Entrelaçadas pelo Amor escrita por Kaah_CSR


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo não vai mudar o rumo desta fic, mas com certeza mudou o rumo da minha quando escrevi. Obrigada pelos meus amigos que me apoiaram e me fizeram continuar a escrever.



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Mas que droga! Ninguém mais respeita o sono dos outros? Não consigo sentir meu corpo. Parece que estou... flutuando, não sei. Minha cabeça está latejando, é só isso que estou sentindo. E um perfume... Doce, suave... Eu conheço esse perfume. Não sei de onde, mas já senti antes. Onde? Devo estar no céu. As imagens estão cada vez mais confusas... Uma luz forte... Um som alto... Não consigo me lembrar do que. Será que o céu é assim tão confuso? Peraí, se eu estou no céu, porque eu não consigo me lembrar de como vim parar aqui? Não devo estar no céu. Eu ainda estou sentindo alguma coisa sendo pressionada contra meu peito... Dói. É quente, parece ser grande. Aos poucos estou começando a sentir meu corpo superior por inteiro. Primeiro os braços. Queimam. Queimam muito, como se estivessem sendo lançados ao fogo. Será que estou no inferno? Não, o perfume doce ainda está por perto. Começo a sentir minha barriga, não dói, mas minhas costelas sim. Doem muito e estão sendo pressionadas. Parem de pressionar! Tem algo segurando minha mão. É suave, delicado. Como seda. É a única coisa boa que sinto agora. Além do perfume, é claro. Não quero que isso, ou seja o que for saia de perto de mim. Tem alguém falando... Sussurrando no meu ouvido... Não sei quem é. Mas já ouvi essa voz antes. É tão suave e doce que só pode ser da mesma criatura que usa aquele perfume. Ouvir me faz notar a dor em minha cabeça. Dói. Não sei o que fiz para que doesse tanto. Espere, não é minha cabeça que dói. É meu corpo inteiro. Está latejando muito. Por quê? Quero gritar para que alguém me ajude. Quero tentar dizer que estou sentindo dor e que parem de falar. Não consigo encontrar minha voz. Se não estou no céu, nem no inferno... Será que estou no purgatório? Não, tem alguém bom do meu lado. Não me pergunte como eu sei. Eu apenas sei. O perfume, a voz, o toque. Tão suaves... Seguros... Consoladores... Só poder ser de um anjo. Agora tem algo úmido no meu rosto, nas minhas bochechas... Pinga. Chuva? Não, não é chuva. Lágrimas... O anjo deve estar chorando. Por quê? Eu não quero que o anjo chore. Ele é bom, não merece sentir dor. Eu não quero que ele sinta dor, eu quero o anjo feliz. Minha cabeça está doendo... Agora mais do que nunca. E tem algo escuro querendo se aproximar de mim, me fazer dormir. Não quero dormir. Não posso dormir. Quero falar com o anjo... Anjo... Tudo está se encaixando... Não é um anjo... O perfume... O cheiro... O toque suave, a voz doce... As lágrimas... Não são de um anjo. É alguém mais perfeito que um anjo, é alguém mais lindo e aconchegante do que um anjo. Eu sei quem é. A pessoa que eu mais amo no mundo, não... No universo. É alguém por quem eu arriscaria a minha vida só para ver o azul de seus olhos... O dourado de seus cabelos... E é por essa pessoa que eu não posso dormir. Tenho que falar com ela... Tenho que vê-la... A minha Catherine. Estou tentando reunir toda a minha força para falar, para tentar vê-la mais uma vez. Não sei se estou preste a morrer. A dor é tanta... E o escuro está tentando me fazer adormecer novamente. Não é apavorante, é... É bom... Deve ser bom relaxar um minuto ou dois... Não! Não, Sara, não durma. Anda, se esforça. Ugh. É difícil tentar pensar... Mas eu quero ver Catherine. Eu tenho que ver Catherine. Anda, abra os olhos! Consegui mexer as pálpebras. Isso é um bom sinal. Anda, mais um pouquinho... Estou conseguindo... Mas a luz do sol é muito forte. Fecho os olhos numa tentativa de protegê-los do sol. Ótimo. Já é um bom caminho. Ouço as pessoas falarem ao meu lado. Parecem contentes... Esperançosas... Catherine está falando também; reconheço sua voz. Eu reconheceria sua