The Squitcher escrita por vikthorcosta


Capítulo 8
8 - Secreto


Notas iniciais do capítulo

Postando de internet emprestada, tentarei não demorar muito para postar novos capítulos.
Estou esperando reviews :3



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            Os dados rolaram e todos ficaram atentos ao seu resultado.

            - Sete! – Gritou a garota – Já que é um número ímpar eu posso usar meu especial de fogo e... boooom!! Seu mago já era!

            O adversário nerd recolheu a carta enquanto ela comemorava.

            Jade Ameida recolheu suas fichas de pontos com toda a felicidade do mundo. Ela amava RPGs, seja eles virtuais ou de tabuleiro.

            - Com licença, você é veterana não é? – Disse uma caloura – Você poderia me ajudar com essa questão? Você é de medicina, não é?

            - Sou sim! Claro que ajudo! – Respondeu Jade.

            Modéstia a parte, Jade se considerava uma aluna inteligente, ela havia perdido para uma aluna de direito o prêmio de melhor aluna da faculdade, mas não se importava com isso.

            Calmamente ela foi explicando o assunto de medicina para a garota, era comum isso acontecer. Os calouros sempre iam até ela tirar dúvidas de assuntos.

            O celular de Jade emitiu um bipe, ela havia recebido uma mensagem. Ela continha somente uma palavra:

            - Mudora? – Exclamou Jade franzindo a testa – Deve ser alguma brincadeira de um dos garotos da sala...

            Jade continuou a explicação por aproximadamente dez minutos.

            - Bem, eu já vou Jade! – Disse o amigo dela guardando o RPG.

            - Tudo bem! – Disse ela – Eu vejo vocês daqui a pouco!

            - Obrigada por me ajudar! Você está sempre livre a esse horário? – Perguntou a caloura inocentemente.

            - Na verdade não... Hoje meu professor dos dois primeiros tempos faltou... – Disse Jade com sinceridade.

            - Então... Eu acho que eu vi você na sexta-feira livre aqui na escola... Você tem tempo livre? No... Quinto tempo?

            - Não, no quinto tempo eu geralmente tenho aulas no laboratório. Mas no quarto tempo da sexta-feira eu estou livre!

            - Então o que você estava fazendo fora do laboratório no quinto tempo da sexta-feira? – Perguntou a caloura com seus olhos cinza e penetrantes.

            Jade encarou assustada sua inquisidora.

            - O que você está querendo dizer?

            - Eu estou falando sobre o The Pointer! – Disse a caloura de mechas roxas.

            Jade arregalou os olhos e deu um pulo para trás, pegando sua mochila e correndo para dentro do prédio da faculdade enquanto a campainha ecoava pelos corredores.

            - Outra suspeita... – Disse a caloura.

            Ela puxou seu caderno e arrancou as folhas que Jade havia rabiscado ensinando um assunto que Melanie nunca havia ouvido falar na vida, pelo jeito sua atuação fora convincente.

            Puxando da bolsa seu notebook, que estava em modo de espera, abriu a pasta do “Caso Tanuki” e depois a subpasta “Caminho das Pedras” para editar mais um item sobre Jade Almeida.

            Jade Almeida

            Porcentagem de suspeitas: 0,67%|

            Porcentagem de suspeitas:|

            Porcentagem de suspeitas: 1,5%|

            Segundo a concepção de Melanie, agora não só Jade como também Agatha, possuíam quase três vezes mais chances de ser o The Pointer.

            Ambas agiram de maneira estranha quando ela se referiu ao dia em que elas gazearam a aula da sexta-feira. Obviamente não queriam que ninguém soubesse o que elas estavam fazendo.

            Uma delas poderia ser o The Pointer.

            “Ou então...” Pensava Melanie “As duas podem sê-lo ao mesmo tempo”!

            Caso as duas fossem o The Pointer, elas poderiam despistar Melanie com o horário dos posts, caso uma postasse no momento em que a outra estivesse ocupada e vice-versa.

