– Gostou? – Tom me perguntava observando o lugar.

– Sim, é lindo. – olhei para ele. – Você vem aqui sempre?

– Sim. – ele aproximou de mim. – Esse lugar é bom pra pensar. Colocar as idéias no lugar.

– É, parece mesmo. – afastei um pouco.

– Bom, como ti trouxe aqui no meio do nada, eu trouxe algumas coisas pra gente comer. – ele foi até o carro.

– Fernanda vocês lancham e você começa contar tudo para ele tá? – Bill resolveu manifestar.

– O que a gente combinou? – olhei para ele furiosa.

– Ah Fernanda. Ele está no carro. – ele reclamou.

– Ok Bill, depois conversamos. – afastei dele.

Eu estou realmente confusa, eu prometi para o Bill, mais parece que o Tom veio aqui foi pra tentar fugir dos seus problemas. Mais realmente nem sei como começar a contar para ele.

– Fernanda está aqui nosso lanche. – Tom veio em minha direção com uma cesta. – Você, por favor, estende esse pano no chão?

– Sim. – peguei o pano. – Você deve ter demorado pra preparar isso.

– Não. – ele riu. – Na verdade nem fui eu que fiz.

– Deu trabalho para outra pessoa seu espertinho. – comecei a ri.

– É. – ele sorriu. – Só um pouquinho de trabalho, a moça que trabalha na minha casa já está acostumada.

– A, então é aqui que você traz suas ‘namoradas’? – senti no pano.

– Não. – ele também sentou. – Elas são no motel mesmo.

Comemos a metade do que ele levou, parecia que eram umas dez pessoas tudo o que ele levou. Conversamos um pouco sobre nossa vida, ele estava interessado em saber tudo sobre mim. O Bill estava cumprindo o combinado estava quieto, apenas olhando eu e o Tom conversando.

– Fernanda, você tem namorado? – Tom perguntou.

– Não. – desviei meu olhar.

– Você não tem namorado? – ele aproximou. – Como pode uma menina tão linda não ter namorado.

– Não sei. – Encolhi envergonhada. – Mais e você, não está namorando?

– Eu não. – ele me olhou assustado. – Eu só tenho rolos. Mais depois do acidente do Bill as coisas mudaram.

– Como estão as coisas agora? – tentei entrar no assunto principal.

– Mudou muito. – ele ficou com um olhar triste. – Meu irmão faz muita falta, todos estamos sentindo falta dele. Ele dava mais alegria meu mundo, sem ele eu não sou nada.

– É pelas entrevistas que tinha dava pra ver que vocês eram muito unidos. – olhei pra ele.

– É eu amo muito ele, ele está fazendo muita falta. Eu estou me sentindo muito sozinho sem ele comigo. – uma lagrima escorreu no seu rosto.

– Tom, si algum dia aparecesse alguém falando que vê o seu irmão, como você reagiria? – perguntei.

– Não tem como isso acontecer Fernanda, você está vendo muito filme. – ele nem deu idéia.

– Mas...

– Mas nada. – ele interrompeu. – Isso não existe ninguém consegue vê gente morta.

– Mais o Bill não morreu. – tentei insistir no assunto.

– Mais ele está quase morrendo, eles já querem desligar os aparelhos, já não tem mais solução, os médicos já não têm mais o que fazer.

– Mais não pode desistir, ele pode conseguir recuperar é só ter paciência. – tentei argumentar.

– Fernanda fala pra ele que você mi vê. – o Bill começou a falar.

– Tom eu tenho que ti falar uma coisa. – tentei dizer.

– Eu tenho uma coisa pra ti mostrar. – ele aproximou de mim.

– O que? – perguntei.

Nesse momento ele foi aproximando, aproximando e beijou. Eu fiquei surpresa não esperava esse beijo, eu o correspondi, mais sabia que não podia continuar, eu fiz uma promessa para o Bill. E falando no Bill, senti como si ele não tivesse mais lá, imediatamente interrompi o beijo.

– Tom? – afastei-me dele.

Realmente o Bill não estava ali.

– O que Fernanda? – ele ficou surpreso. – Não gostou do beijo?

– Não é isso. – tentei mi recuperar. – Eu preciso te contar uma coisa.

– O que? – ele me olhava.

– Si eu ti dizer que vejo o Bill, você acreditaria em mim? – eu disse.

– Isso não existe Fernanda. – ele me olhava. – Pode falar que não gostou do beijo, mais não precisa colocar meu irmão no meio.

– Mais eu vejo o seu irmão.