O telefone tocava na casa que Melinda Tripp agora dividia com o noivo e o futuro enteado, fazendo-a deixar o almoço de lado para ir atendê-lo. Fazia alguns meses que ele a tinha pedido em casamento, mas a festa já tinha data marcada.

MT: Alô ? – Ela perguntou quando o identificador de chamadas mostrou um número desconhecido.

LP: O Greg, por favor ? – A voz do outro lado parecia um pouco confusa, embora não tanto quanto a noiva do CSI estava.

MT: Quem fala ?

LP: Você pode me passar pra ele, por favor ? – Ela já parecia impaciente. – Com quem eu estou falando ?

MT: Com a noiva dele ! – Ela sorriu triunfante ao perceber o silêncio do outro lado. – Quer deixar recado ? – Melinda não conseguiu disfarçar na voz o tom de vitória, mas tentou parecer simpática.

LP: Diga apenas que Lacey ligou.

MT: Lacey ? – Ela se surpreendeu, mas a mulher do outro lado já tinha desligado.

BS: Mel ? – Com algum esforço ele conseguiu tirá-la daquela espécie de transe. – O que houve ? Está tudo bem ?

MT: Claro, claro. Por que não estaria, certo ? – Ela deu um sorriso forçado e seguiu para a cozinha.

QUANDO GREG CHEGOU EM CASA...

MT: Sabe quem ligou hoje ? – Ela se virou e o encarou.

GS: Quem ? – Ele deu uma mordida na maçã em suas mãos.

MT: Lacey. – Ela o olhava, seus olhos verdes cheios de uma insatisfação que não fazia questão de ser escondida.

Greg foi até a porta da cozinha e olhou na direção da sala de estar. Brian ainda estava lá. Olhou para o relógio. Dez e meia.

GS: Brian. Pra cama. – O garoto o olhou como se pedisse mais algum tempo, mas Greg não desfez sua expressão séria. – E não pense em descer, eu e Mel vamos ter uma conversa séria. – Brian suspirou, mas assentiu. Não demorou muito para que eles ouvissem a porta do quarto se fechando. Greg suspirou e se virou para a noiva. Ela entendeu que não devia pegar pesado com ele. Foi até onde ele estava e o abraçou.

MT: O que vai fazer a respeito ? – Ele a afastou e a olhou confuso. – Você sabe, ela está em Vegas, ela está procurando você. Ela pode muito bem parar o Brian na rua e dizer que é mãe dele. E se ela fizer isso, bom, não é só você quem vai perder algo. As meninas já sabem. Se o Brian souber que a Maddy sabe, você sabe o que vai acontecer.

GS: Acho que eu preciso contar pra ele... certo ? – Ele franziu a testa em sinal de dúvida.

MT: Não fique assim, vai dar tudo certo. – Ela sorriu e lhe deu um beijo. – Agora, suba lá e conte tudo a ele. – Greg respirou fundo e subiu.

Ele estava no corredor. Podia ouvir Brian andando de um lado pro outro no quarto. Ele só fazia isso quando estava no telefone. Parou em frente à porta, mas deteve-se quando ouviu o filho falar com alguém. Ele realmente estava no telefone.

BS: Não, cara, eu sei. – Estava claro que ele falava com Nate. – É só que às vezes eu penso que é algo sobre minha mãe. Eu te contei o que a Maddy disse naquele dia. – Ele esperou um pouco. – Não, não vou tirar conclusões precipitadas. – Mais um tempo de passou até que ele falasse de novo. – Eu sei que pode não ser isso. Outras vezes eu penso que o relacionamento entre meu pai e a Mel não é tão forte quanto parece. – Um curto tempo se passou. – Não sei. Mas eu não quero que eles se separem. Eu gosto muito da Mel, tenho certeza que o meu pai também. – Brian ouviu mais um pouco e voltou a falar. – Tá, cara. Valeu por me ouvir. – Ouviu mais um pouco e falou as últimas palavras antes de desligar. – Não, a Maddy é meio impaciente pra isso. Até. – Greg ouviu o telefone sendo colocado na base e resolveu sair de perto da porta. Não contaria ainda. Desceu e encontrou a noiva sentada no sofá com um sorriso que demonstrava sua decepção.

MT: Eu sabia que você não contaria. – Ela passou sem o olhar e foi em direção ao banheiro.

NO DIA SEGUINTE. SALA DE INTERROGATÓRIO.

LP: O que eu estou fazendo aqui ? Eu já disse que não matei aquele cara.

JB: Então você pode me dizer o que estava fazendo na escola naquele dia. – Ele disse que seu típico sorriso irônico.

LP: Quantas vezes eu vou ter que repetir ? Eu estava lá porque o Matt levou um soco daquela garota. Eu encontrei o Greg lá, pergunte a ele. – Greg apenas observava o interrogatório. Sabia que não podia chegar perto de Lacey, porque ela o usaria. Ouviu a porta ser aberta, mas não ligou. – Você sabe que o Matthew é irmão do Brian, nós prometemos nunca mais chegar perto um do outro, mas eu tinha que fazer meu filho conhecer o pai. É óbvio que Greg não ficou feliz em me ver e, quando eu tentei convencê-lo de sairmos, ele me mostrou aquela maldita aliança. Pergunte a ele é tudo verdade. – Greg deu um soco na mesa a sua frente. Sabia que ela o usaria.

BS: Por quanto tempo você pretendia me esconder isso ? – Greg levantou os olhos subitamente e encarou o filho surpreso.

GS: Brian... O que você está fazendo aqui ? – Não passava de um sussurro, mas mesmo assim Brian o ouvia.

BS: Você esqueceu o celular em casa. – Ele caminhou em passos largos até o pai, colocou o celular em cima da mesa e saiu daquela sala que começava a ficar apertada demais para ele e a incontrolável raiva que crescia em seu peito.

Pegou o celular e ligou pra única pessoa que podia reconfortá-lo agora. Eles estavam sem aula por causa das investigações, então ela deveria estar em casa.

MS: Alô ? – Ela parecia sorridente.

BS: Maddy. Pode vir até a minha casa ? A Mel saiu, precisamos conversar.

MS: Claro, mas... O que houve ? – Ela ficara preocupada com a seriedade de Brian.

BS: Apenas me encontre lá. – Desligou.

Depois que Brian chegou em casa, não demorou muito para que Maddy também chegasse. Ela o encarou preocupada e ele a puxou para um beijo urgente, que a deixou sem fôlego.

MS: O que houve ? – Ela perguntou ainda abraçada a ele. Ele respirou fundo antes de responder.

BS: Eu descobri que minha mãe está viva. E que aquele idiota do Matthew é meu irmão. – Maddy arregalou os olhos surpresa e Brian não deixou de notar isso. – Você já sabia, não é ? Por isso me perguntou aquilo naquele dia. DROGA, MADDY, POR QUE NÃO ME CONTOU ? – Ele perguntava alterado.