Vampire Heart escrita por X-RYU, yuukiie


Capítulo 6
Os Vampiros da Ordem da Dama de Ferro (Part. II)




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Olhei fixamente para o líder. Ele ma parecia realmente muito famíliar.

- Antes de começar essa confusão toda... – Comecei. – Vocês podem me dizer de clã que vocês são?

As velas se apagaram e logo de transformaram em cinzas, nas mãos desocupadas surgiram foices imensas. Ninguém se atreveu a tirar o capuz.

Mas ao ver as foices eu me lembrei perfeitamente de meu tio uma vez comentando.

- Death Corps - Disse surpreso. – Vampiros da Ordem da Dama de Ferro.

- Que bom que lembrou. – Disse o Líder. – Não viemos arriscar nossas vidas hoje Pequeno Abel. Já que não podemos ter o Coração de Drácula por agora, pelo menos poderemos fazer com que o guardião do mesmo seja aniquilado sem que sujemos as mãos.

O líder, que segurava a urna abriu a mesma e jogou o que continha dentro dela para cima. Era uma espécie de pó prata. Essa substancia ao chegar no céu se alinhou como um pentagrama e caiu no chão alinhado, nesse mesmo instante os servos da Death Corps se transformaram em trevas e sumiram. O pentagrama em minha volta não produziu efeito algum.

- Nossa... Sem comentários. – Falei saindo do meio daquele monte de cinzas. No momento em que eu fiz isso um brilho surgiu do centro do pentagrama. Então algo semelhante a um casulo de penas apareceu ali no meio.

Fiquei espantado, mas continuei parado ali. O estranho objeto coberto por penas brancas como se fosse um anjo envolvido em suas próprias asas e flutuando a poucos centímetros do chão, fez uma abertura em seu meio deixando vazar uma fresta de luz branca e logo se abriu por inteiro. As asas eram grandes como a de um anjo celestial e ele abriu de tal forma que a luz que havia por dentro se espalhou tão forte que me cegou por alguns segundos. Senti uma presença estrondosa. Mas quando consegui ver quem era...

- Não pode ser... – falei com tal espanto que aquilo riu de mim.

Era uma menininha. Aparentava ter uns treze anos, cabelos louros dourados e lisos que escorriam pelo seu corpo protegendo as partes intimas e os seios que ainda nem eram visíveis. Nos seus olhos notava-se um azul mais intenso que os meus. Fiquei confuso, pois notava-se em seu olhar inocente e ao mesmo tempo perverso.

- Olá Abel. – Dizia a menininha. – Creio que você esteja surpreso de ter como um oponente um ser tão forte e iluminado como eu. Mas acontece que os vampiros da Death Corps podem evocar criaturas malignas ou amaldiçoadas. É um contrato que eles fizeram. Eu sou...

- Palas Athena... – interrompi. – Embora não se pareça com as esculturas da Grécia antiga. Dizem que você aparece diante dos humanos como uma criança inocente. Na forma de um anjo, pois a idéia de que os servos de Deus no cristianismo veio da mitologia greco-romana onde os servos dos Deuses e até mesmo o Deuses tinham asas cobertas com plumas, que significam liberdade e eternidade.

- Você é uma pessoa muito inteligente Abel. – Dizia ela. – Digo que se souber usar a cabeça assim pra lutar, conseguirá me vencer facilmente.

- Segundo a mitologia ninguém seria capaz de matar um deus. – Falei apoiando a espada no chão. – Muito menos eu, um ser da escuridão. Mas acontece que... Você é apenas uma entidade espiritual encarnada no corpo de uma criança morta, e que teve as cinzas jogadas no chão e alinhadas para ritual. Vencer-te será fácil... Foi um erro escolher um corpo frágil desses.

Corri em direção de Athena que ficou imóvel até que faltaram alguns metros para chegar até ela. Ela levantou a mão para mim, a palma da mão emitiu uma rajada de vento que me arrastou para trás me fazendo cair.

- Eu posso ter um corpo frágil, porém a minha defesa é impenetrável. – Disse Athena com um sorriso desdenhoso na face. – Venha Abel! Vamos brincar!

Levantei-me e olhei para ela com a espada posta a frente e fui de novo. Ela atacou novamente com a rajada de vento, mas eu saltei pro lado e desviei. Voltei a correr em sua direção. Dessa vez ela mandou uma mais forte que nem chegou a tocar em mim, já me arremessou pra longe.

Dessa vez consegui conter a queda e cai de pé. Corri de novo em direção de Athena.

- Que decepção Abel... – Disse a garotinha que estendeu as duas mãos pra frente.

As palmas das mãos dela emitiram um circulo dourado-transparente que me prenderam com força no momento em que eu fui.

Minha espada foi arremessada pra cima e meus braços e pernas foram presos no circulo, no mesmo momento em que a espada caiu.

- Muito bem... O que devo fazer com você Abel? – Perguntou Athena.