            - Melanie! – Disse a voz de Pedro que surgiu atrás dela, irritado – Então é aqui que você está? Nós apresentamos o trabalho sozinhos!!

            - Eu preciso ficar de olho...

            - O quê?

            - Vem comigo!

            Melanie enfiou suas coisas dentro da bolsa e saiu correndo na direção do prédio principal. Subindo as escadas encontrou a sala onde se encontrava o terceiro período de medicina.

            - O que você está fazendo? – Perguntou Pedro já cansado depois da correria – Vamos voltar logo pra sala! O próximo professor já vai chegar!

            Mas ela não ouviu o que Pedro disse, ela estava com a cabeça cheia de teorias e excitação por estar tão perto da resolução desse mistério.

            A maçaneta da porta se mexeu e no mesmo instante Melanie puxou Pedro e os dois esconderam-se no corredor perpendicular.

            Um milésimo de segundo antes de esconder-se, Melanie vira uma Jade afobada e cautelosa que felizmente correra na direção oposta.

            - Isso tem algo a ver com... O SMS... – Sibilou Melanie.

            - SMS? – Exclamou Pedro confuso.

            - Enquanto ela estava me ensinando, ela recebeu um SMS com algum tipo de código, talvez um jogo de letras! – Disse Melanie.

            - Como assim?

            - Era só uma palavra, não fazia sentido algum! Era “Mudora”, eu acho...

            - Mudora? Eu acho que isso é de um jogo! – Disse Pedro.

            “É claro”! Pensou Melanie “Gírias ou expressões de jogos só são compreendidas por aqueles que jogam, e Jade era uma viciada em RPGs”!

            - E o que significa? – Perguntou Melanie toda cheia de euforia.

            - Eu não lembro muito bem, mas eu acho que no jogo “The Legend of Zelda – A link to the past” havia um item chamado “Book of Mudora” que permitia traduzir certos textos ininteligíveis!

            - Cuma?

            - Existiam certas inscrições em que apareciam somente símbolos estranhos, você usava o “Book of Mudora” pra traduzir isso! – Disse Pedro.

            - “Book of Mudora” é um livro, não é? Então esse código, para Jade, quer dizer que ela deve ir para a biblioteca?

            - Pelo o que eu me lembro, ele ficava numa espécie de biblioteca distante da cidade principal, que era o “Kakariko Village”...

            - É ISSO! – Exclamou Melanie eufórica – Me desculpe Pedro, mas eu tenho que ir sozinha! Você é muito devagar e chama muita atenção!

            - Eu não quero ir com você!

            - Não adianta insistir, Pedro! – Disse Melanie correndo na direção em que Jade fora, esperando não esbarrar com ela pelo caminho.

            Pedro suspirou e deu meia-volta para retornar à sala.

            ...

            A faculdade era enorme e sua biblioteca tão grande quanto ela própria. Vários alunos de outras escolas e instituições iam até ela só para consultar o acervo de livros.

            A biblioteca vivia recebendo doações e possuía vários exemplares de um mesmo livro. Para não ocupar muito espaço nas prateleiras, grande parte dos livros repetidos era guardada num galpão velho na parte abandonada da escola.

            Ali também eram armazenados os livros danificados e outros itens como pastas, pincéis de lousa secos, material de limpeza e etc.

            O galpão era relativamente pequeno comparado com o resto da estrutura da faculdade. Ele possuía pouco mais de 80 metros quadrados e tinha o teto baixo. Sua entrada era fechada com um portão velho de arame entrançado.

            Durante o intervalo, alguns alunos se reuniam ao redor dele, pois lá era um canto onde eles ficavam relativamente “em paz”. Mas durante as aulas, o local ficava deserto e um silêncio perturbador assolava o local.

            Melanie chegou lá ofegante. Se sua interpretação estivesse correta, era para lá  que Jade estaria indo, isso se ela já não estivesse lá dentro.

            A garota analisou o portão, que era trancado com uma corrente e um cadeado. Ela empurrou-o um pouco tentando não fazer barulho até abrir uma pequena brecha, por onde tentou enfiar-se sem fazer barulho. Sua sorte é que ela era magra.

