Da Morte para a Vida escrita por DRACENA


Capítulo 32
Capítulo 31




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/13195/chapter/32

O yokai adentrou no hall do casarão da família Taisho. Duas pilastras encontravam-se no cômodo. Uma mesa de mármore branco encontrava-se no centro e sobre esta um vaso de hortênsias espalhava um delicioso aroma no ambiente.
Sesshomaru preparava-se para subir as escadas de mármore quando uma sorridente Izayoi apareceu no topo desta e a desceu apressadamente ao seu encontro.

-Sesshomaru que bom que chegou! – calorosa.

Ele permaneceu indiferente até que ela se aproximou.

-Onde está meu pai? – glacial.

O sorriso dela perdeu um pouco o brilho, mas ela o conservou.

-Ele viajou essa manhã para os Estados Unidos. Queria dar algumas instruções para seu irmão.
-Meio-irmão – levantou uma sobrancelha – Ele acha que não sou capaz de instruir aquele fedelho? – seus olhos brilhavam perigosamente.
-Não é isso. Inu Taisho só queria conversar melhor com ele.

Ele concordou a contra-gosto e começou a subir as escadas.

-Sesshomaru! – chamou.

Ele nada disse, nem se voltou, apenas parou no meio da escada.

-Chegou um pacote estranho para você ontem.
-Quem o enviou?
-Não sei. Apenas coloquei-o na escrivaninha da biblioteca.

Ele ficou pensativo por alguns instantes e ordenou:

-Mande que sirvam um café na biblioteca – e tornou a descer as escadas, encaminhando-se para o cômodo.

Não notou a tristeza no semblante da madrasta.

“Eu só queria que nos déssemos bem”.

O yokai nunca aceitara o fato de seu pai ter se casado com uma humana e pior: ter tido um filho com ela. Um mestiço de sangue ruim.




O yokai olhou o telefone. Pensava em ligar para Rin, mas ao ver que o pacote era dela pôs o fone no gancho.

Quanto mais eu briguei
Mais engano no caminho eu deixei
Tão cego na minha ambição
O que eu tinha de melhor escapou das minhas mãos
Me deixou, Me faltou, Escapou...



Ao abrir a caixa encontrou um medalhão dourado e um bilhete. De forma bastante sucinta, ela deixava claro que tudo estava acabado e que nunca mais a procura-se. Abriu o medalhão e encontrou apenas sua foto solitária.

Tanto faz se eu ganhei
Na batalha a minha paz se desfez
A dor só me faz enxergar
Nada pode ser maior que o que eu tenho pra te dar
Meu amor, seu amor, nosso amor, esse amor
Me deixou, me faltou Escapou, escapou...



Fitou o nada tentando organizar seus pensamentos. Seu rosto continuou inexpressivo, mas seus olhos soltavam faíscas.
Alguém bateu na porta tirando-o de seus pensamentos sombrios. Deu permissão para que entrasse e não se surpreendeu ao ver que Izayoi trouxera pessoalmente seu café. Ela costumava fazer isso com freqüência. Na maioria das vezes ele se irritava, apesar de nada demonstrar, mas agora lhe era indiferente.
Ela depositou a bandeja na mesa, serviu uma xícara e entregou ao yokai. Ela já se preparava para sair quando ouviu uma palavra que somente em seus sonhos escutara.

-Obrigado.

Izayoi virou-se espantada e notou o olhar vazio do yokai.

-Você está bem Sesshomaru? – preocupada.
-Por que pergunta isso? – frio.
-Você agradeceu o café. O que houve? Está preocupado com algo? Foi o pacote que chegou?
-Isso não é da sua conta!
-Eu sei, mas eu me preocupo com você.
-Não preciso de sua preocupação!

Ela se aproximou e sentou-se na frente dele.

-É mais parecido com seu pai do que imagina. Quando eu o conheci ele era igual a você: frio, indiferente, insensível ou pelo menos eu pensava. O seu rosto era uma máscara, mas eu aprendi a ler as emoções pelos olhos dele... E por isso, eu sei agora que esta sofrendo por algo. Deixe-me ao menos ajudá-lo.
-Não preciso de sua ajuda.
-Eu sei que não, mas mesmo assim eu quero ajudá-lo.
Ele nada disse. Fitou a expressão da mulher que odiava e percebeu que realmente ela desejava ajudar. Como não tinha nada a perder, entregou a carta de Rin.
Ela leu em silêncio. Seus olhos percorriam as linhas da curta missiva. Ao terminar refletiu sobre o que acabara de ler.

-Vocês são mesmo muito parecidos – disse para si e encarou o yokai – Sesshomaru o que sente por essa garota?

Ele virou-se e fitou o jardim através da janela. Não queria expor seus sentimentos. O clima ficou tenso e Izayoi achou melhor se retirar. Mas estancou quando pôs a mão sobre a maçaneta.

-Medo. Pela primeira vez na minha vida eu sinto medo. Medo de perdê-la.
-Então por que não vai atrás dela e conta o que sente? – docemente.

Ele nada disse, apenas fitou o medalhão que continha somente a sua foto, mas ela compreendeu o que se passava na mente do yokai.
Ela levantou-se da cadeira e atravessou a sala. Contornou a escrivaninha, ajoelhou-se diante dele e fitou os orbes dourados.

-O que é mais importante pra você: o amor dela ou manter o seu orgulho intacto?

Fitou os olhos da sua madrasta. Querendo ou não agora entendia o por que de eu pai ter se casado com ela. Toda a magoa desfez-se naquele momento. Por aquele simples gesto. Afinal queria cometer o mesmo “erro” de seu pai e tomar uma humana.

Com mil anos esperando a minha alma te encontrar.
Na certeza que um dia tudo volta pro lugar
Cada historia uma certeza, e eu que faço a minha lei
Quero toda sua essência e isso é tudo que eu sei...



Desviou os olhos e retirou do bolso da calça marrom um estojo negro. O abriu e revelou um diamante solitário perfeito.

-Acha que ela vai gosta? – um lábio subiu levemente insinuando um sorriso.
-Tenho certeza que sim – sorriu – mas a jóia mais preciosa que você pode dar a ela é o seu amor – levantou-se e encaminhou-se para a saída – Agora eu tenho que ir.
-Izayoi – ela voltou-se – obrigado.
Ela sorriu docemente.
-Não há por que querido – e saiu.


Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Da Morte para a Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.