Vampire Heart escrita por X-RYU, yuukiie


Capítulo 1
Um dia de inverno




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VAMPIRE HEART: SILVERY SUN

 

 

A manhã de inverno... Cinzenta e sombria. E pensar que é nessa época que comemoram o natal.

A neve lá fora caía branca e pura e eu sentado em minha cama. Com as mãos apoiando a cabeça e essas apoiadas nas minhas coxas.

Já havia feito um ano que eu estava ali... Naquele colégio integral.

Os humanos são seres tão repugnantes... São mais egoístas e impuros que os vampiros... Seres que na sua grande maioria devem realmente servir como refeição diária dos vampiros.

E lá estava eu. Naquele quarto enorme e naquela cama imensa. O quarto de aspecto sombrio. Combinava comigo. A parede de blocos de pedra, as velas e castiçais, a escrivaninha com papiros, penas e tinteiros organizados, O criado-mudo de madeira nobre ao lado da cama e um ser de um metro e setenta e sete centímetros. Com seu tipo físico normal e de cor pálida como a neve que caia lá fora. Olhos azuis-marinhos, cabelos negros e lisos que escorriam até o fim do pescoço. Repartido no meio deixando a franja cair no rosto. Nu da cintura pra cima. Vestindo apenas uma bermuda preta.

Aquele era eu... Abel Draculea... Meu sobrenome naquele colégio era proibido. Me chamavam de Abel Dragonheart, que por mais que seja um sobre nome bonito, ainda preferia o meu, por orgulho a minha família de Vampiros de raça pura.

Estava esperando o horário pra poder me arrumar para as aulas. Coisas tediosas que os humanos inventaram...

Havia me cansado de esperar. Me levantei e fui em direção ao guarda-roupa. Tirei de lá, minha camisa branca, a calça preta, meias brancas e o sobretudo. Vesti as meias, troquei bermuda pela calça e coloquei a camisa. Abotoei-a e dobrei as mangas. Logo depois peguei de baixo do travesseiro uma corrente com um pingente de crucifixo com um dragão semelhante a uma serpente alada em enrolado a cruz. Vesti o sobretudo finalmente. Gola alta e mangas com a sua extremidade largas. Por fim arranquei as luvas pretas dos bolsos e as coloquei. Olhei no relógio, faltava dez minutos. Não ia sair antes da hora então fiquei a observar a neve que caia lá fora.

Não demorou muito pra que desse o horário. Saí do meu quarto e fui caminhando com as mãos nos bolsos do sobretudo.

O corredor descia em espiral até o chão. A Torre Sul que era onde ficava meu quarto ficava no vigésimo andar da Torre. E a Minha Sala de Aula ficava na Torre Oeste no décimo primeiro andar. Ou seja... Tinha que sair quarenta minutos antes de começar a aula.

Pelas paredes de bloco de pedra de mármore da torre haviam quadros pintados pelo fundador daquele colégio. Eram quadros baseados no estilo expressionista, na grande parte eram cenários sombrios onde havia uma mesma mulher vestida de diferentes formas ou até mesmo nua em alguns quadros. Era incrível... Uma das poucas coisas que haviam transmitido coisas boas pra mim naquele lugar. Ao mesmo tempo em que as pinturas eram sombrias e demonstravam melancolia e tristeza, me passavam bem estar... A sensação de estar em casa. Já que sempre fui acostumado com esse sentimento sombrio.

Por alguns lugares onde eu passava haviam algumas pessoas... Alunos indo a caminho das classes. Há um ano eles me olhavam como se nunca tivesse me visto antes... Garotos se espantavam, garotas apenas comentavam.

Nunca fui tão próximo das pessoas ao meu meio, não sei se é por medo de me entrosar ou se é por pela segurança dos mesmos... Toda vez que eu me aproximo de um humano sinto a energia vital dele fluindo. E por mais que me dêem sangue de animal aqui – isso só os diretores sabiam – o sangue humano com certeza tinha mais sabor e isso me fazia querer este sangue. O vinho também supria essa necessidade, mas eu tomava em poucas quantidades com medo de embriagar.