            Antes de passar metade do seu corpo para o lado de dentro, ela ouviu o som de uma pessoa correndo em sua direção no lado de fora. Impulsivamente se jogou dentro do galpão e esbarrou-se com uma coleção de pastas velhas e empoeiradas que estavam empilhadas, fazendo um barulho que ecoou no galpão.

            - Jade? – Perguntou uma voz dentro do galpão, oculta nas sombras.

            - Sou eu! – Respondeu Jade do lado de fora, tão ofegante quanto Melanie.

            Era o som dos passos de Jade que Melanie ouvira do lado de fora. A garota nerd deslizou a corrente para a parte mais alta do portão e abriu uma brecha maior para passar, embora ainda tenha passado com dificuldade.

            Das sombras surgiu Agatha, era ela quem estivera esperando por Jade dentro do galpão. Ela parecia estar eufórica e preocupada. Nenhuma das duas garotas pareceu notar a presença de Melanie ali, oculta na penumbra em meio às pastas.

            - Hoje aconteceu algo muito estranho! – Disse Agatha, nervosa – Eu precisava lhe contar!

            - Comigo também aconteceu algo muito estranho! – Disse Jade, esbaforida – Uma caloura de mechas roxas me perguntou onde eu estava no quinto tempo da sexta-feira passada!

            - Você também?! – Exclamou Agatha surpresa – Comigo foi a mesma coisa!

            - Eu demorei porque eu rodei um pouco pelo campus, tentando despistá-la! – Disse Jade – Quando eu perguntei por que ela estava fazendo essas perguntas, ela me disse que estava falando sobre o Finger Point!

            - Meu Deus! – Exclamou Agatha cobrindo a boca com as mãos, numa expressão de espanto.

            A campainha da faculdade tocou distante. O coração de Melanie em seu esconderijo improvisado estava a mil por hora. Tudo aquilo era estupidamente suspeito, mas alguma coisa ainda não estava certa, afinal o The Pointer sabia quem era Melanie, pois certamente já havia visto sua foto no blog Melanina. Então, se elas realmente são o The Pointer, por que elas não conhecem Melanie?

            - Será que isso foi uma espécie de ameaça? – Exclamou Agatha.

            - Eu não sei... – Disse Jade – Se essa garota for o The Pointer e souber sobre nós... Estaremos perdidas!

            - Você... Você está com medo? – Perguntou Agatha.

            Jade encarou os olhos da outra garota e depois avançou para abraça-la.

            - Agora não estou mais com medo... – Disse Jade, dando um beijo profundo em Agatha enquanto ainda abraçava-a.

            As duas veteranas se beijavam e se tocavam intimamente, o fogo da paixão as dominava por dentro e elas não mais se importavam caso fossem descobertas ou não, elas só queriam viver aquilo intensamente o quanto pudessem viver.

            Por uma fração de tempo, Agatha abriu os olhos e então viu os olhar cinza de Melanie em meio às pastas velhas, fitando-as com espanto.

            A veterana abafou um grito de surpresa, Jade olhou para trás também assustada e depois a raiva veio à tona.

            Melanie tentou levantar-se rapidamente, mas tropeçou nas pastas que estavam ao seus pés e caiu novamente. Jade e Agatha avançaram sobre ela com ira, enquanto Melanie tentava empurrá-la com os pés.

            - PAREM! PAREM COM ISSO! EU SOU A MELANIE!! – Gritava a caloura, pela primeira vez depois de tanto tempo se sentindo tão frágil – EU SOU A MELANIE!!

            Melanie esperava que elas soubessem quem ela fosse, pois se elas sabiam o que era o Finger Point, elas deveriam saber que fora ela quem havia declarado guerra ao The Pointer.

            Jade conseguiu imobilizar as pernas de Melanie e Agatha caíra sobre ela, com a mão pronta para desferir um golpe no rosto da caloura.

            Melanie pegou uma das pastas duras que estavam ao seu redor e acertou Agatha na bochecha com toda a força, fazendo-a tombar para o lado.

