Crônicas Lunares escrita por no-chan


Capítulo 4
Capítulo Extra : Selene


Notas iniciais do capítulo

Hip hip urra!
Hip hip urra!!!^^
Consegui!! Consegui!!! Depois de dois meses eu apareço aqui de novo!!!! hahahahaaha
(tiros... tomates... desvia de tudo e se encolhe)
Descuuuuulpa. T.T
Mas agora eu entendo vocês meninas. É complicado ter que escrever tudo da cabeça em pouco tempo. Essa fic já ta tooda escrita e minha briga é pra digitar, mas esse capítulo foi todo novo e por isso eu quase pirei! O.o
Eu sinceramente espero que gostem.^^
Bem...
Boa leitura pra vocês!!
PS: Maryduff... olha quem tá aqui.^^



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Astérion deitou Hécate sobre o tecido que forrava a grama com delicadeza. Ela ofegava da mesma forma que uma humana faria. Naquele momento, ela era apenas uma mulher nos braços do homem que amava e nada mais importava. Não importava as reclamações de Hades ou os avisos de Perséfone sobre apaixonar-se por um mortal. Não importavam mais as ameaças sarcásticas de Tânatos de que um dia tiraria a vida de seu amor. Ela amava Astérion e ponto final.

“Hécate. Como é possível que a cada lua fique mais bela e graciosa?” sussurrou Astérion sedutor ao colocar-se sobre a deusa e olhou-a nos olhos com admiração e uma paixão abrasadora.

“Huhuhu. Segredo dos deuses.” riu ela colocando as mãos em seus cabelos e puxando-o para um beijo ardente.

O príncipe aceitou o convide explícito imediatamente. Correspondeu o beijo com avidez e passou a acariciar o corpo esbelto da deusa. Não havia mais medo nem resistência. Já conheciam um ao outro como se fossem parte de si. Vários anos se passaram desde aquela primeira lua e a intimidade dos dois já chegara ao nível de Astérion não temer desrespeitar sua amante mesmo que tomasse o controle.

Desceu seus lábios para o pescoço dela enquanto puxava-lhe uma coxa enroscando a perna da deusa em sua cintura. Hécate respondeu colocando também a outra perna e arranhando suas costas com as unhas afiadas fazendo-o sangrar um pouco, mas ele não se importou. Pelo contrário, um rosnado de prazer emergiu de sua garganta e ele não hesitou mais nem um segundo invadido-a de uma vez sem se preocupar em machucá-la.

Hécate gemeu de satisfação arqueando o corpo e pedindo por mais. A deusa pedia por mais. Como uma mulher apaixonada. Ambos moveram-se juntos em um embalo provocante onde era impossível distinguir onde cada corpo terminava e deixando gemidos escaparem noite afora.

Quando percebeu que o ápice se aproximava, Hécate virou o jogo. Com uma força sobrenatural empurrou-o para baixo e logo era ela que o olhava de cima com um sorriso de pura satisfação, torturando-o com movimentos lentos com o quadril.

“Ora, pare com isso, Hécate! Vai me deixar louco!” resmungou o príncipe ofegante sobre as mãos da deusa fazendo-a sorrir ainda mais. “Seja minha de uma vez e pare de me torturar!” continuou ele e suas mãos seguraram a cintura dela puxando-a fortemente para perto e aumentando o ritmo, mas ela segurou seus pulsos e voltou a torturá-lo devagar.

“Eu adoro ver seu rosto morrendo de desejo, meu querido. Faz-me querer tê-lo todas as noites!” murmurou ela ao seu ouvido e Astérion gemeu alto.

“Você pode me ter quantas noites quiser!” rugiu ele e fez um forte movimento para cima e fazendo a deusa arfar e soltar seus pulsos. Estando solto, segurou a cintura dela com força e puxou seus cabelos com violência aumentando o ritmo de novo. “Mas hoje, eu estou no comando!” Dessa vez, Hécate cedeu e se deixou ser dominada e logo ambos subiram ao Olímpo e desceram aos Campos Elísios em uma onda de prazer aterradora.

Os corpos arquearam e caíram sobre a relva em seguida. Os dois ofegavam e tentavam retomar o controle da respiração, falhando. Hécate deitou a cabeça no peito musculoso de seu amante e permitiu-se relaxar enquanto Astérion acariciava seus cabelos com carinho.

