Darkness And Light escrita por Catherina, claudia00
Notas iniciais do capítulo
Peço imensas desculpas!!!! :c
as aulas ainda agora começaram e já me tiraram o tempo todo...
o capitulo não é muito grande mas vou tentar compensar nos próximos, okay? :s
Boa leitura e beijos grandes *
O teu pai tocou-te, Darkness?
Vinte e cinco minutos antes desta pergunta, Light e eu entráramos na esquadra da polícia. Trinta minutos antes desta pergunta, eu pedira a L que me deixasse sair sozinha do carro, para que ele não me tocasse. Vinte e oito minutos antes desta pergunta, o homem que estava atrás do balcão e que nos tinha atendido ficara perplexo ao ver-me.
Vinte e oito minutos antes, eu dei conta que estava muito mal fisicamente. Assim que a pergunta me foi feita... e eu hesitei ao responder à mulher que me questionara... eu dei conta que estava muito mal psicologicamente.
O teu pai tocou-te, Darkness? O teu pai tocou-te, Darkness?
Oh, céus... Vou vomitar.
-Queres que te traga café? – Falou a única voz masculina que neste momento conseguia de alguma forma suportar. Apesar de não conseguir olhar para L neste momento, sabia que o olhar dele transparecia cansaço, preocupação e tristeza. De alguma forma, ele parecia irritado por não fazer nada... Estava impaciente e não parava de andar de um lado para o outro.
Agora, estava a minha frente. Finalmente imóvel e a ser completamente prestável.
-Não.
L afastou-se, provavelmente, indo buscar o seu próprio café.
A esquadra não era muito grande. Estava disposta em departamentos, com gabinetes, salas especiais para interrogatórios e uma sala de espera. Onde eu estava...
O teu pai tocou-te, Darkness?
Oh céus... Se isto não sair da minha mente eu vou abusar nas drogas. Tenho de o fazer...
Sentia-me totalmente desconfortável naquela cadeira. Estava com as costas ligeiramente curvadas para a frente, os pés quietos e cruzados nos tornozelos, as minhas mãos nas minhas coxas com as unhas a quererem trespassar a ganga negra e a carne por baixo desta.
Precisava... de gritar ou algo do género. Uma dor insuportável estava cravada na parte superior do meu corpo, especialmente no centro do peito. Era aguda e parecia expandir-se a cada segundo... E temia que ficasse ali para sempre como uma tatuagem ou uma cicatriz demasiado difícil de ser disfarçada, mesmo cirurgicamente.
Sentia... que me ia desfazer. Que o meu corpo ia explodir e eu me partia em mil pedaços. Como aquele espelho do meu quarto... coberto pelo meu sangue... e o chão do meu quarto. Quando Greed me deixara pela ultima vez deitada no chão... e aquela faca. Raios, onde tinha ido buscar as forças para me levantar? Mesmo depois da forma brutal como tinha sido agredida? Mesmo depois de...
Greed tinha ido até à cozinha. Eu ouvira-o ir ao congelador. Procurar comida nos armários... Portas a abrir e a fechar. Aquele riso nojento e perverso dele... A faca.
Directamente no estômago.
-Darkness – a voz de L soou do meu lado direito.
Eu elevei olhar muito de repente, apanhada de surpresa. E confusa.
-Estás a tremer... – explicou ele.
Olhando as minhas mãos, entendi. Agora eram dois punhos em cima das minhas pernas... e tremiam. Abri-os e virei as palmas das mãos para cima, para que as pudesse ver. Sangue vermelho vivo nelas... Sangue no quarto... Na cozinha, onde finalmente tudo tinha acabado.
-Obrigada... – suspirei, com a voz a tremer e fraca. Tão fraca...
-Pelo quê? – Murmurou Light. A voz dele não era muito mais forte que a minha.
-Por... me ajudares. E desculpa...
-Eu faria tudo por ti, D. Quero que saibas isso. E não entendo porque tenho de perdoar-te. Não fizeste nada de errado.
Se ao menos isso fosse verdade...
-Desapontei-te. – Falei, irritada. Mas o tom da minha voz não mudou – Matei alguém e... desapontei-te.