            A caloura ergueu o tronco e puxou a estante que estava ao seu lado. Fazendo cair sobre elas uma enxurrada de livros velhos e cheios de ácaro. Jade finalmente soltara suas pernas.

            Com dificuldade, Melanie saiu de baixo da estante e se levantou, tateando a parede ao redor em busca de algo para se defender das duas veteranas.

            Jade foi a segunda a conseguir sair do meio de livros. Ela havia machucado seu braço, suas costas doíam muito e também tentava controlar a vontade de chorar.

            Ela nunca havia brigado na vida e não gostava disso, mas agora isso era necessário. Aquela garota colocava em risco a sua vida social. Caso os pais delas descobrissem que ela era lésbica, ela provavelmente seria expulsa de casa!

            A mão de Melanie tocou em um objeto frio e longo. Era uma barra de ferro que um dia pertencera a uma espécie de rodo e fora abandonada dentro do galpão.

            Jade engoliu o choro e emitiu uma espécie de urro, passando por cima da estante caída e indo em direção a Melanie, segurando a barra de ferro e empurrando a sua adversária contra a parede.

            A barra estava sobre pescoço de Melanie e comprimia-o contra a parede. A caloura estava quase sem ar quando conseguiu derrubar Jade no chão.

            Agora o jogo estava invertido, era Melanie quem segurava a barra e pressionava o pescoço de Jade contra o chão.

            Agatha conseguiu sair do meio dos entulhos e viu a cena. A raiva cresceu mais ainda em seu coração e, tateando no escuro, ela conseguiu achar uma espécie de bastão de madeira velho em meio aos entulhos.

            “Um golpe rápido e forte na cabeça e estará tudo acabado”! Pensava Agatha. “Só um golpe e tudo vai ficar bem”!

            A veterana ergueu o bastão para acertar a cabeça de Melanie, mas então viu Jade, quase sem ar, com os olhos abertos olhando em sua direção.

            Deles desciam lágrimas. Aqueles belos olhos castanhos que tantas vezes ela vira transmitir alegria e amor agora estava sofrendo, era sofrimento e nada mais que saiam daqueles olhos.

            As mãos de Agatha tremeram e o bastão caiu de suas mãos.

            - PARE COM ISSO! – Gritou Agatha caindo de joelhos – PARE COM ISSO POR FAVOR! NÃO A FAÇA SOFRER! PARE!!

            Melanie retirou a barra de ferro e jogou-a para longe dali, em seguida afastou-se e sentou-se no chão em um canto distante.

            Agatha caiu sobre Jade e começou a beijá-la, as duas cansadas e ofegantes, beijava seu pescoço e seu rosto, agora as duas estavam chorando.

            - Não chores, Jade! – Dizia Agatha em meio aos soluços – Eu estou aqui! Não chores mais! Por favor, não chores...

            A caloura não conseguiu segurar as lágrimas também.

            ...

            - Eu... Eu sou Melanie Huxley... – Disse ela tentando encontrar as palavras certas – Em meu blog, o Melanina, eu declarei uma guerra contra o Finger Point... Eu estava investigando os alunos que possivelmente seriam o The Pointer e vocês... bem, vocês duas eram suspeitas também...

            No galpão escuro, as três garotas agora se olhavam constrangidas.

            - Me desculpem por tudo... – Disse Melanie sem conseguir olhar para nenhuma das duas – Ninguém vai saber sobre vocês duas... Me desculpem...

            Um silêncio constrangedor reinou por certo tempo.

            - Na sexta-feira passada... – Disse Agatha – Eu e Jade estávamos aqui... Nós não fizemos o chat do The Pointer, se é isso que está pensando...

            - Por favor! – Disse Jade – Não conte a ninguém! Todos pensam que nós duas nem nos falamos, quanto mais...

            - Eu não contarei... – Disse Melanie – Eu não contarei a ninguém...

            Silêncio novamente.


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Notas finais do capítulo

Eu estava inspirado... Postem nos reviews as dúvidas, reclamações, elogios etecétera e tal...



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