“Eu falei sério.” disse ele um pouco mais calmo. “Pode ter-me quantas noites quiser, meu amor. Eu te amo. E eu quero dedicar minha vida a você.”

Hécate ergueu o rosto para olhá-lo nos olhos. Eles brilhavam de esperança. Suas palavras eram a mais pura verdade. Ela queria muito dizer que o amava nesse momento, mas isso significaria que...

“Astérion...”

De repente, Hécate ficou alerta. Havia outra presença na floresta. Outra presença divina. Não era ameaçadora. Na verdade, parecia muito com a sua própria. Emanava uma energia cálida e misteriosa. Em instantes, a deusa já sabia quem era, mas... “O que ela está fazendo aqui?” pensou Hécate.

Astérion estranhou a tensão em sua amada. Parecia atenta a alguma coisa. Olhou ao redor, mas não viu nada.

“Tudo bem?” sussurrou ele.

“Preciso que você vá agora.” sussurrou ela de volta deixando-o confuso. “Vejo-te na próxima lua.” Continuou ela depressa, sem permitir que ele falasse algo. Ela ergueu-se e logo as sombras cobriram seu corpo formando um maravilhoso vestido. Ajudou-o a se  levantar e pousou suas mãos nas costas de Astérion onde as feridas causadas por suas unhas ardiam. Uma leveza se espalhou ali e logo a dor sumiu não deixando marca alguma.

“Obrigado.” agradeceu ele se vestindo. “Mas por que a pressa? Vamos passear um pouco, ainda temos o resto da noite. A Lua não se moveu no céu.” continuou ele encarando a lua crescente no topo de suas cabeças.

“Temo que seja exatamente por isso que não podemos.” Astérion a olhou confuso. “A carruagem de Selene está parada no céu exatamente por que alguém resolveu nos bisbilhotar.” Resmungou Hécate com uma pontada de irritação.

“Não estou bisbilhotando ninguém!”

Uma voz doce e translúcida ecoou no céu noturno. O príncipe olhou atentamente para a escuridão acima deles e um brilho dourado pode ser visto não muito longe e parecia levitar pela noite, aproximando-se. Surgiu então um vulto branco com cabelos tão lisos e longos como os de Hécate, mas enquanto as trevas possuíam o cabelo de sua amada, os da visitante eram banhados em luz, num loiro cálido que lembrava os raios do sol refletidos pela lua. A pele da linda mulher era suave e possuía um brilho rosado que lembrava a própria Aurora que anunciava a chegada do dia.

(http://4.bp.blogspot.com/_tW-ztEREkv8/TUMtdeKTbCI/AAAAAAAABPk/DNAaRQiRgfA/s1600/SELENE.jpg)

“Se não estava bisbilhotando, o que estava olhando, Selene?” falou Hécate ríspida e Astérion segurou sua mão para acalmá-la. Ela o olhou e ele sorriu levemente como se dissesse que estava tudo bem. Com um suspiro pesado ela se acalmou.

“Eu só queria falar com você, mas não quis interromper...” respondeu a deusa da lua com um sorriso malicioso, mas compreensivo.

“Então fale de uma vez.”

Selene olhou para Astérion incerta. Não queria que o jovem amante de sua irmã da lua soubesse da história que ela contaria a Hécate agora. Talvez se a própria Hécate soubesse do que se tratava, muito provavelmente o mandaria embora. Mas isso não foi preciso. Astérion curvou-se respeitosamente para a deusa recém-chegada e então virou para Hécate segurando sua mão e beijando-a com carinho.

“Acredito que devo dá-lhes privacidade.” falou o príncipe com polidez, olhou sua amada nos olhos e sussurrou. “Permita-me vê-la antes da próxima lua, meu amor. Quantas noites quiser.”

Hécate sorriu carinhosa para o jovem e pousou a mão em seu rosto de leve.

“Vá. Falamos disso depois.”

Astérion acenou com a cabeça e novamente reverenciou as deusas para, em seguida afastar-se em direção a seu cavalo e seu palácio. Hécate observou-o se afastar pensativa. Não sabia o que faria quanto ao pedido do rapaz.

“Há quanto tempo está nessas visitas, Hécate?”

A voz de Selene a acordou dos pensamentos. Olhou a deusa loira em seu vestido branco por um segundo a mais para entender o que perguntara.

“Uns cento e vinte ciclos lunares...” respondeu Hécate pensativa, mas logo retomou a face séria e encarou Selene. “Mas não acho que é sobre isso que quer falar, não é?”

