Entre Heróis e Monstros escrita por LadyChase


Capítulo 57
Over the Love, para a última leitora -McLancheFeliz-


Notas iniciais do capítulo

Como continuar uma história que você desistiu a muito tempo? Como continuar com aquela vida que você perdeu entre os dedos? Alice foi minha primeira personagem, meu primeiro incentivo. Eu a criei quando escrever um livro de verdade era uma ideia que nunca havia se passado na minha cabeça, eu era ela. Ela foi inspirada em mim, nas coisas que eu queria ser, na vida que eu queria ter.
A pior parte é que não sei como continuar com ela, há 4 anos Alice nasceu, eu mais jovem e inocente. Alice também era, como eu poderia continuar construindo a Alice se ela já não era mais eu? Se nós não tínhamos mais nada em comum?
Hoje eu decidi postar de novo, se tiver apenas um review, ótimo. Eu Continuo, se não, Alice vai finalmente descansar depois de 4 anos de trabalho e vida.
Não deixem a Alice morrer, é matar uma parte de mim.

Não esperem grande coisa das palavras, uma criança escrevendo não da muita coisa, eu não tinha talento, e não estou dizendo que tenho agora, mas as palavras são infantis e simples, ainda tem erros de português.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/132951/chapter/57

Pov Alice

Suspirei pesadamente, pensando qual seria meu próximo passo. Antes de sair do chalé. Abri meu armário, e peguei uma vela meio pro roxo e o violeta. Precisaria dela.

Andei devagar pelo acampamento, tentando encontrar algum lugar agradável, ou seja, um lugar onde ninguém me veja invocando os mortos.

Dava para se ouvir muito barulho vindo do pavilhão do refeitório, meus amigos deviam estar procurando por mim . Ou com um pouco de sorte acharam que eu estava demorando para pegar o brinco.

Onde eu faria o ritual? Na praia?

Não, muita gente vai lá, pra “dar uns amassos” depois da festa.

O lago de canoagem?

Acho que não.

Meu chalé?

Também não, vai que o povo vai lá.

Anfiteatro?

Chamativo demais.

De repente a resposta veio tão logicamente e mais uma vez, eu fui estúpida.

O bosque. Ninguém tinha coragem de ir lá à noite, e eu tomando as precauções nenhum monstro iria me encontrar.

E eu não sou retardada como o Nico, que pra invocar os mortos e não leva uma espada pra se defender dos monstros.

Não queria correr, então andei de vagar pelas folhas secas (em pleno verão).

Deixei meu bracelete pronto, se um monstro viesse pra cima de mim eu arrancava a cabeça dele.

Quando andei por uns 5 minutos, comecei a correr bosque a dentro. Até chegar a um ponto bem distante, acho que ninguém jamais esteve lá, ninguém é burro o bastante pra cruzar o bosque.

Fui o mais longe que pude, até chegar a uma linda campina, com flores de diferentes cores, sem duvida era o lugar mais bonito que eu já tinha visto, a luz da lua iluminava tudo, dando um ar de magia em tudo que tocava.

Fui até o centro, e parei.

Como faço isso?

Nunca invoquei os mortos antes.

Mais como sou filha de Nix, meus poderes devem ser diferentes dos de Nico ou o de Nickolas, acho que só posso invocar os mortos que estão no reino do alem.

O reino de Nix.

E esses eram poucos, por que só iam pra lá quem tem sangue mágico ou quem culta Nix.

Segundo algumas fontes, meu pai era feiticeiro, então significa que ele é fiel a Deusa.

Suspirei de novo e me ajoelhei.

–Do espírito, aquele que nos leva, aquele que nos traz. Aquele que salva, aquele que mata, aquele que da, aquele que tira. Aquele que significa bem mais que os outros pensam. Eu o invoco para esse ciclo.

Senti aquele frio na barriga, e aquele calor subindo pelo corpo. Era um sensação única, deliciosa.

Me senti a vontade, protegida, fora de perigos pela primeira vez na vida. Como os braços de uma mãe em torno de seu filho recém nascido.

O espírito estava aqui.

E me acolhia como se fosse sua igual.

Peguei a vela que estava na minha mão e tentei conjurar um pouco do fogo que ainda tinha em mim para acende-la.

O cheiro invadiu meus pulmões. Coloquei-a no chão, e ao toque da terra, ela acendeu mais.

A vela era um tipo de oferenda.

–Eu chamo para esse ciclo, aqueles que já se foram. E aqueles que ainda estão por vir.

