Á Sua Procura escrita por HopeL


Capítulo 4
III. A Morte




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Edward PDV

Eu caminhei e sentia s lágrimas banhando meu rosto, sabia que jamais voltaria a vê-la, e mesmo assim, não conseguia aceitar.

Forever Love – Anna Nalick

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As árvores passavam ao meu lado, mas eu não sabia ao certo para onde ir, me sentia vazio, mais do que jamais imaginei ser possível.

O rosto de Isabella, seus lábios, seus olhos, tudo passava por minha mente, exigindo voltar, mesmo que minha consciência gritasse a impossibilidade desse sonho bom.

Ela disse três meses… porque eu não poderia procurá-la nesses três meses? Mas o que eu poderia oferecer a ela em três meses?

A raiva tomava conta de meu peito, enquanto as lágrimas continuavam a cair.

Eu queria me ajoelhar ali e pedir a Deus que me desse uma chance de ser feliz, mas essa chance a incluía ao meu lado, e sabia que ele jamais seria contra a morte. Bem, eu poderia morrer também, mas todas as vezes que eu pensava nisso o pedido dela vinha a minha mente: “Viva, viva o que eu não posso viver. Saía, divirta-se, namore, conheça as pessoas que eu não vou conhecer. Minha vida está acabando, mas a sua está só começando. Gosto de pensar que você será feliz por mim.” Como ela conseguia me pedir algo assim? Eu me sentia em pedaços, sobrecarregado com uma vida e uma culpa que nunca foram minhas.

No chão

Com meu mundo

De cabeça para baixo

Eu tive uma visão do seu rosto

E eu devo me livrar disso

Por todas as memórias que nós já fizemos

Deus não me mande seus anjos

Eu só quero ouvir você dizer mais uma vez

Quando dei por mim estava parado diante de uma praça, era cedo ainda e não havia ninguém lá, o sol tomava seu lugar, como todas as manhas, seguindo o ciclo do equilíbrio. Eu lembrei de meu celular desligado dentro de meu bolso, minha mãe deveria estar preocupada.

Mas eu não queria contato com o mundo externo agora, eu queria me prender no meu próprio mundo de confusões e dúvidas enquanto ainda tinha um mundo para me prender.

Me sentei em um balanço alaranjado e fiquei observando o ninho de passarinhos na árvore próxima. Muitas vidas surgiam todos os dias, mas isso significava que outras teriam que acabar, e a cada momento eu sentia mais que minha vida estava nas que acabavam, mas não com a morte, e sim com a solidão.

Eu não queria pensar em tudo o que havia acontecido na ultimas horas, mas eu também não queria esquecer, jamais me esqueceria dela, era como se a conhece-se desde sempre e nada me mudara tanto, quanto as poucas horas que tive com o amor da minha vida.

Poderia parecer errado dizer que a amava, mas meu coração sentia que a amava. Como lutar contra algo que seu coração berra sem a mínima vergonha? E mesmo que ela não retribuísse o sentimento instantâneo que eu sentia, não me envergonharia em jogar-me a seus pés e pedir-lhe para que me amasse. Mas ela retribuía, e isso não fazia com que meu coração se acalmasse, pois eu só tive o direito de amá-la por uma noite. E mesmo que eu tivesse a vida inteira para amá-la não seria o suficiente.

Mas agora, quando o vento frio bate em meus braços, a praça parece diferente, a vida sem cores que eu vivia desde que minha família começou a desmoronar sumiu, eu via as cores, sentia os cheiros, percebia a vida, graças a aquela garota de olhos castanhos e expressão cansada.

Isabella PDV

Assim que abri a porta de casa meu pai estava de fronte a mim, com a expressão mais preocupada que eu já havia visto.

- Onde esteve Isabella? – ele disse seriamente, mas logo os braços de minha mãe estavam a minha volta me abraçando, enquanto suas lágrimas molhavam meus ombros.

- Acalme-se mamãe, eu estou… - as palavras não saíram mais de minha boca, e a escuridão tomou conta de meus olhos, senti minhas pernas falharem e braços me segurando.

- Isabella? – a voz de meu pai soou desesperada.

- Bella? – a voz de meu irmão soou, mas eu não conseguia responder, só sentia e escuridão tomando conta de minha mente, enquanto meu corpo não sentia mais nada.

A escuridão ia ficando mais densa a cada segundo, até que uma luz muito fraca surgiu à distância.

