Herois do Olimpo - a Profecia. escrita por whitesparrow, Equipe Os Imortais


Capítulo 10
X. Superação.


Notas iniciais do capítulo

Postei... Atrasada novamente! Ok... Foram apenas 4 dias!
Enfim... Oi! Tudo bem?
Dessa vez, mudei de pc. Estou postando da casa do Matt (: Ele foi bonzinho e deixou... Mentira, ele ficou com preguiça de postar, por isso deixou.
Mateus, Bruno Eduardo e Bruno Richard estão mandando um "Oi!" - eles não são tão legais assim.
Aproveitem!



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Manuela G. Di Ângelo.

      Eu estava acreditando que, realmente, eu era a pessoa mais responsavel daquele carro.

      Perseu e Nico não se comportavam como deuses e nem agiam como as pessoas adultas que eram. Eles simplesmente estavam discutindo, ora um com o outro, ora com Lendon e Alexander, sobre qual CD ou estação de radio era melhor.

      Eu não conseguira dormir como Gabriella havia feito. Então não tive outra escolha senão assistir ao debate de qual estilo musical era melhor.

      — Eu acredito que, como dono do carro, eu deva mandar no rádio também. Por isso, opto por escutarmos algo como... Coldplay. – Perseu disse, olhando pelo retrovisor. Ele me encarou, pedindo ajuda. – Ou quem sabe, Bob Marley. Talvez David Guetta.

      — Eu admito que Coldplay seja legal, mas ainda prefiro Simple Plan. – meu pai disse, pegando o CD de algum lugar que não vi.

      — Prefiro algo como Sepultura ou quem sabe, Casting Crows. – Lendon disse esticando-se para trocar a estação de radio.  

      — Não vamos escutar esse rock e nem mesmo vamos escutar musica gospel. – Alexander disse, virando e apontando para ele. A melhor parte era que eu estava bem no meio, levando empurrões e escutando claramente os gritos.

      — Isso ai filhão. – Perseu disse, com um sorriso orgulhoso.

      — Vamos escutar Mozart ou Betholven. – Alexander completou, erguendo um dedo como se falasse a coisa mais sabia do mundo. – Vai nos ajudar a relaxar.

      — Como é que é garoto? – Perseu virou-se para o filho, o encarando chocado. Ele se encolheu.

      — Certo. Ele puxou para Annabeth. Que sorte essa sua. – meu pai disse com um sorriso debochado.

      — Eu posso dar minha opinião? – eu pedi, erguendo um dedo.

      — Não! – Alexander quase gritou, parecendo certamente irritado.

      — Ei garoto, não fala assim com a minha filha. – meu pai se virou no banco e apontou o dedo para ele.

      — Alexander, peça desculpas! – Perseu disse firme.

      — Isso! Duvido que você faça! Seu orgulho não deixa. – Lendon zombou, rindo.

      — É melhor começar a pedir desculpas agora. – meu pai ameaçou.

      — Alexander! Peça desculpa a Manuela agora. Não me faça brigar com você e nem contar para sua mãe. – Perseu alegou, ameaçadoramente.

      — Chega! Vocês quatro, parem agora. – eu quase gritei.

      — Manuela Grace Di Ângelo! – meu pai repreendeu.

      — Pai, só me escuta. – eu disse nervosa. – Vocês estam brigando desde ontem. Mal passamos segundos dentro do carro e vocês já estavam discutindo. Pelo amor dos deuses! Quando é que isso vai parar? Desse jeito nunca iremos conseguir completar essa missão. Eu não aguento mais!

      — “Em meio a brigas e discussões, a cidade proibida deverão partir...”... – Alexander recitou. – Estamos brigando há horas. E estamos indo para...

      — São Francisco. O pior lugar que meios-sangues poderiam escolher para morar. – Perseu disse, mantendo os olhos na estrada dessa vez.

      — Por quê? – Lendon quis saber, encostando-se no banco.

      — Nevoa densa. Ela é mais forte lá, por causa do Monte Tam. É uma droga! Os meios-sangues são localizados pelos monstros com mais facilidade. – meu pai terminou, parecendo chateado pelo fim das discussões. Eu tinha a leve impressão de que ele queria realmente estar certo em alguma coisa, apenas para ter a satisfação de bater em Alexander ou Lendon. Perfeito! Eu estava presa em um carro a quase 200 km/h, com cinco crianças – uma dormindo e quatros discutindo.

