Cap 26- Provocações

Pov. Jacob

Como? A minha doce filhinha com medo de mim, que eu a rejeite, ou pior, que eu a odeie por ela ter se transformado na coisa que eu mais sonho e ainda ela esconde de mim. Talvez ela não confiasse tanto de mim. Ou seria coisa da adolescência, eu não sei, passei toda a mim correndo atrás da Bella, que agora é minha sogra.

Eu precisava saber a verdade, ter certeza, queria saber a verdade direto dela, beber a água direto da fonte. Mas eu não poderia chegar de dizer a ela “ Ei filha, eu escutei a sua conversa com o Seth, meus parabéns, você é uma loba!” Ai sim ela perderia a total confiança em mim. Eu tinha que fazê-la dizer a mim, por vontade própria. Talvez irritá-la, ou outros planos que rodavam na minha mente. Mas só uma coisa eu estava certo. Eu tinha que descobrir a verdade.

- Jake? Amor?

Ouvi a Nessi me chamando no quarto. E fui até lá, era engraçado vê-la assim, com o cabelo bagunçado, meio grogue.

- Nessi... Eu fui até a cozinha pegar um copo de água.

Deitei do lado dela, manhosa ela fundou a cabeça nos travesseiros de plumas e depois me puxou se aninhando ao meu peito. E cansada, ronronou. Meu breve suspiro se tornou em uma risada abafada.

- Minha gatinha manhosa.

Ouvi ela rindo também, mas logo o seu riso de transformou em suspiros de seu sono. E logo eu acabei adormecendo também.

 - Luz idiota!

A droga dessa luz me fez acordar. E o pior é que tenho ronda hoje. Escutei uma risada linda ao meu lado.

- Nem me dá bom dia e só xinga a maravilhosa luz do dia?

Abro os olhos e vejo a minha Nessi de costas para mim, mas ainda sim me olhando. Era uma linda visão. E o que a deixava mais linda é que ela estava com a minha camiseta do pijama, já que o calor intenso me impede de usá-la.

- Bom dia.

- Melhor, bom dia pra você também.

Ela se aproximou de um tocando nossos narizes, me inclinei para beijá-la e ela simplesmente recuou.

- Ei!

- Sem um bom dia, sem um beijo.

Rindo fui atrás dela, sem me segurar ou olhar no relógio pra ver se eu estava atrasado para o trabalho, eu a prensei na parede e nos amamos em seguida ali mesmo.

Algumas horas depois, de tarde...

Sai do trabalho mais cedo, não tinha muitos clientes na mecânica. Resolvi ir a floresta pensar. Como eu posso descobrir a verdade? Sem ela perceber que sou eu?

- E ai cabeção?

Uma voz feminina interrompeu minha linha de pensamento.

- Oi Leah.

- O que você tá fazendo aqui?

- Pensando.

- Em...

A Leah, dês dá batalha com os sanguessugas Italianos, ela virou a minha amiga. Uma grande amiga.

Antes de responder eu suspirei.

- Eu acho que a Megan virou uma loba.

- Você acha?

- Eu não tenho certeza, ontem eu acordei no meio da noite e escutei ela falando com o Seth.

- Com o Seth?

- Sim, era a voz dele.

- E o que ele disse?

- Ela disse que tem medo que todos descubram, principalmente eu descubra. E depois o Seth disse que não é o fim do mundo ela ser uma loba. E eu quero ter certeza, mas eu não o quero fazer.

- Eu posso ajudar!

- Faria isso?

- Eu já estou devendo uma ao Seth. O Seth gosta da Megan e ela está com o Erick.

- Como o Erick? Filho do Sam?

- JACOB! Ela é sua filha, você já deveria saber disso.

- É verdade. Mas como você vai descobrir?

-Você quer ter certeza que ela é uma loba, não é Jacob?

- Sim, mais que tudo.

- Eu posso descobrir bem fácil.

- Faça o que quiser. Só não a machuque.

-Só vou irritá-la um pouco.

Apertei a mão da mulher na minha frente. Eu estava decidido a descobrir a verdade. Tinha um pouco de medo do que pode acontecer. Mas, eu quero descobrir a verdade.

- Você pode me contar como você vai irritá-la?

- Veja, hoje por volta das 6 horas.

- Não a machuque.

- Não vou encostar-me a ela.

- Ótimo.

Ela deu meia volta e eu a perdi de vista. Minha filha e o filho do Sam? A filha do atual alfa e o filho do antigo? Comecei a rir como um idiota, porque eu me lembrei do que o meu avô dizia quando tinha problema.

- Tem caroço nesse angu.¹

Fui até em casa e esperei dar às seis horas. Minha filha estava na sala assistindo uma serie qualquer. Até que uma musiqueta encheu os meus ouvidos. Uma mensagem no celular dela, um sorriso apareceu em seus lábios e ela foi correndo feliz porta á fora. E eu a segui. Atrás de uma arvore com um buraco oco no centro dela. A garota tirou uma mochila térmica azul escura de lá. Pude escutar um vidro, acho que é uma garrafa e um metal... Um não, muitos. E isso me lembrou aqueles filmes de terror que o assassino arrasta a vitima indefesa assustada para um lugar que poderá usá-la e matá-la.

Afastando esses pensamentos eu continuei imperceptivelmente segundo a menina. Ela começou a correr, um pouco mais rápido que eu humano, mas ainda sim devagar para mim. Ela parou de correr e se apoiou na parede da casa do meu pai, e cansada virou a cabeça em minha direção, sem me ver. Ela estava suando e ofegante. Pude ver que a sua face se contorcia com dor, uma fraca.

Ela começou a virar a cabeça para a direita, onde avia a floresta que trazia muitas lembranças, boas e ruins, até que os seus olhos pararam e ficaram incrivelmente arregalados. Segui o seu olhar, e vi o Erick, filho do Sam e a Leah, ele não parava de olhar para ela, e até que me surpreendeu, ela segurou a nuca dele e o beijou. Era isso que ela dizia em irritar a Megan? Preocupado eu olhei para a minha filha, ela estava com lágrimas grossas escorrendo pelos seus lindos olhos castanhos.  De onde ela estava parecia que o Erick que tinha beijado a Leah, mas onde eu estava não parecia a mesma coisa.

Fiquei preocupado porque ela não se transformou, em vez disso ela olhou para cima, no céu, que agora era tingido por um tom de azul marinho, a noite caia em cima de nós.

- O manto negro.

A garota a minha frente sussurrou. E olhou para o Erick novamente, que ainda estava com a Leah. Ela deu um ofego de dor, agora com um tamanho maior, e correu floresta á dentro. Eu sou um péssimo pai. Fiquei cego pela curiosidade, esquecei que a Leah pode ser cruel. E agora tudo faz sentido, a Leah estava devendo uma ao Seth, que amava a Megan, que estava com o Erick, que era filho do antigo alfa. E a Leah ama o irmão e faria tudo para ele ficar com a minha filha. E isso incluía magoá-la com uma falsa traição.

Forcei as minhas pernas á segui-la. Ela corria cada vez mais rápido, e ao longo do caminho os ofegos se tornaram gemidos de dor. Ela parou em frente de uma pedra grande, e a chutou. Era rolou colina a baixo, a garota pulou no buraco que avia de baixo da rocha. Quando eu fui pular também, o buraco  fechou, eu tentei abri. Até que quase cai para traz quando ouvi um grito de dor vindo dela. E do lugar onde eu estava saiu um lobo preto azulado de lá. Minha filha corria perigo. E era esse lobo o perigo.