A Noiva do Circo escrita por DonaMarie


Capítulo 1
Existe alguem que nunca gostou de circos?




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- Capítulo 1 -
Existe alguem que nunca gostou de um circo?

Existe alguem que nunca gostou de circo? Neji nunca gostou de circo. Desde pequeno, odiava-os! Achava palhaços idiotas, as apresentações entediantes e a comida uma porcaria. A única e mísera coisa que se salvava era o algodão doce. Neji nunca conseguiu enxergar a tal ilusão, sonhos ou qualquer uma dessas bobagens que o circo tanto se gabava. E principalmente, nunca entendera o fascino que sua prima tinha sobre ele. Talvez por ver aquele filme idiota. Qual era o nome mesmo? Não se lembrava do nome, mas era sobre um circo, sobre algo como “A vida é um circo”¹ e algo como essas bobagens. Nunca o vira e nem nunca tivera vontade. Hinata já estava grande demais para gostar de circos, talvez seja influencia do balé que ela fazia a tantos anos.

Sinceramente, Neji preferia ver aquelas longas horas de balé, ou melhor, longas horas de soneca, do que ir ao circo. Eram mais calmas e no circo provavelmente não dormiria. E como ele havia sido obrigado a ir ao circo mesmo?Ah sim! Hinata! Reclamou o porque dela querer ir a tal lugar idiota, ela, como sempre, se encolheu e murmurou algo incompreensível e o olhou com aquelas pérolas pidonas.

-"Por favor, nii-san, vamos ao circo!"-Disse Hinata com um biquinho.

Neji nunca resistiu ao pedidos da prima. E agora estão os dois na fila comprando os estúpidos ingresso para aquele estúpido espetáculo. Nem sabia o nome do circo... Qual era mesmo? Cirque du Soleil²? Não... Circo das rosas? Não...Circo, circo, circo...ARG!Odiava esquecer as coisas!

-Nii-San?-Chamou a voz doce de Hinata.
-Hm?-Respondeu o mal-humorado.
-É a nossa vez...

Neji pode ver o vendedor de ingressos o encarando impaciente, enquanto uma fila de crianças, adultos e surpreendentemente grande maioria adolescentes também o encarava. Os que estavam mais atrás do Hyuuga, mulheres com crianças melequentas e mimadas na opinião dele, o encarava com visível impaciência.

Neji suspirou e comprou dois ingressos.

Odiava circos!

-Divisoria-

Faltava pouco tempo para o início, Neji procurava acentos confortáveis e o mais próximos da saída, se possível, claro! Mas parecia que o circo enchia cada vez mais, como formigas atacando um inocente bolo de confeitaria desprotegido, e aquela simples tarefa estava se tornando uma batalha contra casais estúpidos de adolescentes e mães parteiras cheias de crianças melequentas. Hinata, vendo a grande 'batalha' do primo, suspirou e decidiu deixar a parte mais 'difícil' para ele, indo para o banheiro.

Claro, só para fugir de olhares curiosos. Era famosa, tinha que admitir! Saiu a passos leves e rápidos, logo se viu longe do primo e dos curiosos irritantes. Só faltava achar o banheiro e voltaria quando estivesse quase começando, assim não seria o centro das atenções.

Porém, achar o banheiro se mostrou uma tarefa muito mais difícil do que achar acentos. Fora da tenda do circo, havia pessoas e mais pessoas, tantas que se sentia confusa. Havia ciganos, tendas, cheiros e luzes. Era um circo de classe, sabia disso, mas como todo circo, era um caos organizado.

Andou, andou e andou. E a cada passo mais perdida estava. Pensou em desistir e voltar à sala de espetáculos, mas quem disse que ela sabia a onde era? Olhou em volta a procura de alguma coisa parecida com a casa de espetáculos: Uma tenda gigante e branca, com desenhos de rosas vermelhas. Se perguntava como eles conseguiam deixar o local tão negro por dentro.