      — Sim. Ao que parece a profecia está certa. Mas o ponto não é esse. Ela diz também que devemos superar isso para que as coisas dêem certo. – eu disse. Três dos quatro bufaram de indignação. Perseu apenas limitou-se a soltar um suspiro desanimado. – Então, como sou a única garota acordada por aqui... Eu escolho o que vamos ouvir.

      — O que? Você pode escolher e nós não? – Lendon perguntou, indignado.

      — Você tem razão... – eu disse séria. – Mas infelizmente a vida não é justa. Pode perguntar a mamãe. Então, eu escolho o que vamos escutar.

      — Certo. Ela sabe jogar pesado. – Perseu disse parecendo um pouco surpreso.

      — Deixe-me adivinhar. Quer escutar Evanescence? – Alexander zombou.

      — Na verdade, eu vou optar pela minha banda favorita. Quero Green Day. – sorri.

      — Argh! Eu não acredito nisso. – papai disse, mas moveu as mãos e um CD aparece.

      São Francisco conseguia ser encantadora. Era organizada e limpa, e isso me fez querer morar ali por algum tempo. Mas, infelizmente, não era possível. A menos que eu quisesse ser caçada frequentemente por monstros – o que, na verdade, nem era um problema.

      Perseu moveu o carro em direção a uma rua bastante movimentada. Ele dirigiu em silencio, e o carro permaneceu assim por todo trajeto de 15 minutos. Pelos deuses! Creio que eles acabaram de dar um avanço.

      Paramos em frente a um pequeno restaurante. Não passava das 11h00min, mas era uma boa idéia nos mantermos alimentados. Nunca se sabe quando um monstro pode aparecer e destruir a sua tarde. E eu tentava não pensar muito nisso. Era nossa primeira vez fora do Acampamento desde que havíamos fugido do Internato. Então, acreditar que todo o caminho percorrido repleto de monstros era nossa imaginação passou a se tornar o mais aceitável possível.

      Acordei Gabriella dando-lhe cutucões. Foram necessárias algumas descargas de energia para que a garotas acordasse – e nem assim acordou por completo. Saímos do carro com dificuldade. Minhas pernas estralaram quando me estiquei, e Gabriella faltou apenas se arrastar pela pequena escada de cerâmica.

      Assim que entramos, meu pai escolheu uma mesa com seis cadeiras próximas a grande janela. Enquanto me arrastava para me servir, percebi que o restaurante era o tipo de lugar em que, provavelmente, você veria os deuses almoçando – caso eles realmente almoçassem como nossos pais. O lugar era impecavelmente branco com uma única parede verde ao fundo do imóvel. Num canto mais afastado ficavam os banheiros, que possuíam placas informativas realmente platinadas.

      Meu pai me ofereceu um pouco do arroz branco e eu aceitei. Na verdade, eu não sei exatamente o que ele colocou lá dentro. Eu apenas assentia todas as vezes que ele me oferecia alguma coisa, e depois via um sorriso orgulhoso estampado em seu rosto.

      Arrastamos-nos ate a nossa mesa – a qual Gabriella dormia, quase enterrando o braço no prato repleto de salada e um pequeno pedaço de carne. Bem, meu prato era sem duvidas o segundo menor, mas mesmo assim parecia imenso diante de mim. Tudo o que se pode imaginar havia ali dentro. Desde arroz a macarronada com cobertura extra de queijo.

      — Eu nunca vou conseguir comer isso. – reclamei encarando meu pai.

      — Mas eu apenas coloquei o que você queria. – ele me olhou indignado. Joguei a cabeça para trás, exasperada.

      — Eu aceito parte desse seu bife. – Lendon disse enquanto pegava ¾ da minha carne.

      — Curto macarronada com queijo extra. – Alexander espetou seu garfo no meio do macarrão e o enrolou, atirando tudo em seu prato.

      Depois de Lendon e Alexander devorarem a metade do meu almoço, eu consegui chegar a uma quantidade regular de comida que me satisfaria por algumas horas.

      O almoço ocorreu em um silencio agradável. Embora parecesse estranho e assustador, eu me sentia a vontade.

      Perseu e meu pai foram pagar o almoço no momento em que Lendon e Alexander terminavam o terceiro prato.

