Crazy escrita por Guardian


Capítulo 24
O fim do pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Consegui responder todos os reviews do último capítulo!!! \\^o^/
Geeeente, considero isso uma conquista *----*



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Meu corpo está pesado... *bip*

 Ai, eu não quero levantar... Pra quê? Vai ser só mais um maldito dia nesse castigo de merda mesmo. Eu queria tanto meus chocolates de volta... *bip* Juro que quando isso acabar eu vou tentar me controlar até o limite para não bater em ninguém, por mais que esse alguém mereça.

 Tentei virar de lado na cama, mas não consegui. O que era que estava espetando o meu braço? *bip* E minha perna também parecia não querer colaborar com o ato.

 Minhas pálpebras estão estranhamente pesadas, mas eu não estou com a mínima vontade de abrir os olhos mesmo, então o que importa?Depois eu descobro o que é isso espetando meu braço, afinal, que mal vai fazer dormir um pouco mais? *bip*

 Mas... Que cheiro é esse? Álcool?... Não...  Produto de limpeza?... Também não... Borracha?... Acho que era mais uma mistura de todos eles do que um em particular. Mas por que esse cheiro logo de manhã no quarto? Que saco, o que será que o Matt fez?! *bip*

 ... Matt?

 Espera...

 *bip*

 E que porcaria de "bip" irritante é esse?!

 ...

 Abri os olhos de uma vez, e claro, não foi uma coisa muito inteligente de se fazer. Por que? Por causa da luz esbranquiçada que me forçou a ficar piscando sem parar e fez meus olhos arderem, claro.

 A questão era que eu me lembrei.

 Mas a pergunta é: como eu pude esquecer? Mesmo que por um instante, como isso pôde fugir da minha mente assim?

 Alex Corliss... Algemas... Cadeiras... Matt todo machucado... Mato... Uma arma... Near levou um tiro, eu levei um tiro, Matt... O que tinha acontecido com Matt? Corliss estava em cima dele, L chegou e... L?

 Quando meus olhos acostumaram-se com a luminosidade, eu pude enfim observar o lugar onde eu estava. "Bips", cheiros estranhos, choro de criança. Eu deveria ter deduzido antes que se tratava de um hospital.

 Os "bips" irritantes vinham do monitor cardíaco ao meu lado, e a "coisa" incômoda em meu braço era agulha de soro que penetrava minha pele. Meus pulsos estavam totalmente enfaixados e eu não sentia mais o mesmo ardor de antes. E por baixo daquele conjunto de roupa hospitalar, apesar de não conseguir ver, eu conseguia sentir algo envolvendo minha coxa, no local onde o tiro acertara. Mas também não sentia direito a dor que deveria sentir. E um viva aos analgésicos!

 Olhei em volta, prestando atenção no quarto. Tinha uma sofá cor de creme encostado na parede, uma grande janela que, pelas árvores que se faziam ver, dava direto para o jardim, e... Desenhos na parede?... Área pediátrica?! Aff, fala sério! Eu sou sequestrado, quase morro, e me colocam na área pediátrica??

 - Que bom que acordou, Mello - ouvi alguém dizer da porta.

L... Ah, é mesmo. Ele sempre pede para chamá-lo de Ryuzaki quando não estivermos sozinhos no orfanato. Afinal, lá, Matt, Near e eu éramos os únicos que sabíamos quem ele era. Com exceção de Roger, claro.

 - Ryuzaki... - era incrível como de repente minha garganta parecia seca e áspera. Mas não importava. Porque a visão de L fez o desespero, o medo, que até alguns instantes atrás pareciam estranhamente latentes dentro de mim, como se eu apenas tivesse tido um pesadelo particularmente ruim e mantivesse um gosto ruim na boca ao acordar, voltassem com tudo - E eles? Estão bem?Matt não... Near também estava... E Corliss? Você o pegou, né? E...

 - Mello, fique quieto um pouco - ele me interrompeu, aproximando-se mais. Eu não gostava disso, eu não conseguia decifrar a expressão dele e muito menos os pensamentos que ela ocultava. Mas o que ele falou a seguir era totalmente o oposto do que eu esperava e temia - Matt e Near estão vivos. Não vou dizer uma mentira tão óbvia como "estão bem", porque depois do que aconteceu, "estar bem" é algo praticamente impossível, mas estão vivos. Eu estava com Near agora há pouco, mas Matt ainda ainda não acordou. Deve demorar um pouco ainda.

 Vivos...

 Deixei-me cair mais uma vez no travesseiro, aliviado.