Foi como se a noite parasse, senti um freio tremendo. E um vento ameaçador surgiu do nada.

–Uma alma por uma alma, uma vida por uma vida. Eu invoco daqueles que já partiram. Edmundo Gilbert.

E o frio parou.

Pensei que tinha feito alguma coisa errada. Mais uma nevoa surgiu do canto leste da campina.

A nevoa se tornou fumaça, a fumaça se tornou luz. A luz se tornou forma.

E veio pra perto de mim.

–Pai? – perguntei. A forma se aproximou mais.

Não dava para ver seu rosto ainda.

Se eu estava apavorada?

Você não faz idéia do quanto.

Duvido que no meu lugar você também estaria calmo.

Mesmo assim, acho que não vou me arrependi do que fiz.

E pode apostar que na minha vida eu já fiz muita burrada, mais parece que eu não aprendo, que eu gosto de errar.

–Alice? – perguntou uma voz sinistra, mas estranhamente conhecida.

–Pai?! – perguntei gritando.

Sua sombra apareceu, era ele mesmo. Como se o tempo nunca tivesse passado.

Mesmo ele estar meio que transparente, e flutuando 7 centímetros do chão, aquele era meu pai. O mesmo homem que me criou, que me preparou para o mundo.

Agora eu percebia, como eu era parecida com ele.

Tinha a mesma postura orgulhosa, o mesmo sorriso, e até o nariz.

Pude ver nos seus olhos, olhos turquesa. Mas do ver de mais bonito que se pode imaginar, só ai eu cai na real que a cor dos meus olhos é hibrida, meio violeta, e meio turquesa.

–Você cresceu tanta minha pequena Annie.

Era assim que ele me chamava quando eu era pequena. “minha pequena Annie”, claro, até que eu enfezei com esse durante uma viajem a praia, a primeira vez que fui birrenta, daí veio o apelido “Marllia”. Me lembro como se fosse ontem, não me lembro exatamente da idade, eu devia ter uns 5 anos. Recordo de meu pai me colocando no banco de trás, eu segurava um livro de contos, Belina, ia em seu colo, ela chorava.

Seria a primeira vez que eu ia para praia. Meu pai gostava de nos levar pra viajar, sempre um lugar novo.

Só agora, percebo como senti falta de sua voz.

–Eu tenho 16 anos pai.

–O tempo passou rápido pequena Annie, você esta linda... Parece com a sua mãe.

–Não. Eu sou você, só que mulher.

Ele riu.

–Alice... A minha Alice... – pude perceber que meu pai chorava.

–Senti sua falta pai. Por um tempo eu pensei em... – eu queria chorar, ou melhor, gritar. Imagine, a ultima vez que o vi, ele estava morto. No chão da nossa sala de visitas.

–Suicídio. Sim eu sei. Não sinta pequena Annie, não sinta. Lembre-se de como eu te criei.

–A morte é difícil para aqueles que vão sentir falta, mas para quem morreu é fácil.

–Você ainda se lembra? – perguntou ele, se referindo a aquela frase, que ele disse quando eu tinha 4 anos.

–Eu não me esqueci de nada pai, nada...

–Uma garota especial Annabelle, é isso que você é.

Sorri, mas logo me veio uma coisa na cabeça.

–Pai, como assim a Bell não é minha irmã? – fui bem direta, eu não tinha tempo pra ficar chorando e pensar no que já passou. Eu tinha que me concentrar no que eu realmente queria saber.

Seu sorriso sumiu.

–Ela era filha da minha irmã.

–Não sabia que tinha uma tia... – vasculhei minha memória, em cada canto do meu passado, procurando pela lembrança de alguma tia... Eu não me lembro de ninguém nos vendo no natal, nos nossos aniversários, não me surpreende que eu não saiba de sua existência.

–Ela foi morta. Por Morgana. – ele parecia querer chorar. Estranho... Fantasmas podem chorar?

–Morgana matou a todos?

–Sim, seus avôs tiveram tanto desgosto... Morreram cedo... mas não pense que só por que ela não é minha filha de sangue, que ela não é sua irmã de coração.

–Nunca vou esquecer disso pai.

–Lamento, que minha visita para seu mundo vá ser tão perturbada...

–Como assim?

–Não vim aqui só para dizer como eu sinto saudade na minha pequena Annie. Ela esta vindo Alice. Agora.

–Morgana?

–Sim, ela esta vindo. Tire todos daqui. Ela vai invadir em 1 hora.

–Como ela pretende passar pela barreira mágica?