      — Mortos de fome. – Gabriella disse lambendo a colher suja de molho.

      — Olha só quem fala! – Lendon reclamou de boca cheia.

      — Serio que vocês vão brigar agora? Aqui dentro? – Alexander disse enquanto limpava a boca no guardanapo.

      — Ahn, é o que parece não é? – Lendon soltou uma patada. Alexander pareceu ofendido.

      — Certo muito obrigado por isso. – Alexander cutucou.

      — De nada! Se precisar de outra é só falar. – Retrucou.

      — Ei ei, vamos parar? – eu me intrometi.

      — Fica na sua que ninguém te chamou na conversa. – Gabriela disse entediada. – Vai por mim. Vai acabar sobrando para você.

      — E pra você também se não fechar essa boca. – Lendon contra atacou, nervoso.

      — Educação passou longe. – Alexander disse, irritado.

      — E vai demorar a voltar. – Lendon agarrou um pão de dentro da cestinha de vime e saiu.

      Alexander me encarou. Eu ergui as mãos em sinal de rendição.

      — Certo certo. Eu falo com ele. – me levantei e sai. – Eu sempre fico com a parte mais difícil dessas missões.

      Segui Lendon até a porta do restaurante. Ele se sentou em um dos bancos de cimentos cobertos por tinta verde. Andei até ele e sentei-me ao seu lado. Ele não me olhou a principio. Decidi que deixaria ele se acalmar e me chamar a hora que sentisse vontade. Ocupei-me em olhar o jardim de uma casa toda laranja e branca. Algumas crianças brincavam no jardim. Não tinham mais que 12 e 6 anos.

      — Acho que ando meio paranóico esses dias. – Lendon disse finalmente. Eu não o olhei. Ainda encarava a garotinha de 12 anos. Seus olhos eram escuros e seu cabelo familiarmente negro. Ela sorriu de lado para a outra garotinha de 6 anos.

      — Eu também acho. – confessei, sem nunca tirar os olhos da garota. Sua pele era clara demais para alguém que mora aqui... – Escute! Talvez seja apenas por causa da missão. Há algumas coisas que iremos aceitar com o tempo. Mas isso... Isso nós temos que aceitar agora. É o que somos Lendon. Nada pode mudar isso.

      — Eu gostaria que você estivesse errada. – ele disse, enquanto eu ainda encarava a garota. Meu estomago revirou, como se me alertasse alguma coisa. Alguma coisa em minha cabeça me avisava que estava deixando algo passar.

      — Lendon, só aceite. Quando aceitamos o impossível... As coisas se desenrolam com mais facilidade. – eu desviei meus olhos rapidamente para seu rosto sério. – Não se prenda ao que pensávamos que éramos. Não éramos nem órfãos, e nem crianças esquecidas. Somos imortais. Você querendo ou não. – eu disse e voltei a encarar a garota.

      Ficamos em silencio por alguns segundos.

      — Acha que a guerra está próxima de acontecer?

      — Não. Muito pelo contrário. A guerra está muito longe de acontecer Lendon. Ainda existem coisas que até mesmo os deuses desconhecem. Estamos começando uma batalha, que, infelizmente, terminará com uma Era. – eu disse. Ele suspirou.

      — De qualquer forma, não acredito que a guerra seja nossa.

      — Por quê? – o encarei incrédula.

      — Por que começar uma guerra agora quando podemos apenas medir forças em uma batalha, como você mesma disse? Por que apressar algo que esperou, talvez milênios para acontecer? Seja lá para quem Reia trabalhe, está montando tudo cuidadosamente para que possa se aproveitar dos fracos. – ele disse, já de pé. – Essa guerra não será apenas nossa, Manuela. A batalha se aproxima, mas a guerra... Ela está esperando o momento certo para acontecer. E quando ela acontecer, o lado inimigo já vai estar mais forte do que está hoje. E quando essa guerra acontecer, nós deveremos estar a frente, com um exercito mais poderoso que o de hoje, logo atrás de nós.

       Eu absorvi cada pequena palavra, entendendo e aceitando rapidamente que aquele era um plano perfeito. Tão digno de Atena ou Ártemis quanto era possível. De fato, essa poderia ser a sentença final. Hoje eles estão nos testando, nos observando, nos estudando. Mas amanhã, quando a guerra acontecer, eles saberão nossos pontos francos e terá um titã... Um inimigo... Um lutador... Um meio-sangue bem treinado para nos derrubar. Aquele era o xeque-mate de Reia e seu mestre.