Então, em meio a procura, por acaso seus olhos passaram por os de um rapaz. Eram negros, mas ambos não manteram o contato. Era aquela coisa casual e simples, sem importância. Hinata mal notou o garoto, assim como ele, mas aquele segundo foi o suficiente para ambos lembrarem do rosto de um do outro. Ela, uma garota que ele juraria ser cega se não fosse a intensidade de seus olhos tristes, e ele, um garoto de olhar tão frio que se confundia com aquela neve ao seu redor.

-Divisoria-

Neji, já em seu devido acento, esperava impacientemente sua prima. O espetáculo idiota começaria em menos de cinco minutos e ele não queria ver aquela tortura sozinho. Planejava fugir quando Hinata estivesse distraída o suficiente e só voltaria quando o show acabasse. Mas como poderia começar esse 'inteligente' plano se nem ao menos Hinata estava lá?

Levantou-se, pensando em deixar algo demarcando as cadeiras, mas tinha medo de algum daqueles casais de garotos, provavelmente fumantes de alguma droga, roubassem suas coisas ou que aquelas mãe assustadoras jogassem em algum canto a fim de pegar o lugar. Não que a concorrência de lugares era tão grande, mas Neji era um tanto paranóico.

Optou por arriscar a abandonar os acentos a deriva e saiu à procura da prima. Logo após tal ato, os acentos tão desejados foram ocupados.

-Divisoria-

Encontrou Hinata perdida, próxima ao banheiro. Bateu em sua própria testa, indo até a prima resmungando coisas ilegíveis. Quando ela o viu, surpresa, correu até ele gaguejando algo como "Não acho o banheiro!".

-O banheiro está ali...-Suspirou o moreno pesadamente, apontando para o dito cujo.

Hinata corou violentamente e sem nenhuma palavra foi ao banheiro, envergonhadíssima! Neji apenas esperava, torcendo para não ter perdido o acento. Hinata, após alguns momentos, volta, ainda corada.

Neji, impaciente, anda mais rápido, na frente. E a pobre Hinata tenta seguí-lo, murmurando "Espera, Nii-San" ou coisa assim. Neji estava tão concentrado em xingar o destino e o circo que não deu atenção a ela. E ela estava tão concentrada em chamar a atenção do primo quando passaram ao lado da casa de show que não notou um rapaz tão apressado como ela indo em sua horizontal. Ele lia uma espécie de roteiro, enfim, papéis brancos com letras escritas.

O resultado foi eminente. Uma Hinata no chão, assustada, junto a um rapaz de cabelos negros massageando a cabeça. Claro, ambos em lados opostos, de bundas doloridas e próximos o suficiente para seus pés tocarem caso esticassem a perna. Logo acima deles, uma chuva de papel planando delicadamente até o chão. Era algo bonito, se ambos caíssem um encima do outro, seria típica de um romance, mas quem disse que isso acontece na vida real? Ambos apenas se encaram o suficiente para se recordarem um do outro e se levantarem na mesma velocidade que caíram. E tudo isso aconteceu em questão de segundos!

-G-gomen...-Disse uma corada Hinata, pegando alguns papéis sobre o chão.
-Não tem problema, também estava distraído.-Disse o rapaz, sério, frio... Tão frio como o clima.

Afinal, estavam no inverno. Daqui há alguns meses, ou melhor, praticamente mês que vem seria Natal!

Ambos recolheram os 'pingos' de papeis rapidamente. Hinata entregou-os, fez uma reverência e saiu correndo atrás de Neji. Que, a propósito, estava tão entretido reclamando que nem notou a falta da prima. Algo que, a propósito, ela adorou. Neji, às vezes, era insuportável e ouvir sermão naquela hora, na frente de tanta gente e de um rapaz friamente bonito, não era lá muito desejável.

