O Som do Coração escrita por angelaangel


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Fim


Notas iniciais do capítulo

oi galera mais um capitulo pronto, espero que gostem boa leitura.
trilha sonora do capitulo:http://www.youtube.com/watch?v=-EQ6eHeBrhM

galera fiz um trailer do fic, espero que gostem


http://www.youtube.com/watch?v=nRA3lP_oMQc

comentem beijokas a todos ;)



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O Fim



Bella POV:



Abri os
olhos lentamente escutando a voz de Esme que falava ao celular. Sentei-me no
sofá fitando ela. Assim que percebeu que eu havia despertado, disse um “eu ligo depois” no celular e logo em
seguida o desligou.



- A cirurgia
já acabou? - eu disse com a voz um pouco rouca.



- Ainda não,
querida! - ela disse se sentando ao meu lado, passando um braço em volta de mim
e pousando a mão em meu braço na altura do ombro.



- Quanto
tempo faz que ele está lá? Por que você não me acordou quando chegou, tia? -
falei fitando seus olhos azul-piscina.



- Oh
querida! Você estava num sono tão profundo que eu achei melhor não te acordar...
- ela falou com uma voz suave. - Carlisle me disse que, como esse tipo de
cirurgia é muito delicada, ela costuma demorar umas doze horas.



Olhei pra
parede à nossa frente e vi que havia um grande relógio nela... os ponteiros
marcavam oito e meia. Eu não me lembrava o horário em que meu pai havia ido pra
sala de cirurgia, mas se ele ainda estava lá era um sinal de que tudo estava
correndo conforme o esperado.



Eu não me
importava quanto tempo teria que ficar naquele lugar, contanto que meu pai
saísse vivo daquela sala.



- Vem! Vamos
até o refeitório, você precisa comer alguma coisa! - minha tia disse se
levantando.



- Eu não
estou com fome!! - menti. - Cadê o tio Carlisle? - perguntei tentando fugir do
assunto da comida; a verdade era que eu estava morrendo de fome. Eu podia
escutar meu estômago roncando e ela também, mas eu não queria sair daquela
sala. Eu não queria andar por aquele hospital. Sentir aquele cheiro forte de
alvejante nos corredores me traria lembranças da minha mãe naquele lugar.



- Seu tio
foi até em casa tomar um banho e trocar de roupa; logo ele volta. Agora vamos
ao refeitório, pois você precisa se alimentar... ou você quer que eu peça às enfermeiras
um quarto pra você ? - sua voz saiu suave, mas num tom sério.



- Porque eu
precisaria de um quarto aqui? - eu disse ainda sentada, levantado a cabeça pra
encontrar seus olhos.



- Se você
continuar a não comer direito é o que vai acabar acontecendo! Eu vou mandar
colocar você no soro, porque pelo que eu sei você só comeu alguns biscoitos com
um copo de leite desde que você saiu daquela escola! Daqui a pouco vai desmaiar
de fome. - ela disse tudo aquilo e eu temi que ela o fizesse.



Levantei-me
do sofá e uma súbita tontura surgiu, fazendo minha visão escurecer. Levei as
mãos nas têmporas e voltei a sentar, vendo tudo em volta girar. Minha tia veio
ao meu auxílio.



- Viu o que eu
disse?!? Acho melhor chamar um médico pra dar uma olhada em você. - ela disse
pronta pra ir até a porta buscar ajuda.



- Não! Já
estou bem... não precisa chamar o médico, tia. - eu disse segurando em seu
pulso, impedido ela de ir adiante.



- Bella,
você tem certeza? - ela estava preocupada; eu apenas disse “sim” com a cabeça pra responder a sua pergunta.



- Tia me
desculpe, eu só estou te causando preocupações, eu sou uma idiota mesmo... - ela
me interrompeu.



- Querida
você é como uma filha pra mim, e me preocupar com você faz parte do meu
trabalho! - ela me disse aquilo e deu um lindo sorriso em seguida; a minha
reação foi abraçá-la fortemente.



- Prometo
que vou fazer tudo o que a senhora me pedir de agora em diante! - disse me
colocando de pé e batendo continência, já não sentindo mais a tontura. Ela deu
mais um sorriso.



Depois de eu
lavar o rosto e dar uma arrumada em meu cabelo num pequeno lavabo que havia na
sala, nos dirigimos ao elevador pra ir até o refeitório que ficava no térreo da
ala leste.



Caminhar por
aquele lugar não foi nada fácil, mas eu tinha que deixar de causar mais
problemas aos meus tios.



Depois de
pagar a nossa comida, minha tia e eu sentamos numa mesa perto de uma pequena
fonte que havia na área do refeitório. Ela degustava seu café preto e eu bebericava
meu suco de laranja e comia com gosto um sanduiche.



Quando
estávamos quase terminando um ar frio e tenebroso passou por mim, me fazendo
sentir calafrios; num reflexo eu me contraí.



- “Bella...”



Eu me virei
pra ver quem me chamava, mas não havia ninguém. As mesas atrás da nossa estavam
vazias.



- “Bella...”



Mais uma vez
o meu nome foi chamado docemente.