–Ela consegue tudo Alice, tudo o que quer. Não deixe que aconteça de novo. Eu conto com você filha... A minha Annie...

Meu pai se virou, do mesmo local de onde tinha aparecido.

–Ah, e quase me esqueci. – ele disse se virando novamente. – Belina mandou lembranças. Ela recebeu as lembranças de sua parte humana que voltou. E disse, que é para você correr atrás de um tal de Nico. Fique longe dele e não use decote! Não quero minha menininha perto de um cara!

Fiquei vermelha.

–Pai!

Ele riu.

–Adeus princesa da noite.

–Adeus... Papai.

E ele sumiu.

Não esperei na campina por muito tempo. Corri de volta para o acampamento.

Seriamos atacados. Preciso evacuar o acampamento.

Capitulo 26

Desaparecidos

Todos ainda estavam na minha festa.

Miranda veio marchando pra mim.

–ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA?!

–Não tenho tempo para explicações! Precisamos evacuar o acampamento! – gritei.

–Como assim?

–Morgana esta vindo, e ela vai atacar, em menos de uma hora! – gritei, para que todos no refeitório.

Foi o pandemônio, todos correndo e gritando.

Quiron veio até mim.

–O que aconteceu criança?

–Não tenho tempo pra explicar, coloque os campistas para buscar armas e tudo o que precisamos para fugir. Nem o acampamento é seguro.

–Temos que fazer uma reunião. Na casa grande e decidir tudo.

–ok.

–QUERO TODOS OS LIDERES DO CHALÉS NA CASA GRANDE AGORA!

Todos corremos o mais rápido o possível.

–O que aconteceu? – perguntou Thalia.

–Morgana vai invadir, precisamos sair do acampamento.

–Não! O acampamento sobreviveu a Cronos! – gritou uma menina loira do chalé de Afrodite que acompanhava Miranda.

–cale a boca Katy! Morgana é muito pior que Cronos! Temos que sair daqui e agora!

–vamos ter que proteger o Olimpo de novo? – perguntou Cornor. Ele não parecia animado com a idéia, nem ele nem ninguém.

–Não. Essa guerra não é dos deuses. Essa guerra é nossa. Morgana não esta nem ai para eles. Ela quer a nós. Dessa vez é o contrario, ou os deuses nos ajudam ou morrem.

–Como saímos daqui e pra onde iremos? – perguntou O conselheiro do chalé de Dionísio.

Parei por uns 10 segundos, milhares de rotas de fugas se materializando em minha cabeça. Mas tinhas umas tão obvias que eu tinha que arriscar.

–Percy, você ainda tem aquele iate?

–Tenho. – pela primeira vez ele parecia sério, e entendia tudo o que eu dizia sem pestanejar,

–Coloque o Maximo de pessoas neles e no seu carro, alguns vão de vã, outros na Brieta e no Peleu.

Era estranho pensar que Percy tinha um carro (e que carro, presente do pai dele, é claro) ele quase nunca o usa.

–Para onde iremos? – perguntou Annabeth.

Houve silêncio.

–Tem que ser um lugar protegido, onde Morgana não nos encontre. – fui dizendo.

–O Olimpo?

–Não. Obvio de mais.

–Tive uma idéia! – gritou Percy feliz.

–O que?

–O Rancho triplo G. Eu estive lá quando fomos pro labirinto, o cara que toma conta de lá, se chama Euritíon, digamos que ele me deve um favor. Da para cobrá-lo agora.

–Brilhante idéia Percy! – disse Annabeth feliz e orgulhosa do namorado ter pensado em uma coisa descente. – aposto que ele mantém tudo protegido, Morgana nunca ia suspeitar. E o lugar é grande, da para treinarmos.

–Muito bem semi-deuses, peguem suas armas! E empacotem só o essencial!

Todos saíram correndo para seus chalés.

E eu fui sozinha para o de Nix, primeiro, a única coisa que veio na minha cabeça foram os signos. Joguei minha mochila na cama e abri as portas do guarda roupa quase quebrando todas, e joguei tudo no chão até achar os signos dentro de uma caixa.

Peguei minha espada, meu perfume contra monstros, o livro das bruxas, o colar que Elizabeth me deu. Ta, peguei todos os presentes que meus amigos me deram durante todos esses anos. E claro, as únicas coisas que restaram da minha antiga vida. Nunca cheguei a comentar, mas eu tinha itens pessoais tanto meu quanto da Belina e do meu pai, coisas da nossa antiga casa, antes dela ser destruída pelo tempo.

Corri para arena.

Brieta já estava a minha espera.