Sentia meu corpo flutuar, como se estivesse em um lugar sem gravidade, vagando em direção a luz que se aproximava. Mas uma dor muito forte tomou meu peito, me distraindo da luz.

Eu sentia meu corpo ser atingido por choques, mas por quê? Por que me torturavam? Eu não precisava de mais dor!

O rosto de Edward apareceu em minha frente. Seus olhos marejados e expressão desolada, por que ele estava chorando? Eu queria dizer que o amava, que ele não deveria chorar, mas o som das palavras não saiam.

Tentei me aproximar dele, mas meus braços não se mexeram. Mais um choque atingiu meu peito e a escuridão se tornou uma luz forte, chegando a ser dolorosa para meus olhos.

- Ela está viva. – a voz cansada disse, e logo ouvi um choro aliviado e uma mão segurando a minha.

Era o rosto de minha mãe que estava ali, mas não era o rosto dela que eu realmente via, eu só via o sorriso de Edward, em minha mente, com alivio em seus olhos.

Ele estava longe, eu queria tocá-lo, mas não conseguia me mexer. Ele sorriu mais uma vez, antes de desaparecer a escuridão me tomar mais uma vez.

Quando você sorri

Com aqueles olhos

Querido, é como se

Você colocasse o dedo no meu coração

E seus lábios perto dos meus

Me fazem pensar que o paraíso é onde você está

Deus não me mande seus anjos

Eu só quero ouvir você dizer mais uma vez

Eu acordei no quarto branco mais uma vez. Senti uma mão apertando a minha, minha mãe dormia desconfortavelmente ao meu lado.

Olhei seu rosto, ela parecia dormir, mas estar preocupada. Tentei levantar meu tronco, mas estava dolorido, o que havia acontecido? Olhei para meu braço esquerdo, tubos e agulhas me furavam, eu estremeci.

Minha mãe pareceu sentir que eu havia acordado, pois seu corpo se mexeu e seus olhos já estavam abertos.

- Oh, meu bem, você acordou. – ela disse, os olhos se lotando de lágrimas.

- Eu estou bem mamãe. – tentei sentar, mas gemi em reflexo a dor de meu peito.

- Não, fique deitada, eu vou chamar o médico. – ela falou apertando minha mão, eu sentia meu corpo frio, e mais uma vez eu estava naquele quarto branco e assombrado, só que dessa fez o silencio era preenchido por um bip irritante que vinha dos aparelhos, minha respiração estava pesada, e sentia como se tivesse corrido uma maratona sem respirar.

- Quando tempo faz que eu estou aqui? – perguntei com medo da resposta.

- Três dias. – minha mãe disse e se levantou para chamar o médico, eu não disse mais nada.

Edward PDV

Já haviam se passado três dias, e todas as manhãs e tardes e passeava pelo jardim maltratado daquilo que eu chamava de casa, com esperança de vê-la. Mas eu só via movimentações de seus pais. A criança que antes brincava sozinha pelo pátio não aparecia mais, e seu pai e sua mãe, que eu esperava que fossem eles, só entravam por alguns minutos e logo saiam carregando bolsas e malas. Será que ela estava indo embora? Ou estava no hospital? Meu coração se apertava mais a cada momento.

Eu estava encostado na parede da cozinha, vendo minha mãe andar de um lado para o outro, elétrica como sempre, tentando não aparentar sua preocupação. Pietro estava desaparecido há quatro dias, e ela andava muito nervosa, com medo de que houvesse acontecido algo, mas eu sabia que era exagero, uma pessoa ruim não morre tão fácil.

O telefone na sala tocou. Ela correu para atendê-lo e seus ombros caíram.

- É pra você Edward. – ela disse, seu tom parecia de surpresa.

Passei por ela e peguei o telefone, lhe lancei um olhar interrogativo, mas ela não disse nada.

- Alô? – respondi.

- Olá Edward meu filho, como vai? – a voz forte e rouca de meu avô tinha uma tonalidade doentia.

- Vovô? – não pude conter a surpresa.

Quando toda essa confusão começou em minha vida, ele havia me rechaçado, dizendo que eu não devia nada a Pietro, que nós não tínhamos o mesmo sangue, ele estava certo, mas eu amava minha mãe e minhas irmãs, mesmo não tendo o mesmo sangue que elas, e seria capaz de ir ao inferno por elas.