O rapaz de cabelos negros e olhos de inverno somente encarou a menina sair correndo. Não ligou, a não ser claro, pela postura que a garota tinha. Hoje em dia a única coisa que ele não encontrava era uma garota com uma coluna tão reta e passos tão ágeis. Mas o algo que o fez realmente se surpreender é o fato dela não ter jogado nenhuma carta nele ou berrado "eu te amo!", como aquelas malucas da semana passada. Talvez ela tenha colocado no seu roteiro por ser tímida. Por fim, deu de ombros. Estava acostumado por ser freqüentemente assediado por mulheres. Mas, por algum motivo, ele parecia não ter hormônios. Ignorava todas essas malucas e sentia repulsa por elas! Nem se quer abusava delas como artistas normais, vagabundos e cheios de testosterona pelo mundo afora. Ok, normal, para ele, eles não eram. Achava um absurdo abusar de uma mulher!

Mas não importava o que ele disse, sua 'irmã' sempre dizia que ele iria virar gay.

O rapaz fez uma careta com tal pensamento, murmurando para si mesmo que não gostava de homens e que o beijo com Naruto não foi algo voluntario. Balançou a cabeça para se esquecer do gosto de ramem de porco do loiro e voltou a se concentrar no roteiro, suspirando de modo cansado enquanto esfregava as têmporas.

-"Tenten devia fazer histórias menos complexas... Ainda vou ficar careca por causa desses roteiros!"-Pensa o rapaz.

E novamente, faz uma careta ao pensar nisso. Se esquecendo totalmente do que havia acontecido segundos atrás.

-Divisoria-

Acharam um acento entre uma mãe desesperada e de aparência cansada com lindas três pestinhas "angelicais", e um casal de aborrecentes tão enamorados³ que dava náuseas a todos presentes. Neji optou por sentar-se próximo à mãe desesperada, preferia as crianças que pareciam mais inteligentes do que o casal idiota que só falavam "Gu, gu, da, da". Hinata não se importou com o assento, sabia que aqueles dois calariam a boca quando o espetáculo começasse... pelo menos era o que esperava!

Logo as luzes se apagaram, as pessoas se calaram e luzes foram lançadas ao palco. O show finalmente havia começado!

-Divisoria-

Menos 5 minutos se passaram e uma das criaturas terroristas ao lado havia jogado refrigerante nele! Mas não em qualquer lugar, como sua calça, ou sua blusa italiana, mas sim no SEU CABELO! No seu precioso e amado CABELO!

-Oh, me desculpe! Juro que ele não fez por mal! - Tentava dizer a mãe desesperada, tentando controlar sua prole. - Ele só está um pouco animado, só isso!
-Sem problemas...-Suspirou Neji, pensando que, se aquela mulher não parasse de pedir desculpas, ele iria fazer uma loucura. Tinha pena daquela mulher, mas seu cabelo era mais importante que isso. Mal terminou o pensamento e uma das crianças lhe vomitou nas calças. Criança de colo claro, mas Neji pode jurar que viu um brilho maléfico nos olhos azuis daquele projeto de terrorista.

Pensando na pobre mãe ao caminho do banheiro, certo, mentira. Pensou o caminho todo se seu cabelo iria apodrecer e o que faria para tirar aquela mancha da calça. Agradeceu mentalmente que todos estavam vendo aquele espetáculo retardado, mas mesmo com as ruas do circo vazias, tratou de correr para o banheiro. Não com medo de ser visto, mas sim com medo do refrigerante ou do vomito endurecerem naquele frio. Entrou rápido no banheiro e, ao se deparar com o espelho, constatou que o estrago era muito pior: o projeto de marginal havia colocado CHICLETE NO SEU CABELO! Bem na parte que NÃO tinha refrigerante! E o pior, o chiclete estava tão encrostado que quanto mais ele tentava tirar, mais grudava. Após alguns gritos, palavrões e etc, Neji, com um absurdo esforço, tirou a droga do chiclete de seu lindo e sedoso cabelo. Claro, não totalmente, ninguém conseguiria tal proeza. Provavelmente teria que... cortar o cabelo, se não descobrisse algo rápido para tirar!