- Pra Deusa da Justiça, você ta mais pra Deusa da trapaça... – Disse rispidamente.

Ela me olhou com desprezo, mas depois voltou a sorrir.

- Acontece que meu contrato o qual os vampiros da Death Corps selaram comigo não tinha nada constatando que deveria agir como uma Deusa. – A garotinha falando aquelas palavras não parecia ser uma criança. – Mas isso não vem ao caso Abel... Eu vou te dar mais uma chance pra viver. Saia dessa circulo mágico antes que ele sugue toda a sua energia vital. Assim poderá ter uma morte mais digna... Isso se conseguir, é obvio.

Eu precisava chamar Kain... Mas isso só me tornaria mais fraco. Mesmo assim a minha vida estava em jogo. Eu precisava realmente chama-lo, pelo bem da minha irmã e pela segurança de Summer. A minha energia estava sendo puxada pouco a pouco, logo não tinha mais movimento nenhum sobre o meu corpo.

- Eu aceito o desafio... – Falei fechando os olhos. – Mas... Fique sabendo que não terá perdão.

Então senti uma energia negra fluindo e consumindo todo aquele circulo dourado o tornando vermelho sangue. Logo aquilo foi absorvido pelo meu corpo. Os cabelos ficaram longos, a pele mórbida, os olhos vermelhos e as presas maiores. O sorriso em seu rosto anunciava com clareza e sem palavras -se quer – a mensagem: “Eu vou matar você!”.

Kain se libertou daquele circulo mágico que levitava o corpo a uns centímetros do chão. Caiu agachado no chão com os cabelos caídos no seu rosto. Levantou lentamente e com um movimento lançou seu cabelo pra trás exibindo seu rosto.

- Oh... O que temos aqui. A filha predileta de Zeus. Sempre tive curiosidade em saber se vocês Deuses mitológicos realmente existem. Afinal, são sempre tratados como fantasmas do passado.

Athena jamais imaginaria tal coisa, ficou espantada. E isso era comum em todos os inimigos de Kain. Pois ninguém sabia que eu o guardava dentro de meu corpo.

- Quem é? Onde está Abel? – perguntou a garotinha.

- Foi comprar uma coca na cantina eu suponho. – Disse Kain com as mãos nos bolsos. – Qual é a sua, garotinha? Não estava tão confiante quando o pobre Abel estava aqui? Ah é... Não respondi a sua pergunta. Meu nome é Kain, o anjo renegado do céu e do inferno.

- Anjo... Renegado do céu e do inferno? – Athena numa expressão de medo se afastou um pouco.

- Creio que graças o seu corpo frágil e infantil, a sua mentalidade também seja infantil e imatura... Não foi nada inteligente ter escolhido o corpo de uma criança como tributo. Vejo medo em seus olhos... Pequena Athena. – Kain sorriu friamente. – Mas é tarde de mais!

Kain pegou a espada e correu em direção de Athena. Ele percebeu que muitas pessoas o observavam. Mas não tinha outra escolha a não ser lutar.

Athena foi disparando aqueles escudos feitos de rajadas de vento, mas Kain quebrava todas elas com cortes de espada. Os olhos vermelhos do dragão na espada brilhavam intensamente. A criança estava desesperada, e isso divertia Kain.

- Não! – Disse Athena disparando sem parar. Chorando de Desespero. – Se afaste de mim! Saia!! Vá embora!! Vá embora daqui!

Quando Kain chegou a centímetros dela para golpeá-la algo muito forte explodiu o arremessando para cima e o fazendo cair de costas no chão.

As pessoas que viam aquilo das janelas de seus quartos na torre ficaram espantadas. Kain teve certa dificuldade para levantar, mas se levantou minutos depois. E quando olhou para onde deveria estar Athena viu novamente aquele “casulo” de penas flutuar centímetros do céu.

- Mas que diabo é isso? – Perguntou-se.

Dessa vez com sutileza as asas foram abrindo. E por dentro uma luz radiante iluminava aquela noite caótica. Logo abriu-se por completo majestosas asas brancas. Sacras e ilustres. Os cabelos longos e louros continuaram os mesmo que antes lisos e escorridos censurando o belo corpo agora adulto, de curvas complexas de mais para um humano descrever, talvez celestial fosse o mais certo para empregar à descrição. Braços aparentemente frágeis que na verdade mostravam total força por segurar um escudo dourado em sua mão esquerda, e do outro lado uma espada cravada ao chão de lamina prateada e cabo dourado. Sua proteção de mão era no formato de asas e havia uma pedra lapidada no centro de sua mão. Mas foi os olhos, justamente os olhos que mais chamaram a atenção. Profundos num azul etéreo. Os olhos mais belos que já havia visto na vida.

- Uh... Agora sim! – Dizia Kain. – Sua real forma é magnífica. Você é divinamente linda!

Ela sorriu, dessa vez parecia um sorriso claro e sincero.

- Você não acha que com esses elogios eu vá te perdoar não é? – Perguntou Athena.

