Eu não fazia mínima ideia de que horas eram quando eu acordei sozinha no quarto.

O céu estava totalmente nublado, o que o deixava meio escuro dando a sensação de fim de tarde. Olhei ao redor procurando por Sasuke, mas não havia nem sinal dele ali.

“Onde ele estava” Foi a primeira pergunta que passou na minha mente.

Novamente aquele sentimento incômodo de posse se fez presente em  meu peito, e eu me senti irritada.
Irritada por Sasuke não estar ali, irritada por não saber onde ele estava e com quem  estava.

Era tão estranho. Até aquele  momento eu nunca havia ficado irritada por não saber onde Sasuke estava e muito menos com quem.

E o simples pensamento que ele poderia estar com Karin me deixava extremamente ansiosa e mal humorada.

A imagem que Sasuke havia me mostrado deles juntos vinham em minha mente tão nitidamente que parecia que eu havia acabado de presencia-las.

O ciúme que eu estava sentindo em relação a ele era tão insuportável que me dava até vontade de chorar

Definitivamente eu não poderia estar sentindo aquilo, eu não queria sentir aquilo, era tão anormal me sentir daquele jeito por causa dele.

Eu estava totalmente arrependida de ter topado ir a aquela festa com Tenten. Com certeza se eu não tivesse ido nada daquilo teria acontecido.

Sasuke não teria ficado tão nervoso e nem teria ameaçado minha família, e com certeza Tenten e eu não teríamos quase sido mortas.

Pensar em Tenten me deixava preocupada. Eu não sabia o que havia acontecido a ela. A única coisa que me lembrava era de ter á visto agarrada a Neji naquela sala no terceiro andar na festa.

Eu esperava que ele não houvesse ficado muito bravo com ela, e que não a houvesse machucado.

Não sei por quanto tempo eu continuei deitada sore a cama, perdidas em pensamentos. Pensamentos em relação a Sasuke.

Mesmo que eu tentasse não pensar nele, minha mente me traía. Havia tantas coisas que em que ele me confundia.

Eu não conseguia imaginar o porquê dele ser tão inconstante, quer dizer, tinha momentos que ele era tão frio e cruel, outros em que  parecia tão intenso e quase gentil, e como ele parecia tão preocupado quando eu tinha ataques de asma como se tivesse medo de me perder, como se eu fosse importante,  quase como se eu significasse mais do que sangue para ele.  

Eu queria entendê-lo.

Eu queria entender o porque dele se achar o meu dono, o por que dele ter dito que me odiou por duzentos anos, o porque dele ter dito que me faria pagar por te-lo feito esperar.
Havia muitas perguntas na minha mente, e ao mesmo tempo em que eu sentia que deveria buscar as respostas, eu sentia medo do que eu poderia descobrir.

                                        ***
Quando decidir me levantar e sair da cama,  sentir a lateral direita do meu corpo, próxima as minhas costelas queimarem, e gemi de dor.

Eu havia me esquecido que Usui havia me acertado, bem ali. Eu nem precisava tirar o vestido para ter certeza que havia um hematoma.

Não demorei a achar o acendedor de luz, e quando vi meu reflexo no espelho me assustei.

Minha bochecha no lado direito estava roxa e levemente inchada.

Eu havia me esquecido totalmente que Usui também havia me acertado um tapa no rosto.
E que tapa.

- Droga... Praguejei baixinho.  Como eu iria explicar para meus colegas de sala aquilo no meu rosto, fora que nos meus braços, havia dez marcas de dedos, cinco de cada lado, que foram causadas por Sasuke.

Parecia que eu havia sido espancada. Literalmente.

- Por que você não toma um banho primeiro e depois damos um jeito nessas marcas?

Eu pulei de susto quando ouvi uma voz ao meu lado.

Me virei para a direita automaticamente dando de cara com uma garota.

Ela era uns dois palmos mais alta do que eu e parecia ter uns dezoito anos.

Ela era linda.Tinha longos cabelos lisos e negros, pele branca e os olhos eram de um negro quase tão intenso como os de Sasuke

- Quem é você? Perguntei.

- Ah, me desculpe... Ela disse. – Me chamo Uchiha Aynami, prazer. Completou e sorriu.

Eu não sorri de volta e nem disse meu nome. Minha mente parecia ter congelado quando ela disse Uchiha.

- Você é uma Uchiha? Foi a única coisa que saiu da minha boca.

- Eu sou a esposa do Itachi-kun.

 Aquilo sim foi uma surpresa. Nunca que eu teria imaginado que Itachi fosse casado.

- Pela sua cara parece que ser uma Uchiha é crime. Ela disse, e eu pude notar o tom de brincadeira em sua voz.

- Me desculpe... – Pedi. – Eu não fazia ideia de que Sasuke tinha uma cunhada.

- Tudo bem, se eu estivesse na sua pele também reagiria assim quando encontrasse com um Uchiha, mas espero que possamos ser amigas.

- Claro. Respondi. 

- Que bom - Ela disse. – Eu me sinto tão só sem ter outra companhia do sexo feminino aqui na mansão, o Itachi-Kun é muito ocupado e não pode passar todo o tempo comigo, e com as empregadas não da pra se ter uma conversa decente por que elas concordam com tudo que digo... Um bando de bajuladoras... Mas estou tão feliz de finalmente te conhecer Sakura-Chan, nós vamos nos dar super bem você vai ver...

