Capítulo 7

PDV Bella

O almoço com meus amigos e meu amor estava muito agradável. Mesmo o aparecimento repentino da ex-namorada de Edward não abalou nosso bom humor. Ela era realmente muito bonita, mas não me afetava. Eu sentia que o sentimento que ele tinha por mim era forte demais para ele ter uma recaída, ela o magoou demais. Encurtando: eu confiava em Edward. Ele percebeu isso e ficou feliz. Sabia que ele também confiava em mim, até mais do que eu nele. Falei com Edward que ia até o banheiro retocar a maquiagem. Dei um selinho nele, que fez bico. Não resisti e o beijei com vontade. Quando paramos o sorriso dele se iluminou, era muito fácil deixá-lo feliz.

Estava distraída, retocava minha maquiagem no modo automático. Meus pensamentos estavam em Edward, lá fora, me esperando. De repente eu olho pro espelho e me deparo com ninguém menos que Tanya me olhando, com ar de deboche.

- Não adianta, não há maquiagem que melhore essa sua carinha esquisita.

Ela estava tentando me provocar, mas eu não cairia no joguinho dela.

- Bom, o Edward gosta dessa carinha esquisita.

- Você sabe que é apenas um passatempo para ele? É só eu dizer que o amo que ele volta correndo pra mim.

- Se eu fosse você não teria tanta certeza.

- O que te faz pensar assim?

- Edward já deu demonstrações concretas de que me ama.

- Que tipo de demonstrações?

- Não acho que isso seria da sua conta.

Ela tirou aquela cara de deboche do rosto, emburrando, mas não parecia que ela iria desistir.

- Aproveite o pouco tempo que tem com ele, pois ele vai voltar pra mim. Edward é meu.

- Eu duvido.

Ela estava surpresa com a minha confiança, até eu mesma estava. De onde eu tirei tanta confiança eu não sei, mas senti que não era falsa, eu realmente confiava em Edward.

- Vocês já fizeram sexo?

- Isso também não é da sua conta.

- Já vi que não. – ela disse, tirando suas próprias conclusões, verdadeiras por sinal, mas isso não vem ao caso. – Sabe, logo na primeira semana de namoro Edward e eu já tínhamos transado. Talvez ele não goste de você tanto quanto pensa.

- Amor não é só sexo. Claro que ajuda e muito, mas se fosse assim o mundo estaria perdido. Se, por acaso, Edward e eu ainda não transamos, digamos que o motivo também não é da sua conta. Ou seja, minha vida e a vida do Edward não são da sua conta.

Saí do banheiro e me deparei com Alice.

- Alice! O que você está fazendo aqui?

- Edward pediu para eu vir até aqui ver se você precisava de ajuda com a Tanya, mas pelo visto você se saiu muito bem. Arrasou com ela, cunhadinha! Tanya tem fama de barraqueira, por isso ele pediu.

- Ela bem que tentou, Alice, mas eu não caí nas provocações dela. Eu confio no meu taco.

- É assim que se fala, cunhadinha!

Fomos andando até a mesa. Edward me olhou com preocupação, tenso, mas fui logo tentando relaxá-lo.

- Está tudo bem, meu amor, não aconteceu nada lá dentro.

- Eu fiquei preocupado que ela fizesse algo com você, que colocasse coisas na sua cabeça e...

- Maninho, relaxa. Bellinha colocou ela em seu devido lugar: longe de você.

Ele suspirou em alívio que não tinha me acontecido nada.

- O que ela falou pra você?

Contei pra todos a conversa que eu tive com a Tanya. Todos aprovaram minha atitude, Edward me olhava orgulhoso.

- É isso, amiga, coloca ela no seu lugar. É muita cara de pau dela fazer isso depois de tudo.

- Estou muito orgulhoso de você, meu anjo, não só por não ter deixado ela te afetar, mas também pela confiança que deposita em mim.

- Eu acho que, de certa forma, eu já sabia que você me amava. Só que não queria nem acreditar nem aceitar, mas agora é diferente. Eu amo o fato de você me amar e de eu poder corresponder esse sentimento.

- O amor é lindo! – Alice falou, claramente encantada com minha declaração.

Edward abriu o sorriso mais lindo do mundo. Quando ele sorria parecia que o mundo se iluminava. Acariciei sua face, depois ele pegou a minha mão e beijou. Jasper nos interrompeu, naquele momento eu queria estrangulá-lo.

- Desculpe interromper o momento lindo de vocês, mas infelizmente todos aqui temos que voltar ao trabalho.

- Vamos, eu deixo você e Rosalie no escritório.

