Pov Alice

Eu queria que pelo menos alguém tivesse a felicidade que eu não tenho.

Eu invejo Percy e Annabeth, por que depois de tudo, eles ainda conseguem ser felizes, se amam, e estão juntos.

E eu ainda estou aqui, sem reação, sem saber o que fazer, que rumo tomar.

Eu amo o Nico?

Ou pior, eu deixei de amar o Nickolas?

Ou será que eu nunca cheguei a amá-lo?

Quando eu o vi ele era tão... emo.

Sim. Essa era a palavra. Tanto que me assustou, ele me perceguia, me olhava de longe, e sempre estava por perto sem nunca dizer nenhuma palavra.
Então no meu aniversario ele disse que me amava e eu jurei amá-lo pra sempre.

Eu não sou de cumprir promessas. Naquela época, nós todos juramos nunca nos separarmos, e todos se procuravam quando tinhamos algum problema.

Eu fiz amizade tão fácilmente, eu, que sempre fui sozinha.

Era tão cliche, as três meninas namorando no mesmo dia, ganhando bichinhos de estimação, coisas do tipo. Que deixaria qualquer outra pessoa feliz.

Ai essa grande merda dos signos entro na minha vida.

E eu não dava a minima pra eles.

Não sou a única nessa depressão do amor, Rafa passa o dia vegetando no seu chalé.

Dilan (um filho de Apolo que ficou meu amigo durante o ano) disse que de vez enquanto Rafa grita e se contorce dormindo, e pela manhã ele não se lembra de nada.

Ele já devia ter superado a partida de Elizabeth. Até por que ela esta bem melhor que nós agora.

Outro casal que só vive entre rosas, é Diego e Miranda, eles nunca brigam, sempre estão do lado um do outro, sempre unidos, sempre se amando.

Miranda vive pra me criticar e dizer: termina logo com o Nick Alice! Se joga no Nico de vez! Olhe só, ele gosta dela, ela gosta dele, igual: amor proibido.

Isso é realmente irritante. Por que ela é uma garota tarada, e quando ela quer, ela troca as palavras "amor proibido" por sexo.

E isso me deixa mais irritada ainda.

E sem contar o fato de eu não ter coragem de fazer isso.

Isso não é hilário? Eu derroto a maior de todas as feiticeiras do mundo em uma batalha, e não consigo terminar com o meu namorado.

Acho que prefiro matar Morgana.

Naquela tarde de terça feira, eu estava no meu chalé. Faziam 6 dias de acampamento, o que significa que meu aniversario é amanhã.

Eu proibi de fazer festa, nenhuma delas acaba muito bem.

Quero paz, e fingir que não estou fazendo 16 anos.

Parece que meu aniversario de 14 foram a milênios de anos atrás, foi em uma época que tudo era mais fácil.

Eu achava que era uma simples filha de Gaia, que tinha bons amigos e nenhuma preocupação pro resto da vida.

Ou então naquela outra época, quando eu tinha 6 ou 7 anos, quando meu pai ainda era vivo, quando Belina ainda era aminha irmã.

Quando meu nome era Annabelle, quando minha maior preocupação era escolher o melhor livro da biblioteca.

Talvez até a época do orfanato, eu Miranda e Elizabeth correndo pelos jardins, Miranda com sua bolsinha de lantejoulas cor de rosa, Elizabeth com aquela boneca de pano azul horrorosa que a avó dela deu pra ela aos 2 anos de idade, e eu com aquele livro verde velho e fedido na mão, meu primeiro livro. Que misteriosamente caio no rio durante a excursão de escola quando Miranda e Elizabeth brigaram pela primeira e ultima vez, puxando o cabelo uma da outra até derrapar bem em cima de mim, me fazendo cair no rio com o livro na mão. E o resto você já sabe.

Eu estava deitada na minha cama, olhando pro teto encantado.

Com aquele mesmo nó no peito, aquela maldita confusão de sentimentos, não sabia se ria por causa da minha maltida vida, ou sorria ao lembrar da minha antiga vida, não sabia se chorava por causa de todas as minhas decisões erradas, ou se me matava por ter deixado Nico partir pra longe de mim.

Eu ouvia musica alta, Avril Lavigne pra ser mais exata. Eu gosto de rock. pesado.

me esfria a cabeça. Mas Avril me pareceu apropriado pra mim naquele dia.

Ouvia só musicas mais alegres, What The Hell, Hot, Alice (irônico é essa ser minha musica favorita dela), Smile, Alone (irônico, eu sei, mas o ritmo da música é animadinha de mais pra algo que se chama ”Alone”) o que incluía as músicas do primeiro álbum dela, Let Go. Todas as musicas que eu gosto, em um CD que Cornor Stoll, depois de muita insistência, gravou pra mim, com todas as músicas da loira.

