Pov Alice

Sim. Eu quero fazer da vida de Percy Jackson um inferno.

Não tenho piedade do que quero fazer.

Se fosse melhor, eu o mataria, e não sentiria remorso.

Mas como já disse a Perseu, o matando, eu fase-ria ele sofrer apenas uma vez.

E não é isso que eu estou procurando.

Eu estou procurando dor e sofrimento para aquele que fez minha amiga sofrer.

Belina disse que eu estava ficando doentia.

Eu sentia um poder crescendo dentro de mim. Um poder que esta prestes a explodir dentro de mim

Tenho medo do que poderá acontecer aos meus amigos.

Estou perdendo o controle.

Ainda me lembro da época que tudo era mais fácil.

Eu não quis sair do meu chalé durante toda a tarde.

Só sai pro jantar. Nico estava morto de preocupação.

-Nunca mais faça isso garota! Você praticamente sumiu depois de quase ter arrancado a mão do Percy!

-Fica calmo Nico. Só estava ensinando ao Percy qual é o lugar dele.

-O que aconteceu com o Percy e a Annie?

-Festa. Amor. Dor. Vaca. Percy. Annabeth viu. – falei em poucas palavras.

-O que?! – ele perguntou confuso.

-Ai, esqueci que você é um garoto. Annabeth pegou Percy se agarrando com Calipso na praia.

-Não! – gritou ele incrédulo.

-É verdade.

-AiMeusDeuses!

-Bom, se você não se importa eu vou comer. E você pode ficar de agarração com a minha irmã ok? – disse saindo sem olhar pra cara dele.

-Hei! Alice o que foi?

-Nada, é que... É que... Por apenas um minuto eu... Eu pensei que... Argh! Deixa pra lá! – disse saindo do refeitório às pressas e correndo pro meu chalé. Quem precisa comer afinal?!

Bati a porta do chalé de Gaia. Limpei uma lagrima que desceu por meu rosto e me joguei na minha cama.

-Merda!

Depois de algumas horas, Bell entrou no quarto. O batom estava manchado.

-De agarração com o Nico? – perguntei.

-E é da sua conta?

-É.

-Vai pro inferno Alice!

-Se eu pudesse pode ter certeza que já teria ido. É um lugar bem melhor do que aqui. – disse entrando dentro do banheiro e batendo a porta.

-Argh! Você é impossível! – ela gritou chutando a cama.

Ao decorrer de 5 minutos ela bateu na porta.

-To indo me encontrar com o Nico, talvez fique na praia durante a noite toda ok? Thau mana. – disse ela alegre.

Depois que eu ouvi a porta do chalé gritei:

-Bipolar!

Ignorei a sensação de vazio limpei as lagrimas e me levantei do chão gelado.

Preciso de um banho.

Minha aparência não estava das boas.

Meu cabelo estava com uma cor apagada, meus olhos tinham perdido aquele brilho interior e a felicidade que sempre teve e minha pele estava muito pálida.

Entrei no chuveiro e deixei a água escorrer pelo corpo.

Depois que tomei um banho longo, vesti o meu pijama escovei os dentes e fui tentar dormir um pouco.

-Acho que eu vou ficar doente. – falei sozinha.

Ou algo bem pior. Pensei comigo mesma.

Fechei o cortinado da cama e me acomodei no travesseiro.

Demorou horas até eu pegar no sono.

Alguma coisa me dizia que alguma coisa ia acontecer.

Uma coisa que mudaria o destino de todos.

Será que eu estou ficando louca?

Ou pior. Será que eu estou finalmente encarando a verdade?

E com esse pensamento feliz, eu peguei no sono.

E sim. Eu estava certa. O pior ainda estava por vir. Essa noite, nesse sonho... Nesse estante.

O sonho se passava no lugar de sempre. O cemitério. Procurei ver minha mãe entre as lapides. Ela não estava lá.

Mais perto da pedra do lago. Havia uma mulher. Bem estranha na verdade.

Não negarei que ela me deixou confusa.

Quem era ela?

Me aproximei mais.

Ela estava sentada em uma pedra de rocha negra, o lugar parecia estar sombrio, tirando o pequeno lugar onde ela se encontrava, parecia que ali se concentrava toda a natureza.

Minha primeira impressão. Já me disse que ela era uma deusa. Sua pele era de um verde mais para o azul. Mas mesmo com a cor de sua pele, sua beleza me encantava. Os longos cabelos em preto caiam sobre o ombro. Sobre seu corpo haviam sinistras tatuagens de plantas diferentes. Seus olhos mudavam para o verde e o castanho todo minuto. Seus lábios vermelhos formavam um sorriso.

-Quem é você?

-Olá Annabelle Gilbert, eu sou Gaia.

Meus olhos se arregalaram. Ela não era minha mãe! Não podia ser! Eu sentia que não!

-Como?!

-Eu sou Gaia. – em nenhum momento sua voz ficou mais ríspida.

-Mãe?! – gritei incrédula.

-Não. Eu sou Gaia criança. Gaia. – continuou ela.

Me senti cada vez mais confusa.

-Você não é Gaia! Não pode ser! Você não é minha mãe!

-Exato. – falou ela.

Então ela apareceu. Minha verdadeira mãe surgiu do bosque, com os olhos molhados de lagrimas.

-Gaia! Tínhamos um acordo! – ela gritou.

-O acordo já não mais vale. É a hora da verdade! Essa garota merece a verdade!

-Nós fizemos um trato!

-O Acordo dizia que eu protegeria Alice até ela crescer! A menina cresceu! Não é mais uma criança! Chegou a hora!