–Alice, o que esta acontecendo?

–Acho que você já sabe, ela esta vindo, e temos que deixar o acampamento... PERCY! – me ouvi berrar tão alto que não sei como não fiquei muda naquele momento. - Onde fica o rancho?

–Annabeth esta pegando os mapas e distribuindo pra todo mundo.

–Ok! Vai no seu carro! Deixe os Stoll com o iate!

–Ta!

O Desespero era tanto que eu não achei nada de estranho quando Percy concordou de boa vontade dar um iate, - não era especificamente dele, era propriedade do acampamento, mas ele que administrava ou tomava conta dele – na mão do irmãos Stoll.

Segundos mais tarde, Annabeth jogou o mapa pra mim sem nem menos olhar na minha cara. Parece que a pressa estava consumindo a todos.

Pude ver rostos apavorados, e muita gente chorando. Chorando por estar deixando o seu lar.

Todos já estavam prontos para partir.

Quiron, iria a pé, ou melhor, há cascos.

Ta certo, piada chata. Acho que é a tensão.

Eu fui a única que foi em Brieta.

Todos saiam do acampamento às pressas.

Ninguém ficou para trás.

Eu estava indo embora de casa, novamente.

Deixar o acampamento foi a coisa mais difícil que eu já fiz.

Mas sabia que quando Morgana visse que não estávamos lá, não iria invadir.

(...)

O tal de Eurition, nos recebeu bem surpreso, mas pelo menos nos recebeu.

–Aumentou a casa, que bom.

–Percy Jackson, o que esta acontecendo? Por que tem todos esses semi-deuses aqui? –perguntava ele.

–Guerra, uma guerra que vai acabar com tudo, nem o acampamento é seguro.

–Isso não é bom, nada bom. Acho que tenho um lugar para seus semideuses na casa. Só que vão ter que dormir em sacos de dormir.

–Tudo certo. Não a problema algum.

–Cadê o Sr.D? – perguntou Miranda quando estávamos arrumando a sala, uns 20 campistas dormiriam ali, outros dormiriam em outros lugares, e outros 30 ficariam de guarda do lado de fora. Não sabíamos quanto tempo íamos ficar.

–Ele fugiu pro Olimpo, pra contar as novidades aos deuses. Imagino que uma hora dessas, o Olimpo esta fechado. Sem ninguém entrar e ninguém sair. Acho que os Deuses acham que são mega importantes e que são eles que estão sendo ameaçados. – disse Annabeth.

–Eles ainda não entenderam que essa guerra não é deles. – disse.

–E são orgulhosos de mais para admitir. – disse Julieta.

Eu estava sentada no parapeito da janela, olhando para o céu da noite.

–Uma hora dessas, Morgana já invadiu o acampamento.

Suspirei pesadamente.

Ninguém parecia estar nem um pouco feliz.

Annabeth estava a beira de um ataque de choro.

Thalia não parava de se preocupar com suas caçadoras, agora que o Olimpo estava fechado, elas estavam sem líder.

–Alguém tem um dracma de ouro? Preciso encontrar minhas caçadoras. Elas não estão seguras, quero trazê-las pra cá. – dizia Thalia.

–Eu tenho na minha bolsa - disse Demétria.

–Valeu Demi, sabe, nessas horas eu sinto falta de Elizabeth.

–Eu sinto falta da Katherine. – disse.

Ela foi morta por um drakon ou seja lá qual for o nome do bicho a uns 2 anos atrás.

–Eu sinto falta do Lee. – disse um garoto do chalé de Hermes.

–Quem é esse? – perguntei.

–você não o conheceu, ele morreu antes de você entrar no acampamento, acho que uns 4 anos.

–Luke. – disseram Thalia e Annabeth juntas.

Percy bufou.

–As ninfas estarão protegidas? – perguntou Katie do chalé de Deméter.

–Acho que sim. Morgana não as mataria, ela não esta nem ai para elas. Nem para os satiros.

–Grover vai pirar quando souber que Juniper ficou no acampamento. – dizia Nancy (ela tinha fugido conosco)

–E agora você se importa com ele? – disse Percy rindo.

–Vai se ferrar Percy.

(...)

3 horas depois, e ninguém tinha dormido ainda. Todos cochichavam ou choravam.

Era triste velos assim.

Um dos caras do chalé de Hipnos, deu um tipo de poção, para fazer todos dormirem bem.

Menos eu, eu não conseguia dormir nem com aquilo.

Passei a noite em claro.

E quando foi 3 horas da manhã... aconteceu...