Um homem gordo, com um copo enorme de refrigerante, entrou no banheiro. Andava depressa para um dos boxes, mas ao ver Neji parou. Pensando ter visto uma mulher, se aproximou de olhos esbugalhados, para o transtorno de Neji. Logo o homem notou o quanto estava míope e para evitar o constrangimento, afinal, Neji o encarava como se fosse um louco, deu uns tapinhas no ombro do Hyuuga.

-Isso também aconteceu comigo...-Disse o homem balançando a cabeça. - Toma, coloca no refrigerante, já fiz isso funciona. - Disse puxando alguns de suas poucos fios na cabeça. - Bem... quando eu tinha cabelo. - Riu levemente, mas logo colocou a mão na barriga com expressão de dor e correu para o boxe mais próximo.

- E o que ouve com o seu cabelo? - Disse Neji encarando a onde o homem havia entrado, mais chocado do que enojado.

-Ué? Caiu! Meu cabelo era quase tão grande como o seu. Mas sabe como, quanto mais cabelo você tem, mais ele vai cair na velhice. - Disse o homem no boxe, rindo um pouco, mas parando para fazer um murmúrio de dor. - Uma dica: não coma os cachorros quentes apimentados! Eles...

Neji, a essa altura, não ouvia nada do que o homem dizia. Encarava o cabelo apavorado e mergulhava tantas vezes no refrigerante que poderia apodrecer se não o desinfetasse rapidamente. Apos os minutos de pânico, voltou à calma. A genética de sua família não permitia isso. Não que ele soubesse... Perguntaria mais tarde para Hinata se seu tio usava peruca. E foi ai então que se lembrou do seu brilhante plano de fuga. Suspirou mais calmo, enquanto tentava de um modo 'impossível' lavar todo o seu cabelo com um sabonete do tamanho de um botão.

Pensou em pegar os detergentes das faxineiras emprestado, mas lembrou-se que aquelas coisas são potentes para desentupir privadas de deixar aquele banheiro masculino tão absurdamente limpo. Seria suicídio usar! Seus cabelos cairiam só com uma gota daquele veneno! Suspirou e se contentou com o sabonete-botão, pensando a onde se empanturrava de algodão-doce. Após a milagrosa lavagem, onde ouve a multiplicação das bolhas de sabonete, Neji tenta sair do banheiro, para pedir mais sabonete, para o cabelo, claro! Aquela lavagem com o sabonete-botão foi algo bem parecido com banho de gato. Também tinha que lavar sua calça made in... alguma loja cara (essa ele tinha ganhado de presente de alguma funcionaria esquisita da Corporação Hyuuga), por enquanto conseguiu tirar o vomito do projeto de delinqüente com água, mas sua calça ainda fedia como um fralda!

Tentava abrir a porta, claro, pois constatou que a porcaria estava travada. Suspirou. Não se importava de esperar, logo apareceria alguém ali e ele poderia sair. Era só uma questão de tempo até alguem se dar conta de que tem que ir mijar e sair daquela droga de showzinho barato. Mentira, o ingresso foi bem caro! Pelo menos seu cabelo estava... “limpo e cheiroso”, na medida do possível.

-”Posso usar o detergente-ácido para limpar a calça!”- Se lembrou em pensamento, olhando um detergente para desentupir privadas “provocantemente” colocado ao lado da pia. Olhou o rotulo do produto “provocante” e quase engasgou com o ar. -Ok... não quero sair daqui de cueca!”- E horrorizado, colocou o detergente-ácido no lugar com muita calma, como se fosse explodir. Além do mais, ele tinha tempo, poderia esperar tranqüilamente!

Mal terminou o pensamento e barulhos de gases absurdamente altos fora ouvidos. Lembrou-se que havia aquele homem barrigudo e careca ali, e provavelmente pensava que Neji havia saído para poder assim soltar >aquele> barro tão constrangedor que todos nós odiamos.

Neji, por sua vez, ao sentir o cheiro daquele 'coquetel', tentava desesperadamente procurar uma janela. Achou uma, claro. Emperrada e minúscula. Praguejou o destino e o circo idiota. Afinal, de nada adiantaria se seu corpo não passasse por elas, já que se jogar contra porta não estava adiantando muita coisa.

