Naquela manhã de domingo, Taeyang acordou cedo. Tomou seu banho e nem esperou pelo café da manhã. Correu até o prédio de Dara e tocou a campainha do apartamento dela; após subir as escadas de dois em dois degraus, pra andar mais rápido. Como os pais de Dara ainda estavam dormindo, ela mesma levantou da cama e foi atender a porta. Assim que abriu, Tae deu um grito de susto. Ela, em resposta, gritou também. Seu pai veio correndo, imaginando o pior.

- Ssantokki! Ssantokki! Papai está aqui! Não se desespere! – Ele disse abraçando a garota. – E você? Quem é? O que quer aqui? Não veio nos roubar não é? – Sr Park falava, sem dar tempo de Taeyang responder. – Por que assustou minha ssantokki??

- D-des-cul-p-pe, senhor...- Taeyang começou, mas foi interronpido por Dara.

- Não pai... ele é meu amigo! É um dos vizinhos novos...

- Aaata... – O sr. Park soltou Dara. – Mas ainda estou de olho em você, hein??!!! – Ele disse, num aviso, antes de voltar pro quarto.

- O que te traz aqui, Bae?

- Huumm... eu... queria saber... sevocêquersaircomigoagorademanhã?

- O que? – Ela não havia entendido nada ainda.

- Quer sair comigo? Agora?

A garota ficou atônita.

- Se troca e vamos... é só uma voltinha na quarteirão...

- Posso tomar banho então?

- Pode, ué?!

- Entra então e me espera aqui. – Dara disse apontando pro sofá.

Assim que ela saiu, sr. Park voltou, afim de incriminar Taeyang.

- Quais são suas inteções com a minha filha, mocinho? Você não vai desencaminha-la, vai? Por que se for... – Sr. Park fechou o punho e o cenzo, tentando mostrar a Taeyang o quanto era bravo. Nisso, a Sra. Park abaixou o punho cerrado dele.

- Deixe disso, querido. Não vê o quanto o rapaz ali é gente boa? – Disse a mulher morena, parecidíssima com Sandara, quase uma versão adulta da garota. – Eu sou Park Sang, a mãe da Dara. E este é o meu marido, Park Dong-yul. Como você se chama, meu caro? – Ela disse, com voz suave.

- Dong YoungBae, mas pode chamar de Taeyang.

- Por que o nome falso? – Sr Park perguntou, já desconfiando de novo.

- Não é falso... é..err.. Artístico, porque eu faço parte de uma banda.

- Você não é daqueles garotos arruaceiros é? Que ficam fazendo barulheira até de madrugada e não deixando a gente dormir?

- Dong-yul... – Sang disse, em tom de advertência. Contrariado e fazendo bico, Sr Park cruzou os braços e afundou no sofá.

- Então Taeyang, como é o nome da sua banda? Que tipo de musica vocês tocam?

- Ahh.. é bem misturado, sabe. Tem de tudo um pouco.

- Já começaram o interrogatório? – Dara perguntou divertida, adentrando a sala. Os cabelos ainda molhados caíam pelos ombros, e o vestido marcado na cintura a fazia ter forma sensuais, apesar de ser magra.

-  Não amorzinho, precisamos nos certificar que esse daí não é nenhum seqüestrador de meninas lindas e indefesas! – Disse o pai dela.

 - Ok paizinho... Deixa que disso eu resolvo ok? - Disse Dara numa desenvoltura, que pegou Tae de surpresa. Cadê aquela garotinha tímida? Ele se perguntava.

-  Ok filhinha, volte antes do almoço arasso? E você também Taeyang, volte mais vezes pra nos visitar... - Sra Park disse, dando um beijinho na testa da filha, e logo em seguida apontando o dedo para o rapaz.

Ela passou por ele, o puxando pela mão, e foi pra porta do apartamento, fechando-a depois que ele passou. Tae a seguiu, ainda sem entender, mas amando a faceta meio dominadora de Dara. Desceram as escadas em silêncio,   e, quando estavam chegando perto do parquinho do complexo, Tae a puxou pela mão.

Parados, sentados no balanço, Taeyang puxou o assunto.

-  Dara, o que você faria se descobrisse que se apaixonou por uma pessoa?

-  Huumm... não sei Tae... Talvez... eu falaria com ele.

Ele a viu corar e ficou a encarando. Céus, como ela é linda! Ele pensava.

- Por que está me perguntando isso? - Ela olhou de volta pra ele, e percebeu o “olhar sonhador” que ele tinha. - Por acaso está apaixonado por alguém, sr Dong? - Ela disse, fazendo graça e pondo a mão na cintura.