E com isso. A mulher azul sumiu, me deixando sozinha com minha mãe.

-Mãe, o que esta acontecendo?

-Ai filha... – ela disse me abraçando, isso realmente me surpreendeu. Ela nunca tinha me abraçado, ela tinha um cheiro diferente, de magia, de sobrenatural, de morte. Mais eu podia ficar ali sentindo seu aroma pra sempre que nunca me cansaria. 

-Mãe... Aquela mulher disse que era você... mais ela não é Gaia...

-Sim filha... Aquela mulher. É Gaia.

-Mais... Mais...

-Alice Annabelle Gilbert. Você nunca foi, e nunca será filha de Gaia.

-O que?!

-EU sou a sua mãe. Eu não sou Gaia.

Demorei um bom tempo para me recompor do choque.

-Quem é você?

-Tenho muitos nomes, eu sou os olhos da morte, a rainha do submundo, da magia, a mãe dos seres místicos, o espírito que não dorme, a rosa da meia noite a deusa das trevas e da luz. Eu sou Nix, à noite.

-Como assim?! – berrei.

-Deixe-me explicar filha! Você corria perigo! Você é a única filha da noite! Nunca existiu criança igual! Não era seguro para você descobrir quem realmente você é! Gaia tinha uma divida comigo, a centenas de anos eu a ajudei proteger sua filha Susana, Gaia tinha uma divida comigo, e eu usei isso para te proteger, Gaia aceitou te determinar como sua filha por um tempo... Por favor meu amor... Me perdoe! Eu não queria mentir pra você! Só queria te proteger-

Comecei a chorar. O que estava acontecendo?

-Isso não é possível!

-É verdade! EU usei tudo para te proteger! Seu pai queria assim também, concordamos que faríamos de tudo para te deixar segura...

-Segura do que?!

-Das trevas que te cercam desde o momento de seu nascimento! Só queria te deixar segura... Você é a única filha que tenho...

-Mais e Belina?

-Belina? Aquela garota não é minha filha, Belina não é humana nem meio-sangue. Ela é sobrinha do seu pai...

Comecei a gritar e a chorar.

-Não! Não é possível! Daqui a pouco eu vou acordar e tudo vai voltar ao normal. Eu estarei no chalé de Gaia! E vou sofrer feito uma idiota pelo Nico estar com a Bell! – gritei.

-Não adianta fugir da verdade Annabelle. Você sempre foi e sempre será a filha da noite. Ou você acha que os signos só foram mencionados agora? Você tem uma ligação muito forte com eles, nasceu para protegê-los do inimigo! Ela esta atrás de você!

-Ela quem?!

-Não posso dizer nomes, mais é ela, aquela que matou seu pai, aquela que trouxe a morte para Belina, aquela que esta atrás dos signos, aquela cuja as trevas esta tão forte e viva por dentro que nada mais pode detela alem de você! Você nasceu para ser heroína! Nasceu para liderar o exercito contra as trevas e trazer a paz para o mundo! Você não é só mais uma heroína, você é A heroína-

Pensei que fosse desmaiar com suas palavras.

-Por que esta dizendo isso pra mim agora?!

-Por que eu não posso mais mentir. Uma tempestade vem ai, e temos que estar prontos para quando ela chegar. E você. Alice Annabelle Gilbert, a filha da noite, tem que escolher, entre aceitar o que esta acontecendo, ou perecer sobre as trevas. Você tem que escolher filha-

Demorei muito tempo para parar de chorar. Quantas mentiras vou ter que agüentar?

-Você mentiu pra mim... – foi à única coisa que pude dizer.

Minha raiva crescia dentro de mim, tudo ficou escuro, o problema com Nico e a tristeza de Annabeth ficou para trás, o problema de agora era muito maior, pior...

Nunca senti tanto medo... Por que eu?!

Vi as lagrimas escorrerem pelo rosto de Nix.

-Eu saia que você estava mentindo pra mim, desde o inicio! Só não sabia que a mentira era tão grande!

-Eu não queria... Só queria o melhor pra você! E você sendo a minha filha... Não estava segura! Eu queria criar você no meu mundo, o mundo do alem. Mais seu pai não permitiu! Disse que nunca deixaria sua filha ir para o mundo do alem, que ele iria criar você. E eu tive que deixar, ele tinha a razão, você não sabe o que eu passei quando tive que te dar para seu pai te criar, foi como se uma parte de mim tivesse se acabado para sempre.

Minha mãe começou a soluçar. O que eu achei uma coisa muito estranha.

-Filha, por favor, responda, vai se transformar, ou deixar que o mundo pereça?

Não excitei em responder.

-Eu aceito. Irei fazer de tudo para os signos não caírem em mãos erradas.

Ela sorriu fraco.

-E eu aceito o seu juramento. Nunca estive tão orgulhosa de você filha. Mas lembre-se. O que aconteceu aqui hoje, é segredo absoluto.

A imagem começou a se dissolver, pude ver Nix se levantando lentamente e olhando para aquela que um dia eu pensei ser minha mãe.

-Obrigada por tudo Gaia. Esta dispensada de seus serviços. Alice vai se proteger sozinha daqui para frente.

-Esta orgulhosa de sua filha Nix?

-Sim, ela é mesmo filha do pai dela. Alice é uma Gilbert de sangue puro.

-Foi um prazer dizer a todos os deuses que Annabelle era minha filha. Ela é uma ótima garota.

-Eu sei. – disse Nix.

Pude ver Gaia sorrindo quando finalmente cai na escuridão.