- Ah... Você sabe. Uma vez na linha de morte só se sai se eu oferecer outra vida em troca. E convenhamos... Entre eu e você, quem será que a morte vai preferir? – Perguntou Kain ironizando o ultimo gral das palavras. – Não vem ao caso... Vamos ver do que o fantasma da Deusa da Justiça é capaz...

Kain tirou o sobretudo e a camisa, e então as asas se abriram, negras como as de um anjo caído.

Os dois sumiram de onde estavam. E do nada apareceram no céu a trinta metros de altura. Athena arremessou o escudo em Kain que manobrou evasivamente desviando. Logo a Deusa golpeou o rapaz com espada, esse defendeu e tentou atacar, sem sucesso. Athena contra-atacou com uma combinação de golpes muito rápidos todos eles foram defendidos por Kain.

- Espera aí... Não era Ares que tinha tanto poder de luta não? – Perguntou Kain.

Athena não respondeu apenas continuou atacando. Até que se distanciou.

- Como eu imaginava. É apenas um fantasma... Deuses e Deusas gregas nunca existiram... – Resmungou Kain. – Que decepção...

Ao terminar de dizer aquilo, Athena o golpeou desprevenido o que resultou em sua queda ao chão. Nisso o fantasma da Deusa lançou quatro objetos que lembravam argolas douradas nas pernas e braços de Kain.

- Argh... – Kain se viu preso ao chão. – Droga...

Ele tentava se soltar das argolas, mas parecia impossível.

- Adeus Kain... – Dizia Athena erguendo as mãos para o alto formando um grande pilar de energia. – Vai morrer em nome da justiça.

- Nossa... Que Deusa mais vadia... QUE JUSTIÇA É ESSA EIM? – Reclamou Kain. – eu vou ser obrigado a te dar uma morte bem mais dolorosa... Não vai ter outro jeito...

- Nessa situação em que você se encontra vai ser meio difícil! – Athena riu ironicamente.

Kain fechou os olhos...

- Abel... Se você estiver me escutando, me ajude... Vamos nos unir e acabar com esse fantasma de uma vez por todas! É sua chance de mostrar que é forte! Vamos! – Kain dizia isso a mim que no momento estava preso em seu interior. Do nada passeia sentir meu corpo jogado no chão e imobilizado. Mas ele continuava a falar e utilizando a minha boca. – Vamos Abel... Pelo bem de sua irmã e da Summer!

Athena estava pronta para usar aquela lamina de luz em nós. Cortar as nossas almas e nos matar... E foi o que fez. Mas antes que a lamina celestial nos atingisse conseguimos nos livrar das argolas. E então as nossas assas cobriram o corpo em que nos revestia. Uma explosão luminosa ocorreu. Desmaiando todos ao nosso redor. Menos Athena. As únicas presenças ativas ali era a minha, a de Athena, de Sophie e de Summer, isso pelo que eu podia sentir.

As asas negras que nos encasulavam passaram a ser brancas e essas se abriram mostrando um novo ser.

Esse aparentava ser jovem mas sua presença era muito forte. Vindo da união entre mim e Kain. Os cabelos eram prata e os olhos eram cinzentos. Uma mistura entre o azul e o cinza. Exibia o físico atlético de Kain. Mas a sua face lembrava a minha. Em sua mão direita uma lança e lamina de quarenta centímetros. Mais parecia um punhal. E nela havia o mesmo dragão alado de olhos velhos enrolado na ponta.

Athena não conseguiu imaginar o que havia acontecido. Havia surgido um terceiro ser. Sendo que era pra ter desaparecido dois.

- Não é possível. – Disse ela indignada. – Quem é você?

- Eu não sou Abel... E também não sou Kain. Meu nome é Seth. O terceiro espírito. A forma completa. O vampiro definitivo. A reencarnação daquele que pode ser chamado de... Drácula! Estou com fome... Eu...

- Vou acabar logo com você! – Gritou Athena em tom de desespero vindo com uma esfera de energia para cima de Seth.

- Quero... – Seth olhou para ela, com um olhar de quem realmente estava faminto. – Sua alma!

As presas de Seth cresceram, quando Athena chegou perto ele desviou o braço dela e a abraçou lhe cravando as presas em seu pescoço. A esfera de energia se desfez e ela paralisou. Seth tirou as presas de seu pescoço e lhe sugou o sangue com tal voracidade que não havia tempo do corpo em que se encontrava o fantasma de Athena reagir. Logo após do sangue, com uma força maior, Seth lhe tirou a alma a engolindo. Virou-se para trás e no mesmo momento o corpo sem sangue e sem alma se decompôs em cinzas novamente.

Kain pegou as roupas que estavam no chão e desapareceu misteriosamente de lá. E depois disso um branco na mente. Sem saber o que mais aconteceu...


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Notas finais do capítulo

Muito bem muito bem. tenho que parar de inventar personagens Over Powers. Mas o Seth tinha que ser apeloso *-*