Doce Insanidade escrita por Monny


Capítulo 2
Conhecendo Ayelleen




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Era um homem baixo e gordo, daqueles com aparência de vendedores que trabalham de porta em porta: baixo, gordo e avarento. Elias Grunch Morrigan era o técnico gráfico da C.M Roosevelt; linha dura, irritante, todos o evitavam e com total razão. Conversar com ele era um suplício, e discutir então, era morrer por pressão psicológica das mais extravagantes.

Elias era casado com Luise Bonnet, uma enfermeira loura e bem mais alta que ele com expressões faciais vazias e voz baixa. O casal fazia o típico tipo da região do Kansas onde moraram por muitos anos até terem seu primeiro filho, Richard, que mais tarde, veio a ter uma irmãzinha de nome Ayelleen.
Elias recebeu uma proposta de emprego na Airport L.A e a família passou a residir em Washington, num bairro agradável e familiar.
Richard se tornou um problema quando ainda tinha cerca de dez anos, batia na irmã, roubava dinheiro da bolsa da mãe e fugia da escola e isso não demorou para se tornar algo pior... Envolvido com drogas, assaltos, assassinatos e crimes diversos, Richard Grunch Bonnet foi preso por diversas acusações e sentenciado á trinta anos de reclusão quando tinha apenas vinte e um anos.
Elias e Luise passaram por momentos difíceis em seu casamento, ela passou a beber e ele a gastar todo o dinheiro com jogos.
Ayelleen aprendeu a se virar sozinha, a melhor aluna da sala com excelentes recomendações á universidades de todo o país, começou a trabalhar como arquivista na biblioteca de Washington e logo iniciou seus estudos em Medicina o que irritou e muito o seu pai. Elias, após pegar uma das traições de Luise em sua própria casa com um amigo do escritório, atirou nos dois e em si.
Ayelleen assistiu meramente a cena pela janela da sala de estar por onde tentou entrar já que seu pai havia trancado a casa toda para impedir que os amantes fugissem sem serem punidos. A partir daquele dia ela se viu diante de um dilema existencial; tornou-se obcecada pelos estudos onde adquiriu uma prediletação ainda maior pela Psiquiatria Forense.
A melhor aluna da turma, estava agora aceitando a única vaga na área que fora recusada por todos os períodos na universidade: trabalhar no necrotério do Hospital de Washington.

Ayelleen fora chamada por muitos apelidos constrangedores quando os estudantes souberam que ela havia aceito a vaga tão recusada.

Trabalhar no necrotério não era fácil e além do mais, o salário era baixíssimo. Ficar naquele porão com cheiro de formol diante de todos aqueles corpos que seriam abertos, teriam seu sangue coagulado sugado e seus órgãos retirados e analisados, não era para qualquer um. Ela tinha o estômago forte, tinha determinação e queria ainda ser reconhecida na área como ''A melhor'' assim como alguém um dia foi... Esse alguém era o famoso Psiquiatra Forense, Dr.Hannibal Lecter.

Durante os meses em que ficara no necrotério, ouviu histórias dos funcionários a respeito dos restos mortais que chegavam lá, restos de vítimas do Dr. Hannibal - o Canibal. Quando estudamos a mente dos assassinos seriais nas aulas de Psicologia da Mente é quase impossível não obter reações contrárias no cérebro.

Nosso instinto humano tem curiosidade e medo mas o medo também gera a coragem em determinadas situações e diante desse choque de informação muitas pessoas, assim como Ayelleen, se tornam obcecadas pelo assunto.

Trabalhando meio período na biblioteca, passou a se informar mais sobre Hannibal, algo nele, além do fato de ainda ser um renomado Psiquiatra que inclusive ainda podia escrever para o jornal de Psiquiatria o qual ela lia com certa frequência, lhe chamava a atenção. Eram horas de pesquisa em antigos jornais, tantas notícias, tantas! E cada vez mais sentia-se intrigada por aquele homem tão imensamente misterioso.

Ayelleen, era sem dúvida uma ótima aluna, uma ótima funcionária, em ambos os trabalhos. Quando se formou, continuou trabalhando no necrotério e na biblioteca, houve então um convite: uma vez por semana levaria ao Hospital Psiquiátrico de Baltimore os pedidos de livros do Dr. Hannibal Lecter, pois a biblioteca de Baltimore recusara a 'emprestar' funcionários para esse serviço, por medo com certeza; mas ela aceitou de muito bom grado. Sabia que só a recrutaram pois não era o tipo de pessoa que era facilmente influenciada e muito menos se assustava fácil.

 

A biblioteca de Washington era uma das melhores do Estado, com uma variedade imensa de livros raros e primeiras edições; naquela tarde de quinta feira, Ayelleen estava separando os livros para colocá-los no carro e partir para Baltimore. Os temas mediavalescos e tão incisivamente culturais chocaram-na de forma interessante. Com o que mais Ele a surpreenderia? Será que era assustador? Excêntrico? Lunático? Será que a visão que era passada pelos tabloides era realmente verdadeira ou aquilo era só jogo da mídia? Com um bom gosto daqueles seria impossível encontrar qualquer um desses seres citados como sendo o Dr. Hannibal Lecter.

Ah! A ansiedade tomou conta dela quando entrou naquele Impala prateado e tomou a estrada de Baltimore...


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