-Vocês já se conhecem? – perguntou confusa.

Kouga ignorou a pergunta da jovem e soltou o hayon lentamente. Kagome se aproximou para ver se ele estava bem. Inu Yasha inspirou várias vezes, levando oxigênio aos pulmões. Quando a viu ao seu lado, a abraçou aliviado. Ela retribuiu feliz.

-O que esta fazendo aqui Layla? – curioso.
-Vim impedi-lo de cometer um erro – desencostou-se da árvore que até então se encontrava recostada.
-Que erro? – com uma sobrancelha arqueada.
-Ele não é culpado pelo crime que foi condenado.
-Como sabe? – incrédulo.
-É uma pergunta um tanto idiota não acha? – divertida – Sabe que sei tudo sobre o passado e o futuro – ele fez menção de dizer algo, mas ela o impediu – E não ouse dizer que estou errada!

Ele ficou sério. Não queria acreditar que seu antepassado havia mentido. Ainda tinha esperança que Naraku também fora enganado.

-Então quem foi?

A yokai retirou sua espada da bainha. Esta foi envolta por uma aura azulada e através de sua lâmina Kouga finalmente se deparou com a verdade nua e crua. Seus olhos faiscaram de raiva, mas ele simplesmente disse:

-Obrigado.

Deu as costas a yokai e caminhou em direção ao haion. Este se separou da garota e se pôs em estado de alerta defendendo-a com o seu próprio corpo. O yokai apenas estendeu lhe a mão.

-Acho que lhe devo um pedido de desculpas – sincero, embora estivesse odiando aquilo.
-Pode ter certeza – ignorou a mão estendida.
-Espero que possa me perdoar por esse mal entendido – com a mão ainda estendida.

Inu Yasha olhou para a jovem e esta o encorajou com o olhar a apertá-la. Foi o que fez, a contragosto.

-Vamos esquecer o que aconteceu aqui.

O lobo então deu meia-volta e afastou-se, mas antes que fosse embora, Kagome deu um passo a frente e o chamou. Ele parou, mas não se virou.

-Pra onde vai Kouga?
-Pra casa. Cuidar dos ferimentos e colocar os pensamentos em ordem. Nos vemos por ai Kagome – continuou seu caminho.

Ela o observou partir e depois se voltou para o haion. Este possuía uma expressão estranha.

-O que houve Inu Yasha?
-O que aconteceu entre você e aquele lobo fedido? – emburrado.
-Como assim aconteceu? – vermelha, pois se lembrou que Kouga lhe dissera que gostava dela.
-Estava muito preocupada com ele – desconfiado.
-Ora é normal afinal ele salvou a minha vida. Você quer o que? – corada.
-Por que esta tão vermelha?
-Eu vermelha?! Por que acha que estou vermelha? – uma brasa.
-Kagome...
-Desculpe interromper a briguinha dos dois, mas precisamos conversar – entediada.
-O que está fazendo aqui Layla?
-É bom saber que ainda se lembra de mim Inu Yasha. – quase sorrindo.
-Vocês se conhecem? – confusa.
-Quando era um filhote, eu a vi conversando com minha mãe pouco antes dela morrer.
-Fui avisá-la que logo ela iria morrer e jurei naquele mesmo dia, em nome da amizade que tinha por seu pai, que olharia por você.
-Conheceu o meu pai? – surpreso.
-Sim, uma amizade antiga e sincera sempre existiu entre nós.
-Tem uma coisa que não se encaixa. Como sabia que Izayoi ia morrer?
-Eu sou a guardiã de todos os seres Kagome. Sou eu que possuo a chave da sua era e de todas as eras. Sou aquela que possui o segredo da eternidade e do tempo. A única que pode mudar a história e que sabe o destino de todos. A única coisa que não sei é o meu próprio destino.
-Se você é tão poderosa por que deixou o Inu Yasha naquela jóia por tanto tempo? Ou simplesmente não impediu Naraku de trancá-lo?
-Por que eu sabia que tudo ia acabar bem. Se eu fizesse isso teria que modificar todo o curso da história. Foi muito melhor deixar que o destino seguisse seu curso. Eu só precisei fazer com que você encontrasse o medalhão Kagome, mas tenho que admitir que cometi um erro. Vocês não poderiam ter se apaixonado.
-Por que não? – em coro.
-Por que o Inu Yasha tem que voltar para sua era de onde jamais deveria ter saído.

Continua...