Herois do Olimpo - a Profecia. escrita por whitesparrow, Equipe Os Imortais


Capítulo 5
V - O Oraculo dos Delfos - parte02.


Notas iniciais do capítulo

Hey semideuses. Como vocês estão?
Réia está a solta. Aproveitem!



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Manuella.

      Saímos do meu chalé e nos direcionamos para o chalé de Alexander. Por alguma sorte do destino, o pátio estava completamente vazio. Era quase hora do almoço. Meu estomago ronronou e girou, soltando um breve muxoxo de irritação.

      Alexander se trocou rapidamente. Durante nosso trajeto não soltávamos nenhum palavra. Tudo parecia calmo. Sabíamos que o silêncio não deveria ser preenchido com palavras ou risos. Ficar em silêncio pareceu o certo a se fazer.

      O pátio estava tranquilo. Tranquilo até demais para um Acampamento de Semideuses Gregos.

      — Está tudo tranquilo demais, não acha? – questionei.

      Alexander estreitou os olhos e respirou profundamente três ou quatro vezes antes de olhar em minha direção e dizer:

      — Com o que você sonhou?

      Eu apenas o encarei. Quer dizer... Como ele sabia?

      Ele continuou a me encarar, esperando por uma resposta – que não fosse uma mentira daquelas em que ele descobriria e eu ficaria sem saber o que dizer no lugar da verdade.

      — Sonho? Que sonho?

      Seus olhos se estreitaram mais uma vez, arqueando uma sobrancelha.

      Ele não teve tempo de dizer mais nada ou de brigar comigo. Um estrondo veio da arena. Encaramo-nos brevemente, e então, sai na frente – correndo, como uma louca, em direção da arena.


      Ao ver a cena que ocorria na arena, um calafrio correu por minha espinha. Meu corpo entrou em choque e nada mais fazia sentido naquele momento. Eu sabia que era apenas uma questão de tempo até eles me localizarem. Minhas pernas pareceram gelatina, mas felizmente controlei meu impulso de correr da arena e esconder-me em meu quarto. Aquilo não evitaria que eles me localizassem.

      — Manuella? O que houve? – Alexander me encarou, parecendo bastante irritado.

      Balancei a cabeça e ajeitei meus ombros, parecendo bastante segura. Uma pontinha de decepção formou-se no meu interior. Eu não era determinada ou corajosa como minha mãe. Nem valente ou intimidadora como meu pai. Eu era apenas a Manuella. E as únicas coisas que eu herdara deles... Dos grandes heróis, eram apenas os olhos mesclados, os cabelos, a cor deles e da pele, e algumas feições miúdas e marcantes. Nada além.

      — O que está acontecendo? – perguntei para Andrew.

      Seus olhos se viraram em nossa direção. Toquei seu ombro afetuosamente. Ele estava frio e seu corpo estava duro... Em choque, eu diria.

      — Andrew? – Alexander arriscou.

      Andrew passou os dedos longos e magros pelo cabelo moreno. Ele parecia bastante nervoso e assustado.

      — Temos que tirar vocês daqui rápido.

      — O que? Por quê? Andrew, o que está acontecendo?

      Alexander tocou meu ombro.

      — Vou encontrar os outros. – disse. Acenei brevemente. Encarei Andrew.

      — Andrew...

      — Não Manuela, me escute. Há titãs aqui. Não podemos nos arriscar. Não devemos nos dar ao luxo de deixá-los aqui. Temos que esconder vocês... Agora. – ele frisou a única palavra, parecendo bastante aterrorizado.

      Mordi meu lábio inferior e corri meus olhos pela multidão que se estendia pela arena. Todos estavam ali. Todos os chalés, menos o de Hipnos, como sempre. Apenas o professor mortal deles, Clovis, estava lá.

      Alguém esbarrou em meu braço. Meu corpo girou. Apenas pude captar um vislumbre avermelhado, um corpo pequeno e um brilho rosado na altura do rosto. Estreitei meus olhos.

      — Isabela? – questionei.

      Meu corpo foi pego. Girei novamente. Andrew.

      — Fique abaixada e quieta.

      — Não! – grunhi.

      Ele apertou os lábios em uma linha fina. Ele era tão bonito. Meus olhos se prenderam nos seus. Cores dançavam por eles.

      — Manuela? – a voz de Lendon.

      Virei rapidamente e o peguei me olhando. Gabriela logo ao seu lado com Alexander.

      — Onde está Isabela? – Andrew questionou.

      Entreolhamo-nos. Lendon pela primeira vez pareceu entender.

      — Boa pergunta.

      — Ela atendeu o celular. Disse que o pai dela estava esperando na Colina. Perto do Pinheiro de Thalia. – Gabriela disse serenamente como se aquilo não fosse nada demais.