-Ei cara, não esta tão ruim assim! - Disse o barrigudo ofendido.

-Claro que não! - Disse Neji, irônico. - Está pior!

-Divisoria-

No primeiro intervalo, algum tempo depois, Hinata saiu da tenda para respirar o ar frio do inverno. Estava admirada com aquele espetáculo e achou surpreendente Neji ficar tão quieto. Logo se lembrou que Neji havia saído para o banheiro dizendo algo com refrigerante, cabelo, crianças demoníacas, pena de cabelo, destino e circo idiota. Suspirou pesadamente, provavelmente ele havia fugido para comer algodão-doce, como sempre fazia toda vez que iam em algum circo.

-”Dessa vez a desculpa foi muito idiota, aquelas crianças eram tão boazinhas!”-Pensava Hinata suspirando. Pelo menos ele não dormiu como nos seus recitais de balé, seria muito constrangedor ter alguém DORMINDO em um CIRCO. Além de absurdo, é claro.

Passou em frente ao banheiro masculino e parou ao ouvir a voz de alguém gritando algo como "Me tirem daqui!" ou “Bomba Fétida! Bomba Fétida”, enquanto esmurrando a porta. Ouviu ao fundo alguns xingamentos, mas os ignorou ao reconhecer o que acreditava ser a voz de um Neji desesperado. Se não estivesse chocada ou incrédula demais, começaria a rir.

-N-Neji-N-Nii-san?- Gaguejou com uma mão próxima a boca.
-Hinata?- Ouviu-se a voz surpresa do coitado. - Vá chamar alguém do circo! Não consigo abrira a porta e tem um cara aqui soltando uma bomba atômica! - Ao fundo ouviu-se mais xingamentos.

Hinata corou com o comentário, havia se esquecido do quão “delicado” era seu primo. Respondeu um rápido sim e saiu à procura de algum palhaço ou dançarino. Logo encontrou o mesmo garoto de cabelos negros e olhos frios. Ele, agora, tinha o rosto pintado e usava algumas partes de roupas extravagantes, típicas de circo. Hinata, obviamente, notou que ele era do circo e se perguntou o porque de um garoto tão gélido pertencer a um lugar tão belo. Ele era bonito, claro, mas para Hinata, aquela frieza acabava com qualquer beleza.

-C-com l-licença...- Chamou els. Ele a encarou com um olhar que ela pode deduzir ser nojo, ou desdém, mas não se importou. Sinceramente, estava acostumada com aquilo. - P-poderia me a-ajudar?- O rapaz arqueou as sobrancelhas, porém ela continuou antes dele falar algo. - M-meu irmão se p-prendeu no b-banheiro...- Disse corando ao se lembrar da parte da bomba atômica.
-Está bem...- Disse o rapaz a encarando de modo estranho. Pensava se ela era uma de suas fãs obcecadas, e se perguntava se ela tentaria agarrá-lo no banheiro. Afinal, as santinhas eram as mais safadas no final!

Chegaram no banheiro, porém, Neji havia parado de gritar e tudo estava estranhamente silencioso.

-”Talvez Neji-Nii-San tenha morrido asfixiado com a ... Bomba atômica” Corou Hinata ao pensar nisso. O rapaz moreno arqueou as sobrancelhas novamente com desdém e encarou aquilo como a pior das tentativas de pegar um pedaço dele. Enfim, uma grande e inútil lorota.

-Certo, isso não funciona comigo. - Disse o rapaz encarando a garota seriamente.
-O-o que?- Disse Hinata, sem entender muita coisa.
-Eu sei que você é uma daquelas malucas querendo me agarrar! - Disse o rapaz lhe apontando o dedo acusadoramente, um tanto irritado. – Então, pode esquecer desse plano burro!
-M-mas eu... - Hinata, confusa, tentava dizer, porém o rapaz a sua frente a impedia de falar e estava quase indo embora.
-Ei! Para de falar assim da minha prima! - Berrou Neji dentro do banheiro, indignado. -Saiba que ela nunca vai querer agarrar alguém como você, seu, seu... seu metido!