Eu só pude sorrir e concordar com a cabeça e fingir ignorar o fato de que eu não havia falado meu nome para ela.
Minha primeira impressão de Aynami era que ela era uma criatura muito doce e que falava pelos cotovelos. Eu gostei dela.

- Eu irei te ajudar a preparar seu banho. Ela disse.

- Não precisa... –Respondi. – Eu mesmo posso prepara-lo, não precisa se incomodar...

-Não vai ser incomodo algum e além, disso, nos vamos ser amigas a parti de agora então não tem problema.

- Mas... – Tentei argumentar.

- Sem, mas, eu vou ajuda-la que tipo de amiga seria eu se não te ajudasse.

- Mas, estou bem...

- Como você pode estar bem depois de quase ser devorada por um demônio?
- Como você sabe sobre isso? Perguntei desconfiada

- Isso não vem ao caso, mas você teve muita sorte... Ela disse seria. - São raros os humanos que sobrevivem ao ataque de um demônio, e você deve ser muita grata ao Sasuke-San, afinal se não fosse por ele você estaria morta á uma hora dessas.

Eu não tive nem como retrucar as palavras de Aynami, Sasuke realmente salvara minha vida, e eu nem ao menos o havia agradecido por isso.

Eu deveria agradecê-lo, mas, não queria. Quer dizer Sasuke para mim era o culpado.

Na minha cabeça havia muitos motivos do por que eu não deveria agradecê-lo, e um deles era o meu orgulho.
 Era estranho, mas pensar em agradecê-lo me parecia que era ceder, era como se eu dissesse “Você ganhou e eu perdi”

E apesar de toda aquela vontade que eu tinha de entendê-lo. Eu ainda não estava disposta a levantar a bandeira branca e me render como um coelhinho assustado diante do lobo mau.

Sasuke poderia ser complexo e assustador, mas eu não o daria a satisfação de me ver desistir sem lutar.

Eu iria enfrentar meus medos e iria descobrir as respostas, mesmo se eu não gostasse delas. Eu não iria mais ficar no escuro esperando as coisas acontecerem.

Eu estava decidida.
                                                         ***

- Se você colocar seu cabelo de lado assim, ira esconder um pouco esse hematoma no seu rosto  - Aynami disse não muito convincente. – O melhor mesmo vai ser você pedir ao Sasuke-San que cure isto.

- Tudo bem. – Eu disse. Eu nem estava mais tão preocupada com as marcas no meu corpo, naquele momento o que mais me preocupava era a fome que eu estava sentindo.

 Não me lembrava qual havia sido a ultima vez que eu havia comido, e pelo tanto que meu estômago doía deveria ter sido a muitas horas. E o pior de tudo é que eu não fazia a mínima ideia se na mansão Uchiha havia comida para humanos. Afinal,  eles eram vampiros.

- Pelo menos o vestido caiu como uma luva em você ... – Aynami cortou meus pensamentos e eu desviei a atenção para o vestido que ela havia me emprestado.
Um vestido de verão na cor verde claro que batia até a metade das minhas coxas.

- Ficou muito bonito em você  - Ela disse. – Realça  seus olhos e o seus seios ficaram atraentes neste decote.

- Obrigada. Agradeci sem graça.

- Os machos do Clãn Uchiha são atraídos por seios... - Aynami falou. – Pelo menos o meu Itachi-Kun adora, e se você quiser seduzir o Sasuke-San mostre o seus.

Eu não pude evitar de olhar para os protuberantes seios dela e me sentir uma tabua de passar, comparada aos dela meus seios eram como laranjas ao lado de melões.

- Eu não pretendo seduzi-lo. Falei por fim. – De onde você tirou esta ideia?

- Bom, a Karin vive tentando...

- Como? - Perguntei. O ciúmes querendo me dominar novamente.

- Não é nada  - Ela disse. – Vou buscar algo para você se alimentar.

- Posso ir com você?  - Perguntei. Eu não queria ficar presa naquele quarto.

- Não! A voz dela saíra umas duas notas mais alta.

- Oh, desculpe... - Pedi sem graça.   Eu deveria ter feito uma expressão muito desolada, pois Aynami logo explicou.

- Sasuke -San só me deixou conhece-la por que dei minha palavra que não a deixaria sair  do quarto, a muitos puro sangue lá em baixo e não seria seguro deixa-los vê-la ou  sentirem seu cheiro.

- A tal reunião esta sendo feita aqui? – Perguntei. 

- Sim...

- E por que você não esta participando?

- Oh, meu Itachi-Kun jamais permitiria que eu participasse de reuniões, ele é muito possessivo e fica muito bravo quando o desobedeço.

- Ele é algum tipo de tirano? Eu sabia que estava sendo curiosa, mas Itachi não me parecia ser tão possessivo.

- Não, ele é um  doce, mas eu nunca faria algo que o desagradasse  – Ela falou. – Agora espere aqui que já volto.

E num piscar de olhos Aynami não estava mais no quarto.

Continua...