- Kouga, abra logo essa porta!

Kagome esmurrava a porta do quarto com toda sua força, mas essa nem estremecia. Seu corpo tremia ao dar-se conta da sua impotência. Encontrava-se presa porque Kouga não queria que ela se intrometesse no meio da batalha com o Inu Yasha, ele então a trancou em um quarto de sua mansão.

- Kouga, por favor, ele é inocente. Você não pode... Abra essa porta, vamos conversar, por favor, Kouga – lágrimas de desespero caíam de seus olhos enquanto ela tentava em vão ser ouvida pelo yokai.
- Não adianta Kagome... No momento, a única coisa que você pode fazer é esperar, pois logo isso estará acabado – o lobo sussurrou enquanto virava-se e partia em direção a tão esperada vitória, deixando para trás uma histérica Kagome.

Permaneceu assim até que seu corpo foi tomado pela exaustão. Deixou-se escorregar rente a porta até sentar-se no chão e abraçou as pernas tentando controlar seu pranto para poder busca uma forma de fugir dali.
Uma brisa suave entrou pela janela agitando as cortinas. Ela levantou-se lentamente e caminhou em sua direção debruçando-se sobre a murada. Devia estar no segundo andar. Se ela pudesse ao menos encurtar aquela distância... Até que um plano meio clichê lê passou pela cabeça: trançar os lençóis para tentar descer pela janela.

- Espero que funcione como nos filmes...





Inu Yasha se encontrava no jardim enquanto Mirok e Sango foram levar Rin em casa. Acharam melhor deixa-lo sozinho.
O haion esmagou a delicada flor que segurava.
Não era Kagome.
A jovem que fora levada ao hospital fazia o tipo físico, mas não era a sua Kagome.
Jogou a flor murcha sobre o solo e largou-se pesadamente sobre o solo, mas sentou-se assim que sentiu aquele cheiro insuportável.

- O que faz aqui lobo fedido? – disse melancólico sem dar-se o trabalho de levantar-se.
- Vim terminar o que começamos!

Com sua velocidade Kouga aproximou-se rapidamente dele e chutou-lhe a barriga. Com o impacto do golpe, o híbrido foi arremessado contra o chão e, pelos gemidos, acabou por quebrar algumas costelas. Mas não fez o menor esforço para se levantar ou defender enquanto o lobo se aproximava lentamente. Kouga levantou-lhe pela camisa e deu-lhe um soco no rosto. O lábio do cachorro começou então derramar sangue. Seu oponente levantou novamente o punho, mas não chegou a concretizar o golpe. Estava intrigado.

- Por que não se defende Cara de cachorro? Não me parece do seu feitio se render sem lutar – Percebendo que o haion não diria nada completou – Menos mau. Liquidarei contigo rápido e assim Kagome sofrera menos – testou.

A simples menção daquele nome trouxe de volta o brilho dos olhos do híbrido que conseguiu juntar forças e acertar um soco no rosto do yokai que cambaleou para trás surpreendido. Mas que rápido Inu Yasha se aproximou do inimigo e segurou-o pelo pescoço.

- O que quer dizer com isso? A Kagome está viva? Você a viu? Onde ela está? Fale de uma vez lobo fedorento! – gritou quase histérico.
- Para que quer saber onde ela está? Não tornara a vê-la nunca mais – e deu-lhe um chute na barriga na altura do estômago.

A partir daí inicio-se uma violenta batalha.



Kagome terminou de entrelaçar o último lençol e o amarrou a cabeceira da cama de casal que arrastara para perto da janela. Jogou a “corda” pela janela. Preparou-se para pular. Perdeu a coragem. Precisava sair dali, mas um mau pressentimento a assaltou. Decidiu ignora-lo. Segurou os lençóis e...

Neste momento um grande clarão branco invadiu o quarto. Logo a luz foi se dissipando suavemente e um corpo foi tomando forma. Em meio à luz surgiu uma bela yokai de longos cabelos prateados, olhos cinzentos como a nevoa de uma fria manhã. Sua expressão era dura e os lábios cheios. Trajava uma armadura negra sobre o corpo delgado e sua espada que raramente usava estava presa pela bainha à cintura.

- Kagome o que pensa que esta fazendo? Quer por acaso quebrar o pescoço? – falava com ela com tanta naturalidade que ela se surpreendeu ainda mais.
- Quem é você? O que ta fazendo aqui?
- Sinto muito, mas não temos tempo para apresentações. Você precisa vir comigo imediatamente! – disse isso lhe segurando a mão contra a vontade.

Neste momento a mesma luz de outrora invadiu o ambiente. Kagome sentiu o corpo mais leve até que percebeu que não se encontrava mais naquele quarto e sim no jardim de sua casa. Escutou sons estranhos como se uma intensa batalha se travasse ali perto. Deixou a estranha para trás e saiu correndo até o local.




Os dois lutavam a um bom tempo, mas parecia que só havia se passado uns poucos minutos. Ao menos era o que parecia, pois apesar de não demonstrar na verdade já estavam começando a se desgastar.

Aquele que estava em pior situação era o Kouga, pois quando começava a se cansar, Inu Yasha se lembrava o por que de esta lutando e isso lhe dava novas forças para continuar. Tanto, que mau Kouga desferiu uma sentença de golpes, o híbrido com seguiu fazer um contra ataque acertando suas garras retalhadoras em seu peito. O yokai cambaleou com o golpe. Mais confiante, o haion não lhe deu tempo de se recuperar do golpe e desferiu um chute na barriga e um soco na cara. Prendeu seu pescoço de forma que suas garras deliberadamente penetrassem levemente na carne do haion.

- Onde esta a Kagome, seu lobo fedorento? – segurando-se para não mata-lo naquele momento.
- Para que quer saber onde ela esta se você nunca poderá ficar com ela cachorrinho? – mesmo subjugado ele ainda agia como um príncipe lobo como a sua descendência.

Furioso o haion enterrou mais as garras no pescoço do yokai que gemeu baixinho e começou a se debater tentando se soltar.

- Inu Yasha pára, por favor! Aquela voz...

Voltou-se e lá estava ela. Seus cabelos estavam desalinhados, seus olhos ainda um pouco vermelhos e suas faces mais pálidas que o normal, mas era ela. Ela estava viva.
Mas aquele momento de distração lhe custou muito caro.
Kouga se aproveitou e chutou-lhe a barriga. O golpe foi relativamente fraco, mas serviu para afastar o haion e dar-lhe a chance de reverter o quadro. Chutou-lhe o rosto com grande violência. Kagome pediu para que o lobo parasse, mas ele não a obedeceu e desferiu uma seqüência de chutes e socos. Inu Yasha se defendia como podia, mas a rapidez do lobo não lhe dava muito tempo para respirar que dirá se defender.
O yokai conseguiu encurrala-lo contra uma árvore e começou a soca-lo. Kagome tentou interferi, mas foi empurrado pelo lobo. Kouga já se preparava para atravessar o estômago do haion com suas garras quando a voz da yokai se fez ouvir.
- Se não quiser enfrentar a minha ira, acho melhor soltar o haion, jovem Kouga.


Continua...