      Os olhos de Andrew se alargaram. Ele girou nos calcanhares e tocou o ombro da irmã Jennifer, que parecia bem mais tranqüila que ele. Sussurrou algo em sua orelha. O corpo de Jennifer ficou rígido. Ela virou em nossa direção completamente assustada.

      — Onde está Isabela? – quis saber. Andrew corria os olhos pelo lugar.

      — Como eu disse: ela subia até a Colina. O pai dela está lá. – Gabriela disse brevemente irritada.

      — O que está acontecendo Jennifer? – Alexander perguntou.

      Ela passou a mão pela testa e afastou a franja.

      — Há dois titãs aqui. Não podemos nos afastar. Por isso estamos todos reunidos. Não podemos deixar ser capturados. – Jennifer disse calma.

      — Isabela foi lá sozinha. Sabe o quanto isso é perigoso? Se algo acontecer com a única filha de       Artemis, eu não quero nem imaginar do que a deusa é capaz de fazer. – Andrew passou novamente as mãos pelo cabelo.

      — O que estamos esperando? Vamos até a Colina. – eu disse.

      Girei nos calcanhares, mas alguém me deteve puxando-me pelo pulso. Andrew.

      — Não ouse fazer isso. – ele disse parecendo ter mais do que apenas meros quatorze anos.

      — O que? Por quê? – Alexander perguntou abismado.

      — Isso é loucura! Suicídio. Os titãs nos veriam, obviamente. Não podemos perder vocês. – Andrew disse olhando em meus olhos mais uma vez. Eles ganhavam um tom esverdeado, como um resíduo para sua esperança agora alimentada.

      — Temos que nos arriscar. Eu irei! – Jennifer pareceu bastante segura.

      — Tem certeza? – o irmão quis saber.

      — Absoluta.

      E então ela correu em direção a Colina Meio-Sangue.


      Lá estava ela triunfante e atraente em seu vestido azul aveludado. Sua pele parecia mil vezes mais bonita do que no sonho. Seus olhos estavam brilhando vermelho e aquilo fez o medo correr em minhas veias.

      — Não sabem como é decepcionante ver uma quantidade tão grande de jovens fortes, desperdiçando o tempo aqui... Nesse acampamento... Alimentando a esperança de que destruíram ao Grande Mestre e a mim. Tolos! Todos os meio-sangues são tolos. – Réia disse elevando o nariz, zanzando de um lado para o outro no centro da arena.

      Quiron surgiu aos galopes, abrindo caminho por entre os campistas assustados do chalé de Hécate e Nike. Os olhos do velho centauro pregaram-se na senhorita pálida no centro da arena acompanhada do homem jovial e sério.

      — Epimeteu. – Quíron disse neutro.

      De algum modo, o nome do homem de cabelos grisalhos fez um arrepio percorrer minha espinha. Era como se eu o conhecesse de algum lugar... Brevemente da minha infância. Como num filme de terror particular.

      — Quíron, meu filho. – a mulher disse enojada. Quíron não demonstrou nenhuma emoção em seus olhos castanhos.

      — O que quer aqui?

      — Você mais do que ninguém deveria saber. – a mulher examinou as unhas vermelhas.

      — Vejo um erro aqui.

      — E qual seria esse erro, cavalo velho? – Epimeteu intrometeu-se.

      Quiron arqueou as sobrancelhas grossas.

      — Você deveria ficar em seu lugar Epimeteu.

      — Meu filho está certo. Isto é uma reunião de família, querido. – Réia disse áspera.

      Epimeteu cerrou os olhos e resolveu passar a encarar os campistas que estavam ali. Seus olhos se prenderam no meu. Cometi o erro de desviar o olhar. O encarei novamente. O titã arquejou. Notou semelhanças presentes. Ele conhecerá minha mãe?

       — Réia... – o titã chamou.

      Ela encarava o filho sem pronunciar uma palavra. A mulher fechou os olhos e respirou profundamente a procura de paciência. Aos poucos ela virou os olhos em direção a Epimeteu.

       — O que quer estrupício?

       — Lá está ela. – ele apontou diretamente para mim. Várias cabeças viraram, algumas se abaixaram. Andrew tentou me mover, mas meu corpo simplesmente perderá o comando.

Réia focou seus olhos terríveis em mim. Então ela bufou em frustração, mas mesmo assim deu seu sorrisinho maldoso.

      — Semelhanças meu caro. Aquela não é a deusa, e sim o fruto proibido dela com o filho de Hades. Ah, meus netinhos! Todos eles... Poderiam ser felizes com esses mortais tolos, mas ao invés disso preferiram se prender a mesma raça nojenta que eles, com pessoas proibidas pelos pais e terem essas pequenas aberrações.

      De uma coisa eu sei: se Réia queria nos ofender... Não conseguiu! Aquilo fez apenas com que meu ego inflasse e eu senti-se mais orgulho ainda de ter os pais que possuo.