Enquanto olhava as minhas mãos, perguntei-me como chegáramos até ali. Tínhamos nos conhecido de uma maneira invulgar e a conversa fora absolutamente estúpida. No dia seguinte, tinha tratado L pior do que se trata um cão vadio e não faláramos durante 3 semanas. Dois dias com ele e... não suportava mais ficar longe daquele rapaz, homem, adolescente, o que fosse.
Agora, estávamos no pior momento da minha vida e num dos piores momentos da vida dele também porque L não me podia ajudar. Ele estava impotente e eu estava... quebrada.
-Impossível. – A voz de L soou como um grunhido rouco. Tão irritado quanto eu – É impossível desapontares-me. Nunca.
Os meus olhos começaram a doer, queimando. Continuei a olhar as minhas mãos abertas e vazias.
-Obrigada... Eu... tu... És muito importante para mim, L. Conheço-te relativamente há pouco tempo mas... És importante para mim.
A porta principal da esquadra, a mesma por onde tinha entrado antes, abriu sem que Light me pudesse responder. Alphonse Benson entrou como um animal feroz pronto a deitar alguém para o chão ou contra uma parede. Edward, o pai, estava imediatamente atrás dele e o seu rosto era pálido de pânico e preocupação.
Limitei-me a deixar o meu olhar onde estava, ao mesmo tempo que Edward se ajoelhava em frente a mim. Pela minha visão periférica, vi Al olhar para Light como se o estivesse a avisar de algo.
Os homens não gostam de corpos marcados. Estragados... Imundos e imperfeitos.
-Darkness... – murmurou Ed, estupefacto – Oh meu deus, olha só o que aquele monstro te fez...
Bem, a palavra ‘monstro’ tinha enfim um equivalente humano. Porém, um humano morto.
Céus, Greed estava finalmente morto e sem poder interferir na minha vida. Nunca mais...
Por esta altura, Edward tinha-se levantado e falava com o homem que estava ao balcão e com a mulher que me tinha feito as perguntas sobre a agressão.
-D?
A princípio, pensei ser L quem me chamava, mas ao contemplar o espaço em frente era Alphonse quem estava à espera de atenção. Assim que os nossos olhos se fixaram, Al falou as palavras exactas que eu precisava de ouvir naquele momento.
-Não fizeste nada errado. Fizeste o que tinhas de fazer e fizeste um favor a todos nós. Agiste corajosamente e fizeste-o por ti... Fizeste o que estava certo, Darkness. Tu fizeste tudo certo.
Os meus olhos eram duas tochas acesas, prontas a brotar todas as lágrimas. Ainda assim, não caíram... o meu orgulho prevalecendo acima de tudo.
Foquei-me de novo nas minhas pernas, nas minhas mãos.
A imagem de as ter cobertas de sangue invadiu-me a mente e não desviei o olhar daquilo que fitava. Não havia qualquer sentimento, qualquer ressentimento. Apenas... Medo.
Medo de ser presa por ter morto um monstro desumano e brutal. Medo de Light... Oh céus, o que ele pensava de mim? Uma assassina?
Uma mão quente e pesada tocou-me no joelho e o meu cérebro não conheceu qualquer diferença entre a pessoa que me tocava e o que me tinha acontecido na hora anterior. A minha mente estava descontrolada e a disparar memórias do abuso sexual violento e grotesco... Nojento. A pele dele a tocar-me, o corpo dele em cima de mim... dentro de mim...
Oh meu deus, ar! Ar! Ar! Ar!
A mão foi imediatamente retirada, porém tudo estava descontrolado dentro de mim. Eu estava descontrolada!
As vozes masculinas começaram a falar à minha volta e apesar de as conseguir ouvir, elas pareciam estar a uma longa distância. Como se eu não estivesse no meu corpo, mas no fundo da minha mente.
-Ela não gosta que lhe toquem.
-O quê? Porquê?
-Apenas não gosta. E por favor, Mr. Benson, não o faça outra vez.
-Tu não nos dizes o que fazer.
-Não é por mim, idiota. É por ela... Não consegues ver que ela não está bem, Alphonse?
-A quem é que estás a chamar idiota, Turner?