- Você está
bem querida? - Esme perguntou ao me ver um pouco inquieta.



- Podemos
voltar? Eu quero estar na sala de espera quando a cirurgia acabar! - disse me
levantando.



- Claro...
vamos! Acho que seu tio já deve ter voltado também.



Quando
chegamos na sala meu tio já estava lá. Ele e minha tia se cumprimentaram com um
beijo. A sensação de calafrio voltou e eu fui até o banheiro pra molhar a nuca
com água. Molhei minha mão e coloquei na nuca, fazendo que a tensão passasse.



- “Bella...”



A voz tinha
voltado. Será que eu estava ficando louca? Mas quando me concentrei na voz eu
me assustei ao perceber que era a voz do meu pai que me chamava. Aquilo me
causou um tremor por todo meu corpo.



- Calma Bella!!
É só sua cabeça pregando peças em você. Está tudo bem, seu pai ainda está na
cirurgia; isso quer dizer que as coisas estão correndo como o previsto. A
cirurgia vai acabar e ele vai ficar bem. - eu dizia pausadamente aquilo tudo a
mim mesma, olhando no espelho.



Saí do
banheiro dizendo mentalmente que ele ficaria bem, que tudo estava correndo
normalmente.



Foi quando
eu vi o Dr. Green falando com meu tio no corredor. A expressão do meu tio era
de um ar infeliz e a do médico era de derrota.



Eu comecei a
ver tudo em câmera lenta... minha tia me olhando sem saber o que fazer. Ela
tentava me dizer algo, mas eu não conseguia ouvir devido à forte pressão que eu
estava sentindo nos ouvidos.



Subitamente ouvi
num tom alto e bem claro:



- Eu
lamento, nós fizemos tudo o que podíamos... - por um momento eu fiquei sem
chão. Aquela frase me fez sentir uma dor em meu peito, o fim tinha chegado.



Não, não era
verdade. Ele não podia ter morrido, eu só poderia estar tendo outro pesadelo. Aquilo
tudo era terrível demais para ser verdade.



- Bella
eu... - meu tio veio em minha direção e eu recuei.



- Não!!! -
eu gritei. - Não!! isso... isso... - eu disse sem fôlego e dei as costas aos
meus tios, correndo em direção ao elevador que acabava de se abrir.



- Bella,
espere!! - minha tia gritou.



Mas eu não
atendi o seu pedido; eu queria sair dali, desaparecer. Tudo aquilo só poderia
ser um pesadelo. Minha cabeça doía, meus pulmões estavam sendo esmagados pela
dor em meu coração... o ar já estava começando a me faltar.



Saí em
disparada pela porta da recepção e comecei a correr pelo estacionamento. As lágrimas
em meus olhos eram constantes que minha visão se tornou turva, fazendo com que
eu não visse nada. De repente ouvi uma buzina. Era um carro que vinha em minha
direção. Por sorte o motorista freou a tempo, evitando uma tragédia. Se bem que
pra mim aquilo seria uma salvação. Eu não tinha mais nada... meus pais estavam
mortos .



Quando minha
mãe morreu eu senti que uma parte de mim havia morrido com ela. E agora eu estava
me sentindo da mesma forma... aliás... dessa vez era pior, pois eu não tinha
mais ninguém. Eu estava sozinha.



Peguei um táxi
na saída do estacionamento; dei o endereço da casa dos meus tios. Durante todo
o trajeto eu estava em prantos. O motorista, muito gentil, me deu uma caixa de
lenço de papel. Ele não disse uma só palavra; apenas me olhava pelo espelho do
carro. Quando chegamos eu paguei a corrida.



- Meus
pêsames. - ele me disse antes de eu fechar a porta do seu carro.



Fiquei
olhando o carro seguir seu caminho; segui em passos lentos até a grande mansão
dos meus tios. Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto em desespero. Meu
corpo tremia, minha respiração era ofegante. Aquela dor estava me corroendo por
dentro. Entrei no closet e fechei porta, pois eu queria ficar sozinha. A pressão
em minha cabeça havia aumentado e eu ainda chorava compulsivamente; os meus
soluços eram audíveis do outro lado da porta. Eu queria gritar, queria colocar
aquela dor pra fora.



- Ai meus
Deus! Por que isso está acontecendo? - eu falei entre o choro com as mãos na
cabeça. - Isso... isso tudo é culpa minha!!



- Pai...
pai...não...não!! - eu tinha um nó em minha garganta, havia algo dentro de mim
que queria explodir. Eu não podia gritar; se os empregados me ouvissem e se a
Rosalie e o Edward estivessem em casa, eu não queria que eles me ouvissem. Eu
não queria ver ninguém, eu não queria falar com ninguém.



Eu queria
voltar pro meu mundo onde esse sofrimento era controlado: no mundo onde meu pai
estava vivo; longe de mim, mas vivo. A vontade de gritar ficou maior. Apertei
entre os meus dentes uma blusa minha que alcancei no cabideiro e dei um forte
grito que foi abafado pela blusa. Escorreguei pela parede do closet e deitei no
chão, abraçando os meus joelhos.








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Notas finais do capítulo

cometem pra deixar a autora feliz