DAY 280

SUMMER

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.”

Mahatma Gandhi

http://www.youtube.com/watch?v=xvhCcHURAqc

Eu estava em casa encarando o programa que passava em frente a TV.

Eu estava comendo uma tigela de macarrão.

Parecia que eu não comia macarrão há séculos.

A campainha tocou.

Eu tirei meu olhar da TV e olhei para o relógio.

Eu dei uma bufada e me levantei com dificuldade.

Minha barriga estava muito grande.

Eu olhei o olho mágico.

E abri a porta revirando os olhos.

Helen.

Helen e eu nos conhecíamos desde a faculdade.

Ela havia virado fotografa profissional.

Ela fotografava qualquer coisa, festas, casamentos. Havia ganhado um concurso recentemente.

 - E ai? Vai ficar o dia inteiro ai... – ela olhou para mim no sofá fechando a porta – Comendo e se sujando com macarrão?

Eu lhe mandei um riso sínico.

-Helen, não sei se percebeu mais estou grávida de nove meses.

- É... Eu percebi. Por que passei os últimos meses com você decorando um quarto de bebê.

Ela sorriu.

Eu abri um pequeno sorriso e voltei meus olhares para a TV.

- Existe uma vida além de assistir séries de TV.

-Essa é uma série boa, nenhum pornô vagabundo que você assiste.

- Pornô vagabundo? Ah! Fala sério! Isso foi só uma vez.

-Helen, você viu uma temporada inteira no quarto do... Walter.

- Você ainda lembra o nome?

- Claro! Em uma cena você se “engasgou” com a pipoca que o reitor pegou vocês dois no quarto vendo pornô.

-Ei! Eu realmente me engasguei com a pipoca. E fala sério! Era hilário ver aqueles pornôs.

Eu revirei meus olhos.

Ela se aproximou do sofá se sentando ao meu lado.

Ela começou a encarar a TV ao lado.

- Eu já vi esse episódio.

Ela disse pegando uma almôndega do meu prédio.

- Pensei que não vise séries desse tipo... Apenas coisas adultas. – eu disse dando um leve empurrão em seu ombro.

-Olha, eu não sou essa pessoa horrível que você pensa que eu sou.

Eu comecei a rir.

Mas, fui interrompida com uma dor no meu estômago.

Minhas mãos foram para lá.

Mas, a dor era muito grande para ignorar.

-Summer? – a voz de Helen se agravou

-Isso doí! – eu disse entre dentes torcendo minha perna o máximo que podia.

-Ah meu Deus! Summer...  – Ela levantou e abriu a porta da casa.

E começou a berrar.

Segundos depois eu podia ver um homem entrando em casa e me carregando até o carro de Helen.

Ele me colocou no banco.

Helen agradeceu rápido e começou a dirigir a até o hospital.

Meus gritos de dor a deixavam mais nervosa.

Quando chegamos ao hospital eu ainda berrava de dor.

Os para- médicos me tiraram do carro e me colocaram na cadeira de rodas.

Meu médico apareceu em pouco tempo.

- Seria uma cesariana? – a enfermeira perguntou empurrando a cadeira.

-Seria, mas não dá mais tempo.

-O que?! – eu perguntei nervosa e entre os berros.

-Summer... Não temos tempo o suficiente, você já está em trabalho de parto.

- Mas... - fui interrompida pelo meu grito abafado.

- Vamos começar logo.

Eles me colocaram na sala de parto.

Posicionaram meu corpo.

Aplicaram algo em minha veia.

Eu comecei a fazer tudo o que ele pedia.

Eu sentia muita dor, mas a ignorava.

Enquanto o parto ocorria Tyler veio em minha cabeça.

Eu comecei a pensar em como séria se ele estivesse aqui.

Se... Se eu tivesse dito a verdade.

Meu pensamento foi interrompido quando o choro invadiu a sala.

Eu soltei um arfar.

Minha filha.

A enfermeira a limpou e me entregou enrolada.

Eu apeguei em meus braços.

Foi a melhor sensação do mundo.

As lágrimas desceram pelo meu rosto.

Minha filha finalmente estava comigo.

Meu rosto e corpo cansados, á olhavam e seguravam.

Ela era a única coisa que importava naquele momento.

Eu peguei sua mãozinha e a beijei.

Seria possível você amar uma pessoa que mal conhecia?

Eu digo que sim.

Por que a amava mais que a aminha vida.