A chuva caiu em poucos minutos.

O céu tornou-se cinzento e o ambiente ameaçava piorar. No entanto, isso não demoveu D. da ideia de um passeio lá fora.

Saiu do edifício com o capuz negro posto e fechou os olhos com satisfação, enquanto sorria e se deixava molhar pela chuva fria. Depois deste momento, desceu a rampa e caminhou para a esquerda, enquanto verificava que os fones não estavam a apanhar chuva.

O seu corpo movia-se lentamente, aproveitando a chuva, sentindo o vento a passar por ela... A sensação era tranquilizadora e refrescante.

Os seus olhos apenas abriam para ver se não estava ninguém a vir na sua direcção com o intuito de a retirar do céu exposto...

Tudo em seu torno estava deserto e apenas a Natureza dominava...

Sorriu sentindo-se preenchida e com uma sensação estranha e nova para ela.

Satisfação, alegria, felicidade...

Sentia-se... feliz. Pela primeira vez em muito tempo. E só de pensar que estava finalmente feliz, sentiu-se triste...

Não fazia qualquer sentido sentir-se feliz e triste ao mesmo tempo, mas também não era a primeira coisa a não fazer sentido na vida de D.

Passos molhados evidenciaram-se perto dali e D., sem saber o que fazia, sentou-se na parede mais próxima e puxou o capuz para baixo, escondendo a cara.

Inspirou fundo e sentiu-se frustrada por ter sido obrigada a sair da chuva... Pensou em levantar-se, mas assim a outra pessoa veria a sua cara...

Raios!

Decidiu espreitar, tentando ver se conhecia a pessoa e se era seguro passar por ela sem levar um daqueles olhares “esta miúda é louca ou quê?”.

Os seus olhos gelaram assim que viram a quem pertenciam os passos.