Depois daquele dia ele não ligou, não mandou cartas, não apareceu. Não se dispôs a ajudar-nos, mesmo eu sendo seu único neto. No dia em que bateu a porta de minha casa, quando eu tinha doze anos, dizendo que era meu avó eu ri, nem ligando para o fato de eu ter sido enganado minha vida inteira, eu não me importava com aquilo, como me importaria se fosse me contado tudo agora.

“- Edward meu querido, quando minha filha disse que estava grávida ela precisava urgentemente se casar, mas ela não queria. Então, ordenei que a levassem para uma fazenda, onde você nasceu e logo o levaram para um orfanato. Esme sofreu muito, mas ela não teve escolha, admito que a culpa foi minha. – ele tossiu e cobriu os lábios com um lenço branco. – Mas agora, vejo o erro que cometi a separando de Carlisle, seu pai. Ela se matou, um ano depois de dar a luz a você. O procurei por todos os orfanatos de Londres, até descobrir sua ficha em um muito distante. Mas você já havia sido adotado. Desde então eu tento convencer Pietro a me deixar vê-lo, e hoje finalmente me autorizaram a isso.

- Eu não estou entendendo. – minha voz era confusa, e eu queria minha mãe ao meu lado, mas aquele senhor, Oliver August Cullen, pediu para conversar a sós comigo.

- Eu sou seu avô Edward. E você é o único parente vivo que eu tenho. Por isso estou aqui, quero… retomar nossa família. Eu te amo tanto meu neto.

Uma lágrima escorreu pelo rosto serio do homem com olhos iguais aos meus e cabelos grisalhos.

- O que é um avô? – perguntei inocente, ele gargalhou.

- É uma pessoa, de cabelos branquinhos, que te da presente, brinca com você e te ama muito. – ele disse calmante.

- Eu tenho um avô? – um sorriso se espalhou por minha face e ele afirmou com a cabeça. A perspectiva de ter um avô era emocionante, para mim que só tinha pai mãe e irmãs. Logo meus braços estavam no pescoço daquele homem estranho, que a partir daquele momento era meu vovô”

Lembrava-me daquele dia perfeitamente, me considerava o garoto mais feliz do mundo naquele momento.

- Como vai meu neto? – ele perguntou e tossiu logo em seguida.

- Achei que não tinha mais neto nenhum. – minha voz saiu com amargura.

- Não faça isso Edward, você é minha família. – sussurrou do outro lado da linha.

- Oh, agora sou sua família? Por que então não me ajudou Oliver August Cullen? Olhe vovô, eu não quero discutir, porque esta ligando? – perguntei sem rodeios.

- Chegou aos meus ouvidos essa manha, que Pietro foi encontrado morto noite passada…

- O QUE? – perguntei em choque.

- Você não sabia? – ele pareceu arrependido por contar-me.

- Não. – olhei para o rosto assustado de minha mãe ao meu lado.

- Deixe-me falar com Raphaela, deixe-me contar para ela. – ele pediu do outro lado da linha.

Eu não tive forças para discutir, apenas passei o telefone para minha mãe e sentei-me no sofá rasgado e velho que havia no meio da sala.

Ele havia morrido. Como uma coisa dessas não conseguia entrar em minha cabeça? Parecia surreal e impossível. Sempre imaginei Pietro como uma cruz constante que eu carregaria eternamente, mas agora, não havia mais cruz nenhuma, por que eu ainda sentia o peso então?

Ouvi o choro desesperado de minha mãe, enquanto ela soluçava e falava com meu avô, um pouco mais calma, para ele poder entender.

- Obrigada Oliver. – ela disse com um soluço e ofereceu o telefone para mim.

- Por que ligou vovô? – pedi, minha voz estava morta.

- Quero que volte para cá. – ele disse calmamente.

- Não posso deixá-las aqui. – respondi com firmeza.

- Jamais imaginei algo assim. Quero que as traga com você. Estou velho Edward, e doente, quero que venha assumir seu lugar. As empresas estão esperando por você. – ele disse com calma, mas parecia esconder algo.

- Há algo mais nisso vovô? – perguntei com cautela.

- Quero que esteja seguro. Apenas isso. Venha. – me implorou.

- Eu… - não sabia o que responder, mas as mãos de Raphaela seguraram a minha me obrigando a olhá-la. Seus olhos estavam vermelhos e ela parecia meio perdida. Seus dedos enlaçaram os meus e ela sussurrou “aceite”.