–Alice... – sussurrava uma voz.

–Quem esta ai?! – perguntei alto, ninguém acordou.

–Alice...

Comecei a ficar com medo. Muito medo.

–Morgana?! – perguntei.

–Alice... – continuava a voz a sussurrar, da janela.

Me levantei, morrendo de medo, e abri a janela.

Revelando um fantasma. Era uma mulher, podia ter 3 anos, podia ter 15, podia ter 60 anos. Eu nunca saberia. Aquele ser era simplesmente mágico.

–Quem é você?

–Eu sou a mensageira de Nix...

–O que minha mãe quer?

–Você... – o fantasma tinha uma voz fina e rouca.

–Como?

–Venha para nós, princesa da noite... Venha para nós... Essa é a vontade de Nix... Essa é a vontade de sua mãe.

–Por que eu deveria ir?

–Por que chegou a hora... Ela quer você perto dela agora... Você não pode estar mais com os vivos...

–Significa o que? Que eu estou morta?

–Quase isso... Você não é um ser para permanecer viva, Alice... Você é filha da noite... e a noite você deve obedecer... Você deve se preparar para a guerra Alice... Ela se aproxima... e não é aqui que você deve aprender a se defender...

–Eu irei. Quanto tempo irei ficar fora?

–Você não vai voltar.

–Não vou voltar?

–Você vai morrer criança da noite. Morrer para salvar o mundo. Essa é a vontade de sua mãe.

–Ela quer que eu morra?

–Você diz como um palavrão. Criança, os que estão vivos não conhecem o céu, seu verdadeiro lar. Os que estão vivos não querem morrer, e os que morreram não querem voltar. Lá é sua casa, não aqui. Aqui você é uma casca. Lá você será inteira de novo. Seus amigos vão morrer, sua familia, eles não vão para o seu céu. Irão viver no inferno de Morgana, eles queimarão pra sempre se você não vir. Tudo depende de sua morte. Você nasceu para morrer agora. É sua morte, ou a morte de um mundo inteiro.

–Eu aceito.

–Venha comigo...

–Espere! Eu preciso falar com meus amigos!

–Não a tempo... e o filho de Hipnos pôs todos para dormir, não irão acordar.

–Posso deixar alguma coisa para pelo menos simbolizar que estarei bem?

Do jeito que o fantasma falava, parecia que eu nunca ia voltara vida. Mas tentei ignorar isso.

–Pode...

Fiz tudo o que podia para mostrar que ainda amava todos eles.

–Posso levar alguma coisa?

–Lembrar do passado não é bom... – disse o fantasma.

Não dei atenção, peguei uma foto minha, com todos os meus amigos, inclusive Elizabeth, no ultimo verão.

Eu precisava me lembrar deles quando estivesse fora.

Olhei para Nico e para Nickolas, que dormiam em cantos distantes um dos outros.

–Desculpe Nick, você sabe que nunca daria certo. – disse para ele, mesmo não ouvindo, senti obrigação de dizer isso.

E me virei para Nico.... Nico. Por que tudo deu tão errado?

Quais foram os meus motivos para me apaixonar pelo cara errado?

–Não se esqueça que eu te amo. Muito. – disse beijando-lhe de leve nos lábios.

Me virei então para Miranda.

–Você sempre vai ser a minha melhor amiga Miranda. Nunca vou esquecer do tempo que passamos juntas... Elizabeth também não se esqueceu.

Voltei para a janela. O fantasma me esperava.

–Esta pronta? – sua voz rouca deixava cada parte do meu corpo arrepiado de susto.

–Não.

–Deve estar...

–Tudo bem.

O fantasma abriu a boca, mas foi uma coisa chocante por que ele abriu a boca como se fosse uma cobra.

Dela saiu uma fumaça negra.

Ele segurou meu pescoço, enquanto parecia estar me sugando por dentro.

“Para entrar no um mundo do alem de verdade, tem que estar morto”

Não senti muito naquela hora, só senti minha alma saindo do meu corpo...

Morrendo...

Pov Miranda

Acordei mais bem disposta naquela manhã. A janela estava aberta, e o sol estava brilhante e caloroso, parece que Apolo estava sendo gentil conosco.

Mas faltava alguma coisa, como uma luz.

Como se o mundo ficasse mais triste.

Todos acordavam ao mesmo tempo.

Afastei minha coberta.

Olhei para onde Alice dormia...

Ela não estava lá.

–Cade a Alice? – perguntei assustada. Nico se levantou em um pulo. Ela não é de sumir do nada quando o Apocalipse esta acontecendo.

