A New Beginning escrita por lalys


Capítulo 2
Knowing




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Minha cabeça doía, enquanto eu terminava de analisar alguns documentos, enquanto a mini – Blair desenhava nos papeis ao meu lado na sala de jantar, já tomada banho e feito um lanche antes de dormir. Seus cabelos estavam presos num rabo de cavalo mau feito – eu nunca tinha feito aquilo antes – e a seu pijama era da Barbie.

- Charles? - a voz infantil de Valentina me fez tirar os olhos da documentação.

- Sim, Valentina... – falei ajeitando os meus óculos de grau.

- Mamãe disse que o senhor era advogado, e eu fiquei curiosa, eu queria saber o que é ser um advogado? – ela me perguntou com uma voz bastante curiosa.

Ok. Como explicar a uma menina de cinco anos, o que era advogado, não seria uma missão tão difícil... Eu era um advogado.

- Advogado é... Bem, Valentina, ser advogado é defender as pessoas! – falei simplesmente, não ira encher a menina sobre as leis.

- Defender de quem? Da bruxa má? – ela questionou interessada no assunto, me contive para não revirar os olhos, ela ainda acredita em bruxas? Era só o que me faltava.

- Das pessoas más, Val! – falei voltando a minha atenção para os documentos, da empresa do Senhor Milton.

- Hum... Entendo então ser advogado têm haver defende as pessoas, das madrastas más dos contos de fadas? – o que? Madrastas? Era só que me faltava. Eu Charles Bass, um dos melhores advogados de Nova York, tenho uma filha que acredita em bruxas, em contos de fadas e ainda por cima não dorme. Qual é? Na minha época de criança, oito horas tinha que está na cama, são quase nove e nenhum sinal de sono da baixinha.

- É! – concordei encerrando o assunto.

Continuei analisando as documentações, procurei alguns balanços importantes, da empresa. Eles não podiam ter simplesmente sumido, eram papeis deviam está em algum lugar por aqui. Passei a mão pela mesa impaciente, se eu tivesse perdido não seria o fim do mundo, só teriam que agüentar o Nate reclamando vinte e quatro horas, durantes os três meses subseqüentes, por causa do tamanho da minha irresponsabilidade havíamos perdido um grande cliente.

Eu e o Nate éramos a dupla de advogado e contador, mais requisitadas de Nova York. Temos um escritório no centro da cidade, e já estávamos pensando em expandir o negócio contratando mais dois advogados e abrindo uma filial em Manrathan. Mas com toda essa confusão que a minha vida estava no lugar de uma filial garanto que o Nate, vai abrir um açougue para vender os meus pedacinhos picados.

Procurei nas pastas pelos balanços e os meus olhos pararam nos papeis que Valentina pintava alegremente. Eu não acredito que ela havia pegado os meus balanços, importantíssimos, para fazer desenhos horríveis, digamos de passagem.

- Valentina, por acaso esse papeis que você pegou, não eram o que estavam aqui? – perguntei quase gritando. Aquela piralha havia acabado com o meu trabalho e do Nate, no mês inteiro.

- Eram! – ela falou levantando o olhar do seu desenho. Sua expressão era de medo, era bom mesmo ela ter medo de mim, pois eu estava a ponto de matá-la. 

- Valentina, esses papeis eram documentos importantes! E você os estragou desenhando sei lá o que! – falei exasperado.

- Desculpa? – ela pediu meio que em duvida.

- Desculpa! Olha aqui! – falei apontando o dedo na sua direção – Eu não quero que você meche nas minhas coisas... E se você fizer isso de novo... – eu não completei a minha ameaça, pois os meus olhos depararam com a figura da Valentina, com lágrimas rolando pelas bochechas vermelhas.

- Des – cul – pa – Char – les… - ela falou entre lágrimas. Eu me abaixei na altura de sua cadeira, limpando as suas lágrimas.

- Calma Valentina! Não precisa chorar... – falei nervoso, eu não devia ter gritado com ela. Valentina era uma criança, e não a Melane, minha secretaria, que agüentava os meus gritos e o meu mau humor matinal – Você não fez por mal, eu devo ter outro documento desses no meu escritório... – falei passando a mão pelo seu cabelo.

Num movimento rápido, Valentina passou as mãozinhas pequenas me volta do meu pescoço, me abraçando. Demorei alguns segundos para entender o que estava acontecendo, para depois envolvê-la num abraço. Ela era tão pequena, tão delicada, que eu tinha medo de abraçá-la com mais força e desmontá-la.

- Desculpa senhor Charles... – falou me soltando e enxugando as suas próprias lágrimas, como se fosse uma moça independente.

- Ei! Sem senhor Charles, só Chuck! – falei bagunçando o seu cabelo e ela deu uma risada – Você não está com sono? – questionei, não era possível uma menina de cinco anos está acorda até essa hora, sem está com um pingo de sono, ela ainda era praticamente um bebê.

- Estou! – ela falou passando as mãozinhas pelo cabelo que estava solto.

- Então vamos dormir! – falei pegando-a no braço, arrancando algumas risadas.

Levei-a até o meu quarto, onde ela ficaria provisoriamente, coloquei-a na cama e ela agarrou o ursinho cor de rosa, e se deitou, cobri-a com o edredom e pude sentir os seus olhos me observarem.

- Quer que eu apague a luz? – questionei enquanto ela abraçava o ursinho rosa ainda mais e se aconchegava na cama e no edredom.

- Pode apagar, mas deixa aquilo aceso! – ela falou apontando para a luminária que se encontrava do outro lado da cama. Fui até lá acendê-la e caminhei até a porta para desligar a luz – Boa noite, Chuck! – ela falou assim que eu desliguei a luz.