Fechei os olhos brevemente e respirei fundo, lembrando do que Isabella havia me dito, ela acreditava que eu era capaz de cuidar de minha mãe e minhas irmãs e agora eu tinha essa chance.

- Edward? – a voz de meu avô chamou.

- Eu aceito vovô. – disse apartando a mão de minha mãe.

- Fico muito feliz com isso meu neto. Vou arrumar tudo para viajarem o quanto antes.

- Eu só preciso de dois dias. – pedi.

- Você terá o tempo que quiser. Espero vê-lo logo.

- Igualmente vovô. – minha voz estava cansada.

O telefone foi desligado do outro lado e eu desliguei o que estava segurando também.

Os braços de minha mãe enlaçaram minha cintura e eu a abracei enquanto ela chorava.

Eu não fiquei em casa enquanto minha mãe contava tudo a minhas irmãs, não queria ver mais dores, e eu tinha apenas dois dias. Cheguei ao telefone publico mais próximo e liguei para o serviço de informações, pedindo o nome de todos os hospitais da cidade, que não eram poucos, mas só depois de consegui-los eu percebi que não sabia seu sobrenome.

- Seu burro. – bati na cabine telefônica.

Não havia maneira de encontrá-la, não sem o seu sobrenome.

Lifehouse - From Where You Are:

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Sai da cabine, completamente desolado, e voltei a caminhar pelas ruas, chegando mais uma vez a praça que eu havia chegado há três dias atrás.

Será que eu só poderia vê-la uma vez? Esse seria o meu castigo por amá-la por tão pouco tempo?

Ela esta tão longe e ao mesmo tempo tão perto, o que eu não daria para vê-la uma ultima vez, mas parece que meus sonhos sempre são impossíveis, eu não posso tê-la. Qual a probabilidade de bater na porta dela e seus pais me chamarem de louco? Grande.

Eu queria tanto encontrá-la, mas dois dias não serão o suficiente, não agora.

Tão longe de onde você está

Essas milhas tornaram nossos mundos separados

E eu sinto sua falta, sim eu sinto sua falta

Sentei-me mais uma vez no balanço alaranjado, o vento batendo sobre meus cabelos, lembrando dela a todo tempo, dos seus cabelos, seus olhos, seus lábios sobre os meus. Como alguém tão jovem poderia perder a vida como ela estava perdendo, enquanto eu começo a recuperar a minha. Poderia parecer egoísta o que eu pensava agora, mas a morte de Pietro me trazia um alívio, uma sensação de recomeço que eu não conseguia reprimir.

A ligação de meu avô, a possibilidade de reencontrá-lo depois de tantos anos era tão reconfortante, que eu me sentia novamente o Edward que eu era antes.

A noite caia aos poucos e eu não queria sair dali, estava tentando guardar para sempre lembranças que eu jamais voltaria a viver. A cada estrela que surgia eu fazia o mesmo pedido, tê-la de volta, eu parecia estar fadado a querer coisas que não podia ter. Desde o momento que desisti de tudo para vir com minha mãe e Pietro para os EUA, eu era altruísta demais, e sempre me orgulhei disso, mas agora me arrependo.

Tão longe de onde você está

Eu estou debaixo das estrelas

E eu queria que você estivesse aqui

Mas parece que o destino sempre brinca conosco, se eu não tivesse fugido, vindo para cá, tentando salvar minha vida e a vida da minha família, eu jamais conheceria a garota de cabelos castanhos que era dona de meu coração.

Isabella PDV

Meu peito doía, minha cabeça girava e estava tudo escurecendo, mas eu não queria falar para minha mãe, não queria que ela ficasse mais preocupada do que já estava. Mesmo que fosse infantil, não queria admitir para ela que eu estava morrendo e tinha, a cada momento, mais certeza disso.

- Bella? – ela se virou de frente para mim e segurou minha mão.

- O que foi mamãe? – pedi enlaçando nossos dedos, minha mão estava gelada.

- Quem é Edward? – pediu com carinho.

- Como sabe sobre Edward? – eu perguntei, com esperanças de ele poder estar aqui.

- Você anda repetindo o nome dele enquanto dorme, e quando foi reanimada, quando estava morrendo… - ela pareceu desconfortável ao falar disso – bem, você falou o nome dele. – disse envergonhada.

Minha cabeça vagou, trazendo de volta a lembrança do rosto de Edward enquanto a escuridão me tomava, foi a sua tristeza que me trouxe de volta, não aquele monte de aparatos e médicos que me reanimaram, se ele não tivesse aparecido em minha mente, eu nunca teria me esforçado tanto para voltar.