Ele e Nick corriam de um lado pro outro, procurando por ela.

Mandaram outros semideuses procurar no rancho.

Nem sinal dela. Alice tinha sumido.

Fui até sua cama, que na verdade, como o de todos os outros, era só um colchão.

Parecia que ninguém deitava ali a horas.

Mas não foi isso que me chamou a atenção, foi uma pano azul turquesa.

A cor favorita de Alice.

Ele era de seda, e com alguma coisa por baixo.

Andei até ele e o levantei.

Minha surpresa foi tanta que eu chorei rios de lagrimas. Não... Não pode...

É impossível! Ela nunca faria isso!

–Alice morreu. – gritei, levantando um diário, junto com um colar em forma de coração, com uma foto minha dela e de Elizabeth, uma foto antiga de quando ela tinha 14 anos com Nico e Percy e uma miniatura de um dragão, o diário estava aberto no meio, com os dizeres “Não estarei mais viva quando lerem isso. Mas saibam que fiz isso pelo meu bem, e pelo bem de vocês, eu sei muito bem o que aquele ser vai fazer comigo, as possibilidades de vida são mínimas. Me desculpem, mas foi o certo a se fazer”

Capitulo 27

Ela se foi. E levou meu coração junto com ela

Pov Nico

Como se vive com a morte?

Eu sou o filho deste Deus, eu já vi a morte acontecer de perto, eu perdi pessoas.

Então por que eu sinto que não estou pronto pra isso? Por que eu sinto que queria morrer? Minha cabeça ardia como fogo, eu estava chorando? Estava gritando? Onde eu estou agora?

Quem morreu?

Eu estou acordado, estou com medo.

Por lealdade, pelo mundo, por medo.

Os mortos estão mentindo pra mim.

Eu sei o que eles estão pensando.

Você era tão jovem, com tanta merda nos ombros. Foda-se de qualquer maneira.

Está morto, está passado.

Estou acordado.

Não deveriam depositar tudo isso em você, jogaram os demônios em uma criança, agora eles estão a sua volta.

Por que fizeram isso?

Você me faz querer gritar, isso machuca. Mas não vou brigar com você. Você é uma merda de qualquer maneira.

Você me faz querer morrer.

Estou acordado.

Estou com medo. Alguém podia estar se tornando eu.

Nunca fui eu.

Estou morrendo,

Estou destruindo,

Não posso mostrar isso.

Ele era seu namorado, é ele que vão abraçar e consolar. Quem eu era?

De quem eu vou esconder? Todos sabiam que eu a amava.

Todos choravam desconsolados, Miranda estava dando um ataque de pânico, Annabeth estava debruçada nos braços de Percy enquanto os dois choravam.

Pensei que iria morrer ali mesmo.

Sim. Alice tinha mesmo morrido.

A noticia se espalhou rápido, alguns choraram, e outros entraram em pânico.

Até Clarisse chorava. É você leu direito, Clarisse estava chorando.

Todos os semi-deuses se reunirão no almoço.

A morte dela não era nada bom...

–Como ela pode ter nos deixado justo agora?! – gritava uma garota do chalé de Afrodite – acho que ela esta mentindo, que essa Morgana não existe, ela mesma deve ter matado a própria irmã, e inventado essa historia de invasão para pegar tudo o que é nosso que ficou nos chalés.

–Alguem chuta o cu dessa menina – gritei quase batendo nela.

–Vanessa sua idiota, eu vi Morgana, sei o que ela faz. Alice não mentiu! Morgana ia matar você! Quer voltar pro acampamento? Tudo bem! Morra! E nos deixe em paz! – gritou Annabeth perdendo a paciência.

–Olha Chase, eu não confio na puta Gilbert, e também não vou confiar em você. Você ta junto com a Alice! Armando para todos nós!

Annabeth puxou a faca.

–Se falar mal de mim, ou da Alice, eu arranco a sua cabeça.

Ouvimos um urro.

Me assustei ao perceber de quem era.

Brieta. Alice foi embora e deixou Brieta!

Ela urrou tão alto e tão perto da orelha de Vanessa que acho que ela ficou surda.

–AHHHHHHHHHHHH! MATEM ESSE BICHO! JÁ QUE A MENTIROSA DA DONA DELE FUGIU, MATAMOS O DRAGÃO! E SE ELA VOLTAR MATAMOS ELA TAMBEM! – gritou Vanessa já pegando a lança da mão de Miranda.

Todos os semi-deuses, sem exceção nenhuma, erguerão suas espadas e apontaram para Vanessa.