doce voz até no fim do mundo. Não consigo entender. Alguma coisa segura minha mão fortemente. Dói. Mas é Catherine tentando me fazer acordar. Vamos tentar mais uma vez... Agora consigo manter meus olhos abertos, embora doa por causa da luz forte. Alguma coisa bloqueia... O ambiente fica mais escuro... Sinto o perfume novamente, mais perto dessa vez. É Catherine. Procurei por seu rosto durante o tempo que foi possível. Não resisti à dor, fui obrigada a fechar os olhos novamente. Ora, vamos lá, Sara! Você já consegue pensar bem, ouvir bem e ver bem! E sentir a dor bem demais... Ignorei a dor o máximo possível e abri os olhos novamente, dessa vez conseguindo ver alguma coisa. É nessa ora que percebo que tudo valeu a pena. Todo o sofrimento, o desespero de estar nas mãos de Hank, a sensação horrível de ser ameaçada de morte e pensar que tudo acabaria naquele instante. Todas as blasfêmias, todas as lágrimas, todos os sentimentos de culpa, angústia e dor... Por estar vendo os olhos imensamente azuis de Catherine nesse momento... Tudo valeu a pena. Se estou tendo uma chance de ver minha querida Catherine mais uma vez, uma última vez, valeu a pena ter sofrido. Nada dura para sempre, não é isso que dizem? Bom, eles estão errados. Meu amor por Catherine é eterno. É como uma luz... É como a luz do sol. Do mesmo modo que o sol nunca vai escurecer, meu amor por Catherine nunca vai se apagar. Estou vendo algo molhado em seus olhos. Lágrimas. Não, Catherine, não chore! Por que eu não consigo falar? Por que sou obrigada a ver tristeza nos olhos dela? Espere um pouco. Não, não é tristeza... É... Alívio, alegria. Catherine está alegre por mim. Forcei meu olhar, entrecortado por longas piscadas, a encontrar seus lábios. Estão curvados em um sorriso. O sorriso mais lindo que eu já vi. O sorriso pelo qual eu moveria céus e montanhas apenas para mantê-lo naquele rosto perfeito. Esse sorriso não é só lindo. Esse sorriso me dá forças, me dá vontade de voltar a lutar contra a morte. Nem mesmo o poder das trevas mais sombrias tem poder sobre o sorriso iluminador e encorajador de Catherine. Meus olhos se fecham novamente. Não! Agora não, eu quero olhar novamente para ela. Quero tentar dizer alguma coisa, qualquer coisa. A escuridão está tentando me fazer adormecer de novo. Não vou deixar, não mesmo. Forçando ao máximo consigo abrir minhas pálpebras novamente e obrigo o meu olhar a ficar na direção de Catherine. Ela está me olhando também. Ótimo, já consegui olhar, só falta falar. Tentei forçar minha garganta a proferir algum som. Senti um leve aperto no peito e gemi de dor. Droga! As pessoas agora estão agitadas. Alguém gritou. Não consegui identificar quem, só consegui ficar olhando para Catherine. Catherine. É por ela que tenho que reagir. Anda, Sara! Fale alguma coisa! Ignorei todas as dores novamente e forcei meu corpo inteiro tentando murmurar alguma coisa. Catherine desviou os olhos, não, não faça isso. Gemi de novo e ela voltou a olhar para mim. Tem um barulho forte ao fundo... Batidas... Vento... Um helicóptero, tenho certeza que é. Ajuda. Isso é bom. E é agora ou nunca. Forcei novamente meu peito. Retirei as últimas forças que eu estava usando para não desmaiar e as usei para falar alguma coisa. Eu podia sentir as palavras atravessando a minha garganta. E esse simples gesto fez com todo meu corpo doesse, como nunca. Eu não ia conseguir... Não. Eu... Estou quase lá! Consegui partir meus lábios, movimentar a língua. Senti uma expiração querendo sair do meu pulmão... É agora!

- C-C... Cath... the... rine… - Sara! – Ouvi ela dizer. Engraçado. Nunca pensei que sentiria tanto a falta de ouvir meu nome sair por entre aqueles lábios. Ela está feliz. Tenho que continuar!

- Te... te... a-a-mo... – E então desmaio. Porém, não antes de sentir o doce gosto de seus lábios encostando-se nos meus.


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Notas finais do capítulo

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