Ela estava deitada de barriga para baixo , o cabelo estava espalhado pelo travesseiro. Ela dormia como um anjo, a pele branquinha, as bochechas rosadas.

   Céus , como ele amava aquela mulher, ele amava tudo nela, aqueles olhos tão sinceros que sempre o olhavam com ternura. Nos braços dela ele se sentia um garoto, uma outra pessoa, ela conseguia fazer com que ele esquecesse todo o resto e pensasse apenas neles. Ficar ali , vendo-a dormir era como apreciar a mais bela de todas as obras de arte.

  Ele fechou os olhos e ficou pensando no bem que Sara havia feito á ele. Como se tivesse nascido novamente. Ele abriu os olhos e encontrou um par de olhos castanhos os encarando, aqueles olhos que tanto amava. Sim , ela era o mais belo de todos os presentes que ele já havia ganhado. E poder estar ao lado dela no dia-a-dia era melhor que qualquer premio , ou qualquer outra coisa no mundo.

   Ela sorriu docemente, da forma mais bonita e mais carinhosa que alguém poderia sorrir, acordar e encontrar o homem que ama ao seu lado , bom...essa não era uma coisa que qualquer pessoa poderia ter, e ela se sentia feliz, se sentia completa e realizada , tudo o que sempre sonhou , estava bem ali ao seu lado. E abrir os olhos e encontrar um homem como aquele ao seu lado, ela tinha que sorrir.

  Se levantou devagar indo em direção banheiro, quando se sentiu sendo puxada para trás.

—Onde a senhorita pensa que vai ? –n perguntou um certo supervisor de bom humor , ele sempre ficava assim quando acordava ao lado de Sara.

 - Bom , eu estava pretendendo ir ao banheiro- ela disse também bem humorada da mesma forma que ele.

  Ele a puxou para si, segurou o pequeno e delicado rosto dela em suas e a encarou. Ela passou a mão pelo rosto do amado e respirou profundamente, aquele era um momento dos dois, momento e esse qual não queria que acabasse nunca. Ele a beijou com ternura e paixão, todo o amor repreendido por anos, agora exposto e florescendo cada vez mais, haviam 9 meses que estavam juntos e a cada dia o amor que sentiam um pelo outro só aumentava. Cada toque , cada palavra, era como se fosse a primeira vez. Eles se amavam , e isso era um fato incontestável. Aquele momento tão especial e único foi interrompido pelo celular de Gil tocando.

—Eu vou tomar um banho – disse a morena entrando no banheiro.

—Grissom – disse ele para a pessoa do outro lado da linha.

—Gil , sou eu Catherine. Eu sei que é meio cedo, mas precisamos de você aqui no lab. Ah e traga Sara, tenho certeza que ela está com você.

—E como você sabe disso ?

—Bom, você não reclamou por eu ter te chamado tão cedo , então você esta de bom humor , e você só esta de bom humor quando esta perto de Sara. – a loira riu , do outro lado da linha, e depois só se foi ouvido o telefone mudo.

“Catherine , será sempre a Catherine” pensou Grissom , ela era a única que sabia do romance dos dois.

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— Catherine , onde é o incêndio ? – perguntou Grissom já preocupado com Sara em seu encalço.

—A pergunta certa seria , quem é o incêndio. – Disse a loira apontando para uma pequena garota sentada em uma cadeira com o olhar vidrado, repetindo algo para si mesma.

—Quem é ela Cath ? – Perguntou Sara , já que Grissom apenas encarava a garota calado.

—Nick e eu á encontramos em nossa cena de crime. Mas ela não nos diz nada, eu não sei o que fazer, então achei melhor chamar o Grissom , afinal ele é o supervisor por aqui. – respondeu a perita.

   Nesse momento Gil se agachou para falar com a menina e notou uma semelhança muito grande entre ela e Sara , ele sorriu.

— Oi , meu nome é Gil Grissom, mas você pode me chamar de Gil. – Ele sorriu para a garota que apenas encarava o nada.

—A borboleta roxa , foi tudo culpa da borboleta roxa. – Dizia a garotinha apara si mesmo.

—Hey , você pode me dizer o seu nome ? . – Griss tentava algum progresso com a garota, mas ela continuava a repetir a mesma frase.

   Sara então resolveu ajudar.

—Querido , o que houve ? - perguntou se agachando ao lado dele.

—Olhe por si mesma – disse ele dando espaço para que ela pudesse ficar mais perto da garota.

—A borboleta roxa , foi tudo culpa da borboleta roxa. – e a garota ainda encarava o nada.

  Sara no momento em que olhou a garota se assustou, existia uma semelhança muito grande entre elas, os cabelos castanhos levemente enrolados, os olhos, os traços , era tudo tão familiar. A menina se virou lentamente e encarou Sara que sorriu para a garota.

  A menina pulou no colo de Sara e a abraçou fortemente.

— Mamãe, que bom te ver, eu pensei que você tinha morrido. – disse a garota com os olhos cheios de lágrimas.

  A perita morena permanecia estática com a garota em seus braços. Grissom que estava ao lado de Sara se assustou com o pulo repentino da garota no colo de sua namorada. Sara tentou se esquivar da menina e a tirou de seu colo.

— Mas...eu não sou a sua...mãe. – a morena não tinha o que falar.

—Você não me ama mais mamãe ? – a garota começou a chorar . – Você disse que não é minha mãe, você não quer ser mais a minha mamãe ? – perguntava transtornada a garotinha.

— Gil , o que eu faço ? -  sussurrou Sara para Grissom , já com a voz embargada.

— E...eu...não sei ! – dizia o homem confuso com toda aquela cena.

  Sara se aproximou da garota novamente , fazendo carinhos de leve em sua cabeça.

— Olha eu não sou sua mãe, mas eu posso descobrir quem fez mal á ela, basta você ma ajudar e depois podemos procurar uma casa bem legal e com pessoas que te ame para você morar. O que você acha ? vai me ajudar ? – perguntou a morena emocionada.

  A garota apenas assentiu , só que agora ela não mais chorava.