“Cento e vinte luas, Hécate? Isso é o que? Dez anos mortais?” Selene falava surpresa. Nunca imaginou a fria deusa da escuridão e da bruxaria apegar-se tanto a um mortal. Muito menos sendo ela uma das governantes do submundo. Dez anos? “Ele deveria ser tão mais belo quando jovem, não? É tão triste ver seu amante mortal envelhecer... O que vai fazer quanto a isso, Hécate?!”

Selene tentava falar com frieza, mas a deusa da magia não se deixou enganar. Sua irmã estava nervosa. Parecia preocupada e sua última frase fora carregada de esperança. Mas, esperança pelo que?

“Como assim fazer algo? Sobre a mortalidade dele?” perguntou Hécate incerta e Selene a olhou como quem dizia ‘é claro’. “Isso é algum teste, Selene? Você sabe que eu prometi não me intrometer em assuntos mortais. E tentar impedir que alguém siga o curso normal de sua vida, e morra, é uma afronta direta às regras de Hades!”

Hécate ficou irritada. Não acreditava no que fora perguntada. Sabia muito bem que não poderia impedir a morte de Astérion, mesmo que o amasse. A imortalidade era reservada aos deuses e aos heróis e seu príncipe não era nem um nem outro, mas não gostava de ser lembrada disso. Olhou Selene furiosa. O que afinal ela viera fazer aqui?!

Como se adivinhasse os pensamentos da outra deusa, Selene se apressou em acamá-la suspirarando em resignação. Achou que Hécate seria a solução de seu problema, mas a bruxa era muito orgulhosa para tal.

“Não estou testando você nem nada, Hécate, relaxe. Eu só...” falou Selene com a voz cansada e sua garganta se fechou falhando em terminar. “Eu só não quero vê-lo morrer... Não quero vê-lo envelhecer e perder sua beleza magnífica... Acho que não sou deusa o bastante para isso.”

A voz da deusa da lua saía apertada. Os olhos ardiam como se quisessem criar lágrimas, mas deuses não choram... não é?

Hécate observou Selene colocar a mão no peito como se sofresse com uma dor imensa. Aproximou-se dela com rara delicadeza e tocou seu ombro dando-lhe apoio. Selene estava ofegante, como se chorasse, mas lágrimas não havia em seus olhos. Tudo que via era um rosto dolorido de pesar.

“Calma, Selene. De quem está falando?”

A deusa loira ergueu o rosto e encarou a outra com súplica nos olhos.

“Endymion. Oh, Hécate! Eu não quero perder meu Endymion!”

**********

“Como podes ser tão bela e tão inalcançável?” sussurrou o magnífico jovem para a lua cheia. Seu brilho platina refletia nos loiros cabelos do rapaz como se deles fossem parte. “Não te sentes só nesta noite sem estrelas? Queria poder fazer-te companhia neste céu negro e vazio.”

Endymion deitara-se na relva alta enquanto as ovelhas dormiam silenciosamente. O jovem e belo pastor seguia com seu trabalho de vigia noturno, mas nunca cansava-se de admirar a maravilhosa lua. Todas as noites proclamava poesias e palavras doces com promessas de amor eterno. Não sabia ao certo o que desejava, mas seu fascínio por ela era grande demais para manter-se calado.

“Só tua luz me anima nessas noites sombrias, onde o vazio parece sugar tudo ao seu redor exceto sua beleza.”

Noites e noites. Promessa a promessa. Mas o silêncio continuava. Até aquela noite.

“Fale mais.”

Endymion sentou-se assustado quando uma mulher de longos cabelos loiros curvou-se sobre ele obstruindo sua visão da lua. Ela aparecera do nada. Não ouvira seus passos, nem o roçar de seu vestido na relva. Apenas surgira de uma vez a sua frente!

“Quem é você?” disse ele nervoso, mas com gentileza na voz.

“Ah, não pare, por favor. Fale mais. Que outras promessas tem para... a lua?” perguntou a mulher ansiosa e um pouco deslumbrada.

“Desculpe, mas acho que não devia espionar os outros.” disse ele envergonhado, mas com uma pequena censura na voz.

“Não estava espionando.” resmungou ela “Só queria ouvir mais. Mais de suas promessas e poesias. Eu as adoro. Todas as noites eu paro aqui para ouvi-las.”

Mesmo na sombra da noite, foi possível ver a face do rapaz ficar rubra como tomate no outono. Ele ficou de pé num salto e desviou o olhar.