Saímos do restaurante. Há muito tempo eu não tinha um almoço tão agradável. Edward parou em frente ao prédio.

- Vou subir, meu amor.

- Espera, linda. Rose, pode ir subindo, eu quero falar com a Bella antes.

- Claro, mas sem enrolar, Bella.

- Rose, você é minha sócia e não minha patroa.

Ela riu e entrou no prédio. Edward me encostou no carro, não sabia se ele queria realmente “falar” comigo.

- O que você quer, meu amor?

- Terminar o que começamos no restaurante.

Sorri e depois ele me beijou, de uma forma gentil, mas urgente. Não tinha beijo melhor que o dele, nossas bocas se encaixavam perfeitamente. Ficamos ali um tempo, entre beijos e carícias.

- Tenho que subir, tenho uma defesa para preparar para amanhã.

- Antes que suba, eu queria te fazer uma pergunta.

- Faça.

- Quando são suas férias?

- Eu tenho que programar, eu não lembro a última vez que tirei férias.

- Então faça isso o mais rápido possível.

- Por quê?

- Para eu programar as minhas, para que seja junto com as suas, assim poderemos ter muito mais tempo pra gente.

- Pode deixar. Antes eu nem tinha vontade de tirar férias, agora eu quero tirar o mais rápido possível.

- Assim que tiver programado, me avise, ok?

- Ok. Vou subir, amor.

- Infelizmente eu tenho que deixar você subir. Até mais tarde, amor. Posso ir no seu apartamento hoje?

- Claro, vou estar te esperando.

Dei um selinho nele e subi. Percebi que teria que me concentrar 3 vezes mais para conseguir fazer meu trabalho direito, não que eu reclamasse. Eu tinha certeza que havia encontrado o homem da minha vida.

PDV Edward

Deixei minha Bella no escritório e fui para agência. No caminho eu lembrei que não havia mandado flores para ela hoje. Parei na mesma floricultura e comprei outro arranjo, mais bonito que o de ontem. Escrevi o cartão e pedi que entregassem. Decidi que faria todos os dias isso para ela. Bella parecia adorar flores e gostou muito do de ontem. Mal sentei na minha mesa e meu telefone tocou.

- Alô?

- Oi, meu amor.

- Oi, princesa. Pelo visto Angela fez o que eu pedi.

- O que?

- Pedi para que quando você ligasse passasse direto pra minha sala, sem precisar perguntar se eu atenderia.

- Que bom. Estou ligando para agradecer as flores, são mais bonitas que as de ontem.

- Já chegaram? Eles são realmente rápidos. Que bom que gostou, meu anjo.

- São lindas, estão na minha mesa para que todos vejam o namorado maravilhoso que eu tenho. Vou desligar agora, tenho um cliente importante, te espero lá em casa mais tarde.

- Pode deixar que eu irei. Beijos nessa boquinha linda.

- Beijos, meu amor eterno.

Depois que desligamos fiquei devaneando. Ela me chamou de amor eterno. Eu era seu amor eterno. Eu já sabia que nosso amor era pra sempre, mas agora, ouvindo da boca dela, era um sonho. Tentei imaginar como seria nossa primeira noite. Eu sabia que seria o primeiro homem dela nesse sentido, teria que ter cuidado, apesar de já termos quase 30 anos e não sermos mais adolescentes. Confesso que fiquei surpreso quando soube que ela ainda era virgem, não é comum uma mulher de 27 anos que nunca se deitou com nenhum homem. Mas quem disse que minha Bella era comum? Fiquei imaginando minha noite com Bella, nos abraçando, trocando carícias mais intensas. Seria a melhor noite da minha vida, com certeza, e eu faria de tudo pra ser a melhor da dela também.

Resolvi tentar me concentrar no trabalho, afinal eu tinha que ganhar meu dinheiro. Voltei a olhar os currículos dos estagiários, que eram muitos. Nossa agência era bastante conhecida no estado, por isso vinham muitos e de quase toda a costa oeste. Passei a tarde inteira analisando-os, separando os melhores. Acabei conseguindo me concentrar no trabalho. Quando deu 6:00 da tarde eu liguei para o celular de Bella, pra saber que horas eu poderia ir ao seu apartamento.

- Bella, amor?

- Oi, meu lindo. Tudo bem?

- Tudo sim, princesa. Eu queria saber que horas eu posso aparecer?

- A hora que você quiser, eu já estou em casa.

- Então vou direto pra aí, algum problema?

- Nenhum, meu amor, estou te esperando. Não esqueça: meu apartamento é no sétimo andar, número 711.

