DAY 298

POV SUMMER

“Aja antes de falar e, portanto, fale de acordo com os seus atos”.

Confúcio

http://www.youtube.com/watch?v=BJ9v4ckXyrU

- Ah meu Deus! Você... Você... – eu parei e respirei um pouco, eu não estava acreditando no que eu ouvi – Você está falando sério? – eu consegui dizer por fim.

- Summer... Eu nunca falei tão sério na minha vida! – ele disse pegando a minha mão livre – Então... Summer, você aceita casar comigo?

- Eu... Eu... – eu não sabia o que dizer. Por algum motivo eu me encontrava dividida, uma parte de mim queria aceitar aquele pedido, mas outra... Não – Daniel... Eu preciso de um tempo... Para pensar... Eu... Não sei o que... – eu disse balançando minha sem saber o que dizer de mais útil.

- Eu me sinto meio culpado... Não ia fazer isso agora, mas quando falou aquelas coisas, achei que estava na hora. – ele disse largando minha mão – Você poderia me dar à resposta amanhã à noite? – Ele me perguntou olhando meu rosto assustado.

Eu balancei minha cabeça consentindo. 

- Tudo bem então. Então... Eu estou no hotel PLATINUM, eles têm um ótimo restaurante, podemos nos encontrar lá, comer algo e ai você me da à resposta, o que acha?

 - Claro, pode ser. – eu disse ainda forçando as palavras saírem da minha boca.

- Quer que eu vá com você até... – ele começou a dizer, mas eu o interrompi.

 - Não. Eu preciso pensar um pouco. – eu disse olhando para ele pela primeira vez desde o pedido.

- Tudo bem então. Agente se vê Summer. – ele disse por fim se virando e continuando a andar.

Eu encarei a imagem dele caminhando na rua, eu o vi guardando a pequena caixa em seu bolso, parecendo lamentar.

Eu me virei e comecei a andar no sentindo contrário em que ele ia.

April agora dormia nos meus braços, tranquilamente.

Eu queria poder estar agindo assim como se nada tivesse acontecido.

Mas... Desta vez, não tinha como eu fingir que nada havia acontecido.

Eu estava me sentindo fantástica e horrível ao mesmo tempo, eu estava com uma mistura de sentimentos que estava me enlouquecendo.

Eu preciso desabafar com alguém, eu tinha um dia para organizar minhas respostas, ideias... Eu tinha um dia pra pensar em uma coisa que poderia mudar a minha vida por completo.

Felizmente... Durante minha caminhada com Daniel, nós não havíamos andado muito longe da casa da minha mãe.

Eu continuei minha pequena caminhada até a casa com a faixada amarela.

Eu peguei a chave que estava no bolso do meu casaco e a rodei na fechadura do portão, o abrindo.

Eu entrei e tranquei o mesmo.

Fiz minha curta caminhada para entrar para entrar em casa.

Eu empurrei a porta de madeira e comecei a falar;

- Você não acredita o que ele... – eu parei e encarei a cena a minha frente.

Minha mãe sentada na poltrona, com uma xícara na mão, sentado no sofá, Tyler com outra xícara na mão.

 - O que está fazendo aqui? – eu perguntei com a minha voz dura, dura de mais.

http://www.youtube.com/watch?v=VVNTjPiRpMs

Tyler se levantou do sofá, meio que ignorando a minha pergunta.

- É ela? – ele perguntou encarando April em meu braço.

Eu não respondi apenas apertei mais forte April em meus braços.

- Posso... Posso pega-la? – ele perguntou com a voz ansiosa.

Ele não recebendo minha resposta, meio que ergueu os braços.

Minha mãe me olhava, meio que me incentivando a entregar April a ele.

Eu cedi minha pequena batalha em não entrega-la.

Eu a tirei dos meus ombros com cuidado, por sorte ela ainda estava meio dispersa e não estava completamente “apagada”.

Tyler a pegou nos braços com cuidado.

Ele tentou aninha-la em seus braços, ele parecia nunca ter pegado um bebê antes em sua vida.

Ele desistiu de aninha-la e apenas ficou com ela em seus braços, analisando-a.

- Os olhos delas são lindos... – ele murmurou – Ela é linda. – ele completou em seguida.

Eu não respondi nada apenas olhava aquela cena.

Ele falava com um tom de adoração na voz... Diferente do tom que ele utilizava na campina do parque.

- Eu acho que vocês precisam conversar... – minha mãe disse por fim tentando adivinhar o que o meu olhar vazio significava.

Ela se levantou e ergueu os braços tirando April de Tyler.

Ele hesitou, mas a deu a minha mãe.

Ela se retirou da sala me deixando a sós com Tyler.

Ele desviou o olhar de minha mãe e April saindo da sala e os voltou a mim.

Meu rosto estava indecifrável, percebi isso com seu olhar vago no mesmo.

- Qual... Qual o nome que deu a ela? – ele perguntou ainda de pé, igual como eu estava.

- April. April Emily Campbell Walker... – eu disse devagar e pausadamente.

- Ela tem meu sobrenome? E Emily? – ele perguntou surpreso.

- Você é o pai... Por mais que duvide... – ele me encarou – Ou não. E me lembrei de que me falou uma vez que se tivesse uma filha gostaria que ela se chamasse Emily... Acho que ela merecia ter esse nome também. – eu disse dando os ombros.

Ele apenas me encarava... Agora seu rosto era indecifrável.

- Eu contei a verdade a Nicole... Bem... Ela me deixou, mas, foi à coisa certa. – ele disse me encarando.

- Parabéns... Por ter dito a verdade. – eu disse tentando não parecer muito irônica.

- Obrigado... – ele disse – Por ter me dito a verdade. Você não sabe o que significou para mim.

Eu apenas o encarei.

- Nunca me imaginei como pai... Mas agora, que a peguei nos meus braços... Eu não sei... Eu a amo como se... Eu sempre a conhecesse.

Eu respirei fundo.

- Tyler... – eu disse mantendo minha voz firme – Eu quero que me responda agora. - eu disse ainda com firmeza ainda com o meu olhar vago, ele me encarava com o rosto se fechando – Se você quer ter um relacionamento com a April, a partir de agora que ela é pequena, quero que me diga agora... Não quero que a minha filha... Sinta o mesmo que eu senti.

Ele apenas me encarou.

- Por que você não para de jogar isso na minha cara? – ele perguntou meio indignado

- A desculpe, mas você fez isso! – eu comecei a me descontrolar.

 - Quantas vezes vou ter que me desculpar?- ele perguntou

  - Isso não vai mudar nada. – eu disse seca.

Ele desviou o olhar.

- Eu quero ter um relacionamento com ela. Que ela me chame de pai... E todas essas coisas... – ele disse desviando o assunto e voltando ao inicial, voltando a olhar para mim – Como vai ser? Como casais em divorcio?

- Eu moro em Boston... E vou voltar para lá. – eu disse lembrando que eu não morava em São Francisco.

- E... – ele disse.

- Vou levar minha filha. – eu disse respondendo o lógico.

- Não! Não vai. – ele disse aumentando o tom da voz.

- Vou sim, o que sugere que eu faça, largue toda a minha vida? Não, minha vida inteira está em Boston. – eu disse ainda com o mesmo tom que estava desde o principio.

- Então traga para cá. – ele disse por fim.

- Pra que?

- Para a April crescer com um pai.

- Ela vai, mas só que não na mesma cidade. – continuei seca.

Ele passou a mão na cabeça e suspirou.

- Se não vai ficar por mim fique por ela.