Acordei super cedo naquela manhã,parte do motivo é que eu estava super ansiosa, a outra era que a empregada precisava limpar o quarto, então eu tive que deixá-lo para a arrumação.

Hoje era o dia em que o pessoal ia começar a chegar, então estavam sendo distribuídos seguranças pelos hotéis, em frente ao condomínio e no aeroporto. Os jatos iam vir em alguns dias distribuidamente, para trazer 100 pessoas do Brasil. Ainda tinha os 50 que iam vir da Alemanha e os outros 150 de que eu não faço a menor idéia de quem quer que sejam.

Coloquei uma calça jeans  e uma camiseta azul e desci para encontrar o pessoal. Todos estavam com o celular na orelha, incrível. Eles estavam estabelecendo os detalhes com o pessoal que iria chegar e etc... ainda bem que não era eu lá... Tarde demais.

-Oi mãe! –eu disse ao celular.

-Querida, você precisa ajudar aqui, estamos embarcando em meia hora, para onde vamos quando chegarmos?

-Ah, um motorista vai pagar vocês aí no aeroporto e levar direto para o hotel assim vocês descansam, amanhã agente pode se encontrar, mas aí depois eu falo direito onde.

-Tudo bem então, estamos na sala de embarque, mas e a multidão?

-Seguranças mãe, bem vinda a minha vida!

-Tudo bem, preciso ir agora, beijos!

Falando isso ela desligou o celular sem nem esperar eu falar tchau, devia estar ansiosa com a viagem no jato particular. Quando eu era mais nova, prometia a ela que quando eu fosse rica iria levá-la no meu jato particular para fazer compras em Paris, mas acho que em Los Angeles dá para o gasto, e ela pode fazer muitas compras... quem sabe? É só aprender a andar e não ligar para a multidão a sua volta, simples assim.

Eu comecei a pensar, minha cabeça voava a mil, para bem longe dali na festa, estava sentada na ponta do corrimão da escadaria e nem ouvi quando um grito de “cuidado” veio atrás de mim. Quando me toquei eu já estava no chão com uma baleia em cima de mim.

-Quem foi a inteligência? –perguntei  tentando fazer meus olhos pararem de rodar.

Olhei para os lados, mas não me levantei, em parte porque certa pessoa que começa com “C” e termina com “arol” ainda estava em cima de mim.

Fiquei esperando sem nem falar nada e ela não se tocava.

-Tá bom aí? –perguntei.

-Ahh, é que eu ainda estava processando tudo isso na minha mente... –ela tentava se desculpar enquanto rolava de cima de mim.

Os outros ao redor só riam da gente.

-Será que dá para a trupe de hienas parar com isso e vir ajudar agente aqui? –perguntei com a voz dura.

Eles se calaram imediatamente, cada um em seu lugar veio andando hesitantes  até nós.  Deu vontade de falar um ‘eu não mordo’, mas era capaz de que eu o fizesse se aquilo demorasse mais.

Fui levantada do chão por alguém que não vi, mas sabia reconhecer tranquilamente seu toque. Era suave e leve como uma pena, mas bem forte.

-Obrigada. –agradeci ao Bill, mas esse me levava até um quarto de hóspedes.

-Bill? Eu não morri não, só levei um pequeno tombo.

-Eu sei, mas quero você comigo. –ele disse me sentando na cama e ficando a meu lado.

-Você é muito fofo sabia? –falei sem nem pensar. É  claro que a coisa convencida ia dizer que sabia, mas quando foi falar eu voei nele, tapando-o a boca, mas acabei ficando no colo dele.

Ele corou um pouco ao perceber onde eu estava, mas apenas disfarçou virando a cabeça e falando:

-Não é assim que agente manda uma pessoa se calar.

-Claro que é, o melhor jeito.

-Não mesmo, conheço um bem melhor. –como a pessoa era convencida, deus do céu!

Mais nada a declarar, obviamente ele me mostrou o outro jeito, e é claro que eu gostei bem mais que o anterior... mas foram só beijos!

POV.  Tom.

Estava tudo quase pronto para a festa da Marina, e eu ia ter um ótimo trabalho na festa, eu ia manter os garotos o mais afastados possível delas e tentar controlar o Bill para não acabar perdendo o controle quando vir a Marina e não sair beijando ela na frente de meio mundo... brincando, é o mundo inteiro mesmo.

Eu já tinha até comprado o presente dela, obviamente a Laura me ajudou... eu só não sabia que cara ela ia fazer ao abrir, mas eu pagava para ver.

Falando na Laura, eu nunca havia me sentido tão apaixonado como me sinto agora, por ela. Quem me conhecia achava que eu nunca ia conseguir achar uma garota e amasse ela de verdade... nem eu mais achava isso, foi por isso que começava a sair com qualquer uma, assim ninguém ia tirar conclusões de mim pelo que eu não mostrava. E, sei lá, foi uma escolha não muito boa, Laura certamente sabia sobre eu ficar com uma garota por noite, tinha medo de que ela resolvesse me abandonar, mas ela me deixou bem claro que confiava em mim com tudo que ela tinha... assim como eu nela.

Nunca tinha pensado que amar alguém fosse ser... diferente, mas de um jeito surpreendentemente bom.

Eu tinha que ir checar as coisas no hotel agora, o pessoal da Alemanha já vinha chegando e o do Brasil já chegava a noite, então eu tinha que praticamente correr.

-Laura! –chamei na porta de seu quarto. Eu que tinha escolhido a decoração antes de ela vir para cá, era dourado e preto, tinha algumas caveiras desenhadas em purpurina na parede, mas também haviam algumas coisinhas mais fofas das quais eu não conseguia nomear.

-Me ajuda aqui, a Marina não pode ver. –ela estava com um saco de presentes nas mão, parecia meio pesado.

Eu peguei o saco e ela ainda tirou outro de sei lá onde e fomos nos esgueirando para a garagem. Os presentes nós escondíamos da Marina, colocávamos sempre no estúdio de gravações, assim ficava mais sob vigia e ela não acessava todas as salas de lá, então desocupamos uma sala até que bem grande no estúdio só para os presentes, e já estava realmente cheia.

-Essa é a última leva  para o estúdio, o motorista veio buscar. –ela me falou.

De fato havia um grande carro não muito chamativo esperando. Dois homens saíram de lá de dentro para pegar os sacos e os levaram para o porta-malas, saindo sem quase falar nada. Quando é com a Marina, temos que ser o mais discretos possível.

-Bem, tem cerca de 200 presentes naquela sala, contando com os que estão levando agora, mas isso é sem contar das 150 pessoas mais famosas que vão trazer os seus só na festa. E essa festa vai ser realmente grande. –ela falava enquanto entrava em um carro, do lado do passageiro do meu Audi R8, já tínhamos combinado que ela viria comigo para o hotel.

-Só quero ver ela abrindo tudo isso. –falei,imaginado a cena, do jeito que ela era eu sabia que ia reclamar muito.

-É só comprarmos tampões de ouvido... aí conseguimos agüentar de boa.

Fomos até o hotel, ficamos um século e meio na confirmação de todos os mil quartos, praticamente havíamos reservado o hotel inteirinho,era só checar se os quartos já estavam prontos, mas assim que Laura olhou a cara da atendente me avisou de que ia demorar muito, e foi isso que acontecia agora.

-Eu já disse 10 vezes os quartos que reservamos. –falei já trincando os dentes.

-Sim... eu escutei Senhor,  mas você não gostaria de receber o cartão fidelidade de nosso hotel? Com ele o preço sai pela metade! Ela falava com o maior sorriso feliz no rosto.

POV. Laura.

Aquela mulher já estava me dando nos nervos, eu estava a ponto de explodir, mas tentei usar minha boa educação que foi me dada, sem machucar a tia.

-Muito bem, vamos de vagar, nós não precisamos dessa M**** d e cartão, até  porque ninguém usa tantos quartos assim por mais de uma vez!

-Eu sei disso! Mas como vão reservar 100 quartos hoje, com o cartão fica bem mais barato.

Eu tirei os meus óculos e fiz sinal para que ele tirasse o seu gorro, deixando as tranças a mostra, assim ela poda nos ver, assim que o fez se calou legal.

-Olha moça, -recomecei. – você realmente acha que eu preciso de desconto?

Ela balançou a cabeça negativamente.

-ótimo.

Depois daí foi mais rápido, mas ficamos tanto tempo lá que acabamos por nos encontrar com uns dos primos dos meninos. Sabem que falam que os alemães são os mais bonitos? Então, honestamente é verdade.

Agente conversou um pouco, descobri que eram primos de Gustav, mas nem lembro os nomes...