 "Vivos"...

 Ainda latejava.

 Desde que eu acordei e durante todo o tempo que L esteve comigo, eu permaneci exatamente na mesma posição. Não era bem um questão de escolha.

 Fiquei deitado na cama, a cabeça levemente virada para o lado, com parte do meu abdômen latejando sem parar. Não doía, isto é, se ficasse quieto sem me mexer muito; só tinha o latejamento. Já estou me acostumando mesmo.

 Pensei, analisei, e ainda não conseguia encontrar uma explicação lógica para o meu comportamento "naquela hora". Então parei de procurar; dava dor de cabeça. Mas a verdade era que eu não precisava procurar por nenhuma explicação, porque no fundo eu já sabia qual era. E não tinha nada de lógico nela. Porque... Bem, não importa.

 Estávamos todos vivos.

 Corliss estava preso.

 Era isso que importava.

 Segundo L, Corliss havia preparado uma rota de fuga próxima ao hotel, mas por conta das feridas causadas pelos tiros, não conseguiu alcançá-la a tempo.

 ... 

 Não dá. Eu não consigo imaginar L com uma arma atirando no monitor. Nem em minguém, para ser sincero.

 Suspirei. Será que eles já acordaram?...

 - Eu tenho que ir agora, Mello - L falou, levantando-se do sofá.

 - Eu não posso mudar de quarto? - perguntei esperançoso. Não ia aguentar ficar o tempo todo ouvindo as enfermeiras usando aquele tom infantil comigo. Era um saco!

 - Todo paciente abaixo de 16 anos fica na área pediátrica. São as regras do hospital - ele estava prestes a ir embora, mas antes que começasse a andar, colocou a mão no bolso e tirou algo de lá.

 Não acredito...

 - Já estava esquecendo - ele entregou "aquilo" para mim, e então sorriu - Só não conte para as enfermeiras.

 Minhas mãos seguraram forte a barra de chocolate que ele me entregava. O papel laminado vermelho parecia me hipnotizar, e eu tenho quase certeza de que meus olhos estavam arregalados e a ponto de saltar do meu rosto a qualquer instante. Não era exagero.

 Cara, como eu adoro o L!

 - Ryuzaki... - chamei antes que ele passsasse pela porta - Obrigado.

 Obviamente eu estava agradecendo pelo chocolate, mas tinha muito mais do que isso nas palavras saídas mais baixo do que eu pretendia. Afinal, se não fosse por ele, nós com certeza... O L é foda, pronto, falei.

 [...] "Não precisa sentir medo. Nós vamos apenas nos divertir um pouco" O sorriso que aquele homem mantinha causava um medo que eu nunca tinha sentido antes, e ele estava sempre lá. Sempre sorrindo. Sempre calmo. Estava tudo escuro, não podia vê-lo, mas ainda assim conseguia ouví-lo. Apenas pelo jeito como sua voz soava eu conseguia saber que ele estava sorrindo.

 "Eu avisei para você tomar cuidado... Por que você não me ouviu?" Eu podia ouvir ele se aproximando cada vez mais. Não... Fique longe!

 "Está doendo? Sinto muito, mas não posso acabar com isso ainda. Mais um pouco, mais um pouco e eu te deixo descansar, está bem?" A colônia dele já invadia minhas narinas. PARE!... Alguém... Por favor...

 "Matt..." Meu nome soava estranho e sem vida saído da boca dele. "Você realmente deveria ter me escutado..." O desespero me dominou ainda mais ao sentir o hálito quente dele no meu rosto, pouco antes de... [...]

  - AH! - abri os olhos de súbito, ofegante. Olhei ao redor assustado, mas minha mente não processava as imagens que meus olhos mandavam para o meu cérebro. Apenas... O sonho. Pesadelo. Mas não havia sido só um sonho, tinha acontecido de verdade... Tudo aquilo realmente tinha acontecido...

 Meus olhos ardiam e eu os senti marejarem conforme cada vez mais detalhes vinham à minha mente. Deixei as poucas lágrimas rolarem pelo meu rosto; eu não tinha força para impedí-las. 

Levei minha mão ao meu pescoço, e a afastei rápido antes de realmente tocá-lo. Aquilo dava uma sensação horrível. 

 Eu não sabia o que tinha acontecido depois de... Eu tinha medo de saber. Medo de que... 


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Notas finais do capítulo

Perdoem-me qualquer erro ortográfico ^//^ A não desejada insônia chegou e se acomodou por aqui ultimamente ¬¬ Eu não durmo direito há 4 dias já...