“Não devia fazer isso! Elas não eram para você! Eram para...” ele parou no instante que a olhou de cima. O branco vestido formava um círculo perfeito ao redor do corpo da mulher ainda sentada ao chão. Um círculo branco com um reflexo brando e platinado. Era como... Como se estivesse olhando para a própria lua!

“Qual é o seu nome?” sussurrou ele fascinado.

“Selene.” respondeu ela simplesmente olhando para ele com um calor apaixonado.

“Por que está aqui, Selene?” continuou ele ofegante com o que acabara de ouvir sem ao menos perceber como falara diretamente para uma deusa.

“O céu estava solitário.” Ela ergueu-se da relva e aproximou-se do jovem pondo ambas as mãos em seu rosto. “Fale mais. Quais são suas promessas? Diga-me que promessas tem para mim?” murmurou ela com a voz desejosa fazendo-o ofegar ainda mais.

Ele pôs uma mão em seu rosto e outra em sua cintura. Era ela! Ela estava bem aí a sua frente! E pedia para ouvir mais. Mas suas palavras não saiam. Estavam presas em sua garganta.

“Posso mostrá-las no lugar de falar?” perguntou ele com a voz embargada.

“Eu adoraria.”

*********

Um brilho diferente do usual tomou a lua. Um brilho vivo e mais dourado que o normal. Como se um facho de farol indicasse o caminho. Endymion ergueu-se extasiado! Seguiu a direção que o facho de luz indicava. Deixou suas ovelhas a sorte aquela noite. Ela estava aqui. Selene viera visitá-lo e nada mais importava.

Ele seguiu até uma gruta no meio de uma parede de pedras. A luz da lua penetrava a entrada da gruta como se fizesse um caminho para si no próprio céu. Ele entrou na gruta e lá estava sua doce lua. Ela estava sentada sobre uma pedra larga e seus pés roçavam gentilmente no baixo capim coberto de flores no chão. Era incrível que crescessem ali. Lindas e perfeitas, mas não tanto como sua amada.

“Selene, meu amor.” disse ele aproximando-se e ela o olhou com brilho resplandecente no olhar. Ele tocou seu rosto de leve, deslizou por seu pescoço, ombros e foi descendo levemente até seus pés. Ajoelhou-se sobre as flores e beijou-lhe o tornozelo com devoção. Selene suspirou deixando-se levar pela sensação. “Como adoro ver-te minha rainha, minha deusa. Poderia ficar aqui eternamente se podesse.”

“Ah Endymion!” disse ela com deslumbre na voz e desceu da pedra sentando-se no capim baixo junto a seu amado. “Se o que dizes é verdade, eu conseguirei realizar o desejo de nós dois, meu amor.”

O jovem olhou a deusa sem entender direito, mas seu tom de voz era tão feliz que ele não conteve o sorriso e puxou-a para si abraçando-a.

“E qual seria o seu desejo, Selene? O que posso fazer para realizá-lo?” perguntou ele admirando sua deusa como se não a visse a séculos. Selene sorriu ainda mais com suas palavras e tirou do bolso da túnica branca um pequeno saquinho de pano dourado mostrando-o. “O que seria isso, meu amor?”

“Diga-me uma coisa, Endymion. Você gostaria de viver para sempre? De manter sua beleza magnífica pela eternidade? De me ter ao seu lado todas as noites do infinito?” Selene falava com ardor e esperança e os olhos do rapaz só brilhavam mais e mais a cada pergunta. Ele estava deslumbrado. Teria imortalidade, juventude e o amor de sua maravilhosa deusa. O que mais poderia querer?

“Mas é claro, minha deusa! Daria qualquer coisa para ficar com você!” disse ele entusiasmado e segurou suas mãos com carinho.

Selene sorriu ainda mais e agarrou o pescoço do jovem dando-lhe um beijo cheio de desejo e Endymion retribuiu da mesma forma ardente. Quando finalmente conseguiram se separar, a deusa, ainda ofegante, pegou o saquinho e o abriu derramando seu conteudo na mão. Grãos dourados de uma estranha areia brilhante escorreram silenciosamente na mão da deusa e o jovem a olhava fascinado.

“Mantenha seus olhos bem abertos, meu amor.” sussurrou Selene e tocou seu rosto com carinho. Endymion hesitou por um segundo. Seria realmente possível ele tornar-se imortal sem ser um heroi? Mas, então, em troca de quê? A pergunta estava em seus lábios, mas lá ficou quando viu os olhos de sua amada. Não importava o que fosse, ele confiava em sua deusa.

