os olhares que lhe eram dirigidos, se pudesse explodiria aquele lugar, mas não hoje, hoje só precisava daquilo.

– Ora, ora, bem diz o ditado, quem é vivo sempre aparece.

Se controlou ao Maximo pra não mandar aquele ser infeliz para o inferno, hoje precisava daquilo, só hoje, amanhã juraria que nunca mais colocaria os pés naquele lugar – mais uma vez.

Se limitou a olhar pro ser mais repugnante que já teve o desprazer de conhecer.

– Eu sabia que voltaria, você sempre volta.

Se sentiu uma onda forte de náusea por ser aquelas palavras sussurradas porto – de mais – do seu rosto.

– Se sabia que eu voltaria, vamos direto ao assunto, você não perde seu tempo e eu não perco o meu.

– Sempre com pressa, pensei que amasse minha companhia.

– Sem ironias, quando mais cedo eu cair fora daqui melhor.

– Eu amo seu tom irritadinho, mas hoje realmente não tenho tempo pras suas crises. Jasmim vai te dar o que você precisa, depois suma daqui.

Seu tom era frio, mas graças ao tempo que visitava esse inferno aprendeu muito bem a usar uma máscara de frieza em situações como essa.

Aquele ser repugnante sumiu de sua vista, realmente agradeceu por isso, quanto menos visse, melhor seria Jasmim voltou com o que precisava, mas só pra mostrar mais uma vez o desprezo que sentia jogou minha salvação aos meus pés.

Melhor assim.

Peguei o que precisava e rumei rua a fora, cada vez mais me afundava nesse inferno é sinceramente? Não sabia se queria sair!