Mesmo agora aqui, eu sentia falta do cheiro que eu havia sentido naquele momento, quando o vi pela primeira vez embaixo da árvore e não descobri a cor dos seus olhos. Sentia falta do cheiro que eu senti quando ele me apoiou quando eu passei mal quando descia a montanha. Senti falta do momento em que seus lábios tomaram os meus com delicadeza e paixão.

Parecia que aquele dia se tornara anos e cada momento uma tatuagem em minha pele já sem espaços para mais marcações.

Eu sinto falta dos anos que foram apagados

Eu sinto falta do jeito que o brilho do sol iluminava seu rosto

Eu sinto falta de todas essas coisas pequenas

Nunca imaginei que elas significariam tudo pra mim

Sim, eu sinto sua falta

E eu queria que você estivesse aqui

- Edward é uma pessoa que eu conheci mamãe. – eu disse fitando os lençóis braços.

- Isabella… - ela pareceu me repreender.

- Não tenho esperanças… se é isso que está pensando, apenas… sinto algo que não sei explicar – sussurrei – ele… é um anjo, eu o amo, mas só o tive por um dia, não há mais nada, eu apenas tive o amor da minha vida por um dia.

- Você está confusa. – ela disse se direcionando para chamar a enfermeira.

- Não! Eu não estou. – peguei o aparelho antes dela. – Eu me apaixonei, uma única vez na minha vida, por um único dia, mas acabou! Não terei mais tempo de vê-lo, mas gostaria de deixar algo para ele, se ele vier a procurá-la algum dia.

- Isabella, você está confusa. – ela repetiu.

- Por favor. – implorei apertando sua mão na minha.

- Tudo o que você quiser minha querida. – respondeu-me de olhos fechados.

Fechei meus olhos e soltei sua mão, deixando o sono me tomar e pensando no que gostaria de escrever para ele, uma carta, era tudo o que eu poderia oferecer ao amor da minha vida.

Minha mãe reapareceu momentos depois com papel, caneta e um envelope para mim. Pedi que ela não ficasse no quarto, não queria que ela visse as lágrimas, que eu sabia que iria chorar, durante tudo o que eu tinha que escrever.

- Você está bem? – minha mãe perguntou ao entrar no quarto uma hora depois.

- Eu vou ficar. – respondi, secando uma ultima lágrima que caia de meus olhos.

Lhe entreguei a carta, já lacrada.

- Entregue somente a ele. – pedi. Ela apoiou a carta sobre o peito.

- Eu vou entregar, fique tranqüila.

Meus olhos se abriram fitando a escuridão do quarto. Meu coração parecia explodir e eu sentia o suor escorrendo por meu corpo.

- Mãe. – pedi socorro.

Ela acordou assustada.

- O que está sentindo?

- Meu coração. – naquele momento foi como se minha cabeça tivesse levado uma pancada, e eu não conseguia raciocinar. Minhas mãos seguravam meu crânio como se ele fosse se partir ao meio a qualquer momento.

Eu não ouvia nada ao meu redor, mas sentia as pessoas ser moverem ao meu redor. Meu coração parecia bater mil vezes mais rápido, mas não ter sangue para bombear, pois todo ele estava alojado em meu cérebro, tornando pensar algo completamente impossível.

- Isabella… - ouvi minha mãe chamar, mas eu não conseguia responder.

A dor que eu sentia em meu peito parecia ter passado para o corpo todo e nada respondia a meus comandos.

Meu coração batia cada vez mais lentamente, e a escuridão tomava o lugar da dor. Eu não ouvia mais minha mãe e nem sentia mais o aperto de sua mão sobre a minha.

A escuridão foi subitamente tomada pelo rosto de Edward, ele estava longe, e a escuridão o fazia brilhar. Ele me ofereceu sua mão e eu percebi que podia caminhar até ele.

Mas quanto mais eu ia em direção a ele, mas ele se afastava, até que ele sumiu, e a escuridão tomou conta.

Uma súbita luz surgiu, mas eu não vi o rosto de minha mãe dessa vez, eu não vi nada…

Eu sinto as batidas do seu coração

Eu vejo as sombras do seu rosto

Só saiba que onde quer que você esteja

Eu sinto sua falta

E eu queria que você estivesse aqui


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e comentem! Beijos