–Você que morar com a gente? – ele pergunta.

–Pai você fumou hoje?

–E o respeito fica onde Fernanda? – ele diz.

–Mas é verdade pai, minha mãe nunca ia me deixar morar tão longe dela.

–É pro seu bem, você termina os estudos aqui. – ele tenta me convencer. –Fernanda eu e a Helene queremos muito que você vá com a gente.

–Minha mãe não deixa.

–Mas você nem perguntou ela.

–Quando eu fiquei uns meses com vocês ela quase morreu.

–Sua mãe é chata.

–Quando você foi me fazer ela não era chata. – o provoco.

–Você não que ir por causa dos meninos?

–Não. – minto mais uma vez, é sim por causa dos meninos.

–Então vou ligar pra sua mãe e conversar com ela, se ela deixar mês que vem estamos em L.A. – ele diz empolgado. –Pode ser?

–Pode pai. – ele conseguiu me convencer, apesar de tudo eu sempre sonhei em morar nos Estados Unidos.

–Ok. – alguém chega e conversa alguma coisa com ele que não consigo entender. –Tenho que desligar, mais tarde ligo pra sua mãe, não comenta nada com ela sobre isso. Beijo.

–Ok. Beijo. – ele desliga.

Depois dessa ligação do meu querido papai, nem quis pensar sobre essa viagem, senão eu ia começar a colocar coisa na minha cabeça, tipo muito expectativa e conhecendo muito bem a minha adorável mãe sei muito bem que meu pai vai ganhar um super NÃO. Estou deitada no sofá vendo tv quando meu celular toca novamente (isto é outra coisa que me deixa puta da vida, ninguém está nem aí pra você até ser seu aniversario, acho que todos lembram de você só pode ser pra você convida-los pra festa). O número não faço a mínima ideia de onde seja, é muito esquisito mas atendo assim mesmo.

–Alô?

–Parabéns dona Maria Fernanda. – essa voz irreconhecível.

–Tom? – digo assustada

–Que bom que você ainda lembra-se de mim. – ele ri.

–Lógico que lembro. – meu coração está batendo a mil, esperava ligação de qualquer pessoa menos dele.

–Como você está?

–Bem e você? – minto para mais uma pessoa.

–Ótimo. - alguma mulher começa a falar alguma coisa com ele. – Preciso desligar, mas que você seja muito feliz.

–Obrigado.

–Tchau. – ele desliga. Confesso senti um pouco de ciúmes dessa mulher, não faço a mínima ideia de quem seja, mas senti ciúme.

Nem sei dizer o que senti com a ligação do Tom, pelo menos ele se lembra de mim de alguma forma e parece que ele não está com tanta raiva, e isso é bom. Continuo vendo TV quando alguém bate na porta. Levanto pra atender toda descabelada estou com a pior roupa que tenho.

Quando abro a porta não tinha ninguém, mas olho para o chão e encontro uma caixa média, a pego e entro. Abri-a e tinha outra caixa, abri de novo e tinha outra caixa menor e foi nisso até aparecer uma caixinha pequena, e nela tinha um anel um papel minúsculo, nele escrito Nunca desistirei de você. O anel é aquele solitário (que eu acho perfeito).

Acho que isso foi obra do Tom depois daquela carta eu sei muito bem que ele é romântico e faria isso. Fiquei feliz, apesar de tudo eu gosto do Tom ele me fazia bem e eu troquei o amor dele por nada, porque acabei ficando sem o Bill. Minha vontade é pegar o telefone e ligar pra ele, mas eu não posso fazer isso, ele estava acompanhado e nem tenho certeza se foi ele mesmo que me mandou isso. Vou para meu quarto e guardo a caixa com tudo dentro do meu armário.

Depois de algum tempo minha mãe chega e vai até meu quarto eu estava tentando dormir até ela chegar aos berros.

–FERNANDAAA. – ela entra no quarto gritando. – Levanta agora mocinha.

–Mãe. – tampo minha cabeça. -O aniversário é meu e tenho o direito de fazer o que eu quiser, e quero dormi.

–Mas minhas amigas vão vim aqui cantar parabéns pra você. – ela me destampa. – Você tem que se arrumar agora.

–Eu não acredito nisso mãe. – levanto nervosa. –Como você convida esse povo sem me contar?

–Era pra ser surpresa e seria pior. – ela começa a procurar umas roupas. –Usa esse vestido brando aqui, faz um coque no cabelo e passa uma maquiagem bem leve, e coloca um salto.

–Não mãe. – fico mais nervosa. –Eu não quero festa.

–Não é festa minha querida são só umas amigas minhas que vão vir. – ela começa a sair do quarto. –Vou preparar algumas coisas pra comer e você começa a arrumar.

–Que horas vai ser?

–A noite. – ela desce a escada.

Só isso que me faltava uma festa em plena quinta-feira, e o pior cheio de velha chata me enchendo a paciência, jogando seus netos riquinhos e ridículos pra cima de mim, as amigas da minha mãe são todas interesseiras, elas sabem que meu pai é muito rico por isso sempre quando tem alguma coisa na minha casa elas fazem questão de trazer os netos ou filhos, fazem até disputa pra ver com quem eu vou namorar. Resolvo mexer no computador, ainda está cedo pra começar a me arrumar. Entro em um site de noticias do Tokio Hotel, fazia tempo que não entrava nesses sites. Uma noticia me deixou incomodada.

Tom Kaulitz guitarrista do Tokio Hotel e visto circulando por L.A de mãos dadas com uma moça loira. Vale lembrar que há alguns meses ele terminou o relacionamento com uma jovem alemã, será que agora Tom Kaulitz está namorando novamente?

Uma lágrima escorreu de meus olhos, essa noticia acabou comigo, senti que meu mundo ia desabar ali naquele mesmo momento. Mas quem acabou com nosso relacionamento foi eu, e o Tom não ia ficar a vida toda esperando eu decidir quem eu queria, e também eu fiz muita sacanagem com ele. Desligo o computador vou me arruma, quando estava trocando de roupa escuto minha mãe me gritando dizendo que já tinha tinham chegado convidados, nem me apresso a arrumar, pois sei que são as velhas chatas.

Minha mãe vai me matar porque vesti tudo ao contrario do que ela pediu, coloquei uma calça jeans, um all star bem velho, uma blusa escrita funk you, cabelo solto e uma maquiagem bem preta. Quando chego à sala sou surpreendida tinha muitas pessoas lá, meu pai, as velhas chatas, os netos e filhos das velhas chatas, e só consegui enxergar uma pessoa. Todos começam cantar parabéns e ele sorri pra mim. Todos me abraçam e entregam os presentes, quando chega sua vez ele me abraça muito apertado.

–Parabéns Fernanda.