Sangue, para nós vampiros é como drogas entorpecentes. Cada tipo de sangue tem um efeito diferente para nós. Sangue de animais não causam efeito de satisfação tão grande quanto o de humano. Assim como o sangue de um homem não tem tanto sabor quanto de uma mulher. Sangue de vampiro não causa efeito nenhum e tem gosto podre... Lembrando que nós vampiros somos corpos “mortos” o que da o motivo do gosto de nosso sangue ser tão ruim.

Continuei andando e distraído até chegar ao térreo, fui à direção da Torre Oeste e virando para o corredor que dava caminho para o jardim da Torre. Senti um peso me puxando pra trás e então caí no chão. Quando reparei senti presença humana. Olhei para a frente e caída em cima de mim estava uma garota.

Ela se levantou de uma forma tão delicada que até me espantei. Não notei se quer algo ruim em sua aura. Lembrei de algumas semanas atrás quando essa mesma presença me passou perto, mas não havia visto, apenas sentido.

Era um pouco mais baixa que eu, uniformizada igual a mim só que ao em vez da calça preta, era uma saia. E ao invés do sobretudo uma jaqueta da mesma cor. Tinha um belo corpo. Não tinha visto naquele colégio uma humana tão bela. O cabelo no cor mogno brilhoso e sedosa mesmo sem tocar, a pele que embalava aquele belo corpo era num tom de branco misturado a um tom levemente esverdeado, mas foi em sua face angelical que encontrei os olhos verdes, tão verdes como a mais pura e genuína esmeralda. Eu logo me levantei e ela me acompanhou com seus olhos, paralisada assim como eu.

- Des... Desculpe. – Disse ela... Aquela voz mesmo um pouco esganiçada e tímida saiu limpa e doce.

As palavras saíram da minha boca sem eu pensar.

- Não foi nada. – Falei de um jeito amigável pra não assusta-la. – Não queria de jeito nenhum que ela se afastasse... Havia descoberto algo mais interessante que os quadros daquele colégio. Aquela aura era tão pura que queria permanecer ali sentindo aquela presença pra sempre. Eu posso ser um vampiro, mas não sou tão mau como pensam.

- Ah... Bem... Estou indo. Atrasada pra aula. – Disse a garota se afastando.

Outra vez por impulso falei:

- Não! Por favor! Fique... – Aquilo soou como se eu houvesse implorado a ela.

Então ela me olhou como se não reconhecesse aquele aluno esquisito quieto dias atrás.

- Eu... Poderia ficar... Mas olhe! – Aponta pro relógio. – falta quinze minutos!

Arregalei os olhos ao olhar pro relógio... Tinha que correr. Seria a sexta vez na semana que perderia aula, ou seja... Uma semana sem estudar. Comecei a correr e fui a direção da garota. Sabia que ela iria perder aula também, então resolvi dar uma carona. Ela se espantou com a forma pela qual eu a peguei em meus braços que gritou e fechou os olhos. Porém parou de gritar ao perceber que estávamos nos movendo.

- Eu não deveria estar fazendo isso.Não costumo a falar com ninguém aqui e nem a correr com garotas em meus braços. Mas isso é um saco... Às vezes não faz mal não é?

- Por que está fazendo isso? Coloque-me no chão! Agora! – Ordenou a garota.

- Quer perder hora também? Estava indo pra torre oeste não estava? – perguntei olhando pra frente. Não devia usar meus poderes na escola. Eu estava correndo rápido de mais com uma garota nos braços.

- Não é da sua conta! Deixe os monitores ficarem sabendo disso! – Resmungou.

- Para de reclamar aproveite a viagem. Ah mas não conte pra ninguém que eu estou sendo sociável ok? – Continuei seguindo então. – Agora me diga, qual é o andar que vai?

- Oitavo... – Disse por fim.

A minha grande sorte é que não tinha ninguém a caminho, todos já deviam estar em suas salas. Subi até o oitavo andar e parei uns metros antes da porta em que ela iria ficar. A desci de meus braços.

