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POV SUMMER

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.”

Clarice Lispector

http://www.youtube.com/watch?v=e14HBC9sOeM

Eu estava no meu quarto no hospital.

Eu estava brincando com April em meus braços.

Quando a enfermeira entrou no quarto.

- Hora de essa garotinha dar uma descansada.

- Oh! Sério? Mas, ela chegou há pouco tempo.

- Eu sei, mas não vamos esquecer que é uma recém-nascida.

- Tudo bem.

Ela pegou April de meus braços.

- Srtª. Campbell.

-Sim.

- A senhorita tem visitas.

- Ok. Mande-os entrar.

-Tudo bem.

Meus pais apareceram em seguida.

-Oi querida! Como está se sentindo? – minha mãe perguntou me dando um abraço rápido.

- Cansada. - disse dando um suspiro

-Sei exatamente como é. – ela disse dando um leve toque em minha bochecha.

- Summer... –meu pai disse meio baixo, eu sabia que ele iria estragar o momento;

- Sim, pai?

- Summer... Tyler tem que saber.

- Pai... Por favor.

Ele respirou fundo.

-Estou lá fora se precisarem de mim. – ele se virou e saiu do quarto.

Minha mãe se sentou no espaço da cama e pegou minha mão.

-Summer, sabe que eu não sou do tipo que concorda com o seu pai... Mas, ele está certo. Querida a filha é dele. Ele o direito de saber sobre a April. Agora se ele vai ter algum tipo de relação pai e filha com ela... Isso já uma coisa dele.

- Esse é o grande problema... Se eu... Não pude confiar nele, como a minha filha vai poder?

 - Querida... Todos sabem que o que Tyler fez não foi certo e nem sensato, mas o que você está fazendo não vai torna-la melhor que ele.

Eu suspirei. Eu odeio quando ela está certa.

-Daqui umas semanas, eu vou a São Francisco para a festa de inauguração de um cliente.  Lá... Eu falo com ele.

-Já meio tarde para isso.

- Como esperasse que eu falasse isso! Ele vai se casar!

-Summer...

-Não me venha com essa história! Ele é o culpado por toda essa situação! E não negue isso!

-Algum problema aqui? – a enfermeira chegou ao quarto

- Não. Nenhum. – eu disse um tanto seca.

Meu olhar caiu em minha mãe.

Eu sabia que eu não deveria ter feito isso.

Sabia que deveria ter contado.

Eu sabia.

Ninguém precisava jogar isso na minha cara.

Eu vi um buque de flores entrando no quarto.

Quando ele desceu pude ver o rosto.

Era Daniel.

- O que faz aqui?

-Bem... Todo o pessoal da sua companhia ficou sabendo pela a... Helen. Eu conversei com ela e ela me falou onde você estava.

Ele se aproximou e me deu o buque.

- Obrigada. Não era necessário.

-Claro que era. Eu vi a sua filha. Ela tão linda quanto você.

- Obrigada. – eu disse sem jeito.

-Bem, vou ter que pedir que a deixem descansar.

-Tudo bem... Falo com você depois.

Eu balancei a cabeça.

Minha mãe me lançou um olhar e saiu.

Eu já estava com coisas demais na cabeça.

Apaixonar-me novamente não seria uma coisa fácil de começar.