Eu fui quase correndo em direção ao dormitório feminino, parecia algo involuntário, de certa maneira que, eu não conseguia controlar minhas pernas, e muito menos minha mente. Entrei no dormitório feminino e nem dei satisfações, acredito que as poucas garotas que ali estavam não estavam prestando atenção. Enfim, cheguei a porta. Estava fechada, não sei se trancada, mas de modo algum eu iria entrar de repente em um dormitório feminino. Ainda pude ouvir algumas vozes, as quais eram, inconfundivelmente, as da Hermione pensando consigo mesma como ela sempre faz.

- Hermione, você está ai? Nada respondeu lá dentro, tentei de novo, mas nenhum resultado.

- Vamos Hermione, me dê só mais uma chance de eu falar com você. Notei uma sombra por trás da porta, logo, havia alguém do outro lado. Ela não respondia, mas de qualquer maneira estava escutando, isto já era um começo.

- Hermione, é, sabe... Eu sei que estamos meio... assim. Espera, é, eu não sei por onde começar. Hermione, eu acho que devo dizer, que, eu não quero te ver chorar assim, de um tempo para cá as coisas mudaram tanto. Você está me ouvindo? Droga, isso não importa. O que eu quero dizer é que desde o primeiro ano eu... Sabe você é... Parei e olhei novamente pela brecha inferior da porta, a sombra permanecia imóvel e muda dando-me uma sensação de nervosismo. Precisava de alguma força para falar algo que já devia tê-lo feito.

- Hermione... eu te amo. É, é isso ai. Eu te amo, te amo muito.                Não havia reação do outro lado da porta. A situação era completamente estática, minhas mãos estavam suadas e eu estava quase escorado na porta, mas Hermione não mostrava nenhuma reação.

- Vamos Hermione, abre essa porta, eu não quero ficar aqui sozinho. Estava quase soluçando. Foi então que ouvi o tranco da porta, não sabia se ela havia fechado ou aberto. Tentei girar a maçaneta, e a porta estava trancada. Tentei abri-la novamente, mas o que aconteceu foi que a porta foi fechada novamente. Fechei os olhos e me virei de costas. Nunca me senti tão para baixo. Então, corri até o dormitório masculino pensando que eu nunca devia ter feito tudo isso na minha vida.

Assim que cheguei lá, haviam alguns colegas, mas se quer dei um oi. Enfim, cheguei ao meu quarto. Tirei minha gravata e a farda. Eu queria desistir, queria tentar de novo, na verdade eu não sabia o que estava sentindo. Estava sentindo raiva, estava triste, havia um furacão em minha cabeça que só tinha um motivo. Um motivo branco, de cabelos loiros e que adorava ler livros. A partir deste momento eu estava odiando este motivo, mas eu não o tirava da cabeça, e havia descoberto que não o conseguia tirá-lo de mim. Passei quase a tarde toda observando o lago, o sol, da janela do dormitório. Não tinha muita reação. O Harry chegou, e claro, perguntou o que estava acontecendo. Eu apenas respondi que não era o momento da pergunta.

Fui deitar, já estava ficando tarde e o Harry não me conseguiu fazer comer. A noite caiu e com ela uma chuva intensa e ininterrupta, Estava diante da janela e jurei a mim mesmo esquecer tudo aquilo e todos, ou sintetizando: Apenas esquecê-la.