Mais então começou a tocar a musica que eu mais temia que tivesse, Goodbey, não que eu não goste da musica, eu adoro, o problema é que sempre que eu ouço eu caio no choro, e olha que são poucas musicas que fazem isso comigo.

Goodbye, goodbye,
Goodbye, my love.
I can't hide, can't hide,
Can't hide, what has come.
I have to go, I have to go
I have to go, and leave you alone
But always know, always know
Always know, that I love you so
I love you so
I love you so

Goodbye, brown eyes.
Goodbye, for now.
Goodbye, sunshine.
Take care of yourself.
I have to go, I have to go,
I have to go, and leave you alone
But always know, always know,
Always know, that I love you so
I love you so, oh
I love you so, ooh


Ao ouvir os primeiros versos, cantei junto.

–Goodbye, brown eyes. Goodbye, for now.-cantei triste;

(Adeus, adeus,
Adeus, meu amor.
Eu não posso esconder, não posso esconder,
Não posso esconder, o que veio.
Eu tenho que ir, eu tenho que ir
Eu tenho que ir, e deixá-lo sozinho
Mas sempre saiba, sempre saiba
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto
Eu te amo tanto

Adeus, olhos castanhos.
Adeus, por ora.
Adeus, querido.
Cuide-se.
Eu tenho que ir, tenho que ir,
Eu tenho que ir e deixá-lo sozinho
Mas sempre saiba, sempre saiba,
Sempre saiba que eu te amo tanto
Eu te amo tanto, oh
Eu te amo tanto, ooh)

Diga-me, essa letra não te lembra da vida infernal de uma filha de Nix que sofre por estar apaixonada pelo melhor amigo que por acaso é filho de Hades? (N/A: Não K)

–Chega! – gritei me levantando e desligando a musica.

Eu preciso de paz. Pelo menos um pouco!

Fiz o que sempre faço, me joguei na cama e abracei o travesseiro.

Naquela noite, adormeci facilmente.

Mais sempre tem aquele pequeno probleminha. Sonhos.

Estava no meu lugar preferido do mundo. O cemitério. Ou melhor, o reino de Nix.

Minha mãe estava sentada na pedra de sempre. Encarando o lago.

–Ainda me pergunto por que você sempre esta no mesmo lugar. – disse sorrindo gentilmente pra minha mãe.

Ela virou a cabeça, estava sorrindo.

–Deve estar se perguntando por que eu te trouxe aqui.

–Na verdade mãe, depois de todos esses anos não pergunto mais.

–Gosto desse bosque, é um dos lugares mais místicos existentes. Passam por aqui milhares de correntes de energia. Correntes do bem, do mal, do amor, do ódio, do poder. De tudo. E elas se encontram em um ponto específico, bem no meio do bosque, esse rio me mostra elas, só nele você pode enxergá-las. Venha cá, deixe-me te mostrar.

Me aproximei da beirado do lago.

Ela tinha razão. Eu podia ver luzes por todos os cantos, elas andavam pelo meio da mata, pelo chão, ou simplesmente voavam, pude ver a luz cercando minha mãe, era intensa e mística.

Eu também era cercada, mais a minha era diferente...

–Está vendo isso Alice? Essa é você por dentro, essas correntes que te cercam são muito fortes.

Fiquei assustada, as correntes eram todas de um tom azul turquesa.

Toquei minhas marcas nas costas.

–O que isso quer dizer? – perguntei.

–Que você esta marcada para grandes coisas.

–Não compreendo.

–Você não é humana Alice, você é diferente das outras pessoas, você não é meio-sangue, você não é feiticeira, você vai alem. Eu a vejo dentro de você. – disse ela tocando meu rosto.

–Quem? – perguntei confusa. – quem esta dentro de mim?

–Acho que ainda não é o momento...

–É sim!

–Vou lhe dar uma dica. Todas as almas retornam ao mundo. Elas voltam para viver no mundo mortal, ela também voltou, você voltou. E estão aqui de novo. Você e ela são uma só.

–Quem é ela?

–Isso você descobrira sozinha. Eu te chamei aqui pra te mostrar isso Alice, você não é o que pensa que é. A guerra se aproxima rápido. E você tem que estar pronta. Morgana não desiste, ela não se cansa. Esteja pronta para os segredos.

–Mais segredos?!

–Eles nunca acabam. – disse minha mãe.

A imagem se dissolveu.

E eu acordei no chalé de Nix de cara amarrada.

–Odeio minha vida. – disse me virando e cobrindo o rosto com o cobertor pra tentar dormir de novo.

–Ah não vai mesmo! – disse alguém me atacando.

–Ahhhhhhhhh ataque! – gritei jogando o travesseiro na cara da garota.

–Alice para de dar ataque, sou só eu, Demétria.

–Ai desculpa Demi. – disse pra ela. – Agora caia fora e me deixe dormir!

–Nunca! Sabe que dia é hoje?

–INFERNO – berrei.

–Seu aniversario. – disse ela com um sorrisinho.