Miranda lhe deu um murro no nariz e pegou a lança de volta.

–Primeiro puta loira, não fala mal da Alice. Segundo, se pegar minha lança de novo, eu vou arrancar cada membro do seu detestável corpo! – gritou ela.

–E a Senhorita vai ser a primeira a ir para o porão e ficar fora da operação. – disse Quiron. – alguém tire essa garota daqui! – ordenou ele.

–Mas alguém tem alguma coisa contra a Alice?! – perguntei gritando.

–Ótimo. Quiron, qual vai ser nosso próximo passo?

–Treinar, treinar como nunca antes. A morte de Alice Annabelle Gilbert só pode significar uma coisa. A guerra começou.

(...)

Nick ainda esmurrava tudo, sua raiva era enorme.

Eu não tinha forças nem para fazer isso.

Ela partiu.

Minha vida não é nada sem ela.

Pode parecer loucura, mas eu senti sua presença muito perto de mim noite passada.

Ainda podia sentir o cheiro e o gosto de seus lábios macios contra os meus.

Depois que Nick saiu, fui para onde Alice tinha dormido noite passada.

Ainda podia sentir seu cheiro ali, aquele cheiro único, e inconfundível que eu sei que é dela, uma mistura de flores com magia.

Eu não sentia nada naquele momento.

Tiraram a razão da minha vida.

Alice foi e sempre será, a amor que eu esperei por toda a minha vida, por todos esses anos que eu reneguei o amor, eu só estava esperando por ela.

E agora, ela esta morta.

Consegui sentir seu cheiro naqueles lençóis, e também suas lagrimas.

Alice tinha chorado ali, mesmo tudo estando seco, eu sabia que ela tinha chorado ali.

Era como se ela estivesse mesmo lá, só que eu não podia tocá-la.

Eu não pedia mais nada, ela podia voltar e continuar com o meu irmão, podia até ficar grávida dele, eu só queria ver seu rosto novamente, queria ver seu sorriso.

Eu poderia nunca mais poder beijá-la, mas o simples fato de vê-la... Seria tudo para mim.

Olhei pra onde ela tinha deixado algumas coisas.

Peguei aquela foto que ela estava comigo e com Percy, riamos os 3. uma foto antiga, talvez da época que ela havia acabado de chegar no acampamento.

Foi a coisa mais estranha do mundo, Alice se enturmou com muita facilidade. Já na primeira semana, ela era minha melhor amiga, e a irmã mais nova de Percy Jackson.

Na época, eu nem suspeitava que aquela garotinha insuportável se transformaria na minha vida.

Na foto, Percy estava com o cabelo bem mais curto que agora, e tinha a mesma cara de retardado de sempre, era o único que usava a roupa do acampamento. Já eu, usava um casaco preto - que eu sei que tenho até hoje, por que to usando ele agora - por cima da blusa também preta, um colar prateado pendia em meu pescoço. Era minha época emo, então era uma caveira enorme e horrorosa, mas eu gostava [Percy: Ele fala como se ainda não fosse emo] meu cabelo caia por inteiro no meu olho, e eu não sorria. Alice estava no meio, com seus cachos perfeitos pouco afastados do rosto, os olhos violetas brilhavam ao sol, e ela usava uma blusa cor de creme bordada a mão.
Bem... Alice ali era fofinha...

Aquela garota louca... Passou pela fase Menina Delicada, a Menina normal, a gótica, a garota atitude, e a garota má.

Continuei olhando aquilo, e encontrei uma foto escondida dentro do seu diário.

Era eu e ela.

Me lembro quando tirei essa foto, um pouco antes de seu aniversario de 16.

Ela beijava minha bochecha enquanto eu fazia careta. Eu tentava me esconder no capuz enquanto ela usava um boné meu que eu nunca cheguei a colocar na cabeça, mas na Alice até que ficou legal... Ela estava no meu chalé na hora, fuçando nas minhas coisas e colocando meus CDS pra tocar.

–Alice, para de mexer nas minhas coisas!

–Hey Nico, não seja chato.

Revirei os olhos.

–óh minha deusa. O que é isso Nico? – perguntou ela achando meu boné era preto com detalhes azuis. – que coisa de mano! – e era mesmo, por que o boné é daqueles grandes.

–Eu nunca cheguei a usar ele...

–Ok então, agora é meu. – disse ela colocando ele na cabeça, se divertindo com a situação.

–Alice, me devolve.

–Não, você não usa mesmo...