-Por favor, rapazes. Podem deixar isso para outra altura? Aqui não é o lugar indicado...
Então outra voz falou, mais fina, mais baixa. Reparei brevemente que tinham sido palavras minhas quando, ao elevar o olhar, Light me olhava directamente nos olhos.
-Primeiro, temos de te levar ao hospital, D. Então, depois, vamos para casa. – Respondeu-me Al, com a voz mais suave e meiga, não a voz agressiva que falara para L.
Não senti o meu corpo a elevar-se ou a caminhar. Não senti quase nada do que se passou a seguir, aliás. Quando dei por mim, estava dentro do Range Rover de Alphonse, num dos bancos de trás. Ainda com a mente activa, baixei uma das janelas fumadas do carro. Light estava a sair da esquadra naquele preciso momento, parando depois à minha frente.
-Eles vão levar-te ao hospital agora. Edward acha que terás de ficar, no mínimo, uma semana e meia em casa. Talvez, terás de ficar mais tempo, porque vais ter de ser examinada. É só saber se estás disposta a perder todas essas aulas... – quando continuei em silêncio, a voz dele baixou. Ninguém nos conseguia ouvir - Como te sentes?
-Exausta. Suja... Preciso de um banho.
Os ombros largos de Light encolheram e ele olhou o chão, com as mãos nos bolsos. Será que ele já se apercebera? Os ataques de pânico, o facto de não querer ser tocada... Light sabia que... não. Eu conseguia aguentar o facto de ele me achar uma assassina mas... isto? Raios, não.
-Eu gostava de ir contigo mas... tenho aulas. E o Alphonse está de mau humor. O que eu compreendo.
-Também estás de mau humor?
L encolheu os ombros.
-Ninguém gosta de ver uma mulher magoada pelas mãos de um homem. Quanto mais uma irmã. Quanto mais uma... amiga.
O silêncio prolongou-se e reinou durante... um minuto e meio. Depois, uma baforada de vento passou por nós, a mim atingindo-me apenas na cara. Os cortes que ainda estavam abertos, queixaram-se.
-Eu acho que vou ficar com o teu casaco, outra vez. – Falei, tentando aliviar o ambiente. Light sorriu e fitou-me.
-Fica-te bem.
-Estás a dizer que fico bem com roupa masculina?
-Estou a dizer que te gosto de ver com a minha roupa.
Aquilo calou-nos aos dois. Durante mais um minuto e meio.
-Tens de os deixar cuidar de ti, D. O Edward é um excelente médico e o Alphonse está tão preocupado que tenho a certeza que estará a vigiar-te 24 horas por dia.
-Raios, isso não. Tudo menos isso... No entanto, gosto quando ele faz o pequeno-almoço.
Light sorriu carinhosamente e voltou a olhar o chão.
-Tens uma óptima família contigo, Darkness.
Encolhi os ombros.
-É pena não serem de sangue.
-Às vezes, não é o sangue que importa.
-Verdade.
Os Benson saíram os dois para a rua, Alphonse cravando o olhar imediatamente em Light. Edward tirou o seu telemóvel o bolso e começou a teclar alguma coisa.
-Tenho de ir. – falou L, fitando-me intensamente. Raios... não me queria despedir dele.
-Adeus, Light.
-Adeus, Darkness.
Então ele voltou costas e eu fiz a janela subir, cortando o vento frio da rua. Assim que Alphonse e Edward entraram no carro, o Range Rover foi ligado e começou a mover-se pela estrada em direcção ao hospital.
Tentei imediatamente manter-me confortável... O que era bastante difícil. Para além das dores, dentro dos bolsos do casaco de L estavam as drogas que eu o fizera ir buscar a minha casa. Graças a deus, eu tinha aquela porcaria em volta de uma embalagem que não era transparente. Light não soubera o que era... e também não tinha aberto o pacote para espiar o que estava lá dentro.
Ainda bem...
Light era alguém em que eu depositava a minha confiança. Em quem eu podia depositar a minha vida... De qualquer forma, não estava de forma alguma a pensar em contar-lhe da minha pequena necessidade.
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reviews? ^^
boa semana para voces **
~kisses