- Boa noite, Val! – falei antes de deixar o quarto.

Subi uma hora mais tarde, para me certificar que a Valentina estava dormindo, arrumei as suas cobertas, pois com a proximidade do fim de ano, o inverno se tornava torrencial. Quando desci as escadas tive que atender ao telefone, pois ele toca irritantemente.

- Vocês ainda estão vivos? – a voz de Serena ecoou pelo apartamento, aparentemente o bom humor da minha irmã havia voltado. Pobre Dan, Serena conseguia tirar qualquer um do serio, e grávida ela se tornava insuportável.

- Graças, a você não! – falei um pouco rabugento, por culpa dela eu havia perdido a audiência de manhã. O que custava ela tomar conta da Valentina, por algumas horas? Não era ela que iria agüentar amanhã o mau humor do Nate.

- Vocês sobreviveram, é a prova mais evidente que não precisavam de mim ai! Ela já está dormindo? – questionou.

- Está! Serena amanhã o que eu faço? – questionei meio perdido – Eu não posso deixá-la sozinha em casa, não posso levá-la comigo para o escritório... O que eu faço?

- O que você faz? De que horas você tem que está no escritório?

- As oito! – respondi.

- Traga ela para cá! – falou – Venha almoçar aqui em casa, e tenha a tarde livre nós iremos dá um jeito nessa situação! – ela falou num tom de irmã mais velha de sempre, eu podia não admitir em voz alta, mas eu admirava bastante a minha irmã, ela sabia sair de cada situação, com uma praticidade incrível.

- Obrigado, Serena! – falei – Eu fico te devendo essa...

- Pode apostar que eu vou cobrar! – ela falou brincalhona – Agora, Chuck, sinto lhe informar mais você deve contar a verdade para o papai e a mamãe... – ela falou com pesar. Ela sabia o escândalo que a mamãe iria fazer se soubesse que a Blair estivesse de volta na minha vida.

- Eu sei Serena! – falei – Nos vemos amanhã! – falei emperrando o assunto, eu tinha que terminar que estudar os documentos para a reunião de amanhã.

- Até a amanhã, Chuck, e dê leite à menina de manhã logo cedo e se ela acorda de noite com fome, esquente a água e faça um leite e qualquer problema grave me ligue... Ouviu NE, Chuck?  Algum problema grave! – ela falou e nós nos despedimos antes de desligar.

A noite se passou como um borrão. Acabei dormindo no sofá – por falta de opção – e quase perdendo a hora. Arrumei-me rapidamente, e subi para vê se Valentina já estivesse acordada. Ela continuava dormindo que nem um anjinho, descoberta e toda esparramada na cama, agarrada com o urso de pelúcia.

Eu tinha que acordá-la, mas não tinha mínima idéia como. Eu já havia acordado a Serena uma vez, mas ela não era criança e nem muito menos parecia um anjinho dormindo. Sentei-me na beira da cama, eu poderia ligar para a Serena, mas eu corria um serio risco de levar uns belos gritos pela manhã.

- Valentina! – chamei-a passando as mãos pelas suas costas – Valentina está na hora de acordar! – falei um pouco mais alto. Observei-a se mexer bem lentamente, antes de sentar na cama afastando os seus cabelos fujões do seu rosto, e abriu os seus olhos cor de chocolate.

- Bom dia, Chuck! – ela falou colocando o ursinho no seu colo.

- Bom dia, Val! – falei e ela me deu um sorriso, com os seus dentinhos branquinhos – Nós vamos para casa da tia, Serena! – falei e ela sorriu mais ainda – Você vai conhecer os seus priminhos enquanto eu vou trabalhar! – falei.

- O que é trabalhar, Chuck? – ela perguntou. Não eram nem sete da manhã, e a menina já recomeçou a perguntar o que é as coisas.

- Trabalhar é... – não tem como explicar o que é trabalhar – Valentina é melhor você ir tomar banho... Se não tia Serena, vai brigar comigo! – falei e a Val se arrastou pela cama até descer e calçar as suas pantufas da Miney.

Arrumei a cama, enquanto ela tomava banho, eu agradecia aos céus por ela saber tomar banho sozinho, por que eu não saberia fazer nada se tivesse que dá banho nela. Fiz o seu café da manhã, e ela comeu silenciosamente, enquanto eu tomava o meu café preto, e lia a edição do New York Times dessa manhã.

- Chuck! – ela falou me fazendo desvia o olho da noticia de esporte que eu lia.

- Sim...

- Você pode comprar cereal para mim, eu gosto de comer logo cedo com leite morno! – ela falou enquanto mastigava o pão.

- Eu compro Val! – falei.

- Obrigada! – ela falou sorridente. Eu podia falar coisas horríveis da Blair, mas ela tinha dado uma boa educação a nossa filha, até agora.

- Você, não precisa ficar agradecendo a toda hora, Val! – falei enquanto ela tomava o seu copo de leite esquentado.

- Você, mora sozinho? – ela questionou.

- Sim, quer dizer, agora com você! – falei e ela sorriu para mim – E onde você morava, era só você e sua mãe? – questionei curioso.

- Era, mas tia Vanessa mora no apartamento ao lado! – ela me explicou. Quem seria Vanessa?

- Quem é Vanessa?

- Tia Vanessa! – ela me corrigiu – Ela amiga da mamãe, e minha madrinha! – ela me explicou – Eu já terminei, se o senhor quiser ir... – ela falou estendendo as mãos em minha direção, para tirar ela do banco alto, na qual ela estava sentada. Retirei-a do banco e po-la de pé.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, e comente para mim saber se devo ou não continuar!!!!

beijomeliga
xoxo

Lay