–Alice! – ri, me levantando da cama.

–Se quer seu boné, vem pegar.

–Não duvide que eu vá.

–Você não tem coragem.

–Não é?

–Não, você é um viadinho com cabelo Justin Bieber.

–Não brinque com o fogo Alice. Olha que eu vou até ai.

–Duvido!

–Você que pediu! – disse correndo atravessando o quarto,

–Ahhhh! – gritou ela. Alice tentou abrir a porta pra correr mas eu fui mais rápido, a coloquei no meu ombro, a fazendo ficar de ponta cabeça.

–Nico me coloca no chão!

–Não.

–Nicoooooo! – ela gritava.

Comecei a girá-la, fazendo o boné cair.

–Ah sua bicha passiva! – berrava ela.

Alice socou tão forte as minha costas que eu a soltei, ela caiu no chão com tudo.

Mas não se machucou, ela apenas saiu do chalé com meu boné na cabeça.

–Alice!

Alice saia rindo e correndo.

Miranda andava lado a lado com Julieta, mostrando sua câmera rosa nova.

–Marry! Tira uma foto minha com o boné do Nico? – pediu ela enquanto eu ainda corria atrás.

–hhahah’ Faz pose Alice! – pediu Miranda.

Alice fez uma pose como se fosse uma modelo de revista, com uma mão no cabelo e outra na cintura, cruzando as pernas e mandando beijinhos.

Ela era louca.

Enquanto ela parava pra tirar foto eu a alcancei.

–Ai está você! – e a segurei, dando um abraço de urso.

–Soltaaaa. HAHAHAHAHA’ – ela ria.

–Hey, pose pra foto. – pediu Miranda.

–Nem pensar! – disse.

–Ah Nicooo, vamos. – pediu Alice fazendo biquinho e sua voz de coitadinha.

–Não... – reclamei.

–Vai Marry! – Alice recolocou o boné no lugar e beijou minha bochecha, eu fui rápido e coloquei o capuz na cabeça pra esconder meu rosto...

Lembrar daquilo era bom, mas também doía.

Também lembro que Nick ficou tão fulo quando viu a foto que mandou que ela queimasse.

Parece que ela não queimou.

Parecia que Alice queria que eu encontrasse essa foto.

Não entendi o porquê, e no momento nem pretendia entender.

O que importava, é que agora eu tinha uma lembrança dela comigo, uma lembrança que só eu e ela compartilhávamos.

E não era só isso, atrás, havia a parte da letra de uma musica.

Eu não sabia se ria ou se chorava.

Optei por ficar calado, se Nickolas visse eu tava realmente morto...

Era Goodbye, Da Avril Lavigne.

Goodbye, goodbye,
Goodbye, my love.
I can't hide, can't hide,
Can't hide, what has come.
I have to go, I have to go
I have to go, and leave you alone
But always know, always know
Always know, that I love you so
I love you so
I love you so



Goodbye, brown eyes.
Goodbye, for now.
Goodbye, sunshine.
Take care of yourself.
I have to go, I have to go,
I have to go, and leave you alone
But always know, always know,
Always know, that I love you so
I love you so, oh
I love you so, ooh

(Adeus, adeus,
Adeus, meu amor.
Eu não posso esconder, não posso esconder,
Não posso esconder, o que veio.
Eu tenho que ir, eu tenho que ir
Eu tenho que ir, e deixá-lo sozinho
Mas sempre saiba, sempre saiba
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto
Eu te amo tanto

Adeus, olhos castanhos.
Adeus, por ora.
Adeus, querido.
Cuide-se.
Eu tenho que ir, tenho que ir,
Eu tenho que ir e deixá-lo sozinho
Mas sempre saiba, sempre saiba,
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto, oh
Eu te amo tanto, ooh

Alice se foi, e levou meu coração junto com ela.

Aquela foto tinha se tornado minha vida naquele momento. Assim como ela sempre foi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obviamente, quando escrevi essa história em 2010, eu não sabia que o Nico era gay. Então ele não vai ser, vai continuar o mesmo de sempre, não vou mudar meu Nico, eu o fiz a partir do meu Nico perfeito, da ideia que eu tinha dele 4 anos atrás.

Para a única leitora que eu ainda sei que le isso, McLancheFeliz, se você quiser, me mande uma mensagem com seu email, eu te mando a fic inteira por ele. Isso se eu não receber mais nenhum review, o que eu duvido que aconteça, os meus leitores leais me abandonaram a mais tempo do que eu sou capaz de me lembrar, a quanto tempo eu não posto aproposito?