-  Se eu não estava.. acabei de ficar... - Ele disse, entrando na brincadeira dela. Levantou-se e a puxou pela mão, voltando a andar, agora de mãos dadas.

-  Aé? - Dara fingiu estar interessada. - Como ela é?

-  Aah... Ela é bipolar! Na mesma hora que ela está mandando em você, ela fica tímida! Mas de qualquer jeito ela me encanta... - Ele disse, olhando fixamente pra ela, que entendeu sobre quem ele falava.

-  Mas a quanto tempo você a conhece? – Ela diz brincando. – Uma semana? Como sabe que você realmente a ama?

- Bom, Dara, eu nunca namorei. – Ele resolveu ser sincero e abrir  coração a ela. – Sempre fui o tipo de cara que estava nas baladas, com várias garotas ao mesmo tempo. Aquele cara que não queria sossego, que não se contentava com uma só. Mas... quando conheci você, - e ele deu ênfase, segurando as duas mãos dela e ficando de frente pra ela. – eu entendi finalmente o porque disso. Eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você, sabe? Nunca passei dia e noite pensando em alguém, como acontece desde o primeiro dia que eu vi você. No fundo, eu sonhava com o dia que eu sentiria isso e tentava imaginar como seria... Mas é tão melhor do que qualquer sonho que eu tinha! Só de ver você sorrir... – Tae acariciou o rosto de Dara, que sorriu em resposta. – A cada vez que vejo você sorrir, eu me apaixono mais. A cada respiração sua, eu me apaixono mais.

Dara estava nas nuvens. O rapaz por quem ela caiu de amores, também a amava! Ela sentia seu coração bater tanto que parecia que rasgaria o peito e sairia pra fora!

- Então... eu sou a garota?? – Ela fez uma cara, semelhante a um coelho.

- Sim, minha Ssantokki! – Ele disse rindo, enquanto Dara corava.- E eu queria muito, muito mesmo, que você aceitasse namorar comigo... Se precisar encarar seu pai... eu encaro... – TaeYang disse resignado.

Dara riu e chegou mais perto dele. Acariciando o seu rosto com o dorso da mão, ela o viu fechar os olhos ante o carinho.

- Eu aceito! Mas nós teremos algumas regras... – Ela disse com voz mandona, e ele gemeu.

Aonde é que ele estava amarrando o burro dele...

O dia transcorria tranquilo em Seul e o sol parecia brilhar ainda mais intenso.

Bom sentiu um calorzinho e, ainda dormindo, levantou-se e ligou o ventilador. Voltava pra cama, quando a porta de seu quarto se abriu num rompante.

- PARK BOM O QUE VOCÊ AINDA ESTÁ FAZENDO NA CAMA????? – Eram Minjy e Chaerin entrando com tudo quarto adentro.

- Por que vocês nunca deixam a unnie dormir... – Bom respondeu, sonolenta e terminando de deitar na cama.

- Unnie você não lembra que combinamos de ir na casa dos meninos hoje? Temos de ensaiar para o Show de Talentos! E nós nem sabemos o que vamos fazer.... – A maknae disse, quase desanimada.

- Huh? – Bom abriu os olhos. – Não são nove horas agora?

- Não Bommie! São onze e meia da manhã! Como vc consegue dormir tanto? – Cl disse, pra em seguida, iniciar um ataque de cóscegas. Minjy a imitou.

- TÁ BOM! TÁ BOM! HAHAHAHA PAREM! EU LEVANTO! – Bommie disse, caindo da cama e ficando de pé.- Pronto, já estou de pé! – Ela esticou os braços como que pra se proteger de novos ataques. Mas eles não viriam.

Minjy jogou um bicho de pelúcia em Bom, que jogou outro em CL. Esta pegou dois e jogou nas outras duas, as acertando. Começou-se uma guerra de bichinhos de pelúcia que logo evoluiu para travesseiros e almofadas. Gritos e risos eram ouvidos lá na cozinha, onde Teddy e Yoon estavam fazendo o almoço e namorando.

As meninas pararam, rindo ofegantes e Bommie anunciou que iria tomar banho. CL disse que esperariam por ela e continuou a guerra de travesseiros com Minjy.

Bom riu da amigas e pegou uma roupa confotável : legging preta e blusa azul clara larguinha, pra poder vestir. Olhou no espelho, cutucou o rosto um pouco. Prendeu o cabelo no alto da cabeça, enquanto ouvia os gritos de “Para!” que Minjy dava do lado de fora. Abrindo o chuveiro, deixou a água quente cair em suas costas, deixando levemente vermelha a pele branca dela. Fechou os olhos e se pôs a pensar na conversa que teve com sua tia, na noite anterior.