      Nossos olhos desprenderam um do outro ao perceber a forte iluminação perto de Quíron. Todos os campistas fecharam os olhos e apertaram os lábios.

      — Annamar.

      Minha mãe estava lá. Fria e perfeita encarando aos titãs. Epimeteu se conteve em dar apenas um risinho desejoso, apenas para receber um olhar enojado dela.

      — Réia.

      — O que faz aqui, minha querida?

      — Eu lhe pergunto a mesma coisa.

      Réia esperou alguns segundos. Deu um olhar para Epimeteu que relutante desviou os olhos de minha mãe. Acenou com a cabeça e desapareceu. Réia voltou os olhos para todos nós e anunciou:

      — É CHEGADA A HORA! LOGO, TODOS VOCÊS, CAMPISTAS, FRUTOS DOS DEUSES E DOS MORTAIS... PAGARÃO POR ESTAREM CONTRA OS TITÃS. PAGARÃO POR ESTAREM CONTRA O GRANDE MESTRE E CONTRA MIM. NENHUM DE VOCÊS SERÁ POUPADO. MAS ANUNCIO AGORA QUE AINDA HÁ TEMPO. JUNTEM-SE A NÓS E MEU MESTRE POUPARÁ A VIDA DAQUELES QUE PROVAREM SEREM FIÉIS A ELE E A MIM.

      — Desapareça Réia. Nossos campistas jamais se juntarão a vocês. E diga a seu mestre que é apenas uma questão de tempo até que o encontremos e o destruamos novamente. – minha mãe disse firme.

Ela deu um sorriso de deboche.

      — Meu trabalho por aqui acabou... Por enquanto. Eu os encontrarei Annamar. É apenas uma questão de tempo. Não se esqueça disso jamais.

      Com isso, ela desapareceu numa poeira negra e com um aroma viciante como droga mortal.

      Minha mãe se virou. Estendeu o braço em nossa direção e nos chamou com o dedo. Entreolhamo-nos rapidamente.

      — QUÍRON!

      Virei-me. Jennifer corria em nossa direção. O rosto contorcido em pânico. Um filete de sangue descia de seu nariz. Ela parecia fraca e tropeçava nos próprios pés, quase caindo. Ela corria para Quíron, mas tropeçou antes de alcança-lo. Por sorte ou azar, ela caiu nos braços de minha mãe. Muitos dos campistas prenderam a respiração.

      — O que foi? – questionei ao Andrew.

      — Isso é proibido! Digo, nos aproximarmos ou tocarmos os deuses sem permissão.

      Mas todos relaxaram ao verem minha mãe sorrir para Jennifer e colocou-a em seu colo. O pé estava cortado e sangrava.

      — Aconteceu uma coisa terrível, Lady Annamar.

      — O que houve minha querida?

      — Isabela. Ela foi... Raptada.

      Mesmo aquela distância era possível ver a rigidez do corpo de minha mãe. O choque correndo pelos seus olhos. Ela encarou a multidão de campistas assustados e disse a ninguém em particular:

      — Onde está Mateus?

      Tayla surgiu entre muitos campistas.

      — Ele acabou de retornar de uma missão. Creio que esteja à espera de Quíron na Casa Grande para dizer-lhe o resultado dela.

      Minha mãe balançou a cabeça vagamente e nos chamou novamente. Seguimos ela, Jennifer e Quíron em direção a Casa Grande. Eu sabia que agora era apenas questão de tempo até nossas vidas voltarem a se tornar um inferno.


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Notas finais do capítulo

Olá novamente!
Me questionaram se os personagens da fanfic são reais. Matando a duvida, parte deles sim. Outra parte não. Manuela, Alexander, Lendon e Gabriela são fictícios. Bela ainda é um caso a se discutir. A personagem e o nome é em homenagem a uma escritora da fanfic, que também é minha leitora e podemos dizer que amiga. Aposto que muita gente aqui já leu as fanfics da Isabela Bichara, ou Isabela Souza. Até porque, ela escreve super bem e eu amo as fanfics dela.
Mateus, Tayla, Vinicius, Rodrigo e Thamires são reais sim. Eles são meus amigos e estudam comigo (pelo menos 3 de 5). Inclusive, como eu já disse uma vez, o Mateus é o ilustrador. Ele é o cara que está fazendo as capas da fanfic. Você sabe que é demais, né Matt? HAHA.
Ah, para quem está curioso (Leia-se: pessoas que não me lembro todos os nomes, mas que vieram me perguntar sobre o capitulo 6, lá no MSN), o próximo capitulo é a de apresentação de Rachel na fanfic. É o ultimo capitulo pacato deles no Acampamento. Os próximos serão das missões (:
Espero que gostem.
Beijos semideuses.



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