       — Aquela garota te parece familiar? – perguntei para Lendon, apontando para o outro lado da ruim. Ele seguiu meu olhar.

      — Que garota? – ele disse, colocando as mãos nos bolsos. – Deixa pra lá! Acho que você deveria comer alguma coisa, sabia? – ele disse dando de ombros e entrou no restaurante novamente.

      Eu ainda fiquei lá, encarando a menina, como se ela fosse alguém com quem eu me importaria um dia. Então, rapidamente, ela moveu-se para uma das grandes arvores do jardim e ficou debaixo da sombra. Surpreendemente, ela foi engolida pela sombra e, em alguns minutos, apareceu do outro lado do jardim, debaixo de uma grande macieira florida.

      Eu senti meu queixo cair. Senti meus músculos travarem e meu corpo tremer. Um calafrio percorreu pela minha espinha e terminou com um leve choque. Eu estava diante de uma possível filha de Hades. Pelos deuses, como isso era possível? Não, essa não era a parte que mais me incomodava. O que me incomodava, era o fato dela ainda estar viva. Claro, monstros geralmente tinham uma ligação especial com Hades. Mas nos últimos anos, bem, Reia havia conseguido tomar parte deles para seu lado.

      Não sei exatamente quanto tempo fiquei encarando o jardim. Talvez ate à hora em que escutei meu pai me chamar, ou há alguns segundos atrás, quando ela me encarou diretamente e correu para dentro da casa, fazendo o ar tremular ao redor dela. Eu simplesmente não acreditava na nossa terrível má sorte. Teríamos que lidar com mais um filha dos Três Grandes para treinar e convence-la a permanecer ao nosso lado? Mas... Por que Lendon não conseguiu vê-la?

      Quando voltamos a estrada, em direção a saída de São Francisco, do outro lado da cidade, eu ainda pensava na garota. Eu memorizei tudo o que minha mente seria capaz de guardar. Cercas tortas na cor amarela, flores rosa, vermelhas e azuis, o restaurante, um poste meio deitado, uma arvore caída próxima a casa... E claro, a linda e enorme coroa de flores havia algumas quadras dali.

      Havia passado alguns minutos quando aconteceu. Perseu era o único acordado no momento, mas me parecia preso em seus pensamentos. Do mesmo jeito que há alguns anos atrás, a mesma dor de cabeça me atingiu, como se uma bola de basquete tivesse sido atirada diretamente nela. Eu grunhi alto e massageei as temporas. Aos poucos minha visão perdeu o foco e ganhou a tonalidade totalmente negra. Rapidamente percebi que não encarava o nada, e sim uma noite tempestuosa com raios, trovoes e, em breve, uma tempestade. De um lado estava minha mãe, carregando um garoto ensangüentado para um prédio branco totalmente familiar – o Internato. Do outro lado do perímetro, escondido nas arvores, havia um garoto sujo de sangue e terra e que parecia ter sido eletrocutado algumas vezes. Ele usava um peitoral de ouro e seus olhos eram tão assustadores, que um calafrio percorreu minha coluna. Ao lado dele, havia um homem. Ele era alto e seus cabelos escuros mesclados com grisalho refletiram contra o brilho dos relampagos. Ele seguiu minha mãe e o garoto com olhos, mas quando eles sumiram dentro do prédio branco, ele me fitou. Sua boca abriu lentamente, e passou a proferir palavras inaudíveis. De alguma forma eu tirei três conclusões sobre a visão: o que quer que tenha acontecido eu estava de volta ao carro, presa em um sono profundo, minha mãe e o garoto loiro estavam correndo perigo não apenas de vida, mas de personalidade e conceitos, e por fim, a garota que eu vira não era de verdade, ela era apenas uma ilusão – imagens do passado de alguém.  


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Notas finais do capítulo

Mateus diz: "Não estou mais solteiro!" Ele está em um relacionamento sério com Tayla Karoline, filha de Poseidon. Lindo, lindo!
Enfim, beijos semideuses! Até sabado!
Sim, postarei sabado! Chega de segundas e sextas.



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