Selene segurou a areia dourada com leveza e Endymion manteve seus olhos bem abertos observando-a com expectativa. Ela põs a mão entre os dois e seus lábios formaram um círculo leve quando uma lufada doce soprou a areia diretamente em seu rosto. Endymion sentiu a areia embaçar seus olhos e uma ardência se apoderou de suas pálpebras fazendo-o piscar repetidamente.

“Você vai dormir agora, meu amor. Vai ficar comigo para sempre. Jovem e lindo para eternidade!” murmurava Selene com doçura e carinho na voz enquanto Endymion sentia o corpo relaxar e parecer flutur num rio calmo. A imagem de sua amada estava embaçada e ele podia sentir seu tempo parar. Seu corpo e alma estavam protegidos pelo véu da imortalidade e sua mente perdia-se no mundo dos sonhos para todo o sempre.

“Você não o deu a chance de escolher.”

Uma voz fria e sombria espalhou-se pela gruta assustando Selene que ergueu a cabeça rapidamente para a sombra na entrada. A silhueta negra aproximou-se até ser iluminada pelo facho de luz e a figura da deusa da feitiçaria se mostrou.

“Hécate! Não apareça de fininho assim!” resmungou a deusa loira enquanto colocava seu amante sobre a pedra larga com cuidado e o observava com devoção. “O que disse mesmo?”

“Eu disse que você não o deu a chance de escolher! Você apenas lançou as areias de Morpheus em seus olhos abertos sem explicar que isso o faria dormir para sempre! Por que não lhe permitiu escolher?” disse Hécate irritada com a situação. O único direito que os humanos tinham sobre os deuses era seu livre arbítrio e Selene o havia negado!

“Porque não precisava. Ele jamais diria não.” respondeu a deusa da lua com total segurança fazendo Hécate olhá-la abismada. “Não me olhe assim. Eu o amo! Amo mais do que tudo! Eu não o deixaria morrer e você não deveria deixar seu humano morrer também! Isso é o amor Hécate e não há nada que você possa fazer quanto a isso.”

A deusa da feitiçaria suspirou resignada. Não adiantaria nada dialogar com a irmã. Sua paixão pelo jovem pastor era maior do que qualquer uma que já presenciara entre os deuses, mas seria justo mesmo assim?

“Pobre do mortal por quem um deus se apaixona...” pensou ela.

“Apenas me devolva a areia de Morpheus antes que ele dê por falta dela. Já fiz o que me pediu e espero que Zeus não fique furioso por você desobedecê-lo.” disse Hécate com um ar cansado. Algo naquela situação a fazia se sentir mal.

“Não o desobedeci, tecnicamente.” respondeu Selene se levantando e entregando o pequeno pacote a ela. “Eu o pedi que tornasse Endymion imortal, mas ele não quis. Só procurei outra forma de fazê-lo e você me ajudou. Obrigada irmã.

Selene sorria em completa felicidade e o brilho em sua alma era quase palpável. Hécate deu um pequeno sorriso e tocou o ombro da deusa loira com leveza.

“Não há de quê, mas espero que não se arrependa do que fez.”

“Eu não irei.” disse Selene tranquilamente e olhou a irmã com receio. “Vai chegar um momento em que você terá que decidir o futuro daquele príncipe, Hécate ou então, o melhor seria ficar longe dele, se não ambos vão sofrer.”

Hécate não respondeu. As palavras de Selene ecoavam em sua mente de forma desconfortável. Ela simplesmente acenou com a cabeça e começou a afastar-se assistindo Selene sentar-se ao lado do jovem Endymion e acariciar seu rosto deslumbrada. O rapaz estava calmo. Seu destino havia sido selado com um simples sopro, mas ele parecia realmente satisfeito, quem dirá feliz... para todo o sempre.

Talvez esse seja um final feliz... quem sabe.” pensou Hécate com um singelo sorriso e partiu pela noite sombria.


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Notas finais do capítulo

Obrigadão por lerem!!!
Espero que tenham gostado e mais uma vez prometo tentar postar mais rápido, mas bem... ficar atolada é humano né? hahahaha

E jamais se esqueçam, meninas:
"A Lua sempre assiste aos apaixonados."

B-jão. Na proxima tem mais surpresas.^^