- Ok, amor. Estou aí em no máximo 30 minutos, só dependo do trânsito.

- Estou esperando. Venha depressa, estou com saudades!

- Vou o mais rápido possível. Beijos, meu anjo!

- Beijos, meu lindo!

Desliguei e fui para meu carro. Torci para que o trânsito não estivesse ruim, o que era quase impossível dado a hora que eu estava saindo. Para o meu azar o trânsito estava caótico. Depois de 45 minutos no trânsito cheguei ao prédio de Bella. Deparei com o porteiro preocupado.

- Boa noite, Sr. Philips, aconteceu alguma coisa?

- Sim, senhor, aquele rapaz que era noivo da senhorita Swan subiu há alguns minutos e não estava com uma cara muito boa, fiquei preocupado pela senhorita.

O que aquele desgraçado do Michael veio fazer aqui? Se ele fizer algo contra minha Bella eu o mato, o corto em pedaços e espalho pela cidade.

- Obrigado por avisar, Sr. Philips. Sempre que ele vier aqui avise ou a mim ou a Bella, ok?

- Sem problema.

Para minha sorte o elevador estava no térreo. Parecia que ele não subia rápido o suficiente. Quando cheguei perto do apartamento de Bella ouvi o grito.

- SOCORRO! EDWARD! ALGUÉM ME AJUDE!

Não precisei de mais que isso para entrar e ver aquele asqueroso tentando agarrar minha Bella. Ele a prensava na parede, beijando seu pescoço, ela tentava se afastar, mas não conseguia, ele parecia ser forte demais para ela. Puxei ele pela gola da camisa e o atirei para longe dela. Logo depois Bella se agarrou a mim, me agradecendo.

- Obrigada, meu amor. Eu não sabia mais o que fazer.

- Não se preocupe, princesa, eu estou aqui. – disse, tranquilizando-a. O desgraçado começou a levantar, tinha batido com a cabeça em algum lugar, estava com ela sangrando.

- Como ousa encostar de novo na minha Bella? Não ouviu o que eu disse na última vez que nos vimos? Não tem medo de morrer?

- A Bella é minha, você querendo ou não. Ela não se deitou comigo por bem, vai por mal.

- Que tipo de troglodita é você? Forçar a alguém a se deitar com você? Só assim mesmo pra você conseguir alguma coisa, não?

Ele bufou de raiva e avançou pra cima de mim. Soltei Bella, que estava agarrada a minha cintura, e dei um soco nele, que voou para trás. Ele começou a levantar, dessa vez com o nariz sangrando. Não tinha mais condições de brigar comigo.

- Isso não vai ficar assim! Bella ainda vai ser vai minha!

Ele saiu cambaleando. Procurei por Bella, que estava encolhida no sofá.

- Princesa, está tudo bem?

- Só estou um pouco nervosa. Eu pensei que fosse você que tivesse chegado. Ele apareceu 5 minutos antes de você, eu nem pensei em ver quem era. Quando abri e me deparei com Mike e tentei fechar a porta, mas ele segurou e empurrou. Eu caí quando empurrou, mas consegui me levantar rápido e me afastar dele. No início ele ficou dizendo que me amava e pedindo perdão, disse que isso não se repetiria, mas eu o mandei ir embora e disse que não o amava e sim a você. A expressão dele mudou, ficou agressiva. Disse que se eu não me entreguei a ele por bem, iria me entregar por mal. Ele me perseguiu, eu tentei fugir, mas ele me agarrou pela cintura e me jogou na parede e me pressionou. Tentei me afastar, mas não consegui. Aí você chegou e tirou ele de cima de mim.

- Calma, meu amor. Agora está tudo bem, eu já avisei ao Sr. Philips e ele disse que se o Mike aparecer vai avisar.

De repente ela se agarrou na minha cintura. Fiquei acariciando seu cabelo, tentando acalmá-la. Deu certo, depois de algum tempo ela se virou pra mim, bem mais tranquila.

- Obrigada, meu amor. Não sei o que seria de mim sem você.

- Eu sei, sua vida seria monótona e completamente sem graça.

- Convencido!

Ela me deu um soco de brincadeira e riu.

- Eu te amo, Edward.

- Eu também te amo, princesa.

Beijei-a com ternura. Ela correspondeu com o mesmo carinho. Ficamos ali um tempo, só trocando carinhos e beijos. Ela era a parte mais perfeita da minha vida, nunca me separaria dela, nem consigo imaginar a dor que seria me ver distante dela. Bella, meu amor eterno.