Meu Inferno Particular escrita por Ohana_GF


Capítulo 1
Prólogo




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Azul. Não! Talvez verde. É, definitivamente verde. Era essa a cor das paredes, que para nada mais serviam do que adornar os cômodos frios e sem vida. Não consigo me recordar muito bem, afinal isso foi há mais de vinte anos. Mas lembro, certamente, que minha cama era uma merda, raramente me proporcionando uma boa noite de sono. Acho que foi aí que meus problemas para dormir começaram.

Naquele orfanato católico, havia uma irmã que em definitivo não gostava de mim e vivia me infernizando. Qualquer traquinagem aprontada por uma das outras crianças era imediatamente minha culpa. Notando que ficar quieto no meu diminuto mundo não adiantaria de nada e eu só ficaria cada vez mais irritado, simplesmente passei a dar motivos para que suas acusações possuíssem fundamento. E em minha pequena capacidade mental aos seis anos, me tornei a peste daquele antro, e a freira – mal comida – praticamente enlouqueceu. Sim, eu me lembro de como fiquei satisfeito. Mas, por pouco, não fui enviado para outro buraco qualquer.

Finalmente alguém havia reparado no pequeno garoto franzino de cabelos castanhos. Eu ganharia um novo e real lar.

Creio que essa seja uma das imagens mais nítidas que tenho de minha infância. Eu, sentado em um pequeno sofá. As pernas curtas demais não me permitiam alcançar o chão, ficando a balançá-las para frente e para trás. E por uma porta caindo aos pedaços, três pessoas entraram. Uma delas ainda menor do que eu, os cabelos loiros compridos, o corpo miúdo e delicado. Deduzi que era um menino apenas por suas roupas. Nunca irei me esquecer de quando quis conferir com meus próprios olhos o que ele tinha no meio das pernas. Foi muito engraçado! Mas isso não é algo para se comentar agora, deixe-me voltar para o momento dramático.

A mulher baixinha e rechonchuda andava com os pés colados, assemelhando-se ao andar de um pinguin. Quando a vi, não pude deixar de imaginá-la como tal. No futuro a chamaria pelo apelido Mama Pin, que a mesma aceitaria de bom grado, e faria todas as minhas vontades quando o escutasse. Os cabelos loiros presos em um coque bem feito, o vestido florido e justo em seu corpo redondo. Seu nome era Georgina Stout. Seu sobrenome me seria muito útil mais a frente.

 Ao seu lado um homem alto, porte atlético e carrancudo, barba bem feita e um quepe sobre os cabelos negros. Era o Chefe dos Delegados da cidade de Nova York e, seu nome era Arthur Bovening. De seu sobrenome eu iria querer distancia.

A imagem dos três parados a me observar, sempre ficou cravada em minhas lembranças. Naquele dia eu deixei de ser um menino qualquer de um orfanato vagabundo, para me tornar Jackson Stout Bovening, filho adotivo de uma família plena e feliz.  Mas, mesmo assim eu sempre soube, desde pequeno, que eu não serviria para aquela família. Eu sempre seria um garoto mau.


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Notas finais do capítulo

Olá! Postando primeiro um Prólogo para ver a aceitação dos possiveis leitores, dependendo do que aparecer, continuo as postagens rapidamente :DBjoo's



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