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DAY 1

“Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria.”

Khalil Gibran

http://www.youtube.com/watch?v=wYD5UJnIjFU

 Fazia cinco anos que eu não falava com ninguém de São Francisco.

Isso incluía meus pais.

Depois que eu saí de casa eu fui direto para a faculdade.

Fui uma das primeiras a chegar. Mas o reitor permitiu a minha estalada. O que me deixou mais aliviada.

Eu trabalhei por um longo período em lanchonetes, restaurantes, lojas.

Consegui um bom dinheiro.

O bastante para eu poder alugar um apartamento bem barato, mas bom, pagar minhas despeças e sobreviver.

Depois disso eu fui procurar emprego.

Todos me achavam uma menina ridícula.

Cortei meu cabelo.

Ele ficou na altura ou um pouco abaixo do ombro.

Mudei de roupas. Logo consegui um emprego de estagiaria em uma empresa de publicidade.

Hoje eu sou a vice-presidente da empresa.

Fiz isso com muito esforço...

Tenho 22 anos, moro em Boston.

Desde que sai da faculdade e tudo mais.

Não mantenho contato com meus pais desde que sai de casa.

Minha meia irmã me convidou para sua formatura, provavelmente sem o consentimento do meu pai.

Eu por algum motivo cósmico aceitei.

Ela estava se formando para ir para o ensino médio.

A formatura era em três dias, mas eu estava indo antecipadamente.

Eu estava no avião com os meus pensamentos e sentimento me incomodando.

Eu não via toda a minha família há cinco anos.

Eu estava um tanto nervosa por ter que rever todos.

Eu cheguei em São Francisco.

O aeroporto não estava cheio. Mas movimentado.

Eu fui ao pequeno terminal para pegar minhas duas malas.

Uma era de mão e a outra de rodinha facilitaram um pouco.

Eu fui com elas até a cafeteria do aeroporto. Peguei um Cappuccino.

Eu o tomava lentamente lendo um livro.

Até que um homem de terno se aproximou de mim.

Eu levantei meu olhar do livro.

E o fitei por um momento. Seu rosto era familiar.

-Summer? – o homem me perguntou em dúvida.

Seria muita coincidência.

-Tyler?

-Summer! Nossa! Há quanto tempo! – Ele me abraçou eu me levantei e retribui o seu abraço.

-Posso me sentar? – ele perguntou assim que paramos o abraço.

-Claro.

Ele puxou a cadeira e colocou seu copo com café na mesa.

-Nossa... – eu murmurei um tanto baixo, mas ele escutou. – Bem, o que tem feito?

-Eu fiz faculdade de engenharia, eu acabei de voltar de Cleveland, onde eu estava construindo um prédio.

- Legal... – não tínhamos muito que dizer um pro outro, mas cinco anos sem se falar deveria render muito assunto.

 Seus olhos baixaram em meu pulso, a pulseira que ele havia me dado ainda estava lá.

Suas sobrancelhas se arcaram para cima.

-Pensei que não usava mais isso.

 Ele disse tocando no pequeno binoculo.

Eu tirei minha mão de cima da mesa e coloquei em minhas pernas.

-Eu teria motivos para não usar? – eu perguntei  tirando meus olhos de meu pulso e o fitando

-Você foi embora.

Eu mordi meus lábios.

-Tive um motivo para isso.

-Não, não teve.

Eu virei meu rosto.

-Tenho que ir embora.

Eu me levantei.

Eu peguei minhas coisas, na mesa e me virei.

-Summer... – ele disse quando eu me virei, eu virei meu rosto e meu corpo lentamente.

Ele não disse nada apenas me olhava, eu lancei meu pequeno sorriso tímido e me virei andando lentamente.