Capítulo 2

Miley

Miley entrou em seu quarto, e trancou a porta atrás dela. Foi até a cama e deitou-se, pensando em sua filha, e no pai dela.

Ela ainda não se conformava com ela mesma como ela havia sido burra e egoísta. Ela amava os dois mais do que qualquer coisa, mas achou que ela estava fazendo certo deixando eles.

Lágrimas quentes começaram a escapar de seus olhos, escorrendo pelo canto de seus olhos azuis. Logo ela começou a soluçar de tanto chorar.

Ela queria muito estar com a filha dela. Ela queria ajudá-la, fazer carinho nela. Ela queria ter arrumado o cabelo dela antes de ela ir para a escola. Queria ter a levado no primeiro dia de aula. Miley queria ser parte da vida de sua filha.

Batidos na porta interromperam seu momento, e instantaneamente ela se levantou, enxugando suas lágrimas e respirando fundo, mas isso não a fez parar de soluçar. Ela foi até a porta, e a destrancou, a abrindo, lhe dando a visão de seus dois filhos mais velhos.

“Mãe por que voce tá chorando?” perguntou Daniel, a abraçando, e logo Christian também se juntou no abraço.

Com isso, Miley voltou a chorar forte. Ela soluçava demais que ela nem conseguia falar.

Os dois a levaram de volta pra cama e Christian foi pegar para ela um copo de água, quando ele o trouxe, ela bebeu e ficou mais calma. Os garotos sentaram na cama, olhando para a mãe assustados.

“Mãe, o que está acontecendo?” perguntou Christian preocupado com sua mãe.

“É uma longa história” ela disse.

Eles não sabiam sobre Medley, nem sobre Nicholas. Miley havia apenas contado isso para Josh, e para sua melhor amiga Katy. Josh a apoiou, e até tentou ajudá-la a procurar sua filha. E Katy, como uma ótima melhor amiga, também a ajudou.

“Mãe, nós temos tempo. Você é nossa mãe, estamos preocupados. Nos conte o que há de errado” disse Daniel, olhando nos olhos azuis de sua mãe.

“Bom, eu nunca contei para vocês sobre o meu passado. A minha adolescência é algo que vocês deveriam saber, mas eu não contei a vocês, pois não gosto de tocar no assunto. Só contei isso ao pai de vocês, e para a Katy” ela disse aos garotos, e eles mexeram a cabeça, para ela continuar. “Quando eu tinha 13 anos, eu tinha um namorado, Nicholas. Nós nos amávamos, realmente, eu sentia algo grande e forte por ele, e ele também sentia por mim. Mesmo muito novos, nós começamos a ter relações sexuais, e eu acabei grávida. Nós nunca pensaríamos em fazer um aborto, nós queríamos ter o bebe, seria horrível matar alguém tão inocente, sem mesmo ter nascido. Então, nós decidimos contar aos nossos pais, e arcar com as conseqüências. Nossos pais ficaram furiosos, e os pais dele ficaram envergonhados. Ninguém entendia que nós realmente nos amávamos, não era aquela coisa de paixão adolescente, era algo mais sério, mais forte. Nicholas foi morar na casa dos meus pais, e me ajudar na gravidez. Quando a bebe nasceu, eu tinha 14 anos. Nós demos o nome a ela de Medley, Medley Lauren Jonas. Ela nasceu com 3,2 kg e 55 cm.” Miley começou a sorrir, tendo uma visão daquela hora. Os garotos agora choravam junto a mãe “Desde o começo da gravidez eu fui guardando magoas, as pessoas me julgavam, me maltratavam, e eu comecei a me afastar das coisas e das pessoas. Os pais de Nicholas compraram uma casa para agente, do lado da casa deles quando Nick fez 16. Nick trabalhava, e eu ficava em casa com a mãe dele, cuidando da bebe. Eu e ele paramos de ir a escola quando eu engravidei, e passamos a ter aulas em casa. Com 16 anos, eu achava que a coisa certa era lagar eles, pois sem mim eles viveriam melhor. Eu era apenas uma mãe adolescente depressiva, por que eles precisariam da minha ajuda? É, eu acho que eles precisavam muito da minha ajuda. Eu tive coragem de deixar eles.” Ela soluçou e ficou um tempo sem falar, respirando fundo, ela continuou. “Nós morávamos em São Francisco, e sai de lá. Eu vim pra cá, com pouco dinheiro. Achei uma pousada para eu ficar, que foi aonde eu conheci a Katy. Nós viramos amigas logo que nos conhecemos. Ela me convidou para morar com ela, e eu fui. Comecei a trabalhar, e nós duas pagávamos o aluguel do apartamento. E foi nesse emprego que eu conheci o pai de vocês. Eu me casei com o seu pai depois de dois anos que nos conhecemos e depois vocês já sabem de tudo” ela terminou, com a cabeça abaixada.

Os dois adolescentes abraçaram a mãe, e choraram com ela. Eles nunca imaginariam isso.

“Mãe, não é sua culpa, viu? Não se culpe” disse Guilherme, pegando o rosto de sua mãe e a olhando bem nos olhos.