- Desculpe o transtorno ok? – tentei me perdoar. - Poderia ter ao menos avisado que ia fazer... Acontece que não tínhamos tempo pra isso.

Ela respirou fundo e olho em meus olhos.

- Não foi nada... Acho que devia era te agradecer. Cheguei a tempo. – Disse. – Só não faça isso de novo. Me matou de susto!

- Certo. Não farei! Bom. Tenho que ir. Até outra hora. – Saí caminhando com as mãos nos bolsos em direção ao décimo primeiro andar.

Fiquei pensando... Por que fiz aquilo? Como que fiz aquilo? Desde quando sigo meus impulsos? Na hora eu nem sabia me responder... Mas uma coisa era clara, ela era linda!

- Hei... Moça. – Me virei de novo antes que ela entrasse na sala. Ela olhou. – Foi um prazer, meu nome é Abel!

- Summer. – Disse a garota que deu um leve sorriso e entrou na sala.

Me virei novamente e segui até o meu destino.

Acabei me retirando da sala mais cedo, por mais que eu tentasse, eu não conseguia assistir aquelas aulas. Passei o resto do dia caminhando ao redor da Torre norte que tinha uma vista linda para as montanhas.

Sentia o vento frio e cortante passar pelo meu rosto, mas nem ligava. Era algo que particularmente até me agradava! Dez mil vezes melhor que o sol do meio dia no meu rosto. Mas foi aí que eu senti uma certa presença.

- Hum... – Me virei para ver quem era. Não havia ninguém.

Achei loucura, mas voltei a olhar para as montanhas. Novamente eu senti a presença... Não era humana, eu só podia estar louco. Não haviam outros vampiros por aqui. A não ser que tenham escondido a presença por todo esse tempo. Caminhei para o Jardim da Torre norte e fiquei no centro dela, ainda observando a cadeia de montanhas. Até que a presença ficou mais forte. O ser estava atrás de mim.

- Não é nada inteligente da sua parte vir aqui sozinho... – Falei ainda virado de costas... – Esteve escondendo a sua presença por quanto tempo?

- Desde o dia em você que chegou aqui. – Disse o ser, que tinha voz masculina. Era uma voz jovem e afinada.

Virei-me lentamente e vi o rapaz de cabelos longos e castanhos e lisos. A pele pálida como a minha. Exatamente vestido como eu estava. Alguns botões de sua camisa desabotoados exibindo um peitoral atlético. Não era incomum os vampiros terem porte físico atlético. Os olhos eram prateados dava pra sentir que sua aura era cruel. Porém, notava-se que não tinha a intenção de me matar, não aquela hora pelo menos.

- Veio disfarçando sua presença? – Perguntei.

- Sim... Essa é uma de minhas qualidades. Nós do Clã Chrysanthemum podemos fazer nossa presença desaparecer por completo. – Comentou o Rapaz caminhando até mim. – Você deve ser Abel. Abel Draculea. Um dos Filhos do Diabo , descendente de Drácula. Me cheira a sangue puro. Deveria me curvar?

- Se quer realmente se rebaixar a mim fique a vontade... – sorri sarcasticamente. – Ainda não me disse seu nome.

- Christian Chrysanthemum. Filho primogênito da Primeira família de meu Clã. Encarregado de vigiar o queridinho da família Draculea até que ele saia do colégio. – Insistiu em me irritar.

- Francamente... – Debochei. – Não tenho mais idade pra ter uma babá arrogante e idiota do meu lado não é?

Ele virou de costas e voltou para dentro do castelo dizendo:

- Me encontre aqui a meia-noite, vamos ver quem é a baba idiota...

- Opa... Briguinha de colegial? Sabe estou me sentindo mais humano com isso. – Satirizei novamente.

Ele entrou sem falar mais nada. Achei que eu tinha pego pesado com ele. Mas se parar pra pensar, ninguém havia mandado ele dirigir a palavra a mim com aquela vulgaridade.


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Notas finais do capítulo

Bom assim começa a história.
Aí vai uma pequena observação: ela vai possuir dois pontos de vista, ou seja, dois narradores em primeira pessoa.