A única reação do rapaz foi arquear as sobrancelhas boquiaberto e >empurrar>, com uma facilidade espantosa, a porta. Claro, Neji estava empurrando a porta e ele simplesmente devia puxa-lá. Um detalhe tão importante que saiu despercebido por todos. Logo um ar mal cheiroso saiu do local e apareceu um Neji desesperado, descabelado, fedorento e aliviado.

-Finalmente! -Disse erguendo as mãos ao céu. - E você, senhor grosseria, peça desculpas a minha prima!
-Você não disse que eram irmãos? - Perguntou o rapaz ainda surpreso e um tanto chocado, ignorando qualquer coisa que Neji tenha berrado.
-Não é a mesma coisa?- Disseram ambos os Hyuugas ao mesmo tempo, estranhando a pergunta do rapaz.
-Mas isso não importa! Peça desculpas a Hinata ou se não eu vou... - Ameaçava Neji.
- Você fede! - Interrompeu o rapaz, se afastando um pouco de Neji e tampando o nariz com uma cara de nojo.

Neji, surpreso encarou Hinata a procura de uma resposta, ela apenas o encarou corada e fazendo uma expressão que denunciava todos os medos do rapaz. Neji cheirou o próprio e belo cabelo, podendo notar o odor da porcaria do refrigerante, dos gáses putrefatos do intestino de um ser anônimo no banheiro e um leve cheiro enjoativo de tuti-fruti. Cheirou as próprias roupas, que ainda de levarem consigo os gases de uma bomba atômica. Tinham o horrível cheiro de vomito de bebê, mesmo depois de aparentemente ter mijado nas calças e estar, no momento, tendo certeza de que não teria mais filhos devido ao frio.

Pensou, desesperado, em voltar ao banheiro para se lavar, mas logo ouviu o som de mais gases sendo solto começou a optar em ir ao banheiro das mulheres. Correu até ele, assustando algumas mulheres pensando que ele era um mendigo cego ou um tarado mesmo. Estava próximo à porta, porém, desistiu ao ver a fila quilométrica. Com o desespero cada vez maior, fez algo que devia ter feito desde que pisou no parque.

-Hinata, vamos embora!
-M-mas Nii-San, a-agora que vai c-começar o s-segundo ato!-Disse Hinata mais surpresa do que chateada. Logo se calou ao ver a expressão do primo enquanto o mesmo segurava o cabelo. - Certo, vamos..."Antes que você lembre que gelo é água e se jogue no chão para tentar tirar esse cheiro..ugh! Horrivel!..."- Completou em pensamento,encarando o chão para ele não ver o minúsculo riso se formando no rosto da morena ao imaginar a cena.

Murmurou um “obrigada” rápido ao rapaz, ainda de cabeça baixa, e saiu a passos rápidos com Neji, que mais parecia voar do que andar. O rapaz encarou a família ainda chocado. Mesmo morando em um circo, nunca viu pessoas tão esquisitas.

Existe alguém que nunca gostou de circo? Exite sim, Neji nunca gostou de circo e depois daquele dia, a única coisa que Neji pensava enquanto voava em direção ao carro era que odiava mais ainda circos! Era o destino lhe avisando que nunca mais deveria pisar em solo cirquence. Exagero? Neji sempre foi meio neurótico.


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Notas finais do capítulo

A fanfic inicialmente foi feita para concorer a um concurso de one-shot, porém, me apeguei tanto a ela que quis dar uma continuação a história, dar mais fatos... enfim, fazer ela viver.
O resultado disso é esse primeiro capítulo.
Obrigada por lerem essa fanfic!
Kissus sushinianos e tenham uma ótima leitura!

Enamorados³:Termo da língua portuguêsa europeia que se equivale a 'apaixonados' na língua portuguêsa brasileira.



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