O Continente das Trevas escrita por Narsha


Capítulo 1
A Carta


Notas iniciais do capítulo

Esta é a primeira vez que publico uma fanfic, sendo que esta é a primeira etapa de uma trama que vai amadurecendo a partir dos demais capítulos. Aguardem, pois fortes emoções ainda virão. Espero que gostem!



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Pelo sexto ano consecutivo, após a retomada da paz e a derrota de Astaroth pelos valentes combatentes da Grand Chase, o Reino de Serdin preparava-se para receber magos, feiticeiros, aprendizes e curiosos no estudo da magia em um evento sem precedentes no assunto: a Conferência Multicontinental de Magia, onde pela primeira vez o longínquo Continente de Astrynat se faria representar.

E por todos os recantos e caminhos da cidade, bem como em suas antigas construções, era possível perceber o impacto desse evento, que atraía grande público e que fazia aumentar e muito o rendimento dos comerciantes locais, assim como a lotação das diversas pousadas existentes em Euryalli, a capital do Reino Mágico de Serdin.

Absolutamente envolta com a organização do mesmo, a jovem Gram Maga Arme, auxiliada por Mari — que há alguns anos adentrara na Faculdade de Magia de Serdin a fim de aprimorar seus conhecimentos —, praticamente não parava um minuto sequer. E quando finalmente conseguiu recolher-se ao seu quarto, dentro da Faculdade, já se fazia muito tarde, passando das três da manhã.

O cômodo era pequeno, mas muito limpo e nas prateleiras, dispostas próximas a sua cama, volumes e mais volumes de livros destinados ao ensino da magia se encontravam cuidadosamente ordenados. Enquanto que em um criado mudo, situado próximo a um candeeiro, um maço de cartas avolumava-se à espera da atenção da jovem; que, apesar do cansaço, decidiu espiar seus remetentes. E ao pegar a terceira carta um sorriso esboçou-se jocoso em seus lábios, e ela a abriu imediatamente pondo-se a lê-la com olhos atentos.

E quando terminou a leitura, tinha no olhar um brilho especial que, na solidão de seu quarto, não precisava ocultar.

“Ele virá...” — disse a si mesma em voz baixa. E apertou a carta junto ao peito, sorrindo. Batidas em sua porta a chamaram de volta à realidade e ela tratou de colocar a carta por sob o travesseiro rapidamente antes de abrir a mesma — sem perceber que esta havia deslizado para o chão.

— Mari!

— Desculpe a hora, mas vi que você ainda estava acordada...

— Tudo bem, entre.

A jovem acomodou-se a uma cadeira próximo a cama de Arme, e esta a fitou.

— O mesmo sonho outra vez?

— Sim... Só que desta vez foi mais real e senti medo.

— Você já falou sobre isso com o seu mestre?

— Ainda não. Acho melhor deixar passar a Conferência. Não quero perturbá-lo com isso.

— Mas esse sonho deve ter alguma razão... Você não deve ignorá-lo, e desde que me contou a respeito dele sinto-me estranha.

— Como assim?

— Não sei explicar direito. Mas não me sinto bem.

— Será um presságio?

— Talvez, e isso me preocupa. Mas concordo com você, este não é o melhor momento pra tratarmos disso junto aos demais Grandes Mestres. Mesmo assim, acho que fez bem tendo me procurado logo que isso começou.

— Achei que devia, pois confio em você. Afinal a conheço desde muito antes de ter decidido ingressar nesta Faculdade para me aprofundar no estudo da Magia.

— É verdade. Nos conhecemos no Altar da Destruição. Você havia destruído um robô e o analisava... Seis anos se passaram desde então e nem percebi, sinto como se isso tivesse ocorrido ontem.... — a moça limitou-se a um sorriso tênue, e, após, observou o envelope caído ao chão. Juntou-o, lendo sem querer o remetente.

— Uma carta do Ronan! — Arme corou ao perceber que ela vira a carta.

—  É... ele escreveu. Vai vir pra Conferência.

— E isso não é ótimo? Está aí uma boa oportunidade pra você e ele... Será tudo favorável!

— Não existe Eu e Ele Mari! — ela retrucou, sentindo o rosto queimar pelo rubor. — Ele Nunca me notou. Somos apenas bons amigos...

— Acho que você que nunca tentou mudar isso. Que eu saiba ele não teve oficialmente ninguém, e todos esses anos tem se dedicado apenas à magia e à Família Real.

— Prefiro não criar ilusões... E esse tipo de coisa não se impõe.

— Bobagem Arme! Você é uma garota bonita, e fazem muitos anos que vocês não se veem. Duvido que ele não a note!

— Você acha?

— Tenho certeza. E ele agora é um homem feito, e um Mago com dons especiais como você. Não mais aquele rapazote que você conheceu há tanto tempo.

— Eu sei...

— Quando ele chega?

— Amanhã à noite.

— Então esteja bonita pra recebê-lo! Duvido que ele não fique impressionado. E aproveite que vai ter o Show da Amy aqui no Reino e vá com ele! Mesmo não sendo grandes coisas as canções dela, música sempre ajuda...

— Pare Mari! Eu não sei se consigo!

— Claro que consegue, e depois, que mal há em sair para dar uma volta na companhia de um velho amigo? — disse com sua sobriedade natural, mas de modo a estimular a amiga.

— Você e o Ryan não têm jeito, falam a mesma coisa!

— Talvez porque eu e o druida tenhamos chegado ao mesmo resultado para esta análise...

— E você e o Sieghart? Nada dele ainda?

— Não. Continuo sem saber dele — o olhar de Mari voltou a tristeza habitual de sempre ao tocarem no assunto.

— Me desculpe. Não queria ter sido invasiva...

— Você não o foi, mas prefiro não falar disso agora...

— Sim, sim, eu compreendo.

— Bem, vou deixar você dormir Arme, senão você vai ficar com olheiras enormes pra receber o Ronan. Algo totalmente desfavorável num primeiro encontro. E você não quer isso, quer? — disse tentando disfarçar a sombra que a envolvera ao pensar em Sieghart.

— Claro que não! — ela riu, e despediu-se de Mari. Lamentou ter sido curiosa e haver perguntado pelo imortal, contudo, estava ansiosa demais pela vinda de Ronan pra se angustiar com isso.

— Talvez Mari esteja certa. Está na hora de eu lutar por meu amor... — disse a si